“Todo homem tem o dever de procurar redimir-se por esforços próprios,
embora buscando a sombra benfazeja de uma Árvore mais fértil, para lhes
abastecer a Mente e o Coração, com os bons frutos do conhecimento e do amor, que
são os maiores tesouros que se pode alcançar. Essa Árvore benfazeja é a Sublime
Sabedoria do Avatara”.
Professor Henrique José de Souza
S
em percebermos, adentramos a primeira década do quando a natureza, revoltada pelos inúmeros descasos e
século XXI. 2010 já é uma realidade! Que tenhamos crimes ambientais, praticados por uma humanidade
um ano repleto de realizações e crescimento, desespiritualizada e egoísta, resultado da prática do
consumismo e do capitalismo voraz, resgatar, violentamente,
principalmente, no campo espiritual.
Escolhemos, de forma intencional, como Matéria o enorme Carma coletivo acumulado.
Ghandi dizia: “Seja você a mudança que você quer
da Capa, “Profecias que Atestam a Vinda de Um Grande
Mestre”, de autoria do nosso Irmão Wilson Namorato, por ver no mundo!” E é isso que a Maçonaria espera de nós. É
ser um tema, que, nos dias atuais, insiste em bater a nossa isso que o mundo espera da Maçonaria. Despertemos,
porta. Para os ocidentais, esse é o Advento da Irmãos! Nós somos a Maçonaria!
Corroborando tudo que foi dito, na coluna Trabalho,
Manifestação do Cristo Universal, já para os orientais, O
do Budha Maitreia, embora muito pouco importe o nome as matérias dos Irmãos Anselmo Quadros e Milo Bazaga,
que queiram dar para o Avatara do 3º Milênio; a vinda intituladas, respectivamente, “A Grande Missão da
desse Ser para os dias atuais já estava registrada nos Maçonaria” e “A Maçonaria Não é Feita à Medida das Ilusões
do Neófito”, magistralmente, elucidam esse tema. Ainda,
antigos textos sagrados do Vishnu Purana.
Assim tem sido todas as vezes que a LEI se ratificando esse importante assunto, brindamos a todos com
manifesta no plano terreno, com o Verbo se fazendo carne, o texto de nosso ilustre Irmão Hercule Spoladore, “A
Essência”, o qual nos chama à razão para
em sacrifício pela evolução da
o nosso verdadeiro papel de Iniciado
humanidade, melhor diríamos, em
“Viver, quando
sacro-ofício, e a mesma, em sua maioria, conscientemente, é aproveitar Maçom.
Falando em Mestre de Sabedoria,
com olhos cobertos pelas vendas da
a singular oportunidade de
a coluna Os Grandes Iniciados traz a
ignorância, do fanatismo e do
ascender aos degraus da
Vida e a Obra do mais enigmático de
materialismo, apedreja-O, crucifica-O.
infinita escada da evolução,
todos Eles, através da matéria “O
Pobre humanidade! De certo, a história
em retorno à Casa do Pai!”
Misterioso Conde de Saint Germain”.
se
repetirá
e,
lamentavelmente,
Entender o legado desses Mestres, por si
Revista Arte Real
ouviremos, mais uma vez: Ele esteve
só, já é um grande salto de qualidade em
entre nós e não O reconhecemos!
nossa caminhada evolucional.
Despertemos, Maçons, para o
A matéria “A Carroça”, de autor ignorado, é uma
verdadeiro objetivo da vida. Iniciados que somos, mister
se faz que tenhamos consciência de nossas grande lição de vida e merece ocupar espaço na coluna
responsabilidades para com a humanidade, tanto nos Reflexões.
Sentimo-nos muitíssimo honrado em poder,
aspectos sócio-políticos quanto no espiritual.
Querido leitor, que nos recebe na tranquilidade de mensalmente, como veículo de divulgação, levar aos nossos
mais um recesso maçônico, o momento é oportuno para diletos leitores essa vasta diversidade de conhecimentos, a
refletirmos profundamente e apararmos as arestas de fim de contribuir com seu crescimento cultural. A tarefa é
nossa conduta, a fim de construirmos um mundo melhor a árdua, mas prazerosa; a causa é nobre e merece todo e
partir desse ano que ora se inicia. Não conseguiremos qualquer sacrifício. Para melhorarmos o quadro caótico da
atualidade, antes, porém, faz-se necessário melhorarmos a
resultados diferentes agindo, sempre, da mesma forma!
Não profetizando, mas pelo que tudo indica, até nós mesmos. Regatemos os reais objetivos de nossa Ordem e
porque os sinais já se fazem bem visíveis, o resgate dos cumpramos o papel que a sociedade, atônita, tanto clama e
sentimentos de amor ao próximo, solidariedade e espera de nós!
Façamos de 2010 um “divisor de águas” para um
fraternidade entre os povos, não virá pela livre iniciativa
do homem. Acreditamos que ocorrerá, tão somente, mundo mais digno de se viver! ?
a
b
Capa
– A Humanidade Pintando Sua Própria Aquarela......Capa
Editorial.....................................................................................2
Matéria da Capa
- Profecias que Atestam a Vinda de Um Grande Mestre...3
Destaques – A Essência...........................................................5
Informe Cultural – Em Prol da Cultura Maçônica..............7
Os Grandes Iniciados - O Misterioso Conde de Saint Germain.8
Ritos Maçônicos - Ordem Real da Escócia............................10
Trabalhos
- A Maçonaria Não é Feita à Medida das Ilusões do Neófito.11
- A Grande Missão da Maçonaria............................................13
Reflexões - A Carroça...............................................................14
Boas Dicas – Site / E-book / Edições Anteriores.....................14
Profecias Que Atestam a Vinda de Um Grande Mestre
Wilson Namorato
bservam-se, por toda a face da Terra, atualmente para definir a evolução espiritual dos seres que habitam
significativos sinais de uma grande mudança! a face da Terra. O 1º, ou externo, é formado pelos
Toda a humanidade se encontra num estado de “irremediavelmente perdidos”, ou seja, aqueles que se defrontaram
"tensão" e "expectativa". Expectativa de quê? Ninguém com o dantesco portal onde se leem, as seguintes palavras: “lasciate
sabe ao certo, mas é um fato e ela existe, como bem ogni speranza, o voi ch'entrate”. Sim, para esses, foram perdidas
todas as esperanças. O 2º, dos
demonstra
a
insegurança
"prováveis", ou aqueles que lutam
pública. Os mais céticos
afirmam
ser
devido
à "Todas as vezes, ó filho de Bhârata, como "rari nantes in gurgite vasto"
contingente situação atual da que Dharma (a Lei Divina) declina e (raros náufragos nadando num
vasto abismo), para se salvarem da
sociedade mundial. Alguns
Adharma,
(a
injustiça)
se
levanta,
Eu
grande tribulação do presente ciclo,
sociólogos afirmam ser devido
às
armas
nucleares,
ao me manifesto para a salvação dos que a tudo e a todos ameaça
chamado
"equilíbrio
do bons e destruição dos maus. Para o destruir. O 3º círculo é formado
terror", cujo arsenal nuclear é restabelecimento da Lei, Eu nasço em pelos já redimidos ou salvos, ou seja,
aqueles que passaram por todas as
suficiente para destruir todo o
cada Yuga (Idade, Era, Ciclo, etc.)”.
provas dolorosas da vida e delas
planeta mais de uma centena
saíram vitoriosos. Finalmente, o 4º,
de vezes. Já os ocultistas
Yesus Krishna
formado pelos Guias ou Instrutores
afirmam que esses "sintomas
planetários sociais" são o "inconsciente coletivo", da humanidade. Os que se acham ocultos no interior do Templo
prognosticando uma terrível e implacável seleção ou dedicado ao Culto de MELK-TSEDEK, e que outro não é, senão, o
separação do joio e do trigo, proveniente de um grande da Universal Eucaristia, o Graal de todos os Graals, sintetizados
na Fraternidade Universal da Humanidade.
julgamento cíclico da humanidade.
