Se
o Menino Jesus Tivesse Nascido no Litoral?....
Era
uma vez uma praia "deserta". Lá, havia conchinhas de todos os tamanhos e cores.
Tão lindas! As mulheres do lugar adoravam caminhar pela orla juntando as conchas multicolores para
fazerem artesanatos e, quando pisavam no tapete delas, procuravam se desviar,
parecia que sentiam a dor delas.
A
raridade era a estrela do mar.
Naquela região marítima, uma área cuja cultura principal era o pescado, pescadores exímios se
misturavam aos doutos homens a fim de abastecerem a região com o saudável
alimento tão procurado desde sempre.
Peixes
eram degustados assados nas diversas fogueiras ao longo da orla marítima das calmas praias daquele remoto tempo.
Sem
cerimônias, era habitual e afável costume solidário daquele povoado tão feliz.
Um
belo dia, chegou um casal de outra região.
A
moça estava grávida, o homem mais velho procurava uma pousada simples para eles
se hospedarem.
Como
era o tempo de Recenseamento naquele local, tudo estava lotado. Não havia
vaga em nenhuma hospedaria do lugar.
O
homem, muito solícito, carinhoso com sua jovem companheira, tratou de pedir
auxílio aos pescadores do local.
Prontamente,
eles foram às suas pequenas casas, trouxeram esteiras de palha, comum para se
receber visitas naquela época, fizeram uma cabana aconchegante na areia.
As
mulheres trataram de enfeitar o local com conchas de diversos tamanhos dando um
toque rústico à pequena Manjedoura.
Todos
se apiedaram do casal forasteiro que não tinha um lar decente para dar à luz
à criança prestes a nascer.
Não
imaginaram que seria naquela mesma Noite.
Todos
dormiam, quando ouviram o chorinho de uma Criancinha, trataram de pôr uma
grande Estrela do Mar no bercinho improvisado de colchãozinho de ar, as
mulheres mais experientes trouxeram seus teares e logo se puseram a tecer
roupinhas de improviso para o Menino. Puseram Maria para se deitar em esteiras
várias para descansar na areia molhada da noite onde as marolas banham
delicadamente. Os homens, muito prestativos, trouxeram cascalhos, seixos,
pedregulhos e improvisaram um ambiente mais propício. Até os fragmentos de
plantas a fim de suavizarem a pobreza do local e tornarem mais agradável a dormida
da Sagrada Família.
A jovem mãe ganhou uma deliciosa canja de frutos do mar. Como não se recuperar do recente parto, prontamente?
Era
um povoado muito humilde, antes de chegar à cidade, onde as casas mal cabiam
seus moradores.
Em
seguida, o Menino foi rodeado de pássaros que cantavam em uníssono um sonoro
Aleluia.
Naquela
Noite Santa, o Silêncio reinou lindamente. Era um silêncio fecundo,
vigoroso.
Nada
era igual, como em todo nascimento.
As
Conchinhas do mar tinham um brilho especial em inúmeros tons e se destacava o
azul.
A
Estrela colocada no topo da caminha de palha era uma relíquia dos pescadores que,
numa noite diferenciada, tinham achado e pelo seu tamanho enorme, estava
guardada como joia rara na Casa dos Pescadores.
Após
o parto, a jovem, de apenas quinze anos de idade, logo foi atendida pelas
outras mulheres com frutas frescas, maduras e deliciosas para a mamãe de
resguardo de um parto natural. A autoestima da mãe, a redução da ansiedade
natural após o parto, a respiração mais pacificada, tudo contribuiu para um boa
noite de sono após uma certa tensão natural. Afinal, as ondas traziam íons,
acelerando a absorção do oxigênio e equilibrando os níveis de serotonina tão
necessários em horas mais tensas, cheias de expectativas. Ela olhava o filhinho e o som das ondas com a
cor azul do mar impregnada em seus olhos tinham um efeito calmante e sedativo,
era grande a sensação de bem-estar, mesmo na instabilidade de tudo que estavam vivendo. A cada despertar para a mamada do bebê, ela olhava a água no vaivém, sua
pressão e frequência cardíaca iam se estabilizando prontamente.
Muita
ajuda teve o casal, durante a Noite e o Dia especial, traziam muitos presentes
úteis, funcionais.
