Diagnóstico estratégico com utilização integrada
das 5 forças de Porter, análises SWOT e BSC em
um Atelier de alta costura
Cláudio Antonio Rojo, Dr.
Eder Reli do Couto
Resumo
O presente artigo refere-se a um diagnóstico estratégico realizado na
empresa familiar Maximu’s Atelier, que atua no ramo de alta costura
social e rigor; com a aplicação integrada das 5 forças de Porter e das
análises SWOT (streghts, weaknesses, opportunities e threats) e BSC
(balanced scorecard), a partir dos seus gestores. Identificou-se,
através deste diagnóstico, que existem fatores relevantes a serem
considerados em um planejamento estratégico pela empresa, os quais
tangem as variáveis contempladas pela ferramenta de análise
estratégica de Porter, SWOT e BSC. Desta forma objetivou-se
identificar as divergências de percepção existentes, proporcionar
conhecimento e esclarecimento das realidades interna e externa da
empresa aos seus gestores para assim ser possível um planejamento
estratégico mais assertivo focado na neutralização e/ou
aperfeiçoamento de suas fraquezas; e na manutenção ou melhoria de
suas forças, com propósito de auferir diferencial competitivo à
empresa.
Palavras-chave: Planejamento; diagnóstico; análises; decisões;
estratégia.
1 Introdução
Ao perceber o mercado em que se está inserido como
um ambiente competitivo, no qual se deve buscar meios que
proporcionem a consecução assertiva dos objetivos e que
facilitem a visualização da realidade atual e a conseqüência
futura de ações presentes, vê-se a necessidade de planejar,
processo este que unido a uma estratégia competitiva, torna-se o meio adequado para empresa atingir seu objetivo
final e manter-se num ambiente de competição estratégica.
Em Henderson (apud STERNE e STALK, 1998) observa-se que a competição estratégica é um fenômeno relativamente novo para negócios, porém, não é algo novo para
a humanidade; este tipo de competição pode bem ter impacto sobre a produtividade dos negócios, tal como a revolução industrial teve impacto sobre a produtividade individual.
A competição estratégica tem como intrínsecos alguns elementos básicos, tais como: a habilidade para entender a
interação competitiva como um complemento do sistema
dinâmico que inclui a interrelação dos competidores,
clientes, recursos entre eles os financeiros e as pessoas.
A habilidade para usar o entendimento citado acima,
para predizer as conseqüências de uma dada intervenção
no sistema e no efeito desta no equilíbrio dinâmico, trata de
outro elemento básico apresentado pelo autor, que
prossegue expondo a avaliação da gama de recursos que
podem ser alocados para diferentes usos e propósitos no
presente; a habilidade para predizer com suficiente precisão
e confiança o risco e o retorno para justificar a aplicação dos
recursos e a prontidão para deliberadamente agir e executar
as ordens.
72
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
Segundo Rojo (2006) planejamento
estratégico é um processo iniciado no
topo
da
estrutura
hierárquica
organizacional,
visa
através
do
planejamento e da coordenação da execução dos planos, alcançar os objetivos estratégicos; é importante frisar que o planejamento estratégico mesmo sendo um processo top-of-down deve integrar os demais níveis tático e operacional. O planejamento que envolve estratégias é
consonante com o sistema aberto, pois
pode ser reelaborado ou modificado no
decorrer da execução de suas etapas,
conforme o ambiente exigir.
Para ser possível efetuar um planejamento estratégico, adequado e assertivo,
é necessário proceder à execução de suas
fases. Oliveira (2004) define diagnóstico
estratégico como a primeira fase de um processo
de planejamento estratégico, fase esta que foi
abordada neste artigo. O diagnóstico estratégico
compreende o levantamento, a auditoria, a análise
e a verificação das realidades interna e externa da
organização; desta forma determina-se como a organização está, com base na identificação da visão e missão, da análise externa do ambiente direto e indireto; da análise interna e da análise dos
concorrentes.
Em conformidade com o já exposto
objetivou-se neste trabalho realizar um diagnóstico estratégico utilizando-se como ferramenta de apoio e análise as cinco forças de
Porter, ferramenta a qual abrange variáveis que englobam os poderes de uma
organização no ambiente em que esta
inserida; a análise SWOT que tem por
finalidade identificar as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da empresa e a análise BSC a qual trata de uma
ferramenta de análise estratégica, que visa demonstrar qual
área carece de estratégias para balancear as estratégias da
empresa; para tanto considera fatores internos e externos
desta organização; e a partir deste levantamento e análise
tem-se a finalidade de fornecer, para a empresa em questão,
os fatores com os quais a mesma pode contemplar em uma
formulação de planejamento estratégico.
2 Referencial Teórico
2.1 Estratégia organizacional
A visão de estratégia pode ser entendida segundo
Wood (apud STEINER, 1997), quando era chefe executivo
do Sears, Roebuck and Company que afirmou serem os ne-
gócios como uma guerra em qualquer perspectiva, onde
tem-se grandes estratégias corretas, algumas táticas erradas, e ainda assim pode-se obter sucesso no empreendimento. Porter (2004) afirma que cada empresa inserida em
um ambiente competitivo possui de forma implícita ou explícita uma estratégia competitiva, a qual pode estar dispersa
em cada departamento que compõe a empresa, não refletindo a soma das estratégias desses departamentos na melhor estratégia global.
níveis organizacionais, diferenciando-se conforme o nível e
conforme a organização; deve incluir em sua formulação
dados base sobre performances passadas, situação
corrente e sobre o futuro, facilitando desta forma a
identificação das alternativas de ação (STEINER, 1997).