Estes últimos seres, a que se refere a citação acima,
Em verdade, contudo, podemos, apenas, afirmar
que "os tempos esperados já chegaram" e que pouco muito bem sabem o que há de suceder num futuro próximo
importa se os homens estejam ou não conscientes disso. e muito mais. Sabem, ainda, a razão por que a Divindade se
Ademais, o real conhecimento da causa, que tantas manifestará como face rigorosa (em lugar da amorosa) do
repercussões vem fazendo refletir na insegura Eterno e Soberano Senhor dos Universos. De qualquer
humanidade, pertence, somente, àqueles que se fizeram forma, para os cegos de espírito, que, obstinadamente,
dignos de tais revelações. Já certo discípulo teve ocasião negam esse futuro óbvio, eis alguns remotos e trágicos
acontecimentos. Quando a Estrela Baal caiu no lugar onde,
de dizer: quatro círculos concêntricos se apresentam
O
hoje, só existe mar e céu, os dez países, com suas Portas de
Ouro e Templos Transparentes, estremeceram como se
fossem folhas de uma árvore sacudida pela tormenta. Eis
que uma nuvem de fogo e fumaça se elevou dos palácios.
Os gritos de horror lançados pela multidão enchiam o ar.
Todos buscaram refúgio nos Templos, nas cidades, e o
sábio Mu-Ka, apresentando-se, falou: “não vos predisse eu
todas essas coisas?”. Os homens e mulheres, cobertos de
custosas vestes e pedras preciosas, clamavam: “Mu-Ka
salvai-nos!”. Ao que ele replicou: “morrereis com vossos
escravos, vossas riquezas, e, de vossas cinzas, surgirão outros
povos; se eles, porém, vos imitarem, esquecendo-se de que devem
ser superiores não pelo que adquirirem, mas pelo que oferecerem,
a mesma sorte lhes caberá; o mais que posso fazer é, justamente,
morrer convosco...".
As chamas e o fumo afogaram as últimas palavras
do Sacerdote, que, de braços abertos para o ocidente,
desapareceu nas profundezas
do oceano com cerca de 64
milhões de habitantes do
imenso continente atlante.
Todas as Tradições de
valor atestam a vinda de um
Ser Divino para a face da
Terra. Um Ser portador do
Báculo Sacerdotal e da Espada
da Lei. A vinda do Monarca
Universal, aquele a quem
Abraão pagava dízimos e
Jesus prestava homenagens, e
que, no Antigo Testamento,
leva o Título de Rei Melk-Tsedek, Sumo Pontífice do
Altíssimo. Aquele que, justamente, com sua Corte,
conduziria os Eleitos do Ciclo à Nova Canaã e lhes daria
de comer o Pão Espiritual de sua divina filosofia, chamada
pelos adeptos de Filosofia Akbelina.
Lembremo-nos da promessa de Yesus Krishna, no
Bagavad-Gita, a seu discípulo Arjuna: "Todas as vezes, ó
filho de Bhârata, que Dharma (a Lei Divina) declina e
Adharma, (a injustiça) se levanta, Eu me manifesto para a
salvação dos bons e destruição dos maus. Para o
restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga (Idade,
Era, Ciclo, etc.)”.
Foi dessa Fraternidade oculta, em Monte Líbano,
que veio uma mensagem destinada ao fundador da
Sociedade Brasileira de Eubiose, Professor Henrique José
de Souza, em particular, e ao Movimento por ele criado,
de modo geral. Essa mensagem, escrita em castelhano,
assim se traduz: "Dizem as prodigiosas Sibilas que o
verdadeiro sinal da Era Redentora do Mundo se mostrará pela boca
daquele que, falando de LADAK, explicará seu real sentido aos que
se fizerem dignos Dele. Mas, primeiro, é necessário que os mais
sagrados Montes da Terra, iluminados pelos Deuses, alcancem a
dignidade de Mansão das Almas Redimidas, por seus próprios
esforços, ainda que aureoladas pela citada palavra LADAK”.
Assim, sobressairá o nome de Machu Picchu (no
Peru), entrelaçando-se, subterraneamente, com o que se
eleva no outro lado, com seu pouco conhecido nome de
Ararat (Serra do Roncador), em Mato Grosso. É, assim, o
prodigioso marco do Monte Santo mais Excelso, situado ao
Sul, cujo nome não é e nem poderá ser conhecido, senão do
mesmo Senhor Decifrador da Palavra Perdida.
A fenda ou Portal de tão suntuoso Templo não foi até
hoje aberta, aguardando, somente, o momento justo em que
os Fogos Internos se dignem romper suas colossais e
rochosas camadas externas, lançando, para o espaço, o ígneo
sinete JHS, como a síntese de
todas as sínteses espirituais.
Entretanto, os aspectos duais
diferem quando o homem fala
com o próprio Verbo Divino, e a
Mulher
acalenta,
em
seu
materno e régio seio, o
inextinguível e prodigioso Fogo
da Última Raça Humana; o Filho
feito carne, porém, nascido de Si
mesmo como Pai.
O mesmo acontecerá,
naquele tempo, ao Dragão de
Ouro,
como
o
Poderoso
Guardião da Palavra Perdida, que há de vibrar, radiosa e
excelsa, no peito do grande Senhor dos Três Mundos, com o
seu prodigioso nome de El-Rick, trazendo, em sua mão, o
sacrossanto símbolo da 7ª Chave, muito bem assinalado no
livro Choan-Ching Chang, que o mesmo Dragão de Ouro
escreveu com suas Garras: “Sanctus Sanctorum".
Um dos mais transcendentes livros da Terra, o
Vishnu Purana, assim, narra em suas inefáveis páginas de
comentários: "Assim, na Kali Yuga (idade negra), a decadência
moral continuará a sua marcha até que a raça humana se aproxime
de sua extinção. Quando o fim de tal Idade estiver próximo,
descerá, para a Terra, uma parte daquele Ser Divino, que existe em
sua própria Natureza Divina, dotado das oito faculdades supremas.
Ele estabelecerá a justiça na Terra, e a mente dos que viverem até o
fim, será tão pura como o cristal. Os homens, assim transformados,
serão como a semente de uma Nova Raça, que seguirá as Leis da
Idade de Ouro (Satya Yuga) ou da pureza, para transformar o
mundo”.
Na introdução da colossal obra "Doutrina Secreta”,
de H. P. Blavatsky, lê-se, com relação à vinda desse Avatara
cíclico, da Era de Aquarius: "Desde os Richis indianos a
Virgílio, e de Zoroastro à última Sibila, todos, sem exceção, desde
o começo da 5ª Raça Mãe (Ariana), profetizaram e prometeram a
volta cíclica da Virgem e o nascimento de uma criança divina,
que faria renascer a Idade de Ouro ou Satya Yuga sobre a Terra.
Logo que as práticas da Lei estiverem na ocasião precisa de
terminar o ciclo da Kali Yuga, em que, ainda estamos, um aspecto
do Ser Divino, que existe, em virtude de sua própria natureza
espiritual, na pessoa de Brahmã (Deus), que é o começo e o fim, o
alfa e o ômega, descerá sobre a Terra. Ele nascerá na família de
Vishnujasha, como um eminente Filho de Shamballah, Senhor
dos Oito Poderes da Yoga. Por seu imenso Poder, destruirá todos
aqueles cujo mental é voltado à iniquidade”.
A conhecida Sibila de Cumes, no seu último
"Canto Ecumênico", prognosticou, desse modo, a vinda
desse excelso Messias do fim do ciclo: "A última passagem
do canto ecumênico é chegada agora, e a grande sequência das
Eras começa novamente. Repousa a Virgem Astreia (Justiça), e o
reinado de Saturno recomeça. Desce agora uma Nova Raça dos
Mistérios Celestes; ó Casta Lucina, sorri, favoravelmente, ao
jovem que terminará a presente Era e propagará a Idade de Ouro
pelo mundo. Agora os rebanhos não temerão mais o Leão Feroz,
e a serpente deverá morrer, e o veneno da planta traidora deverá
perecer. Vinde, então, caro filho de Deus, grande descendente de
Júpiter! O tempo está próximo, vede, o mundo está abalado,
inteiramente, e vos saúda a Terra, as profundezas dos mares e o
mais alto dos céus.”
