31/01/2013

A revisão de artigos científicos

Aviso: este post só interessa ao pessoal da ciência...

Há alguns anos, comecei a receber convites para rever artigos para revistas profissionais. Fiquei super entusiasmada! Já era considerada uma perita na minha área! Geralmente aceitava todos os convites que chegavam até mim e revia cuidadosa e entusiasticamente os manuscritos, aprendendo imenso no processo.

Lembro-me uma semana em que recebi três artigos para rever, um deles da revista de topo da minha área... aceitei os três e depois dediquei um dia inteiro a cada manuscrito (três dias numa semana foram portanto passados a rever artigos...). Sentia-me contente porque estava a dar um bom contributo para o processo do peer-review. A minha actividade como revisora cresceu agora para um número confortável de revistas diferentes, que fica muito bem no meu CV.

No entanto, chega uma altura em que simplesmente não sobra muito tempo para estas tarefas. Rever um manuscrito científico requer tempo, paciência e vontade de fazer um bom trabalho. Às vezes recebo artigos em alturas em que estou mesmo ocupada e a minha primeira reacção é "Oh não, outro artigo não!!..."

Percebi que não posso aceitar todos os artigos que recebo. E assim tive que desenvolver uma estratégia para decidir se aceito ou não os convites...

1. Não aceito manuscritos se se aplicar um dos seguintes pontos:

- não é a minha área de especialização
- estou muito, mas mesmo muito ocupada nas próximas semanas; prefiro rejeitar o convite do que fazer uma revisão à pressa porque a minha cabeça está a pensar noutras coisas...
- o editor espera uma revisão em poucos dias, tipo uma semana ou menos (sim, acontece, sobretudo em revistas de mais baixa qualidade)

2. Se estiver mesmo indecisa, tenho em consideração o seguinte:

- a revista é uma boa revista? Já recebi artigos de revistas que nunca ouvi falar que aceitei, mas quando me dão prazos de 4 ou 5 dias, digo logo que não (devem pensar que não tenho mais nada para fazer)
- já revi algum artigo para essa revista? Nova revista significa nova linha no CV, por isso aceito...
- dão-me acesso ao Scopus? Se derem, aceito logo! Adoro o Scopus e na universidade só tenho acesso ao Web of Knowledge. Por isso, se o convite vier com 30 dias de Scopus grátis, aceito!

Seja como for, costumo aceitar a maior parte dos artigos que recebo para rever... gosto de fazer a minha parte, contribuir para o peer-review e para a qualidade da ciência que é publicada. É verdade que rever artigos pode ser uma grande seca, mas também se aprende bastante no processo... e saber que estou a contribuir para o avanço da ciência é uma sensação fantástica!

29/01/2013

Destination: Simple


Destination: Simple é um ebook de Brooke McAlary, a blogger australiana que assina o Slow Your Home

Aproveitei uma tarde soalheira sozinha em casa, durante a semana entre o Natal e a passagem de ano, que é uma das minhas alturas preferidas do ano, para o ler. Sentei-me no sofá da sala, ao sol, com o computador ao colo e uma chávena de chá na mão. Li o livro em menos de nada e reflecti imenso. Voltei ao início, reli algumas passagens e fiz os exercícios propostos pela autora. Adorei o livro e recomendo-o vivamente.

No entanto, e tal como refere a Brooke, este livro não é um guia para organizar a casa. É um livro sobre aproveitar os rituais e ritmos, sermos intencionais nas nossas acções diárias e criarmos a vida, mais simples e mais feliz, que queremos.

O livro foca-se, em primeiro lugar, numa série de rituais que nos ajudarão a viver de forma mais presente, consciente e intencional - single-tasking, desligar, esvaziar a cabeça, estabelecer as três tarefas mais importantes e praticar gratidão. Os rituais são, na verdade, aquilo a que costumamos chamar hábitos, mas, segundo Brooke, devemos dar mais significado e importância às pequenas tarefas diárias - e assim elevá-las ao nível de rituais.

Enquanto as rotinas têm uma conotação rígida e inflexível, aos ritmos associamos ordem, flexibilidade, movimento e fluidez. Em vez de estabelecermos rotinas diárias, devemos considerá-las ritmos. Até o som da palavra é mais agradável! A segunda parte do livro foca-se nos ritmos da manhã e da noite, e são apresentadas estratégias para definirmos os nossos próprios ritmos. Graças a este exercício, percebi, por exemplo, que a minha hora ideal para acordar de manhã é às 5h30, e não às 5h como tenho tentado fazer.

Não me enquadro na categoria de pessoas que, segundo a autora, podem beneficiar com a leitura do livro - pessoas demasiado ocupadas e sobrecarregadas que vivem vidas agitadas. Graças ao minimalismo, já me deixei disso há algum tempo. Mas este livro foi, para mim, inspirador. Deixou-me feliz com as minhas escolhas e deu-me força para continuar a simplificar a minha vida. Adorei sobretudo os termos rituais e ritmos - soam muito melhor que hábitos e rotinas e vou adoptá-los a partir de agora!

versão kindle
versão pdf

28/01/2013

Livros para gente caseira

O tema do Bundle of the Week desta semana é homemaking. São 5 ebooks por apenas 7.40 USD, pouco menos que 6 euros.



Deste 5 livros, tenho o Plan it, don't panic, que é sobre o planeamento das refeições. Para quem tem problemas nesta área, este livro é uma grande ajuda. Já li também o The hybrid homemaker, que é sobre a simplificação que a autora fez na sua vida para conseguir deixar o seu emprego e começar a trabalhar para si própria.

Os 5 livros são estes e estão disponíveis até à próxima segunda-feira.

Organizing Life as MOM by Jessica Fisher
Easy. Homemade. by Mandi Ehman
Plan It, Don’t Panic by Stephanie Langford
Hybrid Homemaker by Melissa Gorzelanczyk

Trocar o carro pela bicicleta


Somos uma família de dois adultos e duas crianças, e temos dois carros e uma moto4. Os veículos são nossos e estão todos pagos. 