Planejamento estratégico vai além de tentativas para tomar
decisões futuras, pois decisões são tomadas somente no
presente e uma vez definidas pode ter irreversíveis
conseqüências, prossegue o autor.
Bobrow (1998), afirma que estratégias são meios para
se alcançar o objetivo final que se decide atingir, sendo necessárias em todos os aspectos e em todos os níveis de
ações. Portanto, precisam ser desenvolvidas para todas as
metas e objetivos que se planeja implementar. As estratégias devem passar de praticas inconscientes para praticas
conscientes, devendo-se para tanto observar todos os aspectos do processo de forma consciente, planejar com máximo de informação sobre o ambiente onde se irá operar e
ter perfeito entendimento dos recursos aproveitáveis disponíveis para executar as metas e objetivos.
Em Porter (2004) vê-se que planejamento estratégico
visa proporcionar benefícios significativos ao tornar explícito
o processo de estratégia, de forma a alinhar, coordenar e
dirigir o conjunto de metas. A formulação do planejamento
deve considerar os pontos fortes e fracos, as ameaças e
oportunidades, os valores pessoais e as expectativas da sociedade, sendo estas variáveis os limites do que a empresa
pode realizar com sucesso.
Tendo em vista o apresentado, pode-se concluir que
estratégia organizacional trata de elaborar de forma consciente e explicita os melhores meios para se chegar aos fins
desejados, a estratégia visa tornar a organização focada
num objetivo, ou propósito final, e desta forma centrada
torná-la mais competitiva no mercado em que esta inserida,
valendo-se para isso de variáveis cognitivas e habilidades do
escopo organizacional, tal qual de recursos materiais, informações seguras e precisas e considerações sobre os riscos de tal ação; desta forma tornando-a pró-ativa e estabelecendo como esta organização competirá no ambiente em
que esta.
Sabendo-se, portanto, do que se trata a estratégia
organizacional, é importante conhecer seus componentes
como o planejamento estratégico, que é primeiro passo
para se ter uma estratégia organizacional tão eficiente quanto eficaz.
2.2 Planejamento estratégico
Segundo Drucker (apud OLIVEIRA, 2004) planejamento constitui em conhecer as implicações futuras de decisões presentes e não somente refere-se a decisões futuras.
Para se fazer conhecer tais implicações futuras é necessário executar um planejamento visando estabelecer
estratégias para ação, Oliveira (2004) afirma que planejamento estratégico trata-se de um processo contínuo que
consiste em estabelecer meios de agir segundo as condições constantes na realidade da empresa, sobre as
variáveis e fatores do ambiente.
O processo de planejamento por ser parte integrante
do processo administrativo, que segundo Fayol (apud
CHIAVENATO, 2003) envolve, prever ou planejar, organizar,
comandar, coordenar e controlar; é fundamental para toda e
qualquer organização, e tem por finalidade definir sua direção nas próximas ações a serem adotadas.
O planejamento estratégico trata-se de um processo
que está associado ao resto do processo gerencial e também as funções gerenciais como, organização, direção,
motivação e controle, e é de responsabilidade de todos os
Observa-se em Sena (2002), que o planejamento estratégico em uma micro ou pequena empresa pode ser um
processo menos difícil devido a flexibilidade da mesma para
competir num mercado, e adaptar-se a ele, esta flexibilidade
pode estar embasada em alguns fatores comportamentais
que Steiner (1997) apresenta como sendo três espécies de
comportamento benéficos para o planejamento estratégico,
sendo eles: canal de comunicação, pois deve haver, entre
todos os níveis, comunicação sobre os objetivos,
estratégias e detalhes dos planos operacionais;
treinamento gerencial, já que o sistema de planejamento
estratégico é um processo de treinamento decisorial; senso
de participação, contemplando as pessoas na organização em todos os níveis que estão interessados em
participar no processo decisório. Desta forma, encontram
oportunidades de serem criativas, porém devem-se adaptar
suas opiniões ao processo organizacional de planejamento.
Desta forma conclui-se que no processo de planejamento estratégico existem variáveis intervenientes, que podem ser internas ou externas a organização; que influenciam em usa elaboração e posterior execução. O processo de
planejamento estratégico trata-se algo essencial para a
assertiva continuação das atividades de uma organização,
visto isso deve-se dar inicio ao processo de planejamento
para tanto existem algumas etapas a serem seguidas, abordar-se-á no tópico seguinte uma delas, o diagnostico estratégico, que trata-se da primeira etapa, onde busca-se informações e levantam-se dados.
2.3 Diagnóstico estratégico
O diagnóstico estratégico consiste na primeira fase de
um planejamento estratégico, onde se determina como está
a organização. Oliveira (1997) apresenta uma metodologia
baseada em um roteiro de elaboração e implementação do
planejamento estratégico para empresas, o qual resume-se
em quatro fases: diagnóstico estratégico dos ambientes interno e externo; missão da empresa e determinação de objetivos; instrumentos prescritivos e quantitativos; controle e
avaliação. A real necessidade e amplitude, segundo o autor,
deverá ser determinada no momento em que já se conheça
o ambiente onde a empresa está inserida e em seguida pela
determinação da missão, que dará a resposta à questão
crucial que envolve qual é o negócio da empresa, e assim
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
73
propiciar o estabelecimento de objetivos, onde as ações deverão ser monitoradas para serem alcançados.