E, no 1º volume da "Doutrina Secreta", Blavatsky
faz a mais significativa de suas profecias: "No século XX,
um discípulo mais bem informado, e com qualidades muito
superiores, será enviado pelos Mestres de Sabedoria, para dar
a
provas definitivas e irrefutáveis de que existe uma ciência chamada
Gupta Vidya".
Com referência ao grande Ser a que Blavatsky faz
alusão em sua Obra e que seria enviado pela Grande
Fraternidade Branca, é oportuno transcrevermos as palavras
gravadas numa lápide, existente na Capelinha do Espírito
Santo, em Einfurt, Alemanha, túmulo do Ser, conhecido
pelos ocultistas como Saint Germain (São Germano, de
maneira aportuguesada, quer dizer "Santo Irmão"; apenas, os
verdadeiros iniciados sabem o seu real e eterno nome):
"Voltarei ao Mundo em 1º de agosto de 1800, para logo volver ao
seio da Terra, donde surgirei em 15 de setembro de 1883, mas me
firmando em Espírito e Verdade, em 1900, quando me manifestarei
nas bandas do Oriente, para o Ocidente".
O Prof. Henrique José de Souza, em seu livro
"Ocultismo e Teosofia", escreveu os seguintes prognósticos:
"O Divino Avatara de Aquarius, o Maitreia das Tradições,
sobrevirá nos anos do ciclo do sol (que começou em 21 de março de
1981 e vai até 2016). Os que se dizem cristãos (referindo-se aos
sinceros) reconhecerão, nesse Ser, Aquele que, na Cruz, morreu
para o Mundo, na mais dolorosa de todas as tragédias. O Oriente
inteiro, por sua vez, o clamará como Yesus Krishna ou como o
próprio Gautama, o Buda. Mas os verdadeiros ocultistas e teósofos,
nele, reconhecerão o Espírito de Verdade, o sucessor do Manu
(JHS), integrado na própria Divindade como Pai, Filho e Espírito
Santo, após ter lançado a semente do Novo Ciclo, aurora de Luz e
de Esplendor, que virá iluminar a Face da Terra, depois de redimida
de suas próprias faltas”.
Que dizer dessas tão reveladoras, quão magníficas
profecias? Acaso, reconhecem os homens essas sublimes
verdades ditas há séculos? E os que, mesmo tomando
conhecimento
de
tais
referências,
negligente
e
desgraçadamente, recusam a aceitá-las? Pobre humanidade! ?
b
A Essência
O
maçom tem que caminhar uma longa trajetória, para
se considerar e ser, na realidade, um verdadeiro
Iniciado. Ele, para entrar na Ordem, passará por duas
portas. Uma, a porta física do Templo, onde o espera um
estranho e intrigante ritual, mas, ao mesmo tempo, belo, um
verdadeiro teatro simbólico e sublimado. É o dia do seu
recebimento formal na Ordem, uma cerimônia, que quando bem
desempenhada pelos Iniciadores, marcar-lo-á de forma indelével
na mente. A segunda porta é simbólica. Do ponto de vista
mental, é um acesso através de uma pequena fresta, isto é, uma
pequena abertura, fechada pelo subconsciente.
Uma vez a venda cobrindo a visão, isso fará que o
Iniciando desperte e aguce os outros órgãos dos sentidos, e ele,
Hercule Spoladore
então, enxergará com os olhos da mente e se colocará especialmente
numa situação de pura introspecção, uma verdadeira jornada interior,
que, para a grande maioria dos Iniciandos, é o reencontro, ou mesmo o
primeiro encontro súbito, inesperado e surpreendente com o seu duplo
Eu, há muito tempo adormecido, talvez, nunca procurado, ou quem
sabe ele nem soubesse da existência de um duplo estado de sua
consciência. O profano terá que, justamente, auxiliado por uma técnica
iniciática perfeita e bem desempenhada, usando-se de uma ritualística
bastante eficiente, fluente e fácil, franquear essa barreira, e passar por
ela, mas, para isso, ele terá que se sentir humilde, pequeno, diminuto,
ínfimo. A Iniciação nesse primeiro dia de contato com a Maçonaria se
consubstancia nesse detalhe. Será, apenas, a conscientização de que
existe esse outro estado do Ser, um outro estado da mente.
É necessário frisar que não haverá, com essa
conscientização, a descoberta instantânea de todo o
conhecimento humano, ou maçônico, dos mistérios ou
segredos, mas, tão somente, a autorevelação de sua
consciência dupla, tomando-se conhecimento de que
existe, em cada um de nós, um outro EU.
Esse aspecto é, apenas, o começo. Essa revelação
não é tudo. A verdadeira Iniciação se processará durante
toda a vida, através do estudo, da pesquisa, da meditação,
da dedução, do conhecimento adquirido corretamente e
do autoaperfeiçoamento. Ela será, praticamente,
inatingível em sua totalidade, porque o homem jamais
atingirá a perfeição. Ele tenderá a chegar perto; quanto
mais perto chegar, mais
poderá ser considerado um
Iniciado.
Já,
na
própria
Antiguidade, o conceito de
Iniciação foi se atualizando e
se
transformando
numa
forma
de
conhecimento
gradativo, pelo qual o
Iniciando
receberá,
inicialmente,
instruções
através
de
mensagens
dogmáticas,
ainda
que
hipotéticas. A partir delas,
desenvolverá,
por
seus
próprios
meios,
a
sua
iluminação interior, pois,
apenas, possui a semente ou
germe desse conhecimento.
Se considerarmos que
o Maçom tem duas entradas,
para permanecer na Ordem
terá, didaticamente, duas saídas para escolher qual delas
adotará. Escolherá aquela do seu aprimoramento pessoal,
ou, então, a que identifica, apenas, a sua passagem física
pela Maçonaria.
Terá que escolher a opção correta, e isso será, tão
somente, uma decisão sua. O grande mérito seu, de sua
mente, será pessoal, intransferível; ninguém conseguirá
ensinar, aprenderá sozinho por qual das duas saídas
optará.
Grande parte dos maçons não percebe ou não quer
perceber que está tendo a grande opção, enquanto passa
pelos graus simbólicos, aliás, graus que constituem a
verdadeira Maçonaria. Infelizmente, esses Maçons
constituem a grande maioria e, embevecidos, acham que a
Ordem é festa, banquetes, auxílio mútuo, graus, política de
Lojas, fachada para outras atividades, belos aventais,
distintivos na lapela e outras tantas dicotomias, na verdade,
subprodutos ou complementos, que a Ordem coloca à
disposição de todos. Alguns, até, acabam descobrindo,
através dos anos, que tudo isso não está coerente, não está
certo. Mas acham que é tarde demais para mudar. Não têm
coragem. Continuarão inertes e coniventes, pois já estão um
tanto quanto idosos, e esperam que os Maçons mais jovens
mudem tal situação. Puro engano. Um verdadeiro Maçom
jamais poderá se considerar idoso, mas, sim, experiente,
humilde e sábio, tendo a obrigação de possuir a ousadia e
firmeza, para mudar o que pode e deve ser mudado.
Felizmente, existem aqueles que descobrem, durante
a sua vivência maçônica, que há
algo mais profundo, mais
abrangente, por trás das
mensagens dos rituais, ou das
migalhas maçônicas, que as
Lojas oferecem em matéria de
ensinamentos, de toda aquela
ganância em torno do poder
maçônico,
da
bulimia
maçônica, também, conhecida
por fome exagerada de Graus,
sem conhecer, a fundo, o Grau
em que se está colado, da
filantropia amadora, ingênua e
malfeita,
da
fraternidade
hipócrita, que alguns são hábeis
em aplicar, enganando outros
inocentes e bons Irmãos, da
falta de instruções, além de
outras inúmeras razões. E
decidem
mudar,
porque
descobriram a ESSÊNCIA da
natureza da Entidade para a qual foram chamados,
transformando, completamente, seu comportamento mental.