Quando comecei a simplificar a minha (a nossa) vida, comecei a ir mais vezes a pé para o trabalho (é uma caminhada de 25 minutos). Muitas vezes, ficava um dos carros e a mota parados à porta de casa. Apercebi-me rapidamente que não precisamos de três veículos. Tentei explicar isto ao J. Ele sempre achou que os dois carros são necessários.

Há uns meses comprei três bicicletas, uma para mim e duas para os miúdos. Queria comprar uma bicicleta para o J., mas ele só queria uma toda xpto, e para ficar guardada a maior parte do tempo não valia a pena. Comecei a andar de bicicleta e, de vez em quando, a ir de bicicleta para o trabalho (não vou mais porque não há ciclovias e a estrada não é lá muito segura para as bicicletas). O J. continuou a ir de carro ou de mota para o trabalho, que fica a menos de 3 km de casa (o meu fica a cerca de 2.5 km).

Até que, em Dezembro, o J. recebeu uma carta... a dizer que tinha que ficar sem carta de condução durante dois meses. Para mim, foi ouro sobre azul! Não havia volta a dar - o J. precisava mesmo de uma bicicleta para ir para o trabalho. Lá fomos comprar uma e ele começou a ir de bicicleta, todos os dias. 


O J. já anda nisto há mais de 1 mês e o tempo tem ajudado - chove, mas não nas horas a que ele faz as deslocações. Faz exercício físico todos os dias (e a última parte do caminho para casa é uma subida bem puxada), apanha ar puro, poupa gasóleo, não tem que procurar lugar para estacionar o carro... Quando a carta de condução voltar, ele vai continuar a ir de bicicleta - pode ir uma vez ou outra de carro ou de mota, mas a bicicleta sem dúvida que veio para ficar!

No outro dia ele disse-me que devíamos vender um dos carros (um dos carros até ficou sem bateria por estar parado). Umas vezes acho que sim, que devemos vender um dos carros, outras vezes acho que não, que mais vale manter os dois pois são nossos e não dão muita despesa, outras vezes não sei... Tenho andado indecisa em relação a isto... Se vivêssemos em Lisboa ou noutro sítio com uma boa rede de transportes públicos, não haveria dúvidas em relação ao caminho a tomar, mas aqui em Faro... Enfim!...

Adorei ler este post da Nathalie, uma nativa de Montreal, sobre este assunto de não ter carro. O carro dela avariou e em vez de gastar imenso dinheiro no arranjo, ela optou por ficar sem carro. O que é que mudou na  sua vida? Resumidamente, mais tempo ao ar livre, mais exercício físico, menos stress, mais perda de peso, mais presença no momento, mais tempo de qualidade com a família, e, claro, mais poupanças.


E vocês, andam de bicicleta no dia a dia?

26/01/2013

100 coisas a menos

O Reverse 100 Thing Challenge, idealizado pela Courtney Carver, é um desafio simples: dar/jogar fora 100 coisas!

Embora a minha casa já não tenha tralha praticamente nenhuma (ontem enchi dois sacos grandes de tralha do quarto dos miúdos e livrei-me de uma estante que ficou vazia), a arrecadação na cave tem. Mal temos espaço para as bicicletas... A cave, como é lá em baixo e está longe da vista, nunca me afectou muito... até comprarmos as bicicletas e o J. começar a deslocar-se diariamente de bicicleta para o trabalho. É complicado mexermo-nos dentro da cave com a tralha toda que lá está... Isto começou a deixar-me perturbada e decidi lançar mãos à obra. Uma minimalista com uma cave cheia de tralha?? Nem pensar!

Hoje joguei fora:

- 1 vaso que comprei República Checa, meio rachado
- 1 candeeiro de mesa
- 1 candeeiro de tecto ferrugento
- 2 dossiers e respectivas papeladas
- 3 livros em russo (o meu russo já era...)
- uns quantos manuais de uma formação do J.
- vasos em plástico
- 1 moldura
- 1 prato decorativo
- e mais umas quantas tralhas

Pus dois sacos junto ao caixote do lixo e quando voltei, menos de 10 minutos depois, já alguém os tinha levado! Espero que a minha tralha seja útil a alguém...

Não fotografei nem fiquei com nenhum registo destas coisas que foram fora, por isso contabilizo apenas 13. Da maneira como está a cave penso que será fácil chegar às 100 coisas... 

Amanhã ver se tiro fotos da cave e jogo mais qualquer coisa fora!

25/01/2013

A vida simples de pessoas reais - Bárbara

Um dia fui sem querer ter ao teu blog já não sei como! A principio estava um pouco céptica e não sabia até que ponto concordava com o que ali estava escrito, mas fiquei curiosa, fui lendo mais um post e mais outro, e mais outro e mais outro!

Fui começando pela casa, 15 minutos de cada vez, primeiro a sala, depois o quarto, depois a casa de banho e por fim a cozinha.

Foi uma diferença abismal, dei conta da quantidade de coisas que tinha a mais e que não serviam para nada, de todo o lixo que andava em gavetas e caixas e caixinhas e armários!

Tudo o que estava em boas condições foi para dar e o resto foi para o lixo.

Moro com o meu rapaz num T1 no centro do Porto, está de tal maneira transformado que ele agora diz que moramos num T3! :)

Mas além das coisas físicas que mudei, o melhor para mim foi mudar a minha maneira de ver as coisas: a casa onde moramos é pequenina mas também não precisa de ser maior, serve muito bem para nós os dois. Estamos atualmente a pensar numa casa nova, mas só porque estamos a pensar em aumentar a família.

O carro que temos, faz a sua função também muito bem, não precisamos de dois! Passei a ir para o trabalho a pé, ou de autocarro quando chove.

Cada vez me sinto mais desprendida da necessidade de ter bens materiais, não querendo com isto dizer que não compramos, nem gostamos de nada! Mas não nos sentimos escravos do consumismo e daquilo que a maior parte das pessoas acha que deve ou que precisa de ter.

Não preciso de uma casa gigantesca, não preciso de carros enormes que gastam 50 L de gasolina aos 100 km (estou a exagerar, eu sei), preciso é de tempo para fazer o que eu quero e para estar com as pessoas de quem gosto!

