quinta-feira, dezembro 31, 2009

Que venha o próximo que este já deu....

Não ia dizer nada relativamente às festas....
O Natal não me cheirou a Natal apesar de ter o meu Menino jesus... O inverno não me parece Inverno apesar de estar frio...
Não ia dizer nada...
Mas há sempre alguém que nos faz o "click" e passa a fazer sentido dizer umas coisas, partilhar uns sentidos.

E como tudo o que escrevo tem a habilidade de me fazer carregar na tecla "DEL" logo a seguir vou usar palavras de outros, trazidas por aqueles que tem a espantosa habilidade de nos fazerem atingir o "Click"

Dizer ainda que deixei de ser quem querem que eu seja.
Passei a ser o que quero ser.
Mas ainda não o sou.


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade

Que 2010 vos surpreenda!

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Meu Sol de Inverno


(Qualquer dia levanto vôo por causa destas bolhas de ar! Ai vão 3)

sábado, dezembro 12, 2009

"Re" Toma de Palavras: Parei

Hoje parei!
Tirei os sapatos e senti o chão de madeira com as pontas dos pés.
Tirei os óculos e libertei os olhos da clausura das lentes que aumentam e diminuem a realidade.
Soltei o cabelo pelos ombros e tirei os ganchos que não o deixam ser revolto.
Desapertei a roupa apertada e soltei-a pela casa fora.
Abri a janela para sentir o cheiro da tarde, das violetas que nunca mais dão flor.
Passei as mãos pelo espelho e acariciei o meu rosto num gesto particular de quem se vê.
Menti à luz da tarde e quis a noite.
Hoje parei!










(E de novo uma bolha de ar dentro de mim!)

sexta-feira, dezembro 11, 2009

8 meses!





quarta-feira, dezembro 02, 2009

Imprevisível...

Imprevisível...
De longe em longe um sinal,
Lume no céu, cinzento.
Estranha sensação dentro de mim,
andam nuvens nos meus ideais.

Quando eu te passo,
A minha chama e tu és luz,
A fantasia acorda em mim,
E a dor parece desmaiar,
Bem devagar.
Mora longe a paz que me seduz,
Estará perdida ou irá voltar?

Imprevisível...
Veneno doce a entrar,
Papel de sedas (?).
Anda, vem vestir a minha pele,
Faz te ao mar e entra em mim.

Quando a loucura,
For pra nós fundamental,
Plantarmos sonhos nos jardins,
E a solidão se esconder de nós,
Bem devagar.
Teremos nós chegado ao fim,
quando o céu for mais azul.

Quando a loucura,
For pra nós fundamental,
Plantarmos sonhos nos jardins,
E a solidão se esconder de nós,
Teremos nós chegado ao fim,
quando o céu for mais azul.

Quando a loucura,
For pra nós,
Fundamental...

Mafalda Sachetti