Passam a entendê-la como uma Escola de Vida,
descobrem que sua principal função é político-social, que
eles serão, consequentemente, os construtores da futura
sociedade mundial, que terão que amadurecer como
cidadãos e terão que ser embriões catalisadores dos
movimentos de vanguarda, atuando como aglutinadores de
ideias, de sonhos, que se tornarão realidades, não
responsabilizando Lojas e Irmãos com relação a esse
compromisso, que será só deles, pois eles serão o fermento
que provocará os fenômenos sociais. A instrospecção, a
meditação, a análise exata, o raciocínio transparente e o
estudo eficiente e correto da Filosofia, da História, do
Simbolismo, do Ritualismo e das coisas pertinentes à Ordem
lhes darão o poder do conhecimento, o qual poderá ser
repassado ou dividido com os demais adeptos. Ninguém
lhes tirará essa riqueza intelectual e, consequentemente,
nesse caminho, deslumbrarão toda a espiritualidade que
esse estado mental encerra.
Descobriram, simplesmente, a ESSÊNCIA porque
acabaram de despertar para um mundo novo...Quando
chegarem a essa fase mental, o autoconhecimento e a
espiritualidade adquiridos farão com que esses Irmãos,
mesmo que muitos não se apercebam, estejam alguns
passos à frente deles. Considera-se
que eles, avançando em seus
progressos,
penetrarão
nas
profundezas do subconsciente ou
inconsciente,
alcançarão
a
Consciência Cósmica e, indo além,
chegarão à superconsciência, o
próprio G∴A∴D∴U∴.
Uma
verdadeira
transformação ocorrerá nas suas
mentes, percebendo uma sensação
que não é de insatisfação com essa
humanidade imperfeita, ela é
muito mais um sentimento de
calma,
uma
percepção
de
humildade,
de
bondade
e
compreensão, uma entrega de si
mesmo a uma força maior, que, embora desconhecida
objetivamente, sentem-na presente. E assim, conhecerão a
expansão do campo da consciência, verão que as coisas se
tornam mais belas e a vida tem mais sentido, não ficando
aborrecidos ou irritados, porque esse estado especial
desviará sua agressividade instintiva para algo mais
construtivo. Esse autoconhecimento é considerado como
uma verdadeira catarse, limpeza ou purificação da mente,
porque ele mostra, estabelece e orienta a força capaz de
criar, reprogramar e incentivar a condução da própria
vida. Nesse momento, o Maçom estará preparado para ser
um verdadeiro líder e, também, estará no caminho seguro,
em direção a sua verdadeira Iniciação Real.
Para se chegar a esse estado mental, percorrer-se-á
a
um caminho tortuoso, difícil, gratificante, mas totalmente
individual, pois, somente, o adepto, sem auxílio de quem
quer que seja, o alcançará. Esse é o autêntico segredo
maçônico. Os sinais, palavras, toques, rituais etc., não são,
em realidade, os verdadeiros segredos. O Irmão que chegar a
essa situação mental não terá condições, nem que queira, de
transmiti-la, descrevê-la ou conceituá-la. Não conseguirá.
Será impossível. É inexprimível. É um estado da alma que
não estará ao alcance de ninguém, a não ser tão somente de
sua psiquê. Será só seu. É o mesmo mecanismo que se
observa nas transformações mentais
dos gurus, dos santos, dos xamãs,
dos
jejuadores,
de
alguns
paranormais
e
dos
Grandes
Iniciados.
Estará
em
estado
de
expansão da mente, em ondas
cerebrais “alpha” ou “teta”.
Acresça-se que não é só a
Maçonaria que realiza Iniciações.
As grandes Escolas Iniciáticas da
Antiguidade, das quais somos
herdeiros,
e
mesmo
outras
entidades iniciáticas do presente,
basicamente, sempre utilizaram
técnicas muito semelhantes.
Temos que ressaltar que
nosso inconsciente, sempre, busca satisfazer nossos desejos
instintivos, mas eles são bloqueados por outra parte da
mente chamada de superego. Nossa civilização incide nesse
fato, onde os conflitos desse bloqueio geram a infelicidade
do homem. O Iniciado deverá romper essa barreira. É uma
bela e fantástica aventura, essa ruptura. Esse é o ideal
superior que ele se proporá a realizar. A sua mente deverá se
abrir. Eis a sua tarefa. A trajetória percorrida, para se chegar
a esse ideal superior, é muito linda e rica em sabedoria, por
causa das observações, incidentes de percurso e das
experiências vividas. Quantas lindas verdades ocultas serão
descobertas a caminho. O percurso será tão importante
quanto o ideal a ser atingido. É uma linda e longa viagem
para dentro de SI MESMO. ?
b
Em Prol da Cultura Maçônica
E
stivemos no dia 28 de novembro próximo passado na bela cidade de Cabo
Frio, a convite do nosso querido Confrade Carlos Alberto dos Santos,
Titular da Cadeira nº 14, da Academia Niteroiense Maçônica de Letras,
História, Ciências e Artes, e atual Venerável Mestre da A∴R∴L∴S∴ Renascimento
nº 08, jurisdicionada ao GOIRJ – COMAB, a fim de, em conjunto com nosso querido
Irmão e parceiro em várias empreitadas culturais, João Camanho, MI, 33º, e membro
de nossa Loja, a ARLS Rui Barbosa nº 46, Oriente de São Lourenço, MG, GLMMG,
proferir a palestra “O Cunho Transcendente da Missão dos Cavaleiros Templários”.
Registramos a calorosa acolhida e atenção de parte dos valorosos Irmãos
daquela nobre Oficina, que envidaram todos os esforços para o grande êxito do
evento. A palestra foi em Loja Aberta e o grande, diversificado e atencioso público
Francisco Feitosa
foi muito participativo, ajudando-nos a explorar o tema
com muita propriedade.
A Loja Renascimento é um referencial na
divulgação da cultura maçônica naquele estado,
promovendo, constantemente, palestras e fóruns culturais
e estimulando o estudo e a pesquisa na região. Não
poderia ser diferente, pois Cabo Frio teve a honra de ter,
em 1976, uma Loja, fundada por um grande ícone da
literatura maçônica, o insigne escritor e acadêmico Nicola
Aslan, que veio a falecer quatro anos mais tarde.
Seu filho é o nosso Eminente Irmão Ítalo Barroso
Aslan, Grão-Mestre Adjunto do GOIRJ, escritor e, também,
a
acadêmico, Titular da Cadeira nº 13, na Academia Niteroiense,
que, com o Irmão Carlos Alberto dos Santos, edita, com mestria,
o periódico “O Pesquisador Maçônico”, e que, também,
pertence à Loja Renascimento. Ao final da palestra, não
bastassem as carinhosas considerações de todos pelo tema
apresentado, fomos brindados com o privilégio de visitar a
biblioteca do saudoso Nicola Aslan.
Nicola Aslan, naquela oportunidade, construiu o
Templo da Loja no terreno de sua casa, em Cabo Frio, RJ;
lamentavelmente, com sua morte, a Loja veio a abater
colunas. Mais tarde, na cidade, surge a Loja Renascimento,
que recebeu um novo Templo em endereço muito
apropriado: Rua Nicola Aslan, nº 133.
O Templo antigo foi transformado, sem alterar
sua arquitetura, na biblioteca do referido autor,
reunindo, em seu acervo, cerca de 4.000 livros,
distribuídos em prateleiras que adornam as paredes do
antigo Templo. Estivemos, acompanhados de nossas
Cunhadas Regina e Lourdes, em visita ao local, e
pudemos sorver as energias daquela preciosa coleção,
uma ferramenta do ilustre escritor para a criação de suas
diversas Obras maçônicas.
