Academia.eduAcademia.edu

Ementa Tópicos em Filosofia Contemporânea I

EMENTA As mais recentes pesquisas em Filosofia vêm nos últimos anos reconsiderando o papel das emoções no debate ético. Pensar as questões éticas a partir das emoções têm extrapolado o âmbito tradicional dos estudos em ética, que normalmente se restringem a teorias normativas. Ao destacar o papel das emoções na motivação moral, sob a perspectiva de algumas teses centrais de teorias da emoção desde a Antiguidade até os debates contemporâneos, inúmeras questões filosóficas de diferentes áreas da Filosofia passam a ser pensadas de um modo inusitado. Ao mesmo tempo, as implicações da racionalidade em contraste com as emoções pretende ser revisto. Uma investigação inovadora sobre a natureza das emoções e os métodos de investigação em psicologia moral pode desempenhar um papel fundamental nestas reavaliações, contribuindo para mostrar de que modo a emoção influencia o julgamento moral, ou, simplesmente motiva moralmente ações relevantes. As explorações teóricas e a proposta de experimentos, que confrontam e pretendem esclarecer a relação entre a evidência empírica atual e as teorias filosóficas existentes, são mais adequadas para enquadrar essa investigação sobre a fonte de nossos julgamentos morais. Neste campo, as pesquisas em psicologia moral têm retomado o problema da natureza da moralidade. Dentre as principais questões, temos: A moralidade é fundamentada na racionalidade ou depende crucialmente das emoções? (questão de fundo: o papel das emoções na geração dos juízos morais?); Como nosso sistema moral evoluiu para o seu formato atual? (questão de fundo: as normas morais são de um tipo distinto das normas?). Para tanto, o objetivo geral é explicar o papel das emoções na ação moral, bem como como estudos empíricos são capazes de mostrar que o raciocínio e a emoção preveem apenas moderadamente a ação moral. Assim, quando expandimos nossos estudos em psicologia moral o próximo passo é o de entender o funcionamento do comportamento moral, identificando pelo menos quatro componentes ou processos que devem ser direcionados para um comportamento moral. São eles: (1) De que modo a sensibilidade moral percebe e interpreta o que está acontecendo; (2) Qual o papel do raciocínio moral sobre o que fazer e sobre qual é a melhor opção (a mais moral); (3) Motivação moral (quando ela acontece ou como identidade moral); (4) Implementação moral-ter as habilidades e perseverança para realizar a ação.

