Aviso: este post só interessa ao pessoal da ciência...
Há alguns anos, comecei a receber convites para rever artigos para revistas profissionais. Fiquei super entusiasmada! Já era considerada uma perita na minha área! Geralmente aceitava todos os convites que chegavam até mim e revia cuidadosa e entusiasticamente os manuscritos, aprendendo imenso no processo.
Lembro-me uma semana em que recebi três artigos para rever, um deles da revista de topo da minha área... aceitei os três e depois dediquei um dia inteiro a cada manuscrito (três dias numa semana foram portanto passados a rever artigos...). Sentia-me contente porque estava a dar um bom contributo para o processo do peer-review. A minha actividade como revisora cresceu agora para um número confortável de revistas diferentes, que fica muito bem no meu CV.
No entanto, chega uma altura em que simplesmente não sobra muito tempo para estas tarefas. Rever um manuscrito científico requer tempo, paciência e vontade de fazer um bom trabalho. Às vezes recebo artigos em alturas em que estou mesmo ocupada e a minha primeira reacção é "Oh não, outro artigo não!!..."
Percebi que não posso aceitar todos os artigos que recebo. E assim tive que desenvolver uma estratégia para decidir se aceito ou não os convites...
Há alguns anos, comecei a receber convites para rever artigos para revistas profissionais. Fiquei super entusiasmada! Já era considerada uma perita na minha área! Geralmente aceitava todos os convites que chegavam até mim e revia cuidadosa e entusiasticamente os manuscritos, aprendendo imenso no processo.
Lembro-me uma semana em que recebi três artigos para rever, um deles da revista de topo da minha área... aceitei os três e depois dediquei um dia inteiro a cada manuscrito (três dias numa semana foram portanto passados a rever artigos...). Sentia-me contente porque estava a dar um bom contributo para o processo do peer-review. A minha actividade como revisora cresceu agora para um número confortável de revistas diferentes, que fica muito bem no meu CV.
No entanto, chega uma altura em que simplesmente não sobra muito tempo para estas tarefas. Rever um manuscrito científico requer tempo, paciência e vontade de fazer um bom trabalho. Às vezes recebo artigos em alturas em que estou mesmo ocupada e a minha primeira reacção é "Oh não, outro artigo não!!..."
Percebi que não posso aceitar todos os artigos que recebo. E assim tive que desenvolver uma estratégia para decidir se aceito ou não os convites...
1. Não aceito manuscritos se se aplicar um dos seguintes pontos:
- não é a minha área de especialização
- estou muito, mas mesmo muito ocupada nas próximas semanas; prefiro rejeitar o convite do que fazer uma revisão à pressa porque a minha cabeça está a pensar noutras coisas...
- o editor espera uma revisão em poucos dias, tipo uma semana ou menos (sim, acontece, sobretudo em revistas de mais baixa qualidade)
2. Se estiver mesmo indecisa, tenho em consideração o seguinte:
- a revista é uma boa revista? Já recebi artigos de revistas que nunca ouvi falar que aceitei, mas quando me dão prazos de 4 ou 5 dias, digo logo que não (devem pensar que não tenho mais nada para fazer)
- já revi algum artigo para essa revista? Nova revista significa nova linha no CV, por isso aceito...
- já revi algum artigo para essa revista? Nova revista significa nova linha no CV, por isso aceito...
- dão-me acesso ao Scopus? Se derem, aceito logo! Adoro o Scopus e na universidade só tenho acesso ao Web of Knowledge. Por isso, se o convite vier com 30 dias de Scopus grátis, aceito!
Seja como for, costumo aceitar a maior parte dos artigos que recebo para rever... gosto de fazer a minha parte, contribuir para o peer-review e para a qualidade da ciência que é publicada. É verdade que rever artigos pode ser uma grande seca, mas também se aprende bastante no processo... e saber que estou a contribuir para o avanço da ciência é uma sensação fantástica!