Fica aqui o merecido registro de nosso
agradecimento e reconhecimento pelo belíssimo e altruístico
trabalho aos valorosos Irmãos da Loja Renascimento,
realizado em prol da cultura maçônica! Um belíssimo
exemplo de como se fazer melhor a Maçonaria! ?
b
O Misterioso Conde de Saint Germain
O
mais enigmático de todos os Mestres de
Sabedoria, que a humanidade já conheceu, o
Conde de Saint Germain, abrilhanta esta edição.
Sua Vida e Obra são cercadas de grande mistério, e seus
feitos marcaram sua trajetória terrena.
A mais preeminente figura do ocultismo ocidental
e uma fascinante personalidade da história, cuja vida
assombrosa está cercada de um halo de lenda e mistério.
Parece ter ficado, definitivamente, estabelecido que era
filho legítimo de Franz Leopold, príncipe Rakoczy da
Transilvânia, educado pela família Médici, na Itália, tendo
adotado o nome de Saint Germain da localidade de São
Germano, no Tirol italiano, onde seu pai tinha terras.
Existe uma grande divergência em matéria de datas.
Algumas fontes fixam seu nascimento em 28 de maio de
Francisco Feitosa
1696, outras em 1710. Da mesma forma, embora os registros
da Igreja de Eckernfarde estabeleçam sua morte em 1784,
outros autores dão evidências da presença física do Conde
depois desta data.
Por outro lado, a lenda popular atribuía-lhe vários
séculos de idade. De sua primeira juventude, nada é
definitivamente conhecido, e, para seus contemporâneos, sua
verdadeira identidade foi indecifrável. O literato Horace
Walpole, em uma carta datada em 1743, diz dele: "É
considerado espanhol, italiano, polonês; alguém que obteve, através
do matrimônio, uma grande fortuna no México e fugiu com ela
para Constantinopla; um sacerdote; um violinista; um grande
nobre". Em 15 de abril de 1758, escrevendo a Frederico, o
Grande, Voltaire diz: "Saint Germain é um homem que nunca
morre e conhece todas as coisas".
É, também, citado como homem de mistério por
Frederico, o Grande, Rousseau, Grimm, Von Hessen, Cagliostro e
outros. Os testemunhos existentes descrevem-no como de estatura
normal, de feições regulares e agradáveis, dotado de grande graça e
dignidade de porte e ambidestro a um grau prodigioso. Seu
controle e tato perfeitos nas mais díspares situações
testemunhavam seu refinamento e cultura inatos. Vestia-se
constantemente de negro e tinha predileção pelos diamantes, que
usava em profusão.
Foi o grande erudito e linguista de sua época. Conhecia a
fundo todos os idiomas europeus e podia, também, falar e escrever
em árabe, chinês, grego, latim e sânscrito. Sua versatilidade se
estendia à química (sobre a qual se embasava sua reputação), à
história, à poesia, à pintura e à música. Foi um pintor de notáveis
efeitos luminosos, um brilhante crítico de arte, um compositor
musical e um hábil violinista. Do ponto de vista oculto, seus
conhecimentos alquímicos e herboristas foram, sem dúvida,
excepcionais. Pretendia possuir o elixir da longa vida e dominar a
transmutação dos metais, tendo descoberto, também, um processo
para o tratamento das pedras preciosas.
Curava enfermidades com um elixir preparado por ele,
possuía amplos conhecimentos relativos a cosméticos e lançou as
bases dos processos modernos para a coloração industrial de
materiais. Suas faculdades paranormais parecem, também, ter sido
de ordem extraordinária. Podia realizar comunicações telepáticas,
tinha o dom da clarividência, detectava segredos e afirma-se que
podia se tornar invisível. Empregava sistemas de meditação e
concentração de origem oriental.
Sua atuação na vida europeia pode ser sintetizada da
seguinte forma: entre 1731 e 1742, parece ter residido nas cortes da
Rússia, Itália e Holanda e como convidado do Xá da Pérsia. Em
1743, é mencionado por Walpole vivendo em Londres, como
partidário dos Stuarts destronados. Em 1745, desenvolveu
atividades relacionadas com a composição química de corantes na
Áustria e na Alemanha. Por volta de 1748, aparece na corte
francesa, onde exerceu extraordinária influência e, logo, chegou a
ser confidente de Luís XV, que o empregou em missões
diplomáticas secretas, segundo provas documentais existentes.
Interveio, especialmente, em 1759, em Haia, nas
negociações de paz entre a França e a Inglaterra, missão, que lhe
granjeou a hostilidade do Duque de Choiseul, Ministro de
Assuntos Estrangeiros, tendo, então, que residir, temporariamente,
em Londres. Em 1758, o Rei Luís XV lhe havia cedido o Castelo de
Cahaborn como residência. Supõe-se que, também, tenha sido
empregado por outros governos europeus em missões
diplomáticas diversas, e a Senhora Cooper-Oakley cita uma extensa
lista de apelidos, adotados a partir de 1710 pelo Conde (Marquês
a
de Monserrat, Conde de Bellamye, Cavaleiro Weldon, etc.), para
encobrir suas atividades.
Parece ter atuado nas negociações de paz entre a Alemanha e
a Áustria, em 1761, sendo-lhe atribuído, também, um importante
papel na conspiração contra o Czar Pedro III, que, em 1762, levou
Catarina ao trono, em São Petersburgo. Em 1763, instalou em Tournai
uma fábrica para tingir seda, lã e madeiras e, entre 1764 e 1770, é visto
na Itália, Rússia, Índia (já havia estado, anteriormente, em Calcutá, em
1756), Egito e, também, na África e Ásia Menor.
Depois de viver, novamente, em Paris, em 1774, radicou-se,
definitivamente, em Schleswig-Holstein, para cultivar as ciências
ocultas junto com seu amigo o “land grave” Charles Von Hesse.
Diversas fontes, não obstante a fixação de sua morte, em 1784,
afirmam que foi visto em Viena, em 1788, na França, em 1792, 1835 e
1842-45, e em Roma (Leadbeater), em 1901. Teria estado, também, em
Buenos Aires, em 1910, e participado de acontecimentos anteriores à
guerra de 1914-18 e à Revolução Russa.
A tradição ocultista ocidental atribuiu ao Conde de Saint
Germain o papel mais proeminente nas atividades rosa-cruzes e
maçônicas de sua época, considerando-o um Adepto elevado, que,
como emissário da Fraternidade Branca, consagrou-se ao progresso e
elevação da humanidade. Acha-se devidamente estabelecido que foi
maçom e templário, e as memórias de Cagliostro citam sua iniciação
nas mãos de Saint Germain como templário.
Também, parece ter tido alguma relação com o Martinismo.
Além de ter sido, ocasionalmente, citado por H. P. Blavatsky como
possuidor de um manuscrito rosa-cruz cifrado, o mito de sua relação
com a Fraternidade Rosa-Cruz mereceu especial atenção (como no
caso de Francis Bacon) por parte da teosofia moderna, bem como
através de supostas revelações dos anais akhasicos, expostas por
distintos autores teosóficos.
Saint Germain teria sido, através de sucessivas
reencarnações, S. Albano, Proclo, Roger Bacon, Christhian
Rosenkreutz (o mítico fundador da Fraternidade), J. Hunyadi,
Francis Bacon, Ferdinando Rakoczy e o Barão Hompsech.
Também, outros autores, como Cooper-Oakley e M. P. Hall, se
identificam, totalmente, com a tese rosa-cruz, sem trazer provas
concludentes.
