domingo, 22 de abril de 2012

Noivos, cuidado com a chuva: de arroz!!!

Fui madrinha de casamento de um casal de amigos muito queridos e quando recebi o convite, minha primeira pergunta foi:

- Quantos quilos de arroz você quer que eu providencie?!

De pronto minha amiga, a noiva, respondeu:

- Nenhum! É proibido!!

Ela então explicou que quando foram marcar a data das bodas a pessoa responsável pelas instruções deixou claro que é proibido jogar arroz nos noivos.

Segundo aprofundadas pesquisas que realizei (ã-rã!), descobri que jogar arroz nos noivos é uma tradição muito antiga, iniciada há cerca de 4 mil anos (caramba... as pessoas já se casavam nessa época?!), na China (claro!). O arroz é símbolo de prosperidade, fertilidade, saúde, riqueza e felicidade. Assim, jogar arroz sobre os recém-casados atrairia essas bênçãos e toda sorte de energias positivas para a nova fase do casal. Além de ser um charme ver aquela chuvinha de grãozinhos ao final de cerimônia!

Entretanto... depois de 4 mil anos, decidiram proibir a prática. A explicação é que os pobres arrozinhos foram motivo de milhares de acidentes. Vejam só que injustiça! Até concordo que aqueles grãzinhos crus, em contato com o piso liso, somando-se isso aos sapatos de saltos das madrinhas e convidadas, é uma combinação perfeita para os mais variados tipos de estabacos: dos escorregõezinhos aos duplo-twist-carpados. Nem falo aqui de incidentes como grão de arroz ir parar no olho da noiva ou do noivo, ficando o álbum do casamento bem parecido com o do casamento do Conde Drácula. Ou, ainda, de penteados arrasados depois de a noiva sacolejar a cabeça tal qual uma metaleira enlouquecida na tentativa de tirar 5 quilos de camil da cabeça. Creio que o que motivou a proibição foram acidentes que fizeram com que ao invés de buzinaço, o barulho do carro que levaria os noivos seria o da sirene do SAMU! Será?!

Pensei em bancar a super rebelde e traficar uns saquinhos de arroz no dia da cerimônia, mas logo pensei no Murphy... já pensou se meus amigos recém-casados tivessem que passar a noite de núpcias na fila do raio-X?? Aff... desisti da ideia, mas... com uma dorzinha no coração! Afinal, a chuva de arroz é um clássico dos clássicos!!! Até estão tentando substituir o agulhinha por pétalas de flores, papel picado e até bolinhas de sabão (essa sim perigosa... imaginem uma porção de bolhas de sabão estourando na maquiagem da noiva e borrocando tudo!!!! de-sas-tre!), entretanto... nada, na minha opinião, ocuparia à altura a chuva de arroz! Aliás... será que ninguém pensou e chuva de sal grosso?? Sei lá, me ocorreu isso agora, afinal, mais do que prosperidade, fertilidade, saúde, riqueza e felicidade, um novo casal também precisa espantar os olhos gorduchos, heim?! Taí uma ideia!!!!

No casamento desses meus amigos o que houve foi uma chuva de aplausos no corredor polonês formados pelos padrinhos, pais e avós dos noivos. Em termos de energia positiva, equiparado, mas ainda me pergunto se não devia ter moquiado um quilinho de arroz para jogar nem que fosse dentro do carro dos noivos!!! hehehehehe Claro que não é isso que fará a felicidade do casal lindo e fofo que eu adoro, mas... estou com isso na cabeça e assim que eles voltarem da lua de mel... vou recebê-los no aeroporto com uma chuva de arroz... porém, só depois de entregar-lhes capacetes, joelheiras e cotoveleiras!!

Credo gente, esse mundo anda muito perigoso!

domingo, 15 de abril de 2012

Festa no Apê!



Não, não, senhoras e senhores... não estou a tentar resgatar aquele antigo (!) sucesso (?) do cantor (?!) Latino. O que será narrado a seguir se trata de causo baseado em fatos reais:



Era sábado à tarde quando o casal, feliz da vida simplesmente por ser um sábado à tarde, resolveu abrir uma garrafa de vinho para acompanhar uns queijinhos que estavam na geladeira e comemorar as coisas simples da vida.



Lá pela metade da garrafa, já se preparando para abrir a próxima, ela teve a ideia de chamar o casal de vizinhos do andar de baixo para acaompanhá-los no queijo (só tinha gouda!) e vinho (só merlot!). No elevador, ela encontrou o vizinho da frente:



- Vai lá em casa, estamos tomando um vinhozinho e comendo queijo!

