terça-feira, 25 de julho de 2023

Uma foto para marcar que estive por aqui.

Mais rural

Mais simples

Mais desencanada

Mais segura

Mais profissional

No meio de uma tarde

dentro de um consultório

no intervalo de atendimentos psis

Muito mais leve

Muito mais livre

Entendendo que a vida simples e

Impermanente

Que agora é o momento mais importante que existe

Sabendo que sou apenas uma partícula 

nesse imenso universo.

Me entregando a minha insignificância

apesar de saber da minha importância

para algumas pessoas.

Parece um paradoxo

mas não é

Mas se for, o que importa?
 

sexta-feira, 5 de abril de 2019



Ainda estou por aqui.
Com vontade de escrever.
Com muito a dizer.
Com palavras que somem.
Com meu eu que se suspende.
Talvez as palavras
Possam me trazer de volta.
Como trouxe em 2010.
Quando comecei esse blog.
Aqui me escrevi.
Aqui me encontrei.
Aqui estou novamente. 
Caçadora de mim.



quinta-feira, 10 de maio de 2018

Sobre amor e dor


Em tempos como esse, em que a palavra mãe se alarga, onde olhos e ouvidos sentem ressoar essa palavra repetidamente, me aproximo da vulnerabilidade. Estamos nos aproximando do dia das mães. Nesses dias o coração aperta lentamente e as lágrimas insistem em preencher meus olhos. Ah! Mãe, sua ausência é a minha dor mais latente. Ainda acho que Deus foi muito injusto ao ter levado você! Como assim levar uma mãe com nove filhos? Fazem 20 anos que você se foi! Mas a dor dessa perda é para sempre! Me conformei com a morte, mas aceitar isso já é demais. Com o tempo já não choro todos os dias, já consigo falar de você sem me debulhar em lágrimas, mas ainda sinto, sinto muito que você se foi! Ainda me sinto órfã! Recentemente uma amiga postou essa foto sua, meu coração quase saiu pela boca e eu rapidamente a salvei no meu celular, pois sempre tive medo de esquecer seu rosto. Fiquei feliz em ver a foto, apesar de ter me feito lembrar da minha perda.
Mãe é insubstituível! Tenho marido, filhos e netos, mas este vazio permanece.
Seu tivesse minha mãe aqui, eu passaria todo o dia com ela.
Se eu tivesse minha mãe aqui, eu a levaria para passear onde quisesse.
Se eu tivesse minha mãe aqui, eu lhe daria flores, e perfume e maquiagem.
Se eu tivesse minha mãe aqui, eu a mimaria muito.
Se eu tivesse minha mãe aqui, eu deitaria no seu colo e pediria cafuné.
Se eu tivesse minha mãe aqui, eu lhe daria um abraço bem apertado e diria o quanto ela é importante para mim.
Se eu tivesse minha mãe aqui, eu diria EU TE AMO MÃE!
Se você ainda tem mãe aqui, deixa eu te falar uma coisa, as mães não são para sempre! Pode até ser que ela tenha falhado em alguma coisa com você, mas quando ela falhou era pensando que aquele era o melhor a fazer. Se você ainda tem mãe, perdoe, valorize, ame! É provável que ela se vá antes de você!


terça-feira, 6 de março de 2018

A importância desse blog



Vi agora que faz 01 ano que não escrevo nesse blog! E meu Deus, como esse blog foi importante para mim! Esse blog foi o portal de acesso a mim mesma. Comecei como diário de uma psicóloga, mas depois mudei para alma em flor! E foi aí que pude ser eu mesma! Sem amarras, sem cobranças sem obrigações de ser isso ou aquilo. Hoje me sinto totalmente dona de mim, equilibrada, tranquila, e com a firme certeza de que tudo está bem. Está tudo certo! Os problemas externos continuam existindo, mas dentro de mim, tudo está bem! Me sinto leve e livre emocionalmente, sem pesos e cobranças! Ás vezes me vejo pensando: Como chegue até aqui...Não sei com exatidão, mas hoje olhando esse blog, vejo que ele foi o início de muita coisa, existe desde 2010! E são 08 anos de profundas transformações! Ao me escrever aqui, pude me ler, e ao me ler pude me reescrever e resignificar diversas coisas em mim!
Pude me recriar, pude me cocriar! Sei que ainda estou em processo de transformação, mas já cheguei onde jamais imaginei!

