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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Esparregado de Cenoura

              Os esparregados são vegetais cozinhados, mais ou menos desfeitos e acidulados, que constituem excelentes acompanhamentos.
Tradicionalmente verdes, feitos a partir de folhas diversas, espinafre, nabiça, beldroegas, urtigas, couve, etc., podem também ser feitos a partir de vegetais de outras cores, como a abóbora, o nabo, a beterraba ou a cenoura, contribuindo, além dos deliciosos sabores e texturas menos usuais, com inesperadas notas de cor para a apresentação dos nossos pratos.
Este esparregado de cenoura que hoje aqui sugiro, é fruto do aproveitamento da parte sólida de cenouras que usei para fazer sumo e que, além do prazer do sumo e da quantidade de fibras alimentares que incorpora, faz com que o esparregado fique feito num instante, já que o tempo que seria necessário à evaporação do líquido da cenoura deixa assim de ser necessário.

Ingredientes:

Cenouras
Alhos
Azeite
Ghee
Louro
Sal e pimenta
Açúcar
Vinagre ou sumo de limão
Salsa
Nozes

Preparação:

Descasque cenouras e passe-as na máquina de fazer sumos.

No depósito do desperdício ficará uma massa quase seca de fibra de cenoura. Reserve-a.

Leve ao lume brando, azeite e ghee em partes iguais (ou só azeite, ou só ghee, conforme queira o sabor final do esparregado a saber ou a não saber a azeite) e cozinhe nesta gordura, sem deixar fritar, os alhos esmagados, o louro e a pimenta.
Junte a fibra de cenoura, um pouco de açúcar e envolva, provavelmente irá ter de juntar alguma água (depende da eficácia da sua máquina de sumos) e cozinhe a cenoura, mexendo, até estar cozida a seu gosto.
Junte salsa picada já perto do fim
e acidule com vinagre ou sumo de limão, antes de servir salpicado com nozes picadas grosseiramente.
como se fosse qualquer outro esparregado.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Manteiga de Azeite

                A ideia nasceu de uma “graça” publicitária de uma marca de margarinas, aliás cremes vegetais: ensinar a fazer um creme vegetal em casa.
A receita até nem era grande coisa, algo que ficava entre um creme de barrar e uma maionese, mas serviu para dar o mote e o processo básico, depois foi comprar ingredientes, fazer três ou quatro ensaios para acertar quantidades e, principalmente, definir o que se queria fazer.
Apesar de eu gostar de fazer em casa coisas que nos habituámos a comprar feitas, não chego ao ponto de gastar tempo e paciência a tentar emular a Becel, a Flora ou a Planta.
Mas azeite, o meu adorado azeite, é outra coisa; se é verdade que muitas vezes o uso simplesmente no pão fresco ou nas torradas, à moda andaluza, também é verdade que seria muito bom ter um creme, uma “manteiga”, em que a gordura fosse o bem-amado azeite e em vez de ter de se molhar, se pudesse barrar.
Foi desta ideia que nasceu a manteiga de azeite: substituir a parte gorda da manteiga por azeite e manter a parte láctea para lhe dar o “tempero” que só a manteiga tem. Experimentou-se, fez-se, o resultado superou as expectativas e hoje é a minha “manteiga” saudável de todos os pequenos-almoços. Assim:

Ingredientes:

200g de Azeite virgem
200g de óleo de coco
Fracção láctea de 250g de manteiga com sal
40g de água

Preparação:

Derreta 250g de manteiga sem deixar nunca ferver, no forno baixo ou em banho-maria.
Irá formar-se à superfície cerca de 4/5 de gordura límpida amarela, a manteiga clarificada ou ghee,
e no fundo 1/5 de líquido leitoso. Este líquido é o responsável pelos atributos organolépticos da manteiga, já que a parte gorda, o ghee, é virtualmente igual qualquer que seja a manteiga.
É portanto esta parte leitosa que nos interessa e vamos retirar cuidadosamente a parte gorda, que guardamos num frasco e que será uma excelente gordura para cozinhar sem queimar. Reserve a fracção láctea.

Derreta em banho-maria o óleo de coco, que é sólido à temperatura ambiente e vaze-o para uma tigela.
Misture o azeite, que deve ser de muito boa qualidade e baixa acidez.
Ponha então a fracção láctea de manteiga, que será responsável pelo sal e sabor amanteigado do seu creme, mexa com as varas e coloque no frigorífico a arrefecer ou introduza a tigela dentro de outra maior com água gelada e pedras de gelo.
Com o frio, a mistura que era translúcida ganha uma cor uniforme e opaca, cada vez mais clara e amarelada.
Junte a água bem gelada e mexa. Vá alternando períodos de alguns minutos de arrefecimento seguidos de alguns segundos a bater energicamente com as varas, até que ganha uma consistência de creme firme
e pode ser passado para uma caixa ou outro recipiente onde ficará guardada no frio.
  

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ghee - Clarificar manteiga

.......................... Chama-se ghee (diz-se gui) nas cozinhas indiana e ayurvédica, beurre noisette na cozinha francesa e simplesmente manteiga clarificada entre nós.
Alguns puristas (da ayurvédica) defendem que só o seu ghee é verdadeiro ghee, mas visto com olhos de ver, claro que é tudo a mesma coisa e o que querem é vender os seus caríssimos boiõezinhos "abençoados".
No que se refere a manteiga clarificada o que há, como em tudo na vida, é a versão bem feita e outra mal feita.
Manteiga clarificada é a gordura pura do leite, sem soro, proteínas lácteas, sal, etc., que representam cerca de 20% do peso da manteiga e que a tornam imprópria para fritar ou saltear, já que essas proteínas degradam-se em compostos castanhos que escurecem a manteiga, dão um péssimo sabor e são tóxicos.
Clarificar manteiga é um processo muito simples que podemos fazer em casa e disfrutar assim dessa magnífica gordura culinária que, ainda por cima, tem uma conservação praticamente indefinida.
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Ingredientes:
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Manteiga
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Preparação:
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Ponha dois ou três pacotes de manteiga numa panela, a derreter em lume baixo.
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Cada 250g de manteiga rendem entre 170 e 180g de ghee. Teoricamente deveriam dar 210g mas há sempre perdas no processo.
Ao fim de alguns minutos, vai começar a formar-se à superfície uma espuma franca, com farrapos sólidos.
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Apague o lume e, com uma escumadeira de rede fina (eu uso um passador de chá) vá retirando esta espuma superficial, tendo o cuidao de não a misturar com a camada transparente amarelo intenso que aparece por baixo.
No fundo, sob a camada transparente amarela há ainda um grande depósito leitoso. Deixe tudo em repouso por alguns minutos e passe então a camada amarela para boiões, tendo o cuidado de não deixar passar a parte leitosa do fundo.
Se o ghee ficou bem feito, pode conservá-lo fora do frigorífico por muitos meses sem rançar. Eu guardo-o no frigorífico e uso-o em todas as situações em que se diz, frite, aloure, salteie etc., em manteiga, com resultados que se tornam, por milagre, como que obtidos numa qualquer "Twilight Zone" de grande cozinha.