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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Revendo conceitos


Se, ao longo da vida, temos a oportunidade de rever valores e conceitos sobre os mais variados aspectos, com as comidinhas não é diferente.

Pare e pense: quantos sabores que você odiaaaaava na infância hoje fazem parte de seu menu?!

A vida vai mudando e os sabores se transformando. Há épocas que os doces são a alegria das papilas gustativas, em outras, aquela torta salgada se torna o manjar dos deuses na sua vida.

Alguns sabores, no entanto, desde sempre e para toda eternidade, ficarão de fora da sua vida. No meu caso, a cebola é, sempre foi e sempre será (acho!) minha inimiga número um, ainda assim, não consigo fazer arroz sem usar cebola (ainda que depois de pronto, lance longe as rodelas molengas... argh!). Quem explica?

Interessante é, de vez em quando, se dar a oportunidade de rever alguns conceitos. Isso porque se corre o risco de, por mera repetição da ideia, passar a vida toda sem se dar a chance de degustar certos sabores.

Dia desses fui convidada para um jantarzinho cujo cardápio era camarão na moranga. Não gosto de camarão - aliás, não gosto de nenhuma comida que me lembre que um dia foi viva... camarão com aqueles brutas olhos, 78589 patinhas e antenas gigantes? Affff! Mas fui de coração aberto apostando na moranga e nos amigos presentes.

A noite toda seguiu na maior alegria, bom vinho, bons belisquetes, bom papo, muitas risadas. E a moranga lá, assaaaando*. O cheiro, tanto da moranga quanto do recheio estavam maravilhosos e convidavam ao deguste.

Já na mesa, de prato servido, logo à primeira garfada me rendi: estava maravilhoso! Dei uma beijoca em mim mesma por ter me permitido provar novamente o camarão, depois de anos dizendo que não gostava. E saborzinho dele na moranga?! Combinação perfeita do sabor marcante do camarão com o adocicado da moranga.

Depois desse jantar, não posso mais dizer que não gosto de camarão. Aliás, acho que estou obcecada... quero mais! DEsde que, claro, o bichinho já não tenha mais antenas, patas e olhos!

Hey, que tal se permitir provar velhos-novos sabores? Você pode se surpreender!


*dica fundamental para quem pretende fazer camarão na moranga: ao invés de assar, por 3 encarnações, a dita cuja no forno convencional, coloque a bichina no micro-ondas por 30 minutos (abrindo de vez em quando para testar o ponto) e, por último, só para dar uma certa crocância, leve ao forno convencional, previamente aquecido, por uns 10 minutinhos. E pronto!

domingo, 12 de outubro de 2008

Sobre o paladar, o tempo e arrepios!


Ah, a doce infância! O mundo era outro. Não que fosse o mundo da lua... era esse mundo mesmo, mas de outra forma, com outros olhos. Quando se é criança, há o futuro todiiiinho pela frente, ainda que não se pare pra pensar nisso, ele simplesmente vai chegando. O passado é tão curtinho, que nem dá pra ficar se segurando nele. E o presente... ah, sempre se espera que seja dos grandes! E as mudanças! Tantas e tão rápidas e cada vez mais. Nessa fase, algumas coisas mudam a olhos vistos, como o corpo. Outras vão mudando, mudando e só nos damos conta quando paramos pra pensar no assunto. Um exemplo?! O paladar!


O paladar é, talvez, o sentido que mais se transforma ao longo da vida. Da infância à vida adulta há sabores que permanecem deliciosamente intocáveis, eram, são e sempre serão os favoritos, no entanto, conforme tudo vai mudando, o paladar também vai se modificando, se apurando, se refinando. Por isso, sabores que precisavam fazer nossas mães segurar o chinelo na mão para nos "convencer" a degustar, depois de algum tempo, necessidade ou pura consciência, passaram a ser o manjar dos deuses na vida adulta. E vice-versa, evidentemente!


Há coisas que só de lembar me causam arrepios (... e não são arrepios de emoção!). Quando era criança, a minha sobremesa favorita, a gostosura dos meus sonhos era o que chamávamos de gemada! Era uma receitinha nossa: gema, açúcar e Toddy! Urgh! Tudo devidamente misturado num copo, um creme que era degustado beeem lentamente, para que todo o sabor da gema com o achocolatado fosse apreciado com minúcia! Dá pra acreditar?! E tinha a versão "branca": gema, açúcar e uma pitadinha de canela pra apaziguar o cheirinho peculiar da gema! Lembro que essa iguaria era motivo de chantagem: "Se não comer tal coisa, não tem gemada!". Hoje, somente o contrário funcionaria bem: "Se não comer tal coisa, vai ter gemada!". Praticamente uma tortura!


Frutas, verduras, legumes e tudo que era saudável passava longe do meu cardápio! Era uma criança normal: detestava tudo e lutava com veemência (muita veemência, acreditem!) contra a presença dessas coisas em meu prato... só comia se rolasse uma gemada depois, claro! Hoje, porém, não posso imaginar um só dia sem uma frutinha, uma saladinha, um refogadinho! O paladar mudou completamente, não só pelo tempo, mas pela consciência da necessidade e pelo prazer das novidades.


Todavia, nem só do tempo nascem as mudanças. É também por conta de transformações físicas que mudamos alguns aspectos de nosso paladar. Brigadeiro, por exemplo, quando criança era capaz de comer aos quilos sem o mínimo esforço. Já adulta, porém, como um, dois, (...mentira, como três!), no máximo. Só. O sabor do brigadeiro continua maravilhoso, mas a forma física querendo se arredondar faz com que seu gosto fique um pouquinho mais amargo agora! O "paladar" mudou!


Hoje, dia das crianças, é dia de comemorar! Chute o balde! Mande a dieta dar uma volta! Um diazinho só não mata ninguém. Pense em algo que você adorava comer quando era criança (menos gemada!) e aproveite para se deliciar... vale chocolate, sorvete, macarronada, pastel! Provoque sua memória, dê um presente a seu paladar da infância! Amanhã, dá-se um jeito!!



PS:...ah, que maravilha: Fernando Alonso ganhou de novo!! Venceu lindamente o GP do Japão. Valeu a pena acordar à 1:30h, valeu sim! Meu presente. Uma rodada de brigadeiro (porque é dia das crianças!) pra todo mundo, por minha conta! Eba!