O sentimento que me permeia hoje é o da mais pura gratidão!

Obs.: Tentarei retornar com essas escritas livres, escritas de mim que talvez sirva para algúem!

sábado, 8 de abril de 2017

Dos desequilíbrios da vida

Estou no caminho da evolução pessoal. Cada vez mais atenta, cada vez mais observadora de mim, numa busca constante de aperfeiçoar o que sou, com o objetivo de alcançar a minha melhor versão. Não quero ficar imune às dores, tristezas e decepções, isso é humano, mas não quero sentir tristezas desnecessárias, minha busca é pelo meu bem estar e também propiciar bem estar aos outros.
Quando estamos no caminho da evolução ficamos atentas aos sinais, para aprender com o que eles querem nos ensinar. Ontem foi um desses dias. Exigiu de mim todos os meus aprendizados. Mexeu com a minha autoestima, acionou o meu Eu crítico. Fui dormir com o pensamento fixo e negativo. Acordei e eles ainda estavam comigo. Então levantei mais cedo pois os pensamentos insistiam em me acordar. Sentei em minha cama, meditei, me desejei paz e tranquilidade. "Que eu me sinta segura e livre do sofrimento, que eu me saudável e feliz, que eu me sinta com tranquilidade ". Desejei ao outro a mesma coisa, pois sei que assim como eu aquela pessoa passa por dores e sofrimentos. Me levantei, fiz minha sessão curta de yoga, agradeci a Deus pela pessoa e pelas palavras dela, que eu absorva e tire aprendizado necessário. Acho que agora Possi seguir em paz. Gratidão, gratidão, gratidão!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017




"Estudar o Zen
é estudar a si mesmo.
Estudar a si mesmo
é se esquecer de si mesmo.
Esquecer de si mesmo
é estar uno com todas as coisas."
Mestre Dogen
Este ano, me dei como presente de aniversário, um curso de Mindfulness em formato de retiro, num lugar muito especial. O Mosteiro Zen Budista de Ibiraçu.
Estive no mosteiro ainda muito jovem, há uns 20 anos atrás, o lugar já era lindo naquela época. Sempre quis voltar lá, mas ainda não tinha aparecido a oportunidade. Quando vi que o curso de meu interesse seria naquele local fechei no mesmo momento ( e olha que não foi barato não!).
O mosteiro é um lugar lindo, um espaço de paz e serenidade dentro da mata atlântica! Quando cheguei naquele local, e coloquei as minhas coisas no quarto, um imenso sentimento de gratidão acampou em mim, sentei no colchão e apenas dei graças a Deus por poder estar naquele lugar!

Foram 03 dias de curso com muita aprendizagem e principalmente gratidão. Nunca fui tão fundo no meu processo de autoconhecimento como naqueles 03 dias.
E também nunca fui tão disciplinada!(Rsss)! Como disse o curso era em formato de retiro.
O retiro zen budista é baseada na disciplina, na atenção, na vida participativa e no respeito ao próximo. Não se prega nenhuma religião.  A culinária do mosteiro é ovo-lacto vegetariana. Os alimentos são preparados pelos próprios praticantes, sob orientação do responsável pela cozinha (Tenzo). Todas as refeições são realizadas em conjunto e seguindo um ritual disciplinado e formal. 
Os monges também nos ensinaram o zazen, que é a base da prática Zen Budista. O objetivo do zazen é "apenas sentar", com a mente aberta, sem apegar-se aos pensamentos que fluem livremente. Esse também é o objetivo do Mindfulness. Então vivenciei o mindfulness na fonte e de forma plena.