Cada vez vivo mais feliz com a gestão do meu tempo e acho que só vai melhorar, porque isto é viciante, quanto mais fazemos mais nos sentimos capazes de fazer!

Claro que tenho amigos que acham que eu sou doida, seja porque acho que não preciso de nada, seja porque me levanto mais cedo do que preciso para fazer coisas úteis de manhã, para fazer ginástica, etc!

Para mim a grande beleza desta mudança, além de me sentir muito mais leve e feliz, é a diferença que já começo a ver nas pessoas que me rodeiam.

Rita, dizias e muito bem que não podemos impor o minimalismo e a organização às pessoas que nos rodeiam, mas que ao sermos organizados eventualmente as pessoas ao nosso lado também o são, e é a mais pura das verdades!!!!

Que bom é ouvir o meu rapaz a dizer:

- Este armário das toalhas tem que ser destralhado, não precisamos de tantas!

Ou o meu colega de trabalho, que me interrompe frequentemente embora cada vez menos:

- Envia-me o link para aquele programa do pomodoro.

Enfim, fico feliz!

Mais uma vez, muito obrigada Rita por partilhares tudo o que partilhas connosco! Já te disse e repito, ler o teu blog mudou a minha vida, e começa também a mudar a vida das pessoas que me rodeiam!

Nada melhor do que encarar a vida e o mundo, com a tranquilidade de saber que com calma e organização tudo se resolve!

Bárbara Roseiro


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23/01/2013

Repensando as mídias sociais

De vez em quando dá-me para pensar no tempo que passo na internet - tempo esse que podia usar para outras coisas que me dão mais prazer. Os problemas não são os blogs, pois já reduzi muito o número de blogs que sigo; são as redes sociais. Eu até não passo muito tempo no facebook ou noutros lados (já passei mais), mas mesmo assim acho que estou demasiado presente em demasiados sítios - e não quero. 
Este post da Astrid veio reforçar ainda mais esta vontade que tenho de eliminar contas... Mas em vez de ser impulsiva e arrepender-me depois, avaliei os prós e os contras de cada rede social que uso...

Facebook
Tenho a minha conta pessoal e a página do blog. Na conta pessoal só aceito pedidos de amizade de pessoas que conheço - e de vez em quando elimino alguns. No outro dia fui mais longe. Passei de 250 amigos para 145! Ah! Em relação à página do blog, gosto dela. Gosto de partilhar links e outras coisas que vou encontrando pela internet e gosto da partilha de informação que às vezes se gera. E claro, o Bom dia manhãs! Mas acho que se não fosse pela página do blog, já tinha eliminado a minha conta...

Não partilho muito no twitter, mas gosto de seguir algumas pessoas, sobretudo do mundo académico e minimalistas. Aparecem links para posts interessantes e já tive acesso a coisas giras através do twitter. Sigo apenas 50 utilizadores.

Blogs/Google reader
Eliminei todos os blogs de que era seguidora e adicionei-os (alguns, a maioria eliminei de vez) no reader como subscrições, pois é mais fácil gerir subscrições que blogs que seguimos no google reader.

Gosto do Pinterest mais para guardar imagens para consulta futura do que para partilhar. A minha actividade no Pinterest resume-se a "pinnar" imagens de que gosto. Não comento, não "gosto", não interajo com outros utilizadores.

Gosto muito do Flickr! Gosto sobretudo de ver o dia a dia das outras pessoas em imagens e inspirar-me com as fotografias fantásticas que por lá andam. Tenho uma conta pro, paga, que tenciono começar a utilizar melhor, nomeadamente para fazer backups das minhas fotos e para partilhar fotos só com família e amigos.

Instagram
A primeira aplicação que instalei no meu novo smartphone foi o Instagram. Há tanto tempo que via fotos  girísssimas com aqueles filtros que dão um ar antigo e queria muito tirar fotos assim. Depois percebi que o app do Flickr também tem esses filtros. E fiquei a pensar se valeria a pena partilhar fotos no Instagram e no Flickr. A verdade é que partilhei só meia dúzia. Não gosto das fotos quadradas... Mas comecei a seguir algumas pessoas e gosto de ver as suas fotos. Portanto, agora não sei o que fazer em relação ao Instagram... Continuar com a minha conta só para ver as fotos dos outros ou cancelá-la de vez... A Astrid também se debateu com estas questões e decidiu acabar com a sua conta. Eu ainda não sei o que fazer...

LinkedIn
Dizem que o LinkedIn é um excelente cartão de visita e que pode mesmo trazer novas oportunidades de emprego. Bem, na minha área não é assim que as coisas funcionam... No meio académico há outras redes sociais que são tipo CVs online. Estou em três, mas nenhuma exige muito trabalho. É só actualizar o CV quando é necessário. Por isso, saí do LinkedIn.


A verdade é que, felizmente, cada vez passo menos tempo nestas redes sociais (excepto os blogs, pois gosto de os ler). Tenho que fazer um novo projecto das 168 horas para ver quanto tempo de facto é que dispendo nestas coisas... mas acho que não é muito!

E tu, que redes sociais usas?

21/01/2013

Para quem gosta de cozinhar...

... os 5 livros do Bundle of the Week estão recheados de refeições fáceis! Para quem ainda não conhece, o Bundle of the Week é um conjunto de 5 ebooks da mesma temática que estão à venda durante uma só semana por apenas 7.40 USD (pouco menos de 6 euros).


Os 5 livros incluídos são:

Crock On! by Stacy Myers
20-Minute Meals by Leigh Ann Dutton
Feast in 15 by Tiffany King
Got Dinner? by Susan Heid
Eat This by Renee Tougas

Menos ferramentas, mais produtividade

Eu adoro experimentar coisas novas! Já usei variados tipos de agendas e variadas ferramentas digitais para me organizar. Gosto de experimentar as coisas durante uns tempos e ver o que resulta para mim. E claro que quanto mais simples, melhor. 