A maioria das empresas não se preocupa com a questão estratégica, só percebem o problema quando há pressões internas e influências externas, sendo assim nenhuma
empresa pode considerar-se imune as contingências do
ambiente, e para amenizar os impactos dessas faz-se necessário planejar; decisão a qual tem como ponto de partida
o diagnóstico da situação. O diagnóstico estratégico deve
ter algumas características básicas tais como, considerar o
ambiente da organização e as variáveis pertinentes;
identificar as ameaças do mesmo a fim de evitá-las e as
oportunidades a fim de usufruí-las; conhecer seus pontos
fortes e fracos e agir de forma integrada, contínua e
sistêmica (OLIVIERA, 2004).
De acordo com Lopes (1984) a análise interna tem por
finalidade evidenciar as deficiências e qualidades da empresa, ou seja, seus pontos fortes e fracos. Para se fazer esta
análise deve-se adotar como critério de comparação as outras empresas concorrentes que compõe o mercado, sejam
elas concorrentes diretas ou potenciais concorrentes.
Fazem parte desta análise critérios como, estrutura da
organização,
comportamento
organizacional,
direcionamento e foco da organização.
Já no que tange a análise externa, prossegue o autor,
esta tem por objetivo verificar e apresentar as oportunidades
e ameaças para empresa no contexto o qual ela esta
inserida, sendo que primeiramente deve-se buscar conhecer
todos os fatores externos controláveis e assim somá-los
aos incontroláveis, nesta análise devem-se considerar
fatores como concorrentes diretos e potenciais,
contingências governamentais e econômicas entre outras,
ao se efetuar uma análise externa precisa pode-se
minimizar os impactos das variáveis incontroláveis.
Conclui-se, pois, que tais componentes são de grande
valia desde que realizado seu levantamento de forma fidedigna e precisa, pois assim ter-se-á traçado um panorama da
organização. Tendo em vista que os componentes de diagnóstico estratégico tem como base a analise de pontos
fortes e fracos, ameaças e oportunidades, envolvendo o
ambiente interno e externo da organização pode citar como
uma ferramenta para fazer tal análise trata-se da análise
SWOT (streghts, weaknesses, opportunities e threats), a
qual engloba tais variáveis, porém antes ir-se-á fazer uma
explanação sobre a análise na perspectiva das cinco forças
de Porter, a qual a qual engloba variáveis referentes aos
mercado e trata também de uma ferramenta de diagnóstico
estratégico para análise ambienta e pode servir como base
para a análise SWOT.
2.3.1 As Cinco forças de Porter
As cinco forças de Porter consiste em uma ferramenta
estratégica de análise ambiental, há de se ressaltar que seu
foco esta mais voltado aos mercados industriais porém devido a seu caráter genérico pode-se utilizar também nos demais mercados, sendo que no presente trabalho pode-se
adotar ambos os focos, por se tratar de uma empresa no
ramo de industria e comercio.
74
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
Segundo Porter (2004), para se ter uma estratégia
competitiva formulada adequadamente deve-se relacionar a
organização com o meio em que esta inserida. As estratégias formuladas pelas empresas sofrem grandes influencia do
meio industrial o qual por vezes é detentor dos recursos materiais dos quais as empresas necessitam, e por sua vez as
indústrias tal qual as demais empresas sofrem influencia de
forças externas. Determina-se o grau de concorrência em
uma indústria, entende-se aqui como indústria um ambiente
de concorrência de empresas; através do conjunto das cinco forças competitivas básicas. São estas forças que determinam o potencial lucrativo de tal indústria, são elas: ameaças de novos entrantes, empresas novas que entram no
mercado e trazem nova capacidade e vem dividir o mercado
com demais concorrentes.
E existem também as forças que compreendem a rivalidade entre os concorrentes existentes: vista como disputa
por posição, normalmente vinculada a concorrência de preços, publicidade, inovações. Produtos substitutos: estes reduzem os retornos potenciais de um mercado estipulando
os limites de negociação de preço e quantidade com os
compradores; poder de negociação dos compradores ou clientes: estes competem com as empresas e com os mercados nos quais estão inseridas, através da negociação por
preços baixos, melhor qualidade ou maior gama de produtos
ou serviços, o que pode comprometer a rentabilidade do setor. E, por fim, poder de negociação dos fornecedores: estes
têm seu poder centrado tanto na negociação de preço, o
qual podem ameaçar elevar ocasionando num aumento de
custos e por vezes na diminuição margem de lucro da empresa, também os fornecedores pode fazer pressão sobre o
quesito qualidade de bens e serviços fornecidos (PORTER,
2004).
Prossegue o autor afirmando que a intenção de um
planejamento estratégico e por conseqüência de uma estratégia competitiva para uma empresa em seu mercado ou
setor é encontrar o melhor posicionamento dentro deste de
forma a poder se defender contra estas cinco forças ou
influenciá-las a seu favor, o fator que determina este melhor
posicionamento em certos casos pode ser uma pesquisa
mais aprofundada para analisar as fontes de cada força,
esta prática pode tornar aparente os pontos forte e fracos da
empresa, expondo também as potencialidades e ameaças
existentes, assim sendo ao descobrir tais fatores, torna-se
mais assertivo o posicionamento devido ao conhecimento
do ambiente.
2.3.2 O método SWOT
O método SWOT que tem por significado de suas siglas, traduzindo do inglês para o português, streghts (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças); segundo Ghemawat (apud ROJO,
2006) o método SWOT consiste numa análise a partir dos
critérios, forças, fraquezas, ameaças e oportunidades; os
quais são a própria tradução do termo em inglês SWOT; da
situação da empresa no que se refere a saber se sua estratégia adotada esta em conformidade com as necessidades
de um ambiente competitivo.