A. E. Waite defende, por seu lado, que não existem
evidências, nas fontes rosa-cruzes europeias de fins do século XVIII,
da participação do Conde nas atividades da Fraternidade, embora
reconheça seus grandes poderes ocultos e sua inatacável conduta,
através de sua atuação nas cortes europeias, qualificando-o como um
verdadeiro cavaleiro de seu tempo. Não o considera um místico ao
estilo de Saint-Martin e não aceita o julgamento do land grave Von
Hesse de que tivesse sido um grande filósofo, embora o reconheça
como um grande amigo da humanidade. ?
b
Ordem Real da Escócia
P
rova documental autêntica nos arquivos da Grande
Loja permite afirmar que, com exceção da Maçonaria
Simbólica, a Ordem Real da Escócia é o mais antigo
sistema maçônico existente, havendo evidências escritas e
impressas de que algumas Lojas da Ordem estavam ativas em
Londres antes de 1741. Um maçom ardoroso de nome William
Mitchell, que, então, vivia nos Países Baixos (Holanda), em
1750, solicitou uma Carta Constitutiva às autoridades em
Londres para reunir uma Loja da Ordem em The Hague
(embora a solicitação tenha sido aceita, não se sabe se essa Loja
chegou a funcionar durante esse período). Entre 1752-1753, o
Irmão Mitchell mudou-se para Edimburgo levando a Carta,
editada para ele como Grão-Mestre Provincial em The Hague.
Em virtude desse documento, ele fez uma Loja da Ordem Real
em Edimburgo; no devido tempo, em julho de 1767, esse
corpo se elevou à posição de Grande Loja da Ordem Real da
Escócia. No início dos anos de 1800, a Ordem, praticamente,
ficou extinta, mas, em 1839, os esforços, para ressuscitá-la,
foram bem-sucedidos, e, em 1843, a Grande Loja estava
fornecendo Cartas Constitutivas para a fundação de Grandes
Lojas Provinciais.
Dos mais antigos registros escritos de reuniões, a
Ordem alega que o rei dos escoceses era o seu Grão-Mestre
hereditário e, sendo assim, um lugar, no Oriente, é guardado
vago para ele em toda reunião de cada Grande Loja
Provincial, e em todas as reuniões da Grande Loja.
A Grande Loja de Edimburgo controla, atualmente,
cerca de 85 Grandes Lojas Provinciais, situadas em diversas
partes do mundo. A Ordem Real da Escócia contém dois
Graus, chamados: O Heredom de Kilwinning e Cavaleiro da
Cruz Rósea. Sendo essa Ordem de “Elite”, o ingresso como
membro é altamente valioso, e a admissão é feita estritamente
por convite.
Com os corpos regulares da Ordem tendo o “status”
de uma Grande Loja Provincial, é natural que a autoridade
imediata seja investida no cargo de Grão-Mestre Provincial,
apoiado por uma equipe de oficiais, como se segue: GrãoMestre Provincial Adjunto; Grão-Mestre Provincial Substituto;
Primeiro Grande Vigilante Provincial; Segundo Grande
Vigilante Provincial; Grande Tesoureiro Provincial; Grande
Secretário Provincial; Grande Capelão Provincial; Grande
Porta-Espadas Provincial; Grande Porta-Estandarte Provincial;
Grande Marechal Provincial; Grande Marechal Provincial
Adjunto; Grande Introdutor e Examinador Provincial; Grande
Guardião da Torre Provincial; Primeiro Grande Mestre de
Banquetes Provincial; Segundo Grande Mestre de Banquetes
Provincial; Grande Diretor de Música Provincial; Grande
Guarda Provincial; Grande Guarda Provincial Adjunto.
As qualificações apresentadas demandam que os
futuros candidatos sejam Mestres Maçons com interstício
mínimo de cinco anos, apesar de não ser raro insistir em que
outras condições de admissão sejam aceitas.
Um Irmão recebido no primeiro Grau é vestido com
um avental de desenho especial, de pele de cordeiro branco
com acabamento em tiras carmesins, possuindo aba triangular
Keith B. Jackson
com uma franja combinando. O candidato é, também, investido
com um cordão carmesim ou cinturão de 4 polegadas de largura,
o qual é usado sobre o ombro esquerdo e abaixo do braço direito,
sendo colocada uma joia em metal dourado, representando um
triângulo triplo, entrelaçado com uma cruz suspensa de
compassos estendidos em seu centro.
Em promoção ao segundo Grau, o antigo avental é
trocado por um de dimensões similares, mas com seu
acabamento em carmesim e tira verde-carda, com aba e franjas
carmesins. Um cordão idêntico verde é utilizado em lugar do
carmesim, do ombro direito e abaixo do braço esquerdo, no qual
é colocada uma joia dourada, contendo um triângulo eqüilátero,
invertido suspenso por seus compassos estendidos. Usa-se, no
lado esquerdo do peito, uma estrela dourada de sete pontas, com
a Cruz da Ordem no centro e uma cinta verde-carda, com
acabamento dourado, portando as palavras “Virtute et Silentio”,
usada ao redor do braço esquerdo, acima do cotovelo.
O Heredom de Kilwinning, de acordo com a tradição,
teve sua origem durante o reinado de Davi I, no século XII, e é de
caráter claramente cristão, presente na forma como a Maçonaria é
apresentada. A maior parte do ritual é expressa em estranhos
versos antigos de má rima, sendo trabalhada, principalmente,
por questões e respostas, tal como nas preleções da Maçonaria
Simbólica, mas abraçando aqui elementos e referências
encontrados em muitos outros Graus. A escolha de uma
característica (para um candidato), típica de algum atributo
moral ou virtude, é uma das peculiaridades da Ordem, sendo
explicitada, posteriormente, sem o uso de vogais. Em posse dessa
característica particular, o candidato é enviado à procura da
Palavra Perdida.
Cavaleiro da Cruz Rósea, Grau de Cavalaria, parece ter
sido instituído pelo rei Robert the Bruce, imediatamente, após a
Batalha de Bannockburn, em 1314, para comemorar a bravura de
um grupo de cavaleiros e maçons que o haviam ajudado na
grande vitória. Ele reviveu o antigo Grau e incorporou os dois
sob o título de Ordem Real da Escócia, estabelecendo a cadeira
de chefe da Ordem em Kilwinning. Esse Grau remonta ao Antigo
e Novo Testamento e culmina na doutrina secreta, inculcada na
vida e morte de nosso Salvador. Muitos afirmam que o Cavaleiro
da Cruz Rósea contém o cerimonial de admissão, praticado
antigamente na mais Antiga Ordem do Cardo. ?
(*)Extraído de seu livro: “Além da Maçonaria Simbólica”. Ed. Madras, SP, 2006.
a
b
A Maçonaria Não é Feita à Medida das Ilusões do Neófito
C
onta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter
sido iniciado nos Mistérios, o que tinha visto no
Templo, tendo ele respondido: “simplesmente
nada”. Porém, Pitágoras era Pitágoras. Se, ao sair do
Templo egípcio, não tinha visto "nada", não se limitou a
sair decepcionado, senão buscando a origem desse "nada";
saiu buscando-a e descobriu que, em si mesmo, não tinha
visto "nada mais", que desejos e ilusões. Então, começou
seu caminho para a sabedoria.
Muitos Irmãos recém-iniciados se afastam da
Ordem porque, em suas Lojas, não encontram nada,
porque na Maçonaria não se faz "nada"; outros se queixam
de que, nas Lojas, fala-se muito de simbolismo e nada
mais; alguns falam que é uma Instituição para se fazer
amigos e nada mais e que só comparecem aos trabalhos
das Lojas para perder tempo e nada mais. Propomos
perguntar-nos: o que significa esse "nada" em relação à
Maçonaria? Fulano não vai mais à sua Loja porque não
encontrou nada... É como é que não encontrou nada? Não
encontrou o Templo com seu altar, os móveis, as colunas e
a decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja?
E como é que diz que não encontrou nada e que o
simbolismo não significa nada?
Encontrou, então, pelo menos, o simbolismo? E
como é que pode dizer que, na Maçonaria, não se faz nada
e, na Loja, fala-se muito e nada mais? Então, faz-se algo,
ainda que seja nada mais que falar.... Parece que o nada
que se encontra na Maçonaria não deve ser tomado ao pé
da letra.