Por isso, este ano, voltei à agenda papel. Eu andava sempre com um bloco de notas na mala, que usava mais ou menos como a Thais. Escrevia o que tinha a escrever de importante para o dia, desde os MITs, lembretes, etc. Apontava as despesas diárias numa das folhas e fazia listas noutras folhas. O que invariavelmente acontecia é que a informação ficava dispersa pelo caderno e quando passava as coisas importantes para o computador, tinha que andar à procura.

Por isso, decidi substituir o caderninho por uma agenda Moleskine. Serve exactamente para o mesmo, mas agora aponto a informação de cada dia no dia respectivo. A agenda Moleskine é agora a minha única ferramenta analógica.

De resto, continuo a usar o Google Calendar, no qual tenho vários calendários, alguns deles partilhados, e o Google Tasks (estou, no entanto, a experimentar o asana e a adorar!)

Criei novas categorias no GTasks de modo a adaptar-se ao sistema do The Power of Less do Leo Babauta:


Batch tasks - tarefas rápidas, maioritariamente de trabalho, que agrupo e faço nos períodos em que estou menos focada (geralmente depois do almoço ou no final do dia de trabalho); são telefonemas, emails, tratar de papeladas e coisas rápidas que não exigem muita concentração

Monday tasks - tarefas importantes que vão surgindo e que têm que ser feitas, mas que não são relacionadas com os 3 projectos em que estou a trabalhar; dedico-lhes um dia por semana

waiting @work - coisas de que estou à espera no trabalho (encomendas, respostas a emails, pagamentos, etc.)

co-workers @work - coisas importantes que outras pessoas estão a fazer (projectos de alunos, artigos a serem revistos pelos co-autores, dados a serem processados por colegas, etc.)

bucket @work - lista de coisas que quero fazer (artigos para escrever, hipóteses para testar); é uma could do list, e não uma to do list (se bem que muitos dos items têm mesmo que ser feitos)

blog, home & family - could do lists de coisas que poderei fazer; não me sinto obrigada a fazer nada do que está nestas listas - as coisas mesmo importantes são logo feitas, não vão para uma lista...

waiting - coisas de que estou à espera...


Ah, isto assim parece-me muito melhor! Longe vão os dias da pesada agenda GTD...

Há pouco tempo descobri uma nova ferramenta de gestão de tarefas, o asana. Gostei do aspecto minimalista e criei uma conta. Ainda estou em fase de adaptação, mas para já estou a adorar! Talvez se siga um post sobre o assunto daqui a uns tempos... Alguém conhece e usa o asana?

18/01/2013

A vida simples de pessoas reais - Luar (I.P)

Foi em meados de Setembro de 2011 que descobri o blog da Rita. Tudo começou com um livro sobre o GTD que vi numa livraria. Na altura nem sabia o que era e quando cheguei a casa fui pesquisar sobre o assunto. De site em site, blog em blog, acabei por ir parar ao Busy Woman and the Stripy Cat. Gostei da estrutura, da escrita e devorei o post sobre a agenda GTD e afins. E assim começou a minha aventura neste método. Tal como a Rita, comecei com a agenda em papel mas sempre fui pouco dada a carregar coisas pesadas e a executar métodos complicados. Progressivamente fui simplificando (e também pela Rita descobri o ZTD e o Leo Babauta) e hoje em dia tudo se resume ao meu android, ferramentas digitais e uma revisão semanal eficiente.

Em termos de organização e produtividade (quer em casa quer no trabalho) outra coisa que conheci pelo Busy Woman and the Stripy Cat foi a técnica Pomodoro e fiquei fã. Tenho-a utilizado no trabalho e tem-me ajudado a ser mais concentrada na tarefa que estou a fazer e a conseguir executá-la de forma mais eficiente, sem me perder com outras coisas pelo meio (nem sempre é fácil, porque me pedem várias coisas ao longo do dia, mas é uma ajuda).
Para além disso, tenho-me interessado cada vez mais pelo minimalismo, pela simplificação e pela diminuição da minha pegada ecológica e tenho aproveitado muitas ideias (os panos microfibras ou a utilização do vinagre, por exemplo) e devagarinho tenho vindo a diminuir a quantidade de coisas que tenho (já me fartei de doar e deitar coisas fora este ano).
Chego ao fim do ano satisfeita com a minha evolução na minha organização pessoal e profissional e espero continuar a simplificar cada vez mais a minha vida e dia-a-dia pois faz-me sentir mais leve e menos stressada.
Sem dúvida durante este ano me senti motivada por vários blogs e o da Rita foi um deles. Tem sido um prazer acompanhá-lo e espero que o próximo ano seja ainda melhor.
Luar (I.P), Lado Lunar


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16/01/2013

A manhã perfeita

a sunny and quiet afternoon at home
(a foto foi tirada numa tarde de sol, mas as manhãs são muito parecidas - mas com menos luz...)

Eu sou uma madrugadora - já o posso dizer! Depois de mais de um ano a sonhar (e a tentar) ser uma early riser, posso dizer que cheguei lá. Quando me levanto às 6h já me parece tarde!...

Não há dúvida que os dias em que me levanto cedo (leia-se, às 5h30 da manhã) correm muito, mas muito melhor. Quando chego ao trabalho às 9h, chego já com um sentimento de dever cumprido. E isso dá o tom para o resto do dia - e tudo corre melhor!

Até chegar aqui demorei meses... e dei vários passos:

Encontrar a hora ideal para acordar
Custou encontrar a hora ideal para acordar. Às 6h parecia-me demasiado apertado para escrever e fazer exercício físico, às 5h parecia-me cedo demais. Depois de listar as coisas que queria fazer de manhã e o tempo que queria para cada actividade, decidi-me pelas 5h30.

Despertar de forma agradável
Eu sempre gostei de acordar com música e há muitos, muitos anos que acordava com a Antena 2. No entanto, no inverno, noite cerrada lá fora, nem a Antena 2 me arrancava da cama a maioria das vezes - mas a wake-up light sim! Com a wake-up light, o sol começa a nascer no meu quarto e os passarinhos despertam-me à hora marcada.