Em alguns momentos o monge Dogen nos falava algo. Foi com ele que ouvi pela primeira vez sobre a palavra usura sob uma forma tão diferente.
Quando pensamos em usura pensamos em pessoas com apego exagerado ao dinheiro, avarenta, mesquinha, que não compartilha nada com ninguém e só querem as coisas para elas. O monge nos trouxe o conceito de usura vinculada à pessoa, ele alertou  que muitos de nós vivemos com usura, não com usura de coisas, objetos, dinheiro, mas usura de nós mesmos! Guardamo-nos para nós mesmos, não nos doamos para o outro, não nos colocamos, não compartilhamos, nos enclausuramos em nós e não nos deixamos ver como realmente somos! Guardamos o que somos, o que sentimos e o que sabemos para nós mesmos, isso é usura!
O que ele falou bateu forte em mim, pois sou uma pessoa bem calada, observadora. Ficar calada, na minha, não trocar informações ou afeto é usura! Usura de mim! Venho buscando ao longo do tempo superar essa usura emocional e compartilhar esse texto também é uma forma de fazer isso. Então, gratidão à você que me lê!
Nascemos para compartilhar, para doar afeto, conhecimentos, emoções! Ninguém nasce sozinho, precisamos um dos outros, não somos uma ilha, aliás, em muitos casos, ser ilha adoece!
                                                   Foto por Adriana Leão
E você? Como você está? Sozinho em meio a uma multidão? Está vivendo numa ilha? Fechado? Você tem usura de si? Você doa afeto? Espalha amor? Dá atenção? Tem algo que atrapalha você de ser quem você é?



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ESCRITOS DA ALMA


Este final de semana estive no sítio com minhas irmãs. Foi tudo tão simples e tão intenso, que eu particularmente não tirei fotos, não me lembrei. Mas a minha irmã tirou algumas pelo celular dela.
Fiquei me perguntando porque tudo foi tão intenso? Já disse em outras postagens que somos em 07 irmãs, lá estávamos apenas em 03, mas é claro que as 07 estavam presentes, porque estavam o tempo inteiro em nossas emoções. Nos lembramos de histórias sofridas, de pai, de mãe, de irmãos! Mas lembrar de tudo foi tão curativo! Contamos nossas histórias, relembramos de fatos tristes, mas dessa vez sem dor! Com emoção, mas sem dor! E mais especificamente, sem culpados! Contamos nossas histórias dando para elas outro veredicto, não há culpados, apenas fatos! Se não há culpados, também não há mágoas, as histórias desse final de semana foram como uma bálsamo para minha alma! Sinto que definitivamente estou em paz com a minha história e livre para simplesmente amar! Segue uma dessas histórias:

Nós éramos uma família grande e muito pobre. Morávamos num barraco de madeira. Meu pai era barbeiro e alcóolatra! Por ser alcóolatra passava dias sem trabalhar e caia bêbado na rua. Eram muitas crianças em casa que precisavam ser alimentadas. Muitas vezes passamos FOME! Ainda tenho a sensação da barriga vazia, roncando e da sensação de fraqueza. Em dias de ausência paterna, minha mãe ia trabalhar numa casa na cidade, eles eram donos de padaria e de tardinha ela trazia pão para nos alimentar, ainda me lembro do pão, nós o chamávamos de pão camarão, era o mais gostoso que ela trazia. Mas ela demorava muito para chegar e nós estávamos com fome, quando a espera era insuportável, nós entrávamos debaixo da mesa e gritávamos bem forte: MÃAAAE, CHEGA LOGO! Tínhamos esperança que ela nos ouvia, na verdade acreditávamos nisso! Eram esses chamados que nos fazia aguentar, eram esses chamados que nos acalentava a alma, eram esses chamados que diminuíam a fome!
Hoje não preciso mais chamar minha mãe debaixo da mesa, talvez hoje eu tenha outros chamados! Mas ao relembrar essas histórias, chegamos a seguinte conclusão: SOMOS MILIONÁRIAS!


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