Para Bobrow (1998), a análise SWOT consiste na melhor ferramenta de analise interna e externa do ambiente em
que a organização opera, possibilitando a organização conhecer sua situação e fazer um balanço de suas forças internas e fraquezas comparando-as com as oportunidades e
ameaças presentes do ambiente externo. Para executar a
análise SWOT, pode-se seguir uma checklist que
estabelece tópicos a serem considerados tais como: forças
e fraquezas financeiras; forças e fraquezas de pessoal;
produção e produtividade; marketing e vendas; para todas
estes tópicos deve-se saber se estão alinhados com a visão
e missão da organização, para assim proceder a análise
SWOT.
Portanto, pode-se concluir que o método SWOT é importante e trata-se de uma análise com foco mais qualitativo
que avalia a situação da organização no seu contexto interno e externo, vê-se então que é importante além do método
SWOT utilizar uma ferramenta quantitativa para se ter
parâmetros subjetivos e objetivos da realidade a qual a organização se encontra, então pode-se citar o BSC como uma
ferramenta que auxilia nesta análise.
2.3.4 Balanced scorecard – BSC
As organizações estão, com a evolução do mercado,
migrando da gestão de ativos tangíveis para a gestão de
estratégias, concentrando-se em ativos intangíveis, pois
estes estão se tornando a principal fonte de vantagem
competitiva, a qual esta baseada no conhecimento e nas
estratégias criadoras de valor, ambas as quais estão
necessitadas de ferramentas que descrevam tais ativos
(KAPLAN e NORTON, 2000). Com base nestes fatores
prosseguem os autores afirmando que o Balanced
Scorecard envolve mensurações do desempenho financeiro
completando com a mensuração de outros vetores, sendo
que ambos devem emanar da visão e da estratégia da
organização, a abordagem do balanced scorecard visa criar
organizações focadas na estratégia.
Johnson e Kaplan (apud WERNKE et al; 2006) em
concordância afirmam que os indicadores devem se basear
na estratégia da organização e deve incluir parâmetros de
sucesso a serem utilizados pela mesma. Costa (apud
WERNKE et al; 2006) comenta que os tempos atuais de
elevada competição realmente exigem a consideração de
variáveis financeiras e não-financeiras na elaboração de planejamento, e o balanced scorecard trata-se de um relatório
único que contém tais variáveis como medidas de
desempenho, que indicam como a estratégia da
organização será cumprida, porém seu foco esta centrado
no desdobramento da estratégia, tratando-se de um
sistema de suporte a decisão.
Kaplan e Norton (apud SENA, 2002) afirmam que as
organizações introduzem novas estratégias e processos
operacionais inovadores, porém utilizam para medição dos
resultados, indicadores financeiros de curto prazo utilizados
há tempos, torna-se desta forma necessário para as organizações descrever e medir as estratégias através de um sistema de medição de desempenho eficiente para assim
poder implementar tais estratégias. O Balanced Scorecard
visa oferecer informações aos gerentes e executivos de
forma a estes poderem avaliar até que ponto a empresa gera
valor para os clientes atuais e futuros, além de oferecer informações sobre como aperfeiçoar as capacidades internas e
os investimentos em pessoal, sistemas e procedimentos;
desta forma buscando otimizar o desempenho financeiro
futuro da organização, baseando-se em quatro perspectivas
sendo elas: a financeira, do cliente, dos processos internos
e de aprendizagem e crescimento.
Tanto para Miranda et al. (apud WERNKE et al; 2006)
como para Schiemann e Lingle (apud WERNKE et al; 2006)
além dos quatro indicadores apresentados por Robert
Kaplan e David Norton haveria a necessidade da inclusão da
“Perspectiva do Fornecedor” no BSC, porém considera-se
que Robert Kaplan e David Norton afirmam que esta perspectiva deve ser considerada na perspectiva dos processos
internos do negocio.
No que tange as limitações do BSC Udpa (apud
WERNKE et al; 2006) menciona os seguintes pontos: os
gestores são obrigados a optar por variáveis chaves por vezes conflitantes, devido a estas serem medidas genéricas;
a falta no BSC de correlação entre eficiência e eficácia; falta
de abordagem mais especifica referente as atividades dos
concorrentes e benchmarks; e falta de abordagem do BSC
sobre o aspecto do impacto de fatores incontroláveis que se
apresentam no ambiente empresarial.
Conclui-se, pois, que o Balanced Scorecard apesar
das controvérsias, configura-se como uma útil ferramenta de
apoio a estratégias organizacionais, pois engloba indicadores financeiros e não-financeiros e visa torná-los
mensuráveis quantitativamente, complementando assim
qualquer outra ferramenta de planejamento estratégico qualitativo, a análise BSC desta forma dá suporte a tomada
assertiva de decisões, mas para tanto também é necessário
conhecer o mercado no qual a organização esta inserida.
3 Desenvolvimento do trabalho/
pesquisa/análises
3.1 Metodologia
Este trabalho foi de caráter aplicado e descritivo sob a
perspectiva de seus objetivos segundo Best (apud
MARCONI, 1990). Quanto ao procedimento de coleta de
dados, tanto para Gil (1991) quanto para Santos (2002) define-se esta pesquisa como de levantamento, sendo que para
Santos (2002) classifica-se também segundo as fontes de
dados este estudo como de campo, devido a observação
direta do pesquisador, objetivando coleta de dados in natura.
O estudo foi realizado na Maximu’s Atelier e a população pesquisada foi composta por 3 pessoas sendo elas os
responsáveis pela administração da organização incluindo
sua sócia-administradora. Buscou-se identificar através das
análises integradas das 5 forças de Porter, SWOT e BSC
como tais gestores vêem a organização, qual o nível de conhecimento deles no que se refere ao ambiente interno e
externo da empresa, tal qual verificar a discrepância da
visão dos mesmos e também verificar o nível de proximidade
de alguns fatores argüidos com a realidade da empresa.
