Os assuntos atropelam-se e formam uma teia que não me deixa avançar. Ora faltam vacinas, anestésicos, campos operatórios e agulhas, ora não sei se vou de férias, porque não se decidiu ainda, ora não me saltou a tampa por um milímetro (mas já me dizem que tenho mau feitio), ora as voltas que é preciso dar para emigrar desvanecem a vontade.
E a sensação com que se fica é que, se se começarem a desatar os nós, vão todos de seguida e finalmente pode-se respirar.
Os atropelos do dia reflectem-se no rebolar na cama à noite. Uma ansiedade, uma pressão no peito, que me faz acordar com as pernas moídas de tanto andar. Nem que (ainda) me pareça que estou a andar sozinha, contra tudo e contra todos.
(e lá diz a Aomame no Murakami que "All of you are trapped here. You can’t go anywhere, forward or back. But I’m not like you. I have work to do. I have a mission to accomplish. And so, with your permission, I shall move ahead")