Água
Tinhas sede e não bebias. Mas, caminhavas descalço sobre a terra molhada.
A fonte secara-te na boca.
A fonte irrigara-te um desejo do corpo, um desejo de fomentares o crescimento dos teus actos, quando teorizavas os factos, de uma Era desconhecida.
Mas tinhas sede e não bebias da única fonte que brotava a céu aberto sobre a terra seca, árida e agreste, mutilada pelo teu corpo.
Um corpo que escolhia um copo vazio.
Um corpo que não sabia como encher a terra, nem mesmo quando a pisava, nem mesmo quando a escolhia para ser um resguardo das escoriações do corpo que bebia de um copo vazio, mas a transbordar de todos os elementos primordiais do desejo.
Terra
Desejavas que a terra se movesse à volta do teu corpo, mas, não sabias como descansar o corpo à volta dela.
Sabias de um caminho certo e corrias mundos, mas também vivias nos submundos que trancavam o teu próprio desejo a escorrer-se pelo corpo aberto da terra.
O inverso de um corpo vazio, como um copo fechado à fonte primordial do desejo, do Ser único a beber da única fonte que conhece.
Conhecias os prazeres da carne, como se fosses o corpo da terra, irrigado pela fonte primordial de um desejo fora do corpo, que descia quase sempre quando o céu se abria. Porém, no espaço aberto do céu, havia sombras do teu corpo ainda à espera do único desejo
– ser uno com o Todo, cuja fonte não mata só a sede dos desejos dos corpos, antes os purifica.
Fogo
Tinhas dentro do peito a chama que sempre ardeu na floresta virgem dos teus sonhos. Tinhas. mas não conhecias a dança dos elementos dentro e fora do corpo. Floresciam primaveras e não sentias, nem vias o avolumar das pétalas lilases, o crescimento verde dos caules, o esvoaçar dos pólens amarelos pelos teus olhos.
Não sabias acender o lume na lareira funda, porque a lenha não tinha tido tempo para secar, não tinha tido tempo de se resguardar de um inverno longo nos galhos quebrados das árvores. Só as folhas, as folhas que caíram no outono, ainda sabiam como se transformar em pétalas de todas as cores, de modo que a chama se acendesse em todas as fronteiras fechadas.
Ar
Depois das estações, todos os corpos são como um único copo a transbordar pelos olhos da primavera.
Não sabias da nascente que corria pelas raízes fundas da terra.
Não conhecias a aridez da terra que teu corpo consumia.
Não conhecias a chama que percorria a floresta virgem dos teus sonhos,
Sabias, porém, de um corpo que se fortalecia, como se fosse o corpo de deus a caminhar por ti acima.
E do céu chegavam pétalas douradas, como se o se sol se derramasse em chamas pelos corpos adormecidos.
Tinhas sede e não bebias. Mas, caminhavas descalço sobre a terra molhada.
A fonte secara-te na boca.
A fonte irrigara-te um desejo do corpo, um desejo de fomentares o crescimento dos teus actos, quando teorizavas os factos, de uma Era desconhecida.
Mas tinhas sede e não bebias da única fonte que brotava a céu aberto sobre a terra seca, árida e agreste, mutilada pelo teu corpo.
Um corpo que escolhia um copo vazio.
Um corpo que não sabia como encher a terra, nem mesmo quando a pisava, nem mesmo quando a escolhia para ser um resguardo das escoriações do corpo que bebia de um copo vazio, mas a transbordar de todos os elementos primordiais do desejo.
Terra
Desejavas que a terra se movesse à volta do teu corpo, mas, não sabias como descansar o corpo à volta dela.
Sabias de um caminho certo e corrias mundos, mas também vivias nos submundos que trancavam o teu próprio desejo a escorrer-se pelo corpo aberto da terra.
O inverso de um corpo vazio, como um copo fechado à fonte primordial do desejo, do Ser único a beber da única fonte que conhece.
Conhecias os prazeres da carne, como se fosses o corpo da terra, irrigado pela fonte primordial de um desejo fora do corpo, que descia quase sempre quando o céu se abria. Porém, no espaço aberto do céu, havia sombras do teu corpo ainda à espera do único desejo
– ser uno com o Todo, cuja fonte não mata só a sede dos desejos dos corpos, antes os purifica.
Fogo
Tinhas dentro do peito a chama que sempre ardeu na floresta virgem dos teus sonhos. Tinhas. mas não conhecias a dança dos elementos dentro e fora do corpo. Floresciam primaveras e não sentias, nem vias o avolumar das pétalas lilases, o crescimento verde dos caules, o esvoaçar dos pólens amarelos pelos teus olhos.
Não sabias acender o lume na lareira funda, porque a lenha não tinha tido tempo para secar, não tinha tido tempo de se resguardar de um inverno longo nos galhos quebrados das árvores. Só as folhas, as folhas que caíram no outono, ainda sabiam como se transformar em pétalas de todas as cores, de modo que a chama se acendesse em todas as fronteiras fechadas.
Ar
Depois das estações, todos os corpos são como um único copo a transbordar pelos olhos da primavera.
Não sabias da nascente que corria pelas raízes fundas da terra.
Não conhecias a aridez da terra que teu corpo consumia.
Não conhecias a chama que percorria a floresta virgem dos teus sonhos,
Sabias, porém, de um corpo que se fortalecia, como se fosse o corpo de deus a caminhar por ti acima.
E do céu chegavam pétalas douradas, como se o se sol se derramasse em chamas pelos corpos adormecidos.
ONIX/DM