Uma chávena de chá quente
Não bebo café, mas uma chávena de chá preto bem forte quando acordo nunca falha - mesmo no verão.

Aproveitar o silêncio da manhã para meditar
Comecei a meditar há cerca de 2 meses e só tenho pena de não ter descoberto esta prática há mais tempo. A meditação tem inúmeras vantagens - incluindo melhorias nas conexões cerebrais.

Trabalhar em coisas que me apaixonam
A minha cabeça funciona muito melhor de manhã. Outrora aproveitava estas horas da manhã para a escrita cientifica, mas como também gosto de escrever outras coisas que não consigo (ou não devo) durante o dia de trabalho, comecei a aproveitar as manhãs para tal.


Desde o início do ano que as minhas manhãs são mais ou menos assim:

(22h00 - hora de deitar)
05h30 - levanto-me; vou directa à cozinha pôr a água a ferver para o chá; vou à sala ligar o computador e desligar o alarme do telemóvel, que toca 10 minutos depois do despertador do quarto; dou os bons dias no Bom Dia Manhãs, via mobile (às vezes falha...)
05h40 - 05h50 - medito durante 10 minutos (mas quero aumentar o tempo da meditação)
05h50 - 07h45 - escrevo; estou a trabalhar num livro e além de escrever, também faço pesquisa nesta altura; não vejo emails nem redes sociais
07h45 - 09h00 - despacho-me, acordo os miúdos, pequenos-almoços, escola, e chego ao trabalho por volta das 9h (ou um pouco depois, se for a pé)

Costumava fazer exercício físico (o Ripped in 30) às 7h, mas percebi que aproveito melhor o tempo se o fizer numa altura em que não consiga fazer trabalho concentrado, como à tarde quando chego com os miúdos a casa. Enquanto eles lancham, faço o dvd.

E tu, como aproveitas as tuas manhãs?

14/01/2013

Trabalhar em casa - 5 novos livros

Os 5 livros desta semana do Bundle of the Week são sobre trabalhar a partir de casa - um tópico que me apaixona!


O pacote custa 7,4 USD (não chega a 5 euros) e os livros incluídos são os seguintes:


Work Shift by Anne Bogel
Smalltopia by Tammy Strobel
The Bootstrap VA by Lisa Morosky

Consegue mais, fazendo menos

Como sabem, eu devoro tudo o que seja ebooks sobre produtividade e gestão do tempo. Quanto mais leio, mais me identifico com a filosofia de vida do Leo Babauta (até mesmo com a história de viver sem objectivos). Por isso, depois de ter lido o seu livro The Power of Less várias vezes, vou finalmente implementar as suas estratégias ao meu trabalho. Os princípios de produtividade do Leo são, claro, baseados na filosofia minimalista e aplicam-se a qualquer área da nossa vida:

1. Estabelecer limites
2. Escolher o essencial
3. Simplificar
4. Focar
5. Criar hábitos
6. Dar pequenos passos

Aplicados ao trabalho, estes princípios dão origem a uma estratégia de planeamento e execução de tarefas altamente eficaz. E não é só o Leo que o diz. Há quem tenha experimentado e obtido excelentes resultados.

São apenas 3 coisas muito simples:

1. Um só objectivo
2. Três projectos
3. Tarefas mais importantes

Como é que eu vou aplicar isto ao meu trabalho?

1. Um só objectivo
Como já referi, cada vez compreendo melhor o conceito de viver sem objectivos e como é que as pessoas até se tornam mais produtivas desse modo. Sempre me custou estabelecer objectivos (os tais SMART goals: específicos, mensuráveis, realistas, relevantes e temporizáveis) a médio ou longo prazo, portanto o viver sem objectivos soa-me muito melhor do que estratégias contrárias. Como diz Stephen M. Shapiro no seu livro Goal-Free Living  (que adorei - segue-se review em breve), viver sem objectivos é ir do ponto A ao ponto B usando uma bússola e não um mapa. O Leo escreveu The Power of Less antes de começar a usar a bússola, mas mesmo quando usava o mapa, ele focava-se num único objectivo de cada vez, de maneira a investir toda a sua energia nesse único objectivo. O meu One Goal? Ser feliz.

2. Três projectos
As pessoas envolvem-se em demasiadas coisas ao mesmo tempo, sobretudo porque não sabem dizer não ou não conseguem focar-se no que é mais importante. Eu já passei por esta fase, e agora digo não, faço o que gosto e faço-o melhor. Mas mesmo assim tenho demasiadas coisas a acontecer ao mesmo tempo, o que é próprio do meu trabalho. É impossível focar-me apenas numa só coisa, por exemplo, escrever um artigo científico, e não fazer mais nada até o acabar. Mas é possível escolher três projectos importantes (que não têm necessariamente que ser todos relacionados com o trabalho) e focar-me quase exclusivamente neles. Quase, porque como disse, estão sempre a aparecer outras coisas que têm que ser feitas. O que vou tentar fazer a partir de Janeiro é escolher 3 projectos, trabalhar neles e acabá-los todos antes de começar outros 3, tal como recomenda o Leo. No entanto, vou reservar um dia da semana para fazer as outras coisas: reuniões com alunos, revisão de artigos, escrever resumos para congressos, tratar de burocracias, etc.

3. Tarefas mais importantes
Estabelecer MITs diárias é aconselhado por muitos gurus da produtividade e a coisa realmente resulta. Depois de completar essas 3 tarefas mais importantes, o resto do dia é canja!

11/01/2013

A vida simples de pessoas reais - Ana

Olá! Sou a Ana, vivo no Porto, tenho 28 anos e sou vegan. Sempre fui uma pessoa muito organizada. Sempre gostei de listas, de limpezas, de planear as coisas com antecedência e nunca gostei muito de datas pré-definidas para se festejar determinada coisa.

Descobri o minimalismo numa altura em que andava ainda mais virada para a organização. Como tinha mudado de casa para viver com o namorido há relativamente pouco tempo, ainda havia bastantes coisas que queria organizar, nomeadamente coisas antigas que já não usava, mas queria guardar… Tinha até já feito uma lista no site do Ikea com todas as caixas, caixinhas e acessórios que queria comprar… Nessa altura descobri este blog (através de outro penso eu) e fez-se luz!