- Eba! Vou sim, vou levar um vinho que tenho lá em casa e vejo se tenho alguma coisa para acompanhar!



Chegando no apartamento de baixo, blim-blom:



- Oi, vim chamar vocês para tomar um vinho lá em casa e comer um queijinho!

- Maravilha! Mas estamos esperando um amigo... vocês se importam se levarmos ele?

- Claro que não! Vão lá!

- Tá! Vou levar uns vinhos que estão na adega e vejo se tenho algum queijo para acompanhar!



Na volta para o apartamento, nas escadas, encontrou o vizinho de cima que descia:



- Oi! Faz tempo que não via você! Como vão as coisas?!

- Nossa... muitas coisas! Muitas novidades!

- Sério?! Faz assim: faz o que você tem que fazer e depois vai lá em casa... estamos tomando um vinho e beliscando um queijinho... Chama sua namorada. Estamos esperando!

- Beleza... só vou até o mercado comprar umas coisinhas e aproveito para comprar uns vinhos e uns queijos... na volta a gente passa lá!



De volta ao apartamento, o vizinho de baixo já havia chegado e trouxe outro amigo, que chegou de surpresa. Nesse caso, o marido resolveu ir até o mercado pegar mais uns vinhos. Na frente do prédio, encontrou o irmão, que chegava de surpresa com a cunhada e os dois filhos:



- Nossa, acertaram em cheio! Estamos tomando uns vinhos com uns amigos! Subam lá que eu já volto!



No mercado, encontrou o vizinho de cima:



- Ô, rapaz... tô comprando uns vinhos pra levar lá na sua casa... sua esposa acabou de chamar a gente pra colar lá!

- A gente?

- Eu e minha namorada... e... a irmã dela... que chegou sem avisar... algum problema se a gente levar ela?!

- Beleza, rapaz, mas não é nada demais... só um bate papo entre amigos... vim pegar mais uns vinhos e já volto lá!



Na fila do caixa, claro, não podia ser noutro dia: encontrou os caras da faculdade que não via há anos! Adivinha:



- Pô... cola lá em casa... a gente toma um vinho e coloca o papo em dia!



Eram 6!



Quando chegou em casa, encontrou a esposa tentando administrar o caos. O apartamento, de 35 metros quadrados, estava lotado. Já tinha gente com taça de vinho no banheiro, trocando altas ideias, sentado na pia, com o outro, sentado na beira do box! Na mesa da cozinha, mais garrafas de vinho do que muita adega por aí! Queijos de todas as qualidades. Na pequena sala, já não se via mais o sofá. Parecia a estação da Sé, às 6h da tarde. Do quarto, vinha o som: um dos vizinhos trouxe o violão... o que motivou o outro a pegar sua flauta... e quando se viu, havia uma roda de choro instaurada, mal acomodada, mas muito empolgada!



Interfone:


- Alô!

- Boa noite... é que tem um pessoal reclamando do barulho!

- Faz assim, o próximo que reclamar... manda pra cá pra comemor com a gente!

- Vou deixar o recado... tô largando do posto agora...

- Então sobe aqui, poxa!!! Comemora com a gente!



Pouco tempo depois, já era necessário organizar um rodízio para entrar no apartamento:



- Oi, que bom que vocês vieram... Mas deixa eu pedir uma coisinha... dá pra esperar um pouco?! Vocês estão no grupo 4, tá?!



A noite já ia alta quando resolveram pedir pizzas. Quando chegou:



- Ué! o dono da pizzaria entregando pizza?!

- É a última da noite... resolvi fazer eu mesmo, mas já tô indo pra casa!

- Fica aí, então, rapaz... estamos tomando um vinho... bom, na verdade a gente tá dando uma festa de arromba!!! Aproveita!

- Posso chamar minha namorada?!

- E não?! Claro que pode!

E assim, meio sem querer... acabaram dando uma mega festa para o prédio todo (e agregados!). Quem disse que em apartamento pequeno não é possível oferecer uma "recepçãozinha" vez ou outra?! É tudo uma questão de organização, oras! Apartamento de gente boa é assim: sempre cabe mais um (monte de gente boa!).



domingo, 8 de abril de 2012

Petit déjeuner très difficile



Em Paris, ao chegar no hotel (depois de vencer uma épica batalha logística com o senhor Charles De Gaule*), o mounsieur da recepção, antes de nos entregar a chave de nosso quarto, fez suas continhas e, para fechá-las, perguntou se gostaríamos de incluir o café da manhã nas diárias, sendo acrescido 6 euros por dia (cerca de R$ 18). A amiga que não come (!) foi rápida na resposta: "não!"; eu e a outra amiga, pensamos um pouquinho e, consultadas nossas ilusões mais românticas sobre Paris, imaginamos nosso petit déjeuner (café da manhã) num buffet francês, à moda (leia-se, à fartura) brasileira: "non, merci!".