A
Mãe, chamada Maria, não cabia em si ao ver seu Menino que logo foi chamado de
Jesus, tão bem colocado naquele cestinho de palha bem forrado de morim macio
providenciado pelas mulheres aldeães. Ela logo se recuperou do parto, pois a
praia aumentou sua imunidade de forma surpreendente.
José,
seu esposo, agradecia aos pescadores que traziam todo suporte necessário. Ele,
na serenidade do lugar de praia, relaxou, finalmente, se libertou do estresse
como efeito eficaz da região praiana.
Quando
voltaram, após o Recenseamento, uma caravana acompanhou o casal à outra cidade
próxima.
Eles
tinham muitos presentes e não davam conta de levar tudo sozinhos mais o Menino
num burrico que os trouxera.
Todos
se tornaram amigos e a cada ano, naquela Data Especial, se reuniam com o Casal
exemplar em amor e união. Festejavam numa Ceia partilhada farta onde
todos comiam e bebiam e ainda repartiam as sobras deliciosas entre os menos favorecidos da aldeia.
Daquela
Noite Feliz, surgiu Amizade, Sinceridade, Fraternidade, troca sincera de
presentes entre Amigos não ocultos, mas de toda a vida.
Nunca
mais se abandonaram até três décadas... onde se tornaram mais do que Amigos e
sim, todos Irmãos, sem distinção de classe social ou outros.
Daí
para frente, o Menino cresceu, ficou um lindo rapaz que era carpinteiro junto
ao seu pai José. Maria, uma exímia tecelã de túnica de estopa inconsútil (sem costuras). O Menino soltava os peixinhos das redes dos pescadores para que eles respirassem e pudessem sobreviver. Era sua brincadeira preferida por se penalizar dos peixinhos. Os pescadores não ligavam para a arte do Bondoso Menino.
Ninguém
jamais se esqueceu daquela Noite Abençoada onde até as ondas gigantescas
típicas do lugar se renderam em suaves e morninhas marolas branquinhas na areia
dourada (pelo reflexo da lua cheia) num cântico suave de uma sereia distante a
embalar o Santo Menino Deus. Aquela área ambiental e todo ecossistema era
magnífica. Que ar puro, impregnado de magnésio, energia boa! Doce sensação de
liberdade no ar.
O
Dia era rememorado com grande ternura por todos. A água daquela praia, a brisa,
os sons típicos do Mar Sagrado, as cores diurnas, tudo favorecia o Dia Santo
onde nascera o Menino Deus.
P.S. A postagem ficará no ar durante 7 dias; em seguida, farei as Ressonâncias. Assim que podemos ler com calma e comentar sem pressa...
Salutar é que comentemos uns aos outros.
Vale a pena interagirmos!
Participam conosco os seguintes amigos:
(A mana não tem blog pessoal, só em parceria e, por isso, ela posta aqui comigo).
Se o Menino Jesus nascesse no Litoral
Se o Menino Jesus viesse do mar,
seria na areia seu doce lar.
Em vez de manjedoura, um cesto trançado,
com redes humildes, carinho dobrado.
As ondas cantariam canções de amor,
o vento seria seu cobertor.
Maria e José, sob o céu de estrelas,
sentiriam a paz das noites mais belas.
Os pescadores viriam com devoção,
ofertando peixes com emoção.
Os Reis Magos, de jangada a chegar,
dariam, flores tropicais e conchas do mar.
Ao longe, o farol guiaria o caminho,
Mostrando ao mundo, o Jesus Menino.
O céu refletido no espelho das águas,
traria esperança curando as mágoas.
Crianças correndo, fogueiras acesas,
No coração, fé e certezas.
Jesus cresceria ao som do oceano,
Aprendendo que o amor é soberano.
Se Jesus no litoral viesse a nascer,
a paz como ondas iria crescer.
Mostrando em qualquer canto do chão,
O Divino habita o nosso coração.
...
Seja um bate e volta de emoções, sensações e sentimentos dos mais lindos e variados a todos nós os da grande família virtual que nos amamos tanto...
Sempre digo que amigos virtuais são educados e éticos, como devemos ser.
A vida já está mal-educada por aí.
Serão abordagens diferentes e diferenciadas.
Respeitemos cada blogueiro amigo.
Sejamos pessoas do bem e da paz.