O neófito que entra no Templo encontra algo,
porém não encontra o que busca; isso dá margem a várias
perguntas: o "que busca" o profano que solicita ser
iniciado? O que a Maçonaria não pode oferecer? O que a
Maçonaria pode oferecer? O que encontra o neófito ao
dizer que não tem nada? Procuramos responder a estas
perguntas de um ponto de vista estritamente pessoal. O
que busca o iniciado? Pode solicitar seu ingresso por
vários motivos, desde o mais grosseiro materialismo, o
desejo de encontrar protetores para seus negócios de
qualquer espécie, até o motivo do mais elevado
sentimento de humanismo.
Em regra geral, é mistura de tudo, acrescido de
curiosidade; e, frequentemente, haverá um sentimento da
Milo Bazaga
própria
imperfeição
acrescido do desejo de
melhorar-se
e
aperfeiçoar-se. Não é
raro, também, que se
espere encontrar, na
Maçonaria,
um
estímulo à ação para
compensar a própria
falta de atividade;
idéias extraordinárias
e
originais
que
ponham
em
funcionamento
o
pensamento
e
a
imaginação própria.
É
um
dos
problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição, que
devem guardar seus integrantes, fazem o profano chegar,
geralmente, às nossas portas desconhecendo, realmente, o
que o espera, vindo em contrapartida cheio de esperança e
ilusões, que vão do inadequado ao absurdo. O que a
Maçonaria "não pode oferecer"? A Maçonaria não é feita à
medida das ilusões do neófito. Se este procurou uma
renovação completa de sua personalidade por meio de um
remédio, amostra grátis, que se oferece a todo aquele que
entra na Ordem, equivocou-se.
Damos-lhe a luz, as ferramentas para trabalhar,
mostramos-lhe a pedra bruta e o modo de trabalhar nela. O
resto é assunto do neófito. Tem que trabalhar para receber o
seu salário, e este lhe é dado segundo a quantidade e a
qualidade do seu trabalho. Não pode exigir que se lhe dê
tudo de uma só vez, sem fazer o menor esforço. Então,
acontece que o neófito não acha o que buscava. Ele buscava
um meio cômodo para tornar sua vida mais fácil e agradável,
para sentir-se importante sem esforço algum, para viver em
paz consigo mesmo. E como não acha o que buscava, diz
simplesmente: “não encontrei nada”.
Com isso, expressa que tudo o mais que encontra não
tem importância para ele e que aquilo que não encontra é o
que ele queria, e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz
nada é outra maneira de se revelar, que se quer conseguir
satisfações de amor próprio a baixo custo.
Se, na Maçonaria, estivesse se cristalizando uma obra
de autêntico humanismo, poderíamos participar da glória da
sua realização, sem que tivéssemos o trabalho de planejar e
organizar sua execução. Se a Maçonaria fosse aquilo que
querem os que se queixam de não encontrar nada nela, ela
seria idêntica às sociedades múltiplas de beneficência e
clubes de serviço, cujos principais objetivos parecem ser que
seus membros apareçam na imprensa escrita, falada e
televisionada a qualquer pretexto. Todas essas satisfações de
amor próprio, todas essas ilusões e esperanças vazias é o que
a Maçonaria não oferece. Por isso, aqueles que buscam
superficialidades não encontram "nada".
Do ponto de vista das pessoas mencionadas
anteriormente, nada, pois, para elas, o trabalho, o estudo,
não são nada, e, se não tiverem a paciência necessária, se
afastarão. Quanto mais irreais, fantásticas, forem suas
esperanças, mais necessitarão para encontrar o que oferece
a
Maçonaria:
trabalho,
ferramentas para executá-lo,
salário que somente se obtém
trabalhando.
O neófito tem que
aprender que, na Maçonaria,
não encontrará satisfação
alguma senão em razão de seu
próprio trabalho. Através de
seu aprendizado, dar-se-á
conta de que, se a Maçonaria
lhe der, sem sacrifício, as
satisfações
que
estava
procurando,
então,
sim,
poderá dizer que não é nada.
Acontece que o homem moderno tem, do trabalho, um
conceito muito diferente do que tinham as corporações de
construtores da antiguidade. Para a maioria, hoje, o
trabalho é escravidão, atividade mecânica, impessoal, algo
que se faz porque se tem que viver e comer, e, sem
trabalho, não há comida; algo que se faz sem grande
satisfação, esperando que o relógio marque a hora da
saída.
Daí, então, partimos para o descanso, a diversão,
as comodidades. São poucos aos quais a sorte reservou
um trabalho construtivo, e, menos ainda, existem pessoas
capazes de buscar e achar o descanso em uma atividade
criadora. O construtor medieval não se preocupava com
apressar o tempo para terminar a catedral, mas, sim,
detinha-se nos detalhes da construção, acrescentando uma
a
grande variedade de enfeites e esculturas para a arquitetura,
simplesmente, porque sentia o gosto de criar algo de belo e
bonito.
Nós já não compreendemos, mais, facilmente, este
prazer pelo trabalho. Queremos que o trabalho termine o
mais depressa possível, para que possamos dedicar-nos a
outras atividades nas quais encontramos mais prazer.
Necessitamos voltar a descobrir que a vocação artística do
homem - a única que lhe dá plena satisfação - não é apêndice
pensante da máquina, e sim a de procurar realizar um
trabalho criador.
O que encontra o neófito ao dizer que não tem nada?
Bate à porta do Tempo; abre-se a mesma para ele, e não
encontra nada. Para ele, o que é esse "Nada"? Já dissemos,
tomar a palavra em sentido estrito é um absurdo. Algo,
encontra e, se o pressionamos um pouco, nos dirá: “Não há
nada, somente palavras, somente ritualística, somente
símbolos,
somente
ideias
antiquadas”. Algo, portanto,
encontra, porém não o que
buscava. E como o que encontra
não é nada em comparação com
o
que
buscava,
diz,
simplesmente, que não há nada.
Porém, esse nada não é somente
um fenômeno negativo; é como
um gérmen, algo novo e grande.
O Irmão que se afasta da
Loja queixando-se de não haver
encontrado nada, não se limita
somente
a
isso.
Afasta-se
desgostoso, decepcionado. O
encontro com o nada o afetou no mais profundo do seu ser.
Não achou o que buscava, porém achou, precisamente, seu
próprio desgosto, sua própria decepção. Ainda que se vá de
nosso convívio, sua decepção o segue. E ainda que não o
confesse, não deixará de pensar, de vez em quando, que,
para encontrar algo, necessita-se duas coisas: algo que exista,
e alguém que saiba procurar. Ao lado do seu orgulho,
porque ele não se deixou enganar, estará a constante
inquietude acerca do que terão encontrado os que ficaram, e
que ele não soube encontrar.
Vê-se, assim, posto, frente a frente, com sua própria
insuficiência. Com seu próprio NADA. Se for sincero consigo
mesmo, reconhecerá que não encontrou nada em si mesmo.
Esse é o ponto onde começa a germinar a ideia maçônica. Se
o Irmão chegar a esse ponto. ?
b
A Grande Missão da Maçonaria
A
Maçonaria está submetida a provas duríssimas, mas
resistirá, heroicamente, a todos os golpes de seus
próprios filhos, sairá fortalecida sempre, sempre e
sempre. Na senda do Mundo, há nascido uma árvore nefasta e
frondosa: a Crueldade, que produziu ditadores, traidores,
corruptos e sem princípios, que abusam da confiança do povo
em todas as épocas, e de todos os tamanhos, cheios de
vaidades e ambições, duros de corações, carentes de
escrúpulos, inimigos da liberdade de ação, inimigos, portanto,
da Maçonaria, que tem a Verdade e a Justiça como pilares
básicos de seu Templo imortal. Mas a Maçonaria tem uma
missão a cumprir, e a cumprirá a despeito de todos quantos,
contra Ela, se voltem. Em saber esperar e em saber resistir, está
sua força, também, em ter a Razão contra tudo que seja
Escravidão, Ignorância, Fanatismo e Aviltamento, pois o
Grande Arquiteto do Universo exercerá, eternamente, a força
derrotando esses inimigos.