Para proceder às análises utilizou-se, com o objetivo de estabelecer uma equidade, a atribuição de pesos iguais a
cada fator pesquisado.
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
75
A
Questionários
Dificuldades à
entrada de
concorrentes
Rivalidade entre
as empresas do
ramo
Poder de
negociação do
cliente
Poder de
negociação do
fornecedor
Ameaça de
produtos
substitutos
Análise sob a
perspectiva de
processos
internos
Análise sob a
perspectiva
financeira
Análise sob a
perspectiva do
ensinamento e
aprendizagem
Total
B
Nível
médio de
Peso
pontos
por
possíveis
questiopor
nário
questionário
C=A/B
D
E=CxD
F=
E/Ax100
G
Entrevistado 1
Peso
por
ponto
H=CxG
I=
H/Ax100
J
Entrevistado 2
K=CxJ
L=
K/Ax100
Entrevistado 3
Total
Pontos
Peso
Quest.
Peso
(%)
Total
Pontos
Peso
Quest.
Peso
(%)
Total
Peso
Pontos Quest.
Peso
(%)
12,5
33
0,379
22
8,333
66,67
31
11,74
93,94
30
11,36
90,91
12,5
24
0,521
21
10,938
87,50
26
13,54
108,33
23
11,98
95,83
12,5
36
0,347
30
10,417
83,33
37
12,85
102,78
34
11,81
94,44
12,5
21
0,595
18
10,714
85,71
23
13,69
109,52
16
9,52
76,19
12,5
12
1,042
11
11,458
91,67
9
9,38
75,00
14
14,58
116,67
12,5
45
0,278
48
13,333
106,67
56
15,56
124,44
32
8,89
71,11
12,5
39
0,321
45
14,423
115,38
60
19,23
153,85
29
9,29
74,36
12,5
30
0,417
27
11,250
90,00
42
17,50
140,00
32
13,33
106,67
100
240
222
90,87
284
113,48
210
90,77
Tabela
1 – Mensuração de dados para análise das 5 forças de Porter
Fonte: Questionário aplicado
(2007)
Fonte: Questionário aplicado (2007)
O procedimento adotado foi dividir por rodadas a aplicação dos questionários. Na primeira rodada foi feito o levantamento da missão, visão e estratégias atuais da empresa, buscando unificar as opiniões através de consenso para
efetuar o diagnóstico estratégico, a segunda e terceira rodadas foram executadas de forma simultânea onde utilizou-se
os questionários para efetuar o levantamento de dados que
serviram para basilar as análises das 5 forças de Porter,
SWOT e BSC. Todos os questionários das segunda e terceira rodada, exceto o último foram elaborados com escala
de Likert. As 5 forças de Porter, foram executadas adotando-se como base o total das respostas e comparando-se
com a média máxima possível a ser atingida em cada fator.
Durante a aplicação e elaboração da análise SWOT foi utilizado também o método de observação direta pelo pesquisador, para posterior inferências quanto aos dados coletados
no que se refere às sugestões e recomendações a serem
propostas, ressaltando-se que tal ferramenta de análise estratégica tem caráter qualitativo e, portanto subjetivo. Através do BSC buscou-se identificar sob quais perspectivas a
empresa encontra-se deficiente e relacionar este resultado
com as estratégias apresentadas na primeira rodada.
compreende 10 de setembro de 2007 a 15 de setembro de
2007, sendo os quatro primeiros questionários aplicados de
10 de setembro a 12 de setembro e os últimos quatro questionários aplicados de 13 de setembro a 15 de setembro de
2007.
O coorte foi transversal em 2007, sem considerar a
evolução dos dados no tempo, sendo os dados coletados na
primeira rodada no intervalo de tempo que compreende 02
de julho a 07 de julho de 2007. Na segunda e terceira rodadas os dados foram coletados no intervalo de tempo que
Adotando-se o gráfico como base para análise, percebe-se que há maior proximidade de opiniões dos três entrevistados no que se refere às perspectivas de rivalidade entre as
empresas do ramo, poder de negociação do cliente, poder de
negociação do fornecedor e dificuldade a entrada de concor-
76
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
3.2 Resultado da pesquisa
3.2.1 Resultado sobre a perspectiva das 5
forças de Porter dos fatores pesquisados
A presente tabela que segue trata do resultado e
mensuração através de atribuição de pesos, obtida através
dos questionamentos das 5 forças de Porter integradas com
mais três questionários referentes a outras perspectivas internas. Desta forma busca-se realizar uma análise integrada das
perspectivas, de maneira geral, desconsiderando a análise
individual dos fatores argüidos em cada questionário.
Para uma melhor visualização das diferenças de cada
entrevistado sob cada perspectiva pesquisada, apresenta-se
o gráfico a seguir, que também objetiva demonstrar as perspectivas passíveis de esforços estratégicos.
Grafico de analise de pontuação por questionário - sob a visão de cada gestor
Dificuldades à entrada de concorrentes
200,00
Análise sob a perspectiva do ensinamento
e aprendizagem
150,00
Rivalidade entre as empresas do ramo
100,00
50,00
Análise sob a perspectiva financeira
0,00
Poder de negociação do cliente
sua opinião, a cada
perspectiva integrante
do
balanced
scorecard, tais respostas foram obtidas
através do questionário.