PROGRAMA DE COMPONENTE CURRICULAR DADOS DO COMPONENTE Código Nome FL501 Tópicos de Contemporânea I C. H. Global Período 60 2018.1 Quartas-feiras (14h-15h50) e sextas-feiras (14h-15h50) Profa. Dra. Caroline Marim – [email protected] EMENTA As mais recentes pesquisas em Filosofia vêm nos últimos anos reconsiderando o papel das emoções no debate ético. Pensar as questões éticas a partir das emoções têm extrapolado o âmbito tradicional dos estudos em ética, que normalmente se restringem a teorias normativas. Ao destacar o papel das emoções na motivação moral, sob a perspectiva de algumas teses centrais de teorias da emoção desde a Antiguidade até os debates contemporâneos, inúmeras questões filosóficas de diferentes áreas da Filosofia passam a ser pensadas de um modo inusitado. Ao mesmo tempo, as implicações da racionalidade em contraste com as emoções pretende ser revisto. Uma investigação inovadora sobre a natureza das emoções e os métodos de investigação em psicologia moral pode desempenhar um papel fundamental nestas reavaliações, contribuindo para mostrar de que modo a emoção influencia o julgamento moral, ou, simplesmente motiva moralmente ações relevantes. As explorações teóricas e a proposta de experimentos, que confrontam e pretendem esclarecer a relação entre a evidência empírica atual e as teorias filosóficas existentes, são mais adequadas para enquadrar essa investigação sobre a fonte de nossos julgamentos morais. Neste campo, as pesquisas em psicologia moral têm retomado o problema da natureza da moralidade. Dentre as principais questões, temos: A moralidade é fundamentada na racionalidade ou depende crucialmente das emoções? (questão de fundo: o papel das emoções na geração dos juízos morais?); Como nosso sistema moral evoluiu para o seu formato atual? (questão de fundo: as normas morais são de um tipo distinto das normas?). Para tanto, o objetivo geral é explicar o papel das emoções na ação moral, bem como como estudos empíricos são capazes de mostrar que o raciocínio e a emoção preveem apenas moderadamente a ação moral. Assim, quando expandimos nossos estudos em psicologia moral o próximo passo é o de entender o funcionamento do comportamento moral, identificando pelo menos quatro componentes ou processos que devem ser direcionados para um comportamento moral. São eles: (1) De que modo a sensibilidade moral percebe e interpreta o que está acontecendo; (2) Qual o papel do raciocínio moral sobre o que fazer e sobre qual é a melhor opção (a mais moral); (3) Motivação moral (quando ela acontece ou como identidade moral); (4) Implementação moral - ter as habilidades e perseverança para realizar a ação. A proposta é mostrar como a sensibilidade, o raciocínio, motivação e implementação funcionam tanto separadamente como conjuntamente na formação do comportamento moral. E também como dependendo do consenso social, comportamentos específicos podem exigir diferentes níveis de raciocínio moral, mostrando principalmente os efeitos do consenso social sobre o julgamento moral. Conteúdo 1. Histórico e conceituação da Emoções. 2. A natureza das emoções em teorias cognitivas e não cognitivas (Robert Solomon, Martha Nussbaum, Aaron Ben Ze’ev, Allan Gibbard, Jesse Prinz). 3. O papel da emoção na determinação da ação e tomada de decisão. 4. Emoções e Moralidade. BIBLIOGRAFIA BÁSICA DESCARTES, R. As Paixões da Alma. Martins Editora, 1998. MARIM, Caroline I. Da Natureza das Emoções ao seu papel na determinação da ação. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ, 2010. MIGUENS, Sofia. “Blackburn e Hume, razão e paixões (acerca da estrutura da motivação humana).” Revista Intelectu n. 7, 2002. STOCKER, Michael. O valor das emoções. Tradução Cecilia Prada. São Paulo: Palas Athena, 2002. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BEN ZE’EV, Aaron. The Subtlety of Emotions. A Bradford Book. The MIT Press. Cambridge, Massachusetts. London, England, 2000. BLACKBURN, S. Rulling Passions. Oxford: Oxford University Press, 1998. DORIS, JOHN M. And The Moral Psychology Research Group. The Moral Psychology Handbook. United Kingdom: Oxford University Press, 2010. GIBBARD, Allan. Wise Choices, Apt Feelings: A Theory of Normative Judgment. Oxford University Press, 1990. HAIDT, J. The Righteous Mind: Why Good People Are Divided by Politics and Religion. Estados Unidos: Vintage Books, 2013. HANSBERG, O. La diversidade de las emociones. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1996. JAMES, William. “What is an emotion?” In: Mind, 1884. MELE. Irrationality: An Essays on Akrasia, Self-Deception, and Self-Control. New York: Oxford University Press, 1987. _____, Alfred. Motivation and Agency. Oxford University Press, 2005. MILLER, A. An Introduction to Contemporary Metaethics. Polity Press, 2003. NICHOLS, Shaun. Sentimental Rules: on the natural foundations of moral judgment. New York: Oxford University Press, 2004. NUSSBAUM, M. Upheavals of Thought: The Intelligence of Emotions. Cambridge University Press, 2001. PRINZ, Jesse. Emotions Embodied. In Solomon (ed.) Thinking about Feeling. New York: OUP, 2003. _____. The Emotional Construction of Morals. Oxford University Press, 2007. _____, Gut Reactions. Oxford University Press, 2004.