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sábado, 24 de maio de 2014

Sobre as coisas que não conseguimos aceitar...

Hoje me deu vontade de escrever sobre algo que não tenho aceitado muito bem. Daí me deu uma preguiça de entrar em polêmica. Sim, ando com muito pouca vontade para polêmica, nem pareço mais a mesma de outros tempos. Então resolvi escrever genericamente sobre o tal assunto, sobre como é difícil aceitar certas fases de nossa vida, ou acontecimentos, ou situação.

Quando a gente é bem jovem, nossa revolta contra o que não aceitamos é imensa, achamos que podemos mudar o mundo e as pessoas. Conforme os anos vão passando, a gente vai vendo que a vida é do jeito que é, o mundo também e quanto mais a gente espernear, pior a coisa fica. Daí vamos envelhecendo e aceitando que existem muitas coisas na vida que simplesmente a gente não gosta, mas tem que aceitar. Muitas delas sabemos que podemos mudar, mas não é dessas que estou falando, mas, sim, das que definitivamente olhamos e aquilo não desce de jeito nenhum e mesmo assim a gente precisa assimilar que é um fato na nossa vida.

A maturidade ajuda muito na aceitação, mas por outro lado o fato de envelhecer traz novas questões tão difíceis quanto as da juventude. Sei que falando assim parece que tenho 80 anos, mas não, estou simplesmente na adolescência da velhice, que é a faixa dos 50, onde você é novo para ser idoso e  velho para ser jovem, ou seja, você não sabe o que é, exatamente como na adolescência e fica tentando se redescobrir.

Tenho batalhado muito com questões que não ando aceitando bem e sinto que isso está minando a minha vida. Me tornei mais reclusa do que sou, mas sem vontade para tudo do que já estive um dia. Meu nível de ansiedade subiu demais nos últimos tempos. Estava até conversando dia desses com uma amiga no Face e dizendo que mesmo quando estou parada vendo TV, estou mega ansiosa como se algo terrível fosse acontecer. Sei que tudo isso é fruto dessas questões mal resolvidas. Às vezes me sinto como se tivesse caindo num buraco muito fundo de onde não sairei e também ninguém entrará e ficarei ali para todo o sempre sozinha. Mas claro que isso é só como me sinto, não como, em realidade, as coisas estão.

Seja como for ainda sou uma pessoa com esperanças e com vontade de lutar. Se em algum momento me redescobrir, ou desvendar novos caminhos, estarei pronta para sair dessa fase estranha que me acompanha faz tempo.