3.3 Análise dos
dados
3.2.3
Resultado
referente a
análise BSC
dos fatores
pesquisados
A
análise
Balanced Scorecard
foi realizada com objetivo de verificar as
Ameaça de produtos substitutos
perspectivas com neEntrevistado 1
cessidades de melhoramento pela empreEntrevistado 2
sa, tal qual as diverEntrevistado 3
gências das opiniões
de cada entrevistado,
Gráfico 1 - Mensuração de dados para análise das 5 forças de Porter
esta análise tem
Fonte: Questionário aplicado (2007)
caráter objetivo onde
busca-se mensurar
rentes, ou seja, em sua maioria referente ao ambiente as respostas e analisá-las através da atribuição de pesos,
externo a organização; em contrapartida as maiores diver- desta forma identifica-se a importância de cada perspectiva
gências encontram-se nas perspectivas referentes ao no âmbito geral da empresa. A tabela a seguir apresenta os
ensinamento e aprendizagem, a perspectiva financeira, pesos atribuídos por cada entrevistado, segundo sua opiperspectiva de processos internos e ameaça de produtos nião, a cada perspectiva integrante do balanced scorecard,
substitutos, com exceção desta última os demais referem- tais respostas foram obtidas através do questionário.
se ao ambiente interno da organização. Conclui-se também
Com base no exposto acima adota-se os dados obtique há para o entrevistado 2, no geral, maior proximidade
dos nos questionários referentes a cada perspectiva, e apredas perspectivas pesquisadas com a realidade da empresa.
senta-se a TABELA 3 onde é demonstrada, após realizada a
mensuração
dos dados, a relação entre as respostas de
3.2.2 Resultado referente a análise SWOT
cada entrevistado com as médias dos pesos por eles atribudos fatores pesquisados
ídos às perspectivas; comparando a porcentagem que cada
A análise SWOT será demonstrada através de um um obteve sob cada perspectiva do BSC pesquisada.
quadro, onde serão elencados os pontos fracos, fortes,
É possível através da TABELA 3 perceber as divergênameaças e oportunidades, identificadas através dos questi- cias existentes entre as percepções de cada gestor da emonários aplicados e através da observação do pesquisador.
presa em questão, e para ser melhor visualizado apresentaAnálise sob a perspectiva de processos
internos
3.2.3 Resultado referente a análise BSC
dos fatores pesquisados
A análise Balanced Scorecard foi realizada com objetivo
de verificar as perspectivas com necessidades de melhoramento pela empresa, tal qual as divergências das opiniões de
cada entrevistado, esta análise tem caráter objetivo onde busca-se mensurar as respostas e analisá-las através da atribuição de pesos, desta forma identifica-se a importância de cada
perspectiva no âmbito geral da empresa. A tabela a seguir
apresenta os pesos atribuídos por cada entrevistado, segundo
Poder de negociação do fornecedor
se o gráfico a seguir, o qual tem por objetivo demonstrar
mais claramente as discrepâncias entre tais visões e identificar quais perspectivas podem ser passíveis em um planejamento estratégico.
3.3.1 Análise sobre a perspectiva das 5
forças de Porter dos fatores pesquisados
Pode-se considerar, baseando-se na TABELA 1, que
ao referir-se a dificuldade à entrada de concorrentes, ocorre
uma discrepância visível, principalmente, entre as visões
dos entrevistados 2 e 3, comparando com a visão do entre-
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
77
Pontos Fortes
Pontos Fracos
- Reconhecimento da necessidade de investimento
na gestão de RH;
- Promoção de políticas de desenvolvimento de
talentos e profissionais dentro da empresa;
- Foco na exclusividade do produto, marketing de
luxo;
- Diversidade de produtos disponíveis ao cliente;
- Espaço físico singular, comparando-se com a
concorrência, e condizente com as exigências para
um marketing de luxo;
- Possui Atelier próprio;
- Possui Revista própria para divulgação de
produtos e serviços seus e de parceiros afins ao
ramo de casamento.
- A empresa representa um importante cliente para
os fornecedores e conta com a preferência de
alguns;
- Representa uma força da empresa o poder de
negociação do fornecedor, pois tem poder para
tanto.
- Inexistência de clareza de Missão e Visão;
- Estratégias divergentes entre os gestores;
- Discrepâncias de conhecimento do ambiente
interno e externo da empresa por parte dos
gestores da empresa;
- Falta de políticas e normas claras para gestão
RH,
- Falta de controles financeiros básicos para gestão
financeira;
- Falta de foco em investimentos de MKT;
- Falta de padronização dos processos internos;
- Desconhecimento de alguns vendedores dos
processos da empresa
- Falta de aplicação do Marketing pós venda.
- Os benefícios auferidos pelo produto ao cliente,
estão pouco claros para os mesmos;
- Representa uma fraqueza da empresa o poder de
negociação do cliente.
Oportunidades
Ameaças
- O setor de formaturas está em crescimento e está
parcialmente inexplorado;
- Consumidor esta exigindo mais qualidade no
serviço e no produto;
- O setor de maneira geral guia-se através das
práticas da empresa em questão;
- Focar a agregação de valor ao produto para
auferir status a seus clientes;
- Transformar a marca em uma grife,
- As políticas econômicas atuais estão
proporcionando acréscimo a renda do trabalhador;
- Investir em profissionais internos a empresa, para
aprender sobre corte e costura de roupas sociais.
- Possui força ou neutralidade quanto a barreiras à
entrada de concorrentes;
- Possui neutralidade quanto a rivalidade entre
empresas do ramo;
- Representa uma força da empresa os fatores
apresentados no questionário referente a ameaça
de produtos substitutos;
- Realizar eventos sociais, como bailes, etc., que
estimulem a demanda.