Sua grande missão é elevar, iluminar, impulsionar e
redimir a humanidade. Dar a conhecer que não está só
(isolado) do mundo. Que seu progresso é o resultado de uma
cadeia de homens decididos e virtuosos, assim mesmo, os
passos que são dados na senda do progresso são curtos, como
exíguo é o tempo que leva a Família Humana na face da Terra,
comparado com a idade dos planetas. O trânsito da
humanidade pode considerar-se como raiz da árvore que, um
dia, luzirá copa frondosa, sustentada por tronco rijo e idoso do
qual somos a primeira célula. Dizer que assim como o Sol
ilumina os bons e os maus, dá calor a todos sem exceção,
assim a Maçonaria deve estender seu amor e sua beneficência
a todos quantos a rodeiam, sem distinção, sem malevolência e
sem rancores, porque tanto como o Amor é fértil, o Ódio é
estéril. Que não se reconheçam mais títulos e vantagens e que
não se desvirtue o estreito acatamento à Moral e ao exercício
da virtude. Que se seja bom, amoroso, honrado e
excessivamente virtuoso.
A Maçonaria é a mãe da sabedoria humana. Ela diz ao
homem com sublime doçura e amor: “cumpre a tua missão,
custe o que custar. O caminho para teu próprio convencimento que
queiras seguir não me importa, para isso te deixo em liberdade de
consciência, por isso não pugno por nenhuma religião e te convido ao
estudo e à meditação sobre o único livro que há estudado o homem
profundamente, e de onde ele tem tirado todo o seu conhecimento.
Este livro é o Universo a que pertences. Se nele existe um Deus, é Ele
a
Anselmo Quadros
a causa criadora, ordenadora. Se esse Deus não existe e, em seu lugar, só
fica a lei da casualidade, será ela a primeira ação geratriz e ordenadora
do Universo. E, se nada existe, será esse o ponto de partida e, portanto,
totalizador desse Universo. Independentemente do teu pensamento
verás que o Universo teve, forçosamente uma origem que escapa aos
ditames de tua razão e deve ter, também, um fim posterior que se esgote
em si mesmo, um fim cuja natureza a Maçonaria não te revela e não te
ensinará a elucidar, porque, humilde, científica e razoável, se conforma
que vivas bem toda a tua vida, com o pensamento de que, se a tua morte
sobrevivesse a tua alma, terias preparado teu caminho a percorrer em
outra vida, e, se não existe essa outra vida, nada haverás perdido em
viver bem a presente".
Maçonaria cumpre sua missão incansavelmente, com
denodo, valor e perseverança. E sua doutrina é o amor. Não há
ser no mundo que não melhore em algo sua alma enquanto ama
outro ser, ainda que se trate de um amor vulgar. E os que não
deixam de amar não seguem amando senão porque é a mais
divina e, ao mesmo tempo, a mais profunda virtude humana.
Que a Razão e o Amor lutam primeiro com violência em uma
alma que se eleva, mas a Sabedoria nasce da paz que acaba de
fazer-se entre o Amor e a Razão, e essa paz é tanto mais profunda
quanto mais direitos haja cedido a Razão para o Amor. Não
chegamos a ser verdadeiramente justos senão desde o dia em
que nos vemos reduzidos a buscar, em nós mesmos, o modelo da
justiça.
A inteligência, ao mostrar-nos, por assim dizer, a
imensidade de nossa impotência, nos toma a dor de nossa
derrota. Grande é a vontade de Deus, mas não a vemos (como o
vento, por exemplo), e isso se reflexiona, é natural, porque todas
as dádivas de Deus são invisíveis, como a providência Paternal,
que é espírito puro. No fundo da humilde vida do justo, só são
inalteráveis e imóveis a Justiça, a Confiança, a Benevolência, a
Sinceridade e a Generosidade. A missão da Maçonaria Universal
é espargir os postulados do Amor. Ela não tem donos, não é um
negócio, não é uma profissão. O amor nos abre os olhos para
muitas verdades pacíficas e doces, e nos dá a oportunidade de
conhecer e admirar, em um objeto único, o que não havíamos
tido, nem em idéia, concebido em mil objetos diversos. E, com
isso, alarga-se nosso horizonte e mais se estende o alcance de
nosso coração. A Maçonaria é para poucos, mas esses muito
fazem pela humanidade. Muitos adentram, logo saem, e
continuam sendo Profanos de Avental.
Sagrada, Sublime missão é a da Maçonaria! ?
b
A Carroça
C
erta manhã, meu pai convidou-me a dar um
passeio. Em dada altura, deteve se e, depois de
um pequeno silêncio, perguntou-me:
- Além do cantar dos pássaros nas árvores, ouves mais
alguma coisa?
Apurei os ouvidos durante mais alguns segundos e
respondi:
- Sim, ouço uma carroça.
- Isso mesmo – disse o meu pai. É uma carroça vazia.
Perguntei-lhe:
- Como sabes que está vazia, se, ainda, não a vimos?
- Ora – respondeu-me. É muito fácil saber que uma
carroça vai vazia por causa
do barulho. Quanto mais vazia, mais barulho faz.
Tornei-me adulto e, até hoje, quando ouço uma pessoa
a falar demais, a gritar, a intimidar, a tratar o próximo com
a
a
Autor ignorado
grosseria,
prepotente,
a
interromper as conversas de
toda a gente e a querer
demonstrar que é a dona da
razão e da verdade absoluta,
parece que, ainda, ecoa-me, nos
ouvidos, a voz do meu pai:
- Quanto mais a
carroça está vazia, mais barulho faz.
E a sabedoria dessa voz, que o tempo não consegue
esbater, junta-se ao conforto que sinto a partir do momento em
que franqueei as colunas da nossa Augusta Ordem, por onde
perpassam o silêncio sábio, a fraternidade, a tolerância no sentido
da compreensão, a igualdade entre todos os Irmãos, a procura
dos caminhos da verdade, que, antecipadamente, sabemos não
poder alcançar, mas que, porfiadamente, perseguimos. ?
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Site b
Clique aqui e conheça o altruístico site Formadores de Opinião. Visitei e recomendo com máximo empenho!
a Livros b
Tive a honra de receber um exemplar autografado pelo autor da obra literária “A Função do Maçom na Sociedade” do
insigne escritor, acadêmico e Eminente Irmão Antônio do Carmo Ferreira, editado pela “A Trolha”, o qual, após lê-lo em
um só fôlego, recomendo aos nossos diletos leitores como livro de cabeceira!
a Arte Real – Edições Anteriores b
As edições anteriores se encontram disponíveis para download em vários sites maçônicos e, também, no site www.entreirmaos.net
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rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na
ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação,
integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para 14.000 e-mails de Irmãos de
todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas
particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura
maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do
momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.
Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º
Revisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º
Colaboradores nesta edição:
Anselmo Quadros – Hercule Spoladore – Keith B. Jackson – Milo Bazaga – Wilson Namorato.
Empresas dos Irmãos Patrocinadores:
Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola – Dirija Rent a Car – Formadores de Opinião - Gráfica
Everesty – Ideal Despachos Aduaneiros Ltda – Kit Market - López y López Advogados – Maçonaria Virtual Olheiros.com – Pousada Mantega - Qualizan – Reinaldo Carbonieri Eventos – Saneartec - Santana Pneus –
Sysprodata.
MSN -
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[email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca
Tels. (35) 3331-1288 / 8806-7175
Contatos:
As edições anteriores estão disponíveis para download em vários sites maçônicos, assim como, em nosso
Portal Entre Irmãos - http://www.entreirmaos.net ?
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