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2015, IV Jornadas Internacionales de Hermenéutica 2015 Actas
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Aproximando-nos dos fenômenos da leitura e da tradução como são pensados pela hermenêutica filosófica e a desconstrução, pretendemos tirar as contribuições para a questão da filosofia comparada. Ler não é uma operação que retoma a situação original do texto (como a intenção do autor ou o contexto histórico de sua origem), muito menos trata-se da busca de um sentido transcendental a animar o sentido do texto. A leitura se faz enquanto jogo criando um espaço onde não se trata mais da objetividade imanente do texto, nem mesmo da subjetividade do leitor. Este espaço onde leitor e texto são jogados, acreditamos, se faz pelo próprio caráter gráfico ou de escritura do texto, onde as palavras, os sinais gráficos, mas também o próprio espaço em branco que se encontra no texto não se remetem para fora de si, ou seja à referência, ao significante etc, mas sim uns aos outros. Antes da identidade entre signo e significado, seria a diferença entre signos gráficos a criarem um espaço de jogo no qual sentidos podem ser acordados entre leitor e texto. A tradução é, ao mesmo tempo, uma tarefa necessária e impossível, pois, de nossa caracterização anterior da leitura, não haveria no texto um significado transcendental para ser transposto para a língua alvo, também, dado a diferença dos signos gráficos entre as línguas, o tradutor não poderia simplesmente transcrevê-los na língua alvo da tradução. A filosofia comparada lidaria com uma questão similar àquela da tradução. Impossibilitada de definir os "conceitos" da filosofia oriental, pois, mesmo se houvesse um sentido que os definissem fora do jogo do texto, incorreria no risco de impor-lhe a lógica da filosofia ocidental. Por outro lado, tendo-lhe que explicá-lo em outra língua, a filosofia comparada perde o jogo da escritura que caracteriza a alteridade do texto oriental. A questão da leitura, acreditamos, pode proporcionar uma atitude filosófica propícia à questão. Pensando-se a leitura como tradução, a tarefa da filosofia comparada seria a de recriar um espaço de jogo que não irrompa em uma interpretação, mas que possibilite a interpretação no momento da leitura. Assim, uma filosofia comparada relevante seria aquela que ao refrear sua ânsia de determinação, de identidade, faça-se como um espaço de jogo a possibilitar compreensões outras e diferentes.
RESUMO: Compreendendo "filosofia comparada" como a disciplina filosófica que lida com as filosofias ou pensamentos não-ocidentais, pretendemos discutir como uma certa definição de filosofia informa a própria aproximação de ocidentais a filosofias não-ocidentais. Tendo como foco algumas práticas de filosofia comparada, mostraremos que, apesar de todos os esforços dos filósofos comparativistas, elas falham por ainda se guiarem por conceitos e metodologias nascidos e desenvolvidos no ocidente, sendo alheios à alteridade, pois a filosofia ocidental somente recentemente começou a se preocupar com a alteridade. Como alternativa, propomos uma reformulação de duas práticas basilares da atividade filosófica: ler e traduzir. Através desta reformulação, acreditamos que poderemos, enquanto pesquisadores treinados na filosofia ocidental, alcançarmos uma aproximação da filosofia não-ocidental que seja mais dialógica e aberta à alteridade. Este caminho desembocará na questão do idioma e sua relevância ao próprio fazer filosófico. A filosofia japonesa nos fornecerá um caso de pensamento idiomático onde a potência filosófica surge antes da "idiomaticidade" desta língua do que do conteúdo cultural que serviria como objeto à filosofia. Assim, pensamos que um filosofar transformado pelos idiomas permite a inclusão da alteridade do não-ocidental no diálogo que faz a filosofia. ABSTRACT: Understanding "Comparative Philosophy" as the philosophical discipline that deals with non-Western philosophies or thinking, we intend to discuss a certain definition of philosophy that informs the approach of Westerners to non-Western philosophies. Focusing on some comparative philosophy endeavors, we hope to show that, despite all comparative philosophers' efforts, these endeavors fail because they are still driven by concepts and methodologies born and raised in the West, thus alien to otherness because only recently Western philosophy begun to concern itself with otherness. As an alternative, we claim a reformulation of two basic philosophical activities: reading and translating. By means of this reformulation, we believe that we can as scholars trained in Western philosophy reach an approach to non-Western philosophy that would be more dialogical and opened toward otherness. This path will lead to questions concerning the idiom and its relevance to philosophizing itself. Japanese philosophy will provide us a case of idiomatic thinking wherein a philosophical strength arises from this language's "idiomaticity" rather than its cultural content that would be a subject to philosophy. Therefore, we think that a philosophizing transformed by the idioms would allow the inclusion of the non-Western otherness in the dialogue that builds philosophy.