- Ciclo de vida do produto é curto;
- Variedade grande de produtos substitutos;
- Baixo preço de produtos substitutos;
- Facilidade de entrada de concorrentes, ou seja,
inexistência de barreiras;
- Expansão da concorrência;
- Matérias-primas de qualidade e exclusivas
encontram-se centralizadas em determinados
fornecedores;
- O produto comercializado não trata-se de um bem
vital para seu cliente.
- Clientes estão exigindo preços mais competitivos,
o que gera disputa entre empresas;
- Os custos fixos de tal atividade são altos;
Dificuldade
para
encontrar
profissionais
qualificados em funções de produção, como corte e
costura de roupas sociais;
- Os concorrentes fazem alianças estratégicas com
empresas de formatura.
Quadro 1 – Análise SWOT
Fonte: Questionário aplicado e observação do pesquisador realizada em (2007)
vistado 1, que obteve uma percentagem de 66,67% a qual
representa o nível proximidade com a realidade da empresa
na percepção deste, enquanto que os entrevistados 2 e 3
obtiveram uma percentagem de 93,94% e 90,91%, respectivamente. Pode-se concluir que baseando-se nas 5 forças de
Porter, este trata de uma força da empresa, com a tendência de ser um ponto neutro, pois ambos os entrevistados
atingiram nota inferior a média, sendo que dois deles possuem notas próximas da média. Referente à rivalidade entre as
empresas do ramo, há diferenças de igual maneira entre as
opiniões dos entrevistados 2 e 3, quando comparados com
o entrevistado1. Sendo que o entrevistado 2 obteve uma porcentagem de 108,33%, já o entrevistado 3 obteve uma por-
78
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
centagem de 95,83%, enquanto que o entrevistado 1 obteve
uma porcentagem de 87,50%. Infere-se com base nas 5 forças de Porter, que esta trata de um ponto neutro, porém
com a tendência de se tornar uma fraqueza, segundo a opinião de pelo menos dois dos entrevistados, um dos quais
obteve nota superior a média e outro atingiu nota próximo a
média.
No que tange o poder de negociação do cliente, esta
perspectiva, de forma semelhante às anteriores, percebe-se
discrepância principalmente entre as visões dos entrevistados 2 e 3 comparando-as com a do entrevistado 1 que obteve uma porcentagem total nesta perspectiva de 83,33%, en-
Entrevistado Entrevistado Entrevistado
1
2
3
%
%
%
25
30
25
25
25
25
Respostas
Perspectiva do cliente
Perspectiva financeira
Perspectiva do ensinamento e
aprendizagem
Perspectiva dos processos internos
Total
25
20
25
25
25
25
100
100
100
Média
Ponderada
%
26,67
25,00
23,33
25,00
100,00
Fonte: Questionário aplicado
(2007)
TABELA
2 - Pesos estipulados para perspectiva BSC por entrevistado
Fonte: Questionário aplicado (2007)
Entrevistado 1
%
18,67
17,31
Respostas
Entrevistado 2
%
15,56
23,08
no que se refere ao
poder de negociação
do fornecedor esta
trata de uma força
da empresa, pois
para pelo menos
dois
dos
entrevistados o nível
de proximidade das
afirmativas apresentadas, encontra-se
abaixo da média o
que indica distância
de tais ameaças.
Entrevistado 3
%
16,89
11,15
Segundo
a
perspectiva da amePerspectiva do cliente
aça de produtos
substitutos, o entrePerspectiva financeira
vistado 3 atingiu uma
porcentagem
de
Perspectiva do ensinamento e aprendizagem
12,60
19,60
14,93
116,67%, comparando-se com as porPerspectiva dos processos internos
16,36
17,05
13,18
centagens dos entrevistados 1 e 2, os
Total
64,94
75,28
56,16
quais atingiram uma
TABELA 3 - Dados para Análise BSC
percentagem
de
Fonte: Questionário aplicado (2007)
91,67% e 75,00%,
respectivamente,
pode-se
perceber
que
há,
no
que
tange
esta perspectiva,
quanto os entrevistados 2 e 3 obtiveram uma porcentagem
maior
proximidade
entre
as
opiniões
dos
entrevistados
1 e
total de 102,78% e 94,44% respectivamente. Com base nas
2,
sendo
que
a
discrepância
maior
está
na
comparação
de
5 forças de Porter conclui-se que esta trata de uma fraqueza
ambos
com
o
entrevistado
3.
Baseando-se
nas
5
forças
de
da empresa, sendo que para dois dos entrevistados o nível
de proximidade
com a realidade
da empresa esta
acima da média,
incorrendo numa
ameaça
à
mesma. Segundo
a perspectiva do
poder
de
negociação do
fornecedor, há
proximidade
maior entre as
ópticas
dos
entrevistados 1 e
3,
os
quais
atingiram uma
porcentagem de
85,71%
e
76,19%, respectiv a m e n t e ,
comparando-se
com
a
porcentagem
atingida pelo entrevistado 2 que
foi de 109,52%.
Sob a análise das
5 forças de Porter
Grafico de Análise BSC - Comparação entre a visão dos gestores
Perspectiva do cliente
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
Perspectiva dos processos internos
Entrevistado 1
Entrevistado 2
0,00
Perspectiva financeira
Perspectiva do ensinamento e
aprendizagem
Entrevistado 3
Gráfico 2 – Análise BSC - comparação entre a visão dos gestores
Fonte: questionário aplicado (2007)
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
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Porter esta trata-se de uma força da empresa, porém com a
tendência de ser um ponto neutro, pois dentre os três entrevistados, dois atingiram nível inferior à média, e, um atingiu
nota com nível superior à media, porém a nota de um dos
três entrevistados ficou em nível a média, mas está próxima
de tal média o que indica proximidade a se tornar um ponto
neutro.
