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Introdução
EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA eBooks, 2021
Revista da ABRALIN, 2019
A Língua Portuguesa foi utilizada como instrumento de hierarquização, silenciamento e isolamento de línguas africanas, hoje conhecidas como línguas nacionais angolanas. O presente artigo articula um breve percurso histórico para fins de análise sobre a resistente presença das línguas nacionais em território angolano diante de uma política colonial que visou o apagamento cultural africano por meio do assimilacionismo. Tal feito era legitimado através do Estatuto do Indigenato e tinha como premissa a introdução de costumes europeus, no sentido de ocidentalizar a comunidade angolana. Neste panorama, além de atos de racismo linguístico, são evidenciadas as resistências que possibilitaram a sobrevivência de algumas línguas africanas, bem como as mutáveis relações de poder que fizeram com que a língua portuguesa, instrumento colonial, passasse a ser chamada de Português Angolano.
Em 1996 assisti em Maputo, a um espectáculo de José Mucavele, porventura o mais reconhecido músico moçambicano. Numa das últimas canções, África, entoou enfaticamente o verso "Eu sou moçáfono do Índico!". O público, que enchia a sala, sobrepôs-se ao artista, aplaudindo-o. Apreço ainda mais notório se considerando que as audiências moçambicanas, mesmo as urbanas, são pouco atreitas a expressar a sua satisfação com as expressões artísticas através do aplauso. O momento foi-me suficientemente simbólico, expressão do mal-estar com a recorrente retórica portuguesa que na época acompanhava o estabelecimento da CPLP. Anos passaram. Cabia-me, como funcionário contratado, também representar em Moçambique um organismo estatal português de política externa, dedicado aos âmbitos culturais e educacionais. Em 1998 e em 1999 decidiu este realizar grandes encontros internacionais entre agentes pertencentes aos países da CPLP. A participação moçambicana na iniciativa decorrida em Lisboa em 1998 fora constrangida pela oposição governamental, o que se complicou no ano seguinte, quando, à revelia do Estado moçambicano, essa instituição portuguesa decidiu organizar em Maputo a segunda edição do certame Pontes Lusófonas. 2 Para tal fez deslocar de Portugal uma enorme comitiva cultural, na qual pontificavam escritores (entre os quais Saramago, celebrizado pois então recém-Nobel de Literatura) e músicos de renome, para além de académicos e jornalistas. A reacção moçambicana aos preparativos fizera-se sentir, eu fora contactado pelas mais altas instâncias do sector cultural e académico (ministros, reitores, directores de serviços universitários e de departamentos estatais), transmitindome mal-estar com a iniciativa. Um ministro avisara-me explicitamente que o presidente da República não proibira a iniciativa porque "temos eleições este ano e não queremos problemas com Portugal". Todas estas demonstrações de desagrado, relatadas aos serviços estatais de Lisboa, destes colhiam silêncio. Tornava-se óbvio que a peculiar dinâmica do organismo estatal português actuante nesta matéria dependia não das
2017
A concretização da presente dissertação é, naturalmente, uma das consequências do nosso percurso pela Universidade Nova de Lisboa, sem jamais nos olvidarmos de que resulta de um processo de gestação de ponderações anteriores. Cabe-nos, por esta razão, o dever e a responsabilidade de expressar os mais reconhecidos agradecimentos às entidades, sem cujo tributo e apoio não nos seria possível a exequibilidade do trabalho, ora em suas mãos, nem o percurso pela referida Universidade. Primeiramente, cabe-nos o dever de expressar um obrigado muito especial à Professora Doutora Maria Teresa Rijo da Fonseca Lino. Embora sobrecarregada pela acumulação de papéis que constituem o seu quotidiano, não hesitou um instante sequer em aceder ao pedido que lhe endereçámos, no sentido de orientar esta dissertação. O encorajamento, a concordância, a paciência que demonstrou, as sugestões que nos forneceu, a fiúza que em nós depositou, a liberdade de ação que nos concedeu, são apenas o exemplo e a postura indeléveis de uma verdadeira lente, cuja mente é um recetáculo de perpétuos e incríveis saberes. Ao Estado Angolano, por providenciar o Projeto da Terminologia da Administração Pública e do Vocabulário Ortográfico Nacional. A S. Ex.ª o Ministro do Ensino Superior, Professor Doutor Adão do Nascimento, por nos indicar para este grande privilégio que, confessamos, não esperávamos. À Dra. Ana Paula Henriques e à Dra. Carla Cristina Vilarinho Queiroz expressamos um especial muito obrigado. À primeira agradecemos a sábia orientação, exortação e tudo quanto nos ensinou, sem perder, claro, o gesto discreto. À segunda agradecemos por, no seu jeito matriarcal e patriarcal, estar sempre ao nosso lado para dar a repreensão, o conselho e o encorajamento de que precisámos. Ao Professor Doutor António Fernandes da Costa, o pai que encontrámos na Academia, por nos mostrar, com estupenda arte de ensino, no seu jeito desinteressado e discreto, como galopar pela ciência cruzando e discutindo ideias. São insondáveis os desígnios divinos. À Professora Doutora Maria Rute Vilhena da Costa e à Professora Doutora Raquel Alves