2019
Os textos filosóficos são hoje traduzidos para diferentes línguas e oferecem dificuldades peculiares, muitas vezes insuperáveis. Por isso, é comum encontrarmos nas traduções de obras filosóficas palavras e frases não traduzidas, por simplesmente não haver opção minimamente justificável. Na hermenêutica filosófica moderna, sintetizada como teoria por F. D. Schleiermacher (1977, 2000), encontra-se uma das primeiras tentativas de se pensar a especificidade da tradução de textos teóricos, filosóficos e científicos, embora ali essa especificidade tenha sido imediatamente diluída ao se fundir textos artísticos e literários com os teóricos, e então os diferenciando apenas em relação aos textos comerciais e técnicos (2010, p.45). Contudo, tornou-se clássica a distinção de Schleiermacher entre dois modos de traduzir, cuja racional está no complexo formado pelo autor, sua língua e seu texto, em relação ao leitor, sua língua e o texto produzido pelo tradutor, mas também em relação ao tradutor e seu conhecimento das duas línguas. A distinção está fundada na atitude do tradutor de optar por levar por meio da tradução, o leitor ao universo semântico do autor e da língua original, ou de trazer o autor e sua língua para o universo semântico do leitor e sua língua (2010, pp.57-58). A hipótese a ser aqui explorada é de que, no caso dos textos teórico-filosóficos, esse dilema reduplica-se, pois o tradutor tem de levar em consideração, além das diferenças dos universos semânticos, a diferença às vezes incomensurável também do ambiente teórico no qual o texto original foi escrito e aquele no qual a tradução será executada. Amparo-me para isso nas teorizações de Roman Ingarden (1991) e Jonathan Rée (2001), mas também na distinção feita por Schleiermacher entre língua e ciência (2000, pp.72-73). A sugestão é de que os termos e textos teórico-filosóficos são de difícil tradução em função de três aspectos da expressão linguística da atividade teórica: o uso não-convencional das palavras, o uso não-referencial da língua e a inovação conceitual.
Revista Entrelinguas, 2015
O interesse na aprendizagem de alemão é frequentemente desencadeado pelo desejo e pela necessidade de leitura de textos alemães em sua língua de partida, fato comumente observável entre alunos oriundos do campo da filosofia. Este trabalho tem o intuito de apresentar um curso de alemão elaborado na modalidade a distância para estudiosos do campo da filosofia – que buscavam aprimoramento linguístico para melhor compreenderem textos em língua de partida da área – e de lançar luzes sobre diferentes concepções de tradução. Para tanto, descreveremos o curso realizado e analisaremos as discussões de quatro fóruns online, buscando identificar as noções de tradução imbuídas entre os participantes do curso. Os resultados apontam, de um lado, para a validade de cursos a distância para o trabalho com alunos de alemão com demandas específicas, por exemplo, que buscam a compreensão e tradução de textos filosóficos; por outro lado, foi possível reconhecer diferentes concepções de tradução. Buscamo...
Organon, 2012
RESUMEN: la literatura y el cine como sistemas semióticos que poseen características particulares y distintivas tuvieron, a lo largo de sus relaciones, momentos de aproximación, de intersección y de negociación. Este texto busca demostrar que la transposición para el cine de un texto literario revela, no sólo las dificultades inherentes a la conjugación de diversos sistemas significativos, sino también la tarea sinuosa de la recreación estética en imágenes, de un mensaje escrito. PALABRAS-CLAVE: estudios de tradución, literatura comparada, cine, arte OS ESTUDOS DE TRADUÇÃO Pelo importante papel que representa na comunicação entre culturas, a tradução desempenha uma função fundamental. A ela se devem as trocas de informações e conhecimentos em diferentes campos do saber, desde o político, social e cultural ao científico e tecnológico. Como meio de comunicação poderoso, é através dela, e do papel desempenhado pelos tradutores, que um autor ou uma determinada cultura são transferidos para outras culturas. No entanto, a força da tradução não se restringe à difusão de conhecimento. Mais do que isso, importa ressaltar a influência que exerce para a evolução das culturas receptoras, quando passam a interagir com as produções nacionais e a formar diferentes tendências no novo meio. José Lambert (apud ANGENOT et al., 1989) afirma que, a partir dos anos 70, a integração entre literatura comparada e os estudos de tradução se caracteriza por uma certa incoerência, uma vez que, pari passu, esses estudos se fazem presentes nos manuais de literatura comparada, em periódicos e trabalhos de congressos mais representativos da área, mas o assunto é abordado apenas por tradutores, linguistas, professores de tradução ou professores de literatura comparada, cujas inquietudes se resumem à aplicação da tradução para fins pedagógicos, não havendo estudos sistemáticos sobre tradução. A partir dos anos 80, diz Lambert, o número de trabalhos aumentou e também, consequentemente, a necessidade de serem criadas metodologias e teorias explícitas sobre o tema. As análises normativas, até então aplicadas às traduções, não levam em conta que as mesmas se constituem em fato histórico e como tal devem ser analisadas. Assim, Toury e Lambert propõem a substituição por um modelo descritivo que facilite a análise de um objeto histórico.