Com base nos dados expostos na TABELA 1 no que
tange as perspectivas de processos internos e perspectiva
financeira segundo o entrevistado 2, este em porcentagem
atingiu nível acima da média para cada perspectiva sendo
124,44% para perspectiva de processos internos e de
153,85% para perspectiva financeira. Da mesma forma o entrevistado 1 no que compete a perspectiva de processos internos obteve uma porcentagem de 106,67% e a perspectiva
financeira obteve uma porcentagem de 115,38%. Já o entrevistado 3 obteve para perspectiva de processos internos
71,11% e para perspectiva financeira 74,36%. Em relação
as 5 forças de Porter, adotando-se nestes casos seus conceitos básicos de força, fraqueza ou neutralidade, pode concluir que tanto sob a perspectiva de processos internos
como sob a perspectiva financeira estas tratam, com base
puramente nos resultados; de forças da empresa, porém
com tendência a tornar-se uma fraqueza devido a discrepância no que se refere ao conhecimento de cada sobre estas
perspectivas.
Quanto à perspectiva referente ao ensinamento e
aprendizagem, para o entrevistado 1 a perspectiva em questão obteve porcentagem de 90,00%, para o entrevistado 3 a
porcentagem foi de 106,66%, já para o entrevistado 2 o nível
em porcentagem foi de 140,00%, com base nisto concluise, segundo as cinco forças de Porter, que esta trata-se de
uma força da empresa, com possibilidade de tornar-se um
ponto neutro, pois um dos entrevistados obteve pontuação
abaixo do nível médio, e outro obteve pontuação próxima da
média.
De forma geral percebe-se que há entre os entrevistados 1 e 3 maior convergência de opiniões e de visão sobre
as perspectivas em geral, sendo que na somatória geral dos
pesos por questionário, o entrevistado 1 obteve 90,87 pontos
e o entrevistado 3 obteve 90,77, já o entrevistado 2 obteve
113,48 pontos. Pode-se concluir que para ambos os entrevistados existe um nível de proximidade significativo das perspectivas e seus fatores argüidos, com a realidade da empresa, principalmente para o entrevistado 2; porém com algumas
divergências individuais, mesmo assim tais perspectivas podem ser consideradas com relevantes em um planejamento
estratégico.
Desta forma, pode-se inferir que as perspectivas mais
relevantes a serem consideradas em um planejamento estratégico seriam, as referentes à ameaça de produtos substitutos, perspectiva do ensinamento e aprendizagem, perspectiva
financeira e perspectiva dos processos internos. Neste caso
define-se entre as 7 perspectivas analisadas que a empresa
possui em seu ambiente interno e externo 5 forças, 2 com tendência a tornar-se um ponto neutro e 2 com tendência a tornarem-se fraquezas; 1 fraqueza e 1 ponto neutro, este com tendência a tornar-se uma fraqueza. A seguir será realizada com
base nos dados até então levantados, a análise SWOT, a qual
80
Revista TECAP - Número 02 - Ano 02 - Volume 2 - 2008 anual
tem caráter subjetivo e tem com objetivo identificar as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da empresa.
3.3.2 Análise dos dados referentes ao
SWOT
Com base no exposto do QUADRO 1, verifica-se que
tanto no macro como no micro ambiente, ou seja, no ambiente
interno e externo da empresa existem fatores que podem ser
considerados como relevantes a um planejamento estratégico
pela empresa, com atenção especial a ser atribuída aos pontos fracos da empresa, um deles a comunicação interna; e à
suas ameaças, os quais baseados em um planejamento adequado poder vir a configurar-se como pontos fortes e oportunidades futuras. Alguns dos fatores apresentados acima tiveram
como base as respostas dos questionários aplicados o que
determina também uma proximidade com a realidade da
empresa. No que se refere aos pontos fortes e oportunidades, percebe-se que a empresa pode abordá-los também
em um planejamento com objetivo de manter e/ou melhorar
os pontos fortes e aproveitar as oportunidades que se apresentam, de forma a possibilitar a empresa uma vantagem
competitiva maior, pode-se citar aqui correto
posicionamento estratégico da empresa, e a possibilidade
de adotar estratégias que visem torná-la uma grife de moda.
A seguir será realizada a análise BSC, a qual tem foco
mais objetivo e de igual maneira teve como base os dados
obtidos nos questionários.
3.3.3 Análise dos dados referentes ao BSC
Conclui-se que, de maneira geral, cada perspectiva representa aos entrevistados importância igual para uma análise
da empresa, com uma pequena variação entre a perspectiva
do cliente e a perspectiva do ensinamento e aprendizagem
Considerar-se para análises posteriores a média ponderada
de cada perspectiva, sendo que a perspectiva do cliente obteve média de 26,67%, a perspectiva financeira obteve média
de 25,00%, a perspectiva do ensinamento e aprendizagem
obteve média de 23,33% e a perspectiva dos processos internos obteve média de 25,00%, desta forma pode-se concluir
que dentre as quatro a que tem maior importância trata-se da
perspectiva do cliente, seguida pelas perspectivas do
ensinamento e aprendizagem e financeira e por último a perspectiva dos processos internos.
Considera-se, com base em tais dados, que para o entrevistado 2 a soma das quatro perspectivas pesquisadas está
em nível próximo ao ótimo da realidade da empresa