Maçã de Junho
Desmedidamente minha, Imprevisivelmente tua
sábado, maio 31, 2008
sexta-feira, maio 30, 2008
quinta-feira, maio 29, 2008
Juízos com valor?
De todas as vezes que faço um juízo de valor sobre alguém que não conheço e que serve apenas para me manter ocupada no espaço de tempo em que o comboio atravessa a Ponte, esta foi aquela que mais me marcou.
O meu primeiro pensamento não se confirmou, cheguei ao final da viagem com outra visão dos acontecimentos..... Será que perdi o dom de pensar as vida das pessoas que não conheço e que habitam por minutos o mesmo espaço móvel comigo?
Ele: 46 anos, blusão de ganga russo, barba por fazer e o ar de quem já precisa de um fim de semana.
Mas nada que eu possa dizer define a cumplicidade que se gerou no meio de uma carruagem cheia de gente que, assim que eles entraram, ficou vazia, somente eles e eu a observar pormenorizadamente os olhos, as mãos, o movimento dos lábios, o sorriso, o charme, a/o te(n)são dos seus corpos num desejo comum.....
Era amor? Paixão, instinto, o que interessa isso? Durante aqueles minutos, as palavras que ambos disseram sussurrando eram a sua lei, e sei, tenho a certeza, que muito mais do que amor, ia acontecer quando chegassem ao destino, porque não foi este o meu juízo inicial.
O meu primeiro pensamento não se confirmou, cheguei ao final da viagem com outra visão dos acontecimentos..... Será que perdi o dom de pensar as vida das pessoas que não conheço e que habitam por minutos o mesmo espaço móvel comigo?
Fiquei confusa mas a imagem desde casal ainda surge nítida:
Ela: 42 anos, saia preta pelo joelho, salto alto com fivela no tornozelo, mala de mão a condizer, cabelo com madeixas ruivas que quando esvoaçavam espalhavam o forte aroma do seu perfume, bâton vermelho e pestanas com um ligeiro excesso de rimel...Ele: 46 anos, blusão de ganga russo, barba por fazer e o ar de quem já precisa de um fim de semana.
Mas nada que eu possa dizer define a cumplicidade que se gerou no meio de uma carruagem cheia de gente que, assim que eles entraram, ficou vazia, somente eles e eu a observar pormenorizadamente os olhos, as mãos, o movimento dos lábios, o sorriso, o charme, a/o te(n)são dos seus corpos num desejo comum.....
Eu e o meu voyerismo desmesurado.
Era amor? Paixão, instinto, o que interessa isso? Durante aqueles minutos, as palavras que ambos disseram sussurrando eram a sua lei, e sei, tenho a certeza, que muito mais do que amor, ia acontecer quando chegassem ao destino, porque não foi este o meu juízo inicial.
terça-feira, maio 27, 2008
Pensei Melhor...
Não é que não goste dos teus braços a proteger a minha cintura, mas não são necessários para te sentir abraçada.... Parece que por vezes, muitas vezes, já o fazes com o teu olhar...
Por isso voa, sempre que quiseres, e depois volta para me contares como foi.
Talvez um dia me ensines a voar como tu.
segunda-feira, maio 26, 2008
quinta-feira, maio 22, 2008
sábado, maio 17, 2008
(Re)Toma de palavras: Licença
Não peças licença, Entra, não feches a porta, deixa-a aberta para se ver o que por aqui se constrói, para que se sinta o crescer.
Não peças licença, Agarra, os olhos que te esperam na ânsia da consumição destemida, na ânsia da aspersão dos sentidos.
Não peças licença, Entra no corpo sólido, quente que compreende a outra peça do puzzle que te completa, que alimenta as certezas solarengas.
Não peças licença, Agarra-te ao último pilar que sustenta a prece de dias surpreendentemente mais amenos.
Não peças licença, Agarra, os olhos que te esperam na ânsia da consumição destemida, na ânsia da aspersão dos sentidos.
Não peças licença, Entra no corpo sólido, quente que compreende a outra peça do puzzle que te completa, que alimenta as certezas solarengas.
Não peças licença, Agarra-te ao último pilar que sustenta a prece de dias surpreendentemente mais amenos.
segunda-feira, maio 12, 2008
domingo, maio 04, 2008
(Re)Toma de palavras: Medir
Hoje vou medir-me!
Vou medir o desmedido!
Medir o tamanho do meu passo pequeno, o tempo entre os meus sentidos e o meu raciocínio, o comprimento do meu aperto de mão e o alcance do meu olhar.
Medir a quantidade de letras que solto nas minha palavras sem me importar com as consequências, sem nem querer saber os seus efeitos.
Medir a distância que me separa dos meus objectivos, o balanço que era suposto fazer e que me embala numa morna e turbulenta doçura.
Medir o crescimento do meu cabelo, das minhas unhas, por vezes vermelhas, o tamanho das minhas dentadas e o aumento sonoro das minhas gargalhadas, do meu soluçar!
Vou medir-me.Medir o tamanho do meu passo pequeno, o tempo entre os meus sentidos e o meu raciocínio, o comprimento do meu aperto de mão e o alcance do meu olhar.
Medir a quantidade de letras que solto nas minha palavras sem me importar com as consequências, sem nem querer saber os seus efeitos.
Medir a distância que me separa dos meus objectivos, o balanço que era suposto fazer e que me embala numa morna e turbulenta doçura.
Medir o crescimento do meu cabelo, das minhas unhas, por vezes vermelhas, o tamanho das minhas dentadas e o aumento sonoro das minhas gargalhadas, do meu soluçar!
Assim como quem não quer a coisa.