Este PPT faz parte do seminário “Fundamentos Teóricos e Hermenêuticos da Linguagem, da Literatura e da Tradução“ da I Cátedra Internacional José Saramago na UVigo: http://catedrasaramago.webs.uvigo.es/pt/blog/seminario-fundamentos-teoricos-e-hermeneuticos-da-linguagem-da-literatura-e-da-traducao--164/
Linha D'Água
Todo conteúdo da Linha D'Água está sob Licença Creative Commons CC BY-NC 4.0. Na contemporaneidade, com as variadas produções discursivas e artísticas entremeadas por diversas mídias e códigos, mesclando linguagens, a exemplo da pintura, da televisão, do cinema, da pintura, do teatro e da literatura, temos visto aumentar estudos e discussões em torno do entendimento dessas semioses, principalmente no escopo dos trabalhos voltados à tradução, às interartes e às intermidialidades. Nesse cenário, então, a perspectiva comparativista de se analisar essa gama múltipla de linguagens e semioses, em diferentes línguas e culturas, tem se apresentado promissora, do ponto de vista teórico-metodológico e analítico nos estudos dos discursos e da cultura. Nesse contexto, o ano de 2022 foi contemplado com a publicação de uma obra que se enquadra nessa esteira de estudos e interesses. Trata-se da publicação da obra Tradução, Comparatismo e Estudos Interartes, uma coletânea que agrupa trabalhos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros interessados nas discussões que giram em torno da tradução, da literatura comparada, da intermidialidade e dos estudos interartes. A obra publicada pela Pontes Editores representa uma iniciativa dos coordenadores e membros do Grupo de Pesquisa GELCON (Estudos de literatura contemporânea: comparatismo, tradução e interartes), da
Revista Digital de Ensino de Filosofia - REFilo
Apresentamos uma versão em português do artigo Le Cours Philosophique, de Jean François Lyotard, publicado no livro Le Greve de philosophes que é uma coletânea de comunicações e debates do evento “Encontro Escola e Filosofia” que ocorreu em 20 e 21 de outubro de 1984 na Universidade de Paris X – Nanterre.
Contemporaneamente, a Filologia vem sendo retomada como espaço de problematização de concepções usuais de texto, das divisões disciplinares entre Estudos Literários e Linguísticos, do caráter da crítica e do papel político e social do intelectual. Neste artigo, buscamos apresentar uma reflexão sobre Filologia como uma ética de leitura, a partir do trabalho do intelectual palestino-americano Edward W. Said e da problemática editorial envolvendo o texto dramático " Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá " de Fernando Melo. Trata-se de compreender a crítica filológica como instância de desconstrução permanente de formas insulares e fundacionalistas de interpretação, sobretudo quando está interessada naquilo que, no processo de transmissão textual, foi tomado como erros ou intervenções espúrias. Contemporarily, Philology has been retaken as an space of problematization of usual concepts of text, disciplinary divisions such as between Literary Studies and Linguistics, the nature of Criticism and the political and social role of the intellectual. In this paper, we present a speculation on Philology as a reading ethics out of the work of the palestinian-american intellectual Edward W. Said and the editorial issue evolving the dramatic text " Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá " by Fernando Melo. It is a case of comprehend philological criticism as an instance for permanently deconstuction of insular and foundationalist forms of interpretation, mainly when it is interested on what has been taken as errors or spurious interventions during the process of textual transmission.
Advances in Social Science and Culture, 2019
VNU Journal of Science: Policy and Management Studies, 2019
Russia-Ukraine War, 2022
L'architettura di pietra. Antichi e nuovi magisteri, 2004
Persona y derecho: Revista de fundamentación de las Instituciones Jurídicas y de Derechos Humanos, 2007
Is, Ought and Values, 2023
World Archaeology, 2014
Journal of Comparative Pathology, 1993
Emerging Infectious Diseases, 2006
Salud Arte Y Cuidado, 2010
Horticultura …, 2005
Journal of Marine Systems, 2014
Acta Scientific Medical Sciences, 2020
Acta Botanica Croatica, 2016
Indonesian Journal of Geography, 2020