Já passava das 22h quando conseguimos "ajeitar" (bem entre aspas, viu?!) nossas coisas no quarto para, então, sairmos para comer alguma coisa. Não ficamos exatamente em Paris, mas em Ille de France, bairro residencial. Lá fora, frio de freezer (não digo de congelador porque não estava nevando! mas podíamos ver a fumacinha branca rolando pelos ares... tal qual um freezer!). Andamos um, dois, três, quatro... um bilhão de quarteirões e... nada... nenhum restaurante aberto. Quando tudo parecia perdido, justamente a amiga que não come encontrou uma... adivinha... pizzaria aberta!! Nosso primeiro dia na França, depois de 7 na Itália, seria brindado com uma pizza preparada por um napolitano legítimo... todo simpatia! Pizza divina e maravilhosa.



No dia seguinte, acordamos cheias de disposição (ou quase isso) e nos pirulitamos para rua. Antes de qualquer coisa: café da manhã. E, juro, não sei porque cargas d'água, os caminhos resolveram brincar conosco!! Não sei o que acontece com aquele bairro, mas simplesmente não conseguíamos acertar um único caminho sequer!!!



Depois de rodar um bucado (no último dia nos demos conta de que tudo estava ao lado do hotel, mas por ironia de alguém, não se sabe quem, sempre andávamos quilômetros para encontrar um mercadinho que fosse!), encontramos um café que justificou toda aquela andança. O café da Bárbara e do Alexandre, onde tomamos o melhor café de todos, acompanhado de um pão divino! Ele todo encantado com o Brasil... conhece Trancoso (que custo dizer esse nome!) e está louco para voltar aos trópicos (aliás, diga-se de passagem: a cada 10 parisienses para quem dizíamos que éramos brasileiras, 5 dizia que quer conehcer e 5 dizia que quer morar aqui! très chic ser brasileiro na França, viu?!). Peninha que esse lugar fofo ficava no fim do arco-íris e, portanto, nos demais dias, não conseguimos tomar café por lá... sempre estava fechado... coisa muito estranha!



Estranhas, estranhas mesmo... são as padarias. Vejam só que coisa mais curiosa: nas padarias, vendem-se apenas, tão somente, não mais do que... pães! Então, de pão em punho, fomos à cata do café... encontrado... ah-rá... na tabacaria!



Uma verdadeira batalha que se tratava todas as manhãs em busca do petit déjeuner du matin. O mais bizarro nessa busca é o fato de que, talvez abestalhadas pela fome lancinante que já paralisava nossos vigorosos e engenhosos cérebros, não recorremos à mais óbvia e trivial das soluções: o café da manhã do hotel, poxa!!! Só no último dia, depois de quase perdermos o gosto pela vida, eu e a amiga, que também acorda tal qual um leão faminto, optamos pela mais racional das alternativas: o bom, pertinho, confortável, gostosinho e muito bem pago (senão quase de graça, tendo em vista que não há dinheiro que pague a Paz!) café da manhã do hotel.



Claro que teve toda a parte maravilhosa, indescritível, inacreditável, glamourosa e fantástica de Paris... mas abordar esse aspecto da Cidade Luz seria tão clichê... então, resolvi, para fechar essa minimicrotemporadinha na Europa falando da maior dificuldade enfrentada: a fome!!!!!!!!



Ah, sim... uma dica preciosa para quem vai à França e, assim como eu, é cheio de frescurinhas para comer: PAUL! Uma rede de lanchonetes (???) espalhadas por toda a Paris e que tem os lanches mais incríveis, saborosos, gigantescos e maravilhosos para encher a barriguinha durante suas andanças! Mais uma coisa: pelo amor de Deus Todo Poderoso... não arrede pé de Paris sem provar (apreciar, devorar) os macarrons... nuvens de amêndoa que derretem na boca!! E os chocolates... Lindt por todos os lados, chega a ser ordinário (e muito barato, importante dizer)! Hummm... olha eu aqui, falando de maravilhas... mas acho que Paris é isso, acho que todos que saem de lá já o fazem pensando na volta, como se fosse ali!

*o aeroporto cujos caminhos para sair deixam São Longuinho precisando de GPS!