sábado, 30 de março de 2013

O que posso fazer para Te agradecer?!


Morreste por mim
E mal sei olhar para Ti...

Caminhava para Cruz,
Com o balanço perfeito do escuro e da luz,
Cantava, rezava...
Com pequenos passos me aproximava...
E sem saber explicar
Deixo de conseguir cantar...
O silêncio sussurrou,
Num grito calmo que se entranhou...
As pernas começaram a tremer,
Os olhos a humedecer,
As mãos a transpirar o frio
E quando junto a Ti...
Quebraste o vazio.
Ajoelhei-me...
E fiquei ali...
Contigo!
Comigo!
Mas mal sabia olhar-Te.
Senti a minha fragilidade
Em toda a Tua bondade...
Senti-me tão pequena
Na Vida que tornaste eterna...

Morreste por mim
E mal sei olhar para Ti...
Senhor, o que posso fazer
Para uma vez, um dia..., Te agradecer?









Ni

sábado, 23 de março de 2013

Fugiu a minha "poesia"

Fugiu a minha "poesia"...
Parece que evaporou a magia
Pelos (poucos) poros da imaginação...
Silenciou-se o coração
Com a dor da saudade
E, ainda assim...,
Pelo Amor não ter fim,
Tinha um sorriso vestido só de felicidade.

Os dias em que não escrevo não são meus
Porque neles não me encontro...
São uma espécie disfarçada de adeus
Aos versos que guardo dentro...
E assim foge a "poesia",
Nestes dias sem magia,
Pela distância do sentir,
Por ter de pedir ao coração para sorrir...






Ni

sábado, 9 de março de 2013

Dia de deserto...

Percebo o deserto dos dias num dia de deserto.


Confesso, nesta minha dificuldade de o fazer, que me encontrei no deserto...
Encontrei-me no deserto dos dias em que corro e faço, irracionalmente, correr de forma tangente à banalidade.
Reconheci-me no andar direito e (in)seguro rumo ao recanto de oração, lá no fundo, passando, conscientemente ao lado do espaço de reconciliação. Reconheci-me neste desperdiçar de oportunidades... Achei que seria capaz no caminho de volta...
Encontrei-me ali, no deserto..., naquele canto deserto de solidão, de pressa. Parei e (re)conheci-me...
Ajoelhei-me e pensei rezar... Depois acho que rezei sem pensar. No Teu corpo ali suspenso a preencher o ar que respirava, na Tua eterna presença como alimento e sustento, vi toda a minha Vida.
Agradeci cada dia, reclamei como todos os dias... Eu gritava e Tu sussurravas. Fixaste o meu olhar num silêncio (en)cantado. Estava ali... eu e Tu... num deserto feito oásis. Sorri... e chorei... Senti-me deserta do medo de aceitar todo o Teu Amor e agradeci-Te, no meu jeito tão imperfeito e resumido: Obrigada por tudo o que és em mim.





Ni

quarta-feira, 6 de março de 2013

Porta entreaberta

Recordo os anos a parecer sem fim...
De esperar a felicidade chegar...
E lembro-me, triste, pensar
Que já não era para mim.
Mas não tive coragem, nem assim...,
De abandonar-me e desistir...
E, numa esperança, (in)certa,
Deixei a porta dos sonhos entreaberta...
Um dia, dei por mim a sorrir...
Era o amor a entrar...
Passos seguros, com uma pressa devagar...
E a ensinar-me a sentir...,
A mim, pequena aprendiz
A ser feliz...!






Ni