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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva - Sentimentos

DESEJOS

Quem sabe não seria a hora de falar da falta de desejo? Fiz essa pergunta a mim mesma ontem quando pensava nessa blogagem coletiva proposta pela minha amiga Glorinha . Olha eu aí andando na contra mão. Não é que eu seja uma pessoa sem sonhos, plenamente realizada, daquelas que nada desejam porque têm tudo. Mas preciso falar dessa experiência que vivi e da dificuldade que foi encontrar a saída:  a falta de desejo sexual.

Aos 34 anos simplesmente parei de menstruar, assim do nada. Depois que tive meu segundo filho, com 31 anos, comecei a sentir os sintomas da pré menopausa. Mas nem imaginei o tamanho do problema e nem sequer cogitei a possibilidade de menopausa precoce e da impossibilidade de futuramente ter outro filho (um terceiro) ou uma filha como sempre desejamos. Mas não deu mesmo. Em maio de 1999 foi embora para nunca mais voltar. Exames solicitados constataram útero e ovários envelhecidos e atrofiados. Paciência!  Paciência? De quem? O que mais faltou foi paciência. Imagine uma mulher nova, com um marido também jovem e que só tem vontade de dormir, não se encanta mais com a sedução, nem se preocupa mais com os desejos do outro e nem com seu próprio desejo, pois ele desapareceu como fumaça.
Achei essa explicação bem plausível: "há, na nossa cultura, uma supervalorização da maternidade; imperceptivelmente a mulher se considera valorizada por ser - ou por poder ser - mãe; na menopausa, esta possibilidade desaparece, e a associação que fazemos entre sexualidade e reprodução se esfacela. É quase como se disséssemos: "se não vou gerar filhos, o que justifica o ato sexual?" Fonte: http://www.brevesdesaude.com.br/ed08/desejo.htm

Hoje lembrando disso tudo e contando parece que nem foi tão difícil. Talvez eu jamais consiga expressar em palavras o que foi vivido por mim e por ele. A dificuldade de falar sobre isso com os médicos, os médicos que minimizavam o problema, os remédios que não ajudavam e os que, quando ajudavam traziam outros tantos efeitos colaterais. Foi um sufoco! Olhando pra trás, as vezes me pergunto como não perdi meu companheiro. Como ele suportou tudo aquilo? Será que apenas o amor bastou? Disseram-me tantas vezes que para o homem o amor não é o bastante.

Precisei buscar a saída. Encontrar a luz no final do túnel porque não escolhi viver sozinha. Precisei recuperar a auto estima, reconsiderar tantas coisas, buscar o desejo esquecido em algum lugar pelos hormônios perdidos. Aprendi a redesenhar-me, voltei a ser inteira.


Eu quero passar todos os dias na tua vida
Na hora da chegada e na breve hora da partida
Ouvir tua voz em tantos sons e melodias
Lembrar de ti por tua paz, por teu amor e alegria.

E na alegria eu vou passar todos os dias do teu lado
No aconchego do teu corpo delicado
Dar-te meus braços em abraços bem selados
Trocar contigo mil beijos e afagos

E nesses tantos beijos e afagos tão bem dados
Faremos juntos um caminho de carinho escancarado
Cumprindo bem nosso destino lado a lado.

Nosso destino de sermos dois e, assim, de sermos sempre:
Dois amantes, dois amados, dois corações apaixonados...
Eternamente, entre nós, enamorados!

Adriano Hungaro


Nunca senti tanta dificuldade em falar sobre um sentimento. Fiquei muito preocupada em me expor, mas também aliviada por poder partilhar isso. Espero que, considerando a dificuldade, o texto tenha ficado claro e coerente.
 
Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Elixir da Juventude

Contam as minhas tias e a minha avó (minha mãe também contava) que quando eu era bem pequena, ficava paradinha com o olhar perdido e numa posição muito séria. Quando me viam assim, perguntavam:
- O que você tem menina?
Eu respondia
- Nada, só tô pensando.
Inconformadas com a resposta, perguntavam então:
- Mas pensando em que?
E eu seriamente dizia:
- Pensando na vida.
Isso sempre foi motivo de graça na minha família, afinal pode uma criança com pouco mais de dois anos ficar pensando na vida? O que pode passar na cabeça de uma menina de tão pouca idade, além de sonhos alegres e doces fantasias?  Sempre achei que envelheci antes da hora. Assim foi a vida toda, sempre com respostas adultas, atitudes adultas, muita seriedade e poucos momentos para brincar  e rir do nada. Estava eu  sempre "pensando na vida", preocupada com a minha vida e das pessoas ao meu redor. Isso não é mérito, pode acreditar, pois as coisas deveriam ter seguido um curso natural e eu deveria ter amadurecido no tempo certo.
O ápice desse "amadurecimento precoce" se deu quando aos 34 anos simplesmente parei de menstruar, assim do nada. Depois que tive meu segundo filho com 31 anos comecei a sentir os sintomas da pré menopausa. Mas nem imaginei o tamanho do problema e nem sequer cogitei a possibilidade de menopausa precoce e da impossibilidade de futuramente ter outro filho (um terceiro) ou outra filha como sempre desejamos. Mas não deu mesmo. Em maio de 1999 foi embora para nunca mais voltar. Exames solicitados  constataram útero e ovários envelhecidos e atrofiados. Paciência! Depois disso, para amenizar os sintomas (horrorosos) da menopausa  e garantir uma melhor qualidade de vida, só reposição hormonal.

Pensa que esse envelhecimento se deu apenas no corpo? Que nada!As vezes me sinto mais velha que vovó, mais cansada do que aquelas lindinhas da terceira idade que ficam lá na praia fazendo hidroginástica na maior animação. A cabeça envelheceu também. Som alto e barulho me irritam, falta paciência pra brincar com as crianças e rolar no chão com os sobrinhos e afilhados. As vezes a tolerância é zero e nem posso dar a desculpa da TPM. Mas confesso que estou melhorando. 

O Blog tem exercido um papel importante na minha vida. É como se fosse uma espécie  de elixir da juventude. Tenho  vários amigos por aqui, que são mais novos do que eu, que têm idade para serem meus filhos. Tenho também amigas e amigos da mesma idade ou mais velhos um pouquinho. Mas principalmente tenho amigos do mesmo tempo. Amigos do tempo de ser feliz, do tempo de buscar um equilíbrio entre o amadurecimento e a juventude. É como se agora eu fizesse o processo inverso, parando o relógio do tempo. Como se  esse diário virtual  me ajudasse a recuperar a juventude que ficou pra trás, esquecida, sem que muitas vezes eu tivesse me dado conta dela.