Comecei a colocar imensas coisas em questão e descobri que o mais sensato era de facto livrar-me de tudo aquilo que queria guardar. Se não ia usar e não, para quê gastar dinheiro em caixas e desperdiçar espaço em casa com isso?! Eu só pensava: “Como é que não me lembrei disto antes?”. A verdade é que não me lembrei e foi graças a este blog que descobri este estilo de vida e muitos outros blogs (sobretudo americanos) sobre o assunto. Outra coisa muito boa é que o minimalismo vai de encontro às preocupações ecológicas que sempre tive e foi também por isso que comecei a usar produtos de limpeza caseiros (sempre o quis fazer mas não sabia bem como…).

Antes de dar início ao verdadeiro destralhamento, comecei por ler muito sobre o assunto (como faço sempre com qualquer tema que me interessa; foi assim que me tornei vegetariana). Só depois comecei a pôr todos os conselhos e teorias em prática. Desde que comecei (está a fazer um ano por esta altura) já me livrei de imensas coisas. Dei mesmo muita coisa a instituições, amigos e familiares, coloquei muitas outras coisas no lixo e vendi outras. Livrei-me de roupa/sapatos/carteiras/acessórios, livros, cds, utensílios de cozinha, objectos de decoração, tapetes, imensos papéis e fotografias, souvenirs e lembranças (que fotografei), contas bancárias, perfis em redes sociais, conteúdo digital, telemóveis antigos e muito mais.

No entanto, fiz as coisas de uma forma gradual, até porque não vivo sozinha. Todos os dias registava novas coisas para arrumar. Sempre que me lembrava de uma zona nova para arrumar ou de algo para dar ia registando no telemóvel, pois não queria deixar escapar nenhuma ideia. Todos os dias, ao final do dia, tinha sempre algo novo para destralhar e isto estendeu-se durante vários meses… Como não vivo sozinha algumas coisas tiveram que ser negociadas e como nem toda a gente é como eu, algumas das coisas estão simplesmente guardadas. Assim continua a ser fácil limpar a casa e como fiquei com muito espaço livre nos armários, posso bem arrumar algumas coisas. Afinal se com o minimalismo se aprende a valorizar as pessoas e as relações em detrimento das coisas, não faz muito sentido nos chatearmos com as pessoas mais importantes por causa das ditas coisas, certo?

Acho que só passado uns três ou quatro meses comecei verdadeiramente a sentir os efeitos deste estilo de vida. Tinha muito mais tempo para mim e para as coisas que mais gosto de fazer e sobretudo (que era um dos grandes objectivos) gastava muito menos tempo a limpar a casa. Quanto ao organizar a casa (refiro-me àquelas grandes organizações que fazemos de x em x tempo, tipo spring cleaning) simplesmente deixei de o fazer! Não se organiza tralha! Em vez de organizar prefiro destralhar! Sei que se sentir a necessidade de organizar algo a fundo então é porque tenho coisas a mais!

Passei também a praticar exercício físico com mais regularidade (que era algo que já não conseguia fazer de forma consistente há muito tempo mesmo), comecei a meditar e a relaxar (coisa que sempre achei impossível pois sempre fui uma pulga eléctrica!), comecei a escrever (algo que já queria fazer há muito tempo) e passei a dedicar-me mais à cozinha (que sempre adorei!).

No fundo descobri mesmo um novo eu! E isto não aconteceu simplesmente porque me livrei de tralha. Aconteceu sobretudo porque a seguir à tralha, vieram os compromissos, as cismas, as histórias do passado, as relações que já não interessam e só nos fazem mal, o ligar ao que os outros pensam… aí sim ainda senti mais os efeitos do minimalismo e por isso não poderia estar mais feliz. Com a correria dos dias vamos acumulando camadas e camadas no nosso ser e o minimalismo permite justamente ir retirando camada a camada e perceber o que é mais importante para nós e aquilo que precisamos de mudar. Para além disso, graças ao minimalismo poupei imenso dinheiro, o que numa altura como esta é mesmo muito bom!

Numa frase posso dizer que me tornei muito mais feliz! O próximo ano será sobretudo para colher os frutos desta mudança e, por isso, será “goal-free” (inspirado por ti e pelo Leo Babauta). Obrigada Rita!

Ana Martins - Ana, Go Slowly

~

Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples e de que forma este blog te influenciou, para o email rita.busywoman (at) gmail.com. Obrigada!

09/01/2013

Podes comprar felicidade (e é barato)


You can buy happiness (and it's cheap): how one woman radically simplified her life and how you can too é o novo livro de Tammy Strobel, uma escritora/blogger americana entusiasta da vida simples e das tiny houses.

Que livro maravilhoso e inspirador! A Tammy conta-nos a sua história e os passos que deu para simplificar a sua vida e adiciona ainda muitas outras histórias de pessoas que também o fizeram. A Tammy tinha um bom emprego, um bom ordenado, um bom apartamento, dois carros que partilhava com o marido Logan. No entanto, não era feliz. Estava endividada, passava horas dentro do carro para chegar ao trabalho, trabalho esse que odiava, e gastava dinheiro em coisas que não interessavam. Tammy apercebeu-se que não queria viver essa vida e, aos poucos, Tammy e Logan foram simplificando as coisas. Hoje vivem numa tiny house, não têm carros, não têm dívidas, deslocam-se de bicicleta e a Tammy deixou o emprego para se dedicar à sua paixão, a escrita. E o mais importante: são muito mais felizes assim. 

O livro conta-nos esta longa jornada e as lições que Tammy foi aprendendo pelo caminho, assim como as suas dúvidas, as suas lutas, as discussões com Logan, os seus medos e receios por estar a seguir uma vida fora dos padrões considerados normais pela sociedade. O livro é um relato muito pessoal e apaixonante da vida de Tammy e de outras pessoas com as quais ela se cruzou. Cada capítulo é rematado com micro-acções, que são pequenas tarefas para o leitor fazer e questões para reflectir. 