Silva, pela paciência e compreensão com que sempre nos trataram. viii À Biblioteca Nacional de Portugal, ao Arquivo Nacional Torre do Tombo e ao Arquivo Histórico Ultramarino, pelo fornecimento de documentos de que necessitávamos para a constituição do corpus do nosso trabalho e comprovação de dados obtidos a partir do mesmo. À Domingas Sumbula, matriarca que desde o berço nos inculcou princípios salutares, dos quais não abrimos mão. À Luísa Miguel Mateus Muhongo, mulher da minha vida e grande amiga. Ao Reuel Carlos Mateus Muhongo, presente mais esbelto que já recebemos. Aos nossos irmãos e à família Quindombe expressamos um muito obrigado. ix RESUMO Foi a 23 de outubro de 1575 que, com o decreto do Rei D. Sebastião, o panorama geopolílico angolano se metamorfoseou. Dos primeiros contactos entre portugueses e angolanos resultou a colonização do segundo povo, com início no século XV e que se prolongou até ao século XX. A colonização teve duas fases, a saber: a fase da penetração territorial que implicou os primeiros contactos (1482 a …) e a fase da ocupação territorial. Na escola, o colonizado tinha de, obrigatoriamente, falar o idioma do colonizador. Houve, efetivamente, influências linguísticas. As unidades lexicais confirmam, sobretudo, a história deste contacto, pois cada palavra pode implicar uma realidade de um povo. Este estudo visa recolher, organizar, analisar e descrever os empréstimos de origem angolana encontrados no periódico Voz de Angola-Clamando no Deserto (1901). Deve também contribuir para a criação de um Vocabulário Ortográfico Nacional para Angola. Em virtude do surgimento da imprensa em Angola no século XIX, começaram a publicar-se alguns periódicos. De entre estes, os jornais e as revistas refletem obviamente a produtividade de empréstimos. O primeiro periódico de que há registo é o Boletim Oficial (1845), cuja responsabilidade cabe ao Governador Pedro Alexandrino da Cunha. Por outro lado, o último periódico da época colonial de que se tem conhecimento é Mensagem-A Voz dos Naturais de Angola (1951), revista sob a alçada da Associação dos Novos Intelectuais de Angola. Visto que os jornalistas e os escritores são nitidamente criadores de palavras, reconhecemos que há unidades lexicais de origem angolana registadas nos jornais daquela época que se tornaram laivos perenes da realidade sociopolítica dos dois povos. As línguas de Angola, de facto, têm processos muito peculiares que descaracterizam as unidades lexicais de outras línguas, particularmente as do português. Alguns processos de formação de palavras das línguas de Angola convergem e outros divergem com os do português, pois as línguas de Angola apresentam processos de formação de palavras muito diferentes. Por desconhecimento destes processos, muitos articulistas recorriam ao decalque, tendo como base a estrutura do português.
Etnografica
A partir de uma reflexão baseada numa década de idas e vindas ao terreno, literatura secundária e, naturalmente, os textos sobre arte, religião e novas profetizas deste dossiê, pretende-se enfatizar leituras de processos históricos e sociais mais abrangentes. Ao sublinhar alguns aspetos da história e contemporaneidade angolanas e as ligações entre o global e o local, este texto destaca a íntima relação entre períodos históricos aparentemente herméticos (pré-colonial, colonialismo e pós-independência) e a importância de processos sociais, económicos e políticos que perpassam a divisão entre colonial e pós-independência e são fulcrais para o sedimentar de discursos neomodernos sobre Angola.
Filologia e Linguística Portuguesa, 2011
RESUMO: Nosso trabalho tem como objetivo apontar a categoria sintático-discursiva foco no português de Angola partindo de uma noção e tipologia específicas para essa categoria. A partir de uma interface morfossintaxe/discursiva, consideramos as sentenças clivadas e as pseudoclivadas como veiculadoras de foco por apresentarem uma leitura especificacional, em que há a obrigatoriedade de predicação de um valor a uma variável, disparando as leituras de 'contrastividade', 'exclusividade' e 'exaustividade', próprias do constituinte focalizado. Apresentamos, portanto, uma análise para o foco no português angolano, a partir da tipologia para as sentenças clivadas e pseudoclivadas realizadas com os estudos do português brasileiro. As sentenças tradicionalmente classificadas como 'interrogativas clivadas sem cópula' recebem, em nosso trabalho, uma proposta de análise em que consideramos esse tipo de sentença fora do âmbito das clivadas. Consideramos que o elemento fronteado que recebe a leitura de foco é seguido de uma partícula focalizadora apontando para um foco controlado gramaticalmente.
Alessandria: Edizioni dell'Orso, 2024
Tefsir Tatarów Wielkiego Księstwa Litewskiego: XVI-wieczny przekład Koranu na język polski, 2022
Social History, 2016
KWARTALNIK HISTORII KULTURY MATERIALNEJ 71 (1), 2023
Revue d'histoire et de philosophie religieuses, 2003
ESKİ TKP'NİN TÜRKİYE'DE SOSYALİZM MÜCADELESİNE VERDİĞİ ZARAR
Procedia - Social and Behavioral Sciences, 2015
Journal of Turkish Science Education, 2022
MOH Journal of Medical Case Reports , 2024
Circulation Research, 2003
Jurnal Penelitian Pembelajaran Fisika, 2020
Boletín Médico del Hospital Infantil de México, 2014