Um livro que adorei, que me deixou inspirada e com ainda mais vontade de simplificar a minha vida e colher os frutos maravilhosos de uma vida simples: mais tempo para aquilo que é importante.

07/01/2013

Mais 5 livros: motherhood & parenting


Nova semana, novos 5 ebooks no Bundle of the Week
O tema desta semana é Motherhood & Parenting. Os 5 livros são os seguintes:

Nurturing Creativity by Renee Tougas

Mindset for Moms by Jamie Martin



Steady Days by Jamie Martin

Se tens filhos ou estás a pensar nisso, aproveita! Podes ter os 5 livros por apenas 7.40 USD (não chega a 6 euros), mas é só até ao próximo domingo...

O poder do menos


The Power of Less é um dos livros do Leo Babauta, um dos precursores do minimalismo na era moderna. The Power of Less, ou o poder do menos, é um dos livros fundamentais do minimalismo, tanto da sua filosofia como da sua aplicação prática. É um livro que já li pelo menos 3 vezes. 

O livro é mais orientado para a produtividade e gestão do tempo, definição de objectivos, projectos, tarefas e rotinas. Está dividido em duas partes: os princípios e a prática. 

Os princípios da produtividade são seis: estabelecer limites, escolher o essencial, simplificar, focar, criar hábitos e começar devagar. A teoria por trás destes princípios é explicada na primeira parte e depois aplicada à vida do dia a dia. 

A segunda parte do livro é sobre a aplicação destes princípios ao estabelecimento de objectivos, projectos e tarefas, ao email, à internet, aos papéis, aos compromissos, às rotinas.

Em relação aos objectivos, o Leo é apologista (ou era) do One Goal System, ou seja, devemos focarmo-nos num só objectivo de cada vez. Devemos também elaborar uma lista de projectos em que estamos envolvidos, mas dessa lista devemos escolher apenas 3 e completá-los antes de iniciar outro. Os projectos são divididos em pequenas tarefas e em cada dia devemos estabelecer as 3 tarefas mais importantes (MITs) para esse dia, focarmo-nos nelas e completá-las antes de fazer outra coisa. As longas listas de coisas para fazer, que geralmente nunca são todas feitas, só trazem stress e desilusão. As pequenas tarefas, como fazer telefonemas, recados, arquivar papéis, etc., devem ser feitas em batches, ou seja, devem ser agrupadas e feitas todas de seguida.

Em relação à gestão do tempo, o Leo, claro, tem uma abordagem minimalista e aberta. Diz ele que em vez de deixarmos a nossa vida ser regulada pelo calendário, devemos deixá-la ser regulada pelo momento. Para gerir o tempo de forma simples e descomplicada, devemos estabelecer as tarefas mais importantes para o dia e fazer uma coisa de cada vez (single-task). Em vez de organizarmos e tentarmos fazer mais e mais, as tarefas devem ser simplificadas, reduzidas ou mesmo eliminadas. Para gerir o tempo, o Leo sugere duas ferramentas apenas: um calendário (de papel, digital como o Gcal, ou o que der mais jeito) e um bloco de notas (de papel ou um ficheiro no computador).

Mas como é que se aplicam estes princípios e estratégias à nossa vida? Seguem-se posts sobre o assunto. Entretanto, aconselho mesmo a leitura do The Power of Less. Não é um dos meus livros de cabeceira (porque não tenho mesas de cabeceira!), mas é um livro no qual pego e releio com frequência.

04/01/2013

A vida simples de pessoas reais: Magda

Ora aqui temos uma nova rúbrica no blog - a vida simples de pessoas reais. Histórias de leitores que simplificaram as suas vidas e se tornaram mais felizes por isso. A primeira convidada é... a Magda do Mum's the Boss. Obrigada a todos os leitores que têm enviado os seus testemunhos. Se quiseres participar, envia um email para rita.busywoman (at) gmail.com.


O minimalismo, o meu tipo de vida ideal e ser egoísta!

Quando penso no meu tipo de vida ideal, penso num tipo de vida vagaroso, em que há espaço para leituras, para a escrita e para aproveitar os meus. Sem pressas. Sem querer estar onde não estou.

Quando penso nesse tipo de vida ideal, vejo uma casa organizada, com tudo no lugar e com o essencial. E muita madeira, curiosamente. Vejo-me em paz.

Quando penso nesse tipo de vida ideal, oiço risos, música e o som do silêncio também.

Quando penso nesse tipo de vida ideal, sinto o calor, seja da lareira ou do verão. Sinto-me confortável. Serena. Em paz. Sinto-me inteiramente cá, presente. E sem pressas.

Mas a verdade é que até há pouco tempo atrás, estava muito longe dessa minha vida ideal. A verdade é que a resumia muito bem num dos versos do António Variações quando diz

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

E hoje, ao ouvir de novo esta música, o pé acompanha o ritmo mas há um sorriso superior que diz ‘caramba, já não é nada disto...!’ E agora estou bem e diferente. E sem pressas. E quanto mais caminho em direcção a uma vida onde aplico uma imensidão de princípios minimalistas, mais percebo que me aproximo desse tipo de vida que tanto desejo e ambiciono. Estou a fazer o caminho – o mais importante do processo é sempre o caminho!

Hoje olho para aquelas pessoas que correm e que nunca têm tempo para nada com alguma compaixão porque ainda não perceberam que a vida pode ser muito melhor, muito diferente. É lógico que há períodos em que damos o nosso máximo, trabalhamos muito mais e corremos como se não fosse haver amanhã. Mas lá está, isso são fases. A vida, aquela que eu vejo como ideal, não tem nem pode ser assim.

Hoje sei que quando corria como corria, queria provar alguma coisa. A mim e aos outros.  Sim, adorava o que fazia! Tanto adorava que tirava férias para fazer cursos e aperfeiçoar-me... Mas usar todas as férias para isso? É um bocadinho insane mas, lá está, fazia parte de um processo para chegar a essa conclusão. E também foi o caminho que tracei e que me fez chegar onde estou hoje.

É bom desacelerar. É fabuloso perceber que fico feliz com uma lareira e um livro, música e uma boa companhia. É fabuloso deixar-me dormir a sesta sem ter de ir fazer A, B ou C.

Porque ser minimalista é isso também: é dizer não, é por-se primeiro em muitas circunstâncias e é saborear o presente, sem ansiedades ou angústias.

E um dos passos principais para ser mais feliz é pôr-me à frente de todos os outros e tratar de mim e da minha felicidade. Se todos, sem excepção fizessemos isto, o mundo seria de certeza um sítio bem melhor. Porque quanto mais felizes somos, mais temos disponibilidade para fazermos os outros felizes. Mais damos de nós para fazermos o bem. E menos chateamos. E são as pequenas e ‘insignificantes’ chatices que temos no dia-a-dia que nos moem, que nos consomem: a nossa incapacidade em dizermos ‘não’, a nossa falta de treino em competências assertivas, o nosso medo que os céus e os santos e os deuses nos castiguem por querermos ser mais felizes e melhores. Pior! Acreditamos que precisamos de mais um creme ou de mais uma camisola ou de mais um pack qualquer e vivemos numa ansiedade brutal sem necessidade.

E então como é que eu faço para reduzir estes pensamentos, esta minha crença onde supostamente necessito de muito? A Francine Jay diz no seu livro ‘The Joy of less’ que devemos reduzir e destralhar (crédito da palavra para a Rita!), em primeiro lugar. Ok, nada de novo. Mas ela acrescenta que quanto mais temos à nossa frente (ou solicitações), mais o cérebro tem de processar essa info no ‘andar de cima’ e enquanto a processa, pouco sobra para tratar outro tipo de informação ou para ficar com a cabecinha em descanso.

Se o teu tipo de vida ideal é parecido com o meu, inicia o processo. Vais perceber que a dada altura entras no ponto do não retorno. Aproveita este início de ano para dares uma boa reviravolta na tua vida. Fala quem já esteve num dos lados e agora adora a sensação de plenitude e de paz que vive! Vai por mim!

Magda AKA Mum's the Boss



02/01/2013

Projecto 333 - moda minimalista

Lembram-se do meu projecto usa tudo? Pois, obviamente não usei tudo. Mesmo tendo reduzido o meu guarda-roupa para menos de metade, apercebi-me que ainda tenho muita coisa que não uso. Em há uns dias enchi mais uns sacos com roupa para dar...


Então, para ver se consigo reduzir mais o meu guarda-roupa, decidi finalmente embarcar no Project 333, criado pela blogger americana Courtney Carver.

O Projecto 333 é um projecto de moda minimalista. Como funciona? Os participantes seleccionam 33 peças de roupa e usam apenas essas 33 peças de roupa durante 3 meses. Nas 33 peças estão incluídos acessórios, malas e sapatos, mas a roupa interior, roupa de dormir, roupa de fazer desporto e de andar por casa, assim como jóias que nunca se tiram (como alianças) não contam. Se alguma peça se estragar durante o projecto, pode ser substituída por outra.

Os participantes do projecto 333 apercebem-se que não precisam de dezenas e dezenas de peças de roupa e o problema de escolher a roupa de manhã deixa de ser um problema. No fim do projecto, os participantes acabam por doar ainda mais roupa e ficar com mais espaço nos seus armários - e mais tempo nas suas vidas. 

Eu conheço este projecto há muito tempo, mas nunca me atrevi a embarcar em tal aventura - até agora. Desde que comecei a usar apenas três cores (branco, preto e cinzento) tem sido muito mais fácil vestir-me - tudo combina! As 33 peças que escolhi para o desafio são:

- botas altas pretas
- botas altas cinzentas
- botins pretos
- botins cinzentos

- casaco comprido preto
- blusão preto
- trench coat branco

- casaco malha branco
- casaco malha preto
- casaco malha cinzento
- casaco malha cinzento comprido
- casaco malha preto comprido

- blusa gola alta preta
- blusa gola alta cinzenta
- blusa gola alta branca
- blusa gola alta verde
- tunisina preta
- tunisina cinzenta
- tunisina branca (sujei-a com base de maquilhagem e terá que ser substituída...)
- blusa comprida cinzenta

- camisola bolinhas cinzentas
- camisola preta
- camisola cinzenta
- camisola branca

- vestido riscas preto/cinzento
- vestido preto
- vestido cinzento
- vestido branco
- vestido bordeaux

- jeans

- collants pretos
- collants cinzentos
- collants cinzentos lã

São estas as minhas 33 peças. Não contei com acessórios e malas (tenho que ir com calma!), mas tenciono usar apenas 2 sacos, 1 mala e a mochila, 2 ou 3 colares e uns quantos pares de brincos.
Vou tentar tirar fotos todos os dias e publicar no Flickr...
Comecei oficialmente ontem, 1 de Janeiro; o mês de Março preocupa-me, pois o tempo começa a aquecer cá no Algarve, mas vamos ver como corre...

01/01/2013

Áreas de foco para 2013

Bom Ano!!

Mais um ano começa e já estamos todos cheios de vontade de cumprir as resoluções de Ano Novo que fizemos. Eu já não faço resoluções de ano novo, nem estabeleço objectivos mensuráveis para cada mês ou semana do ano. Em vez de resoluções e objectivos, vou ter áreas de foco.

Inspirada pela Trina Cress e as suas Monthly Resolutions, pelo Leo Babauta e o seu Sea Change Program,  e pelo The Happiness Project da Gretchen Rubin, vou dedicar cada mês do próximo ano a uma área da minha vida que quero melhorar. 

Em cada mês vou ler e aprender sobre determinado assunto e fazer mudanças positivas na minha vida, tendo como pano de fundo o minimalismo e a vida simples.

Poderei, ou não, falar sobre esta experiência aqui no blog. 
Poderei, ou não, desistir a meio ou envolver-me noutro projecto. 
Poderei, ou não, seguir os temas que estabeleci, que são os seguintes:


E vocês, estabelecem objectivos, resoluções ou áreas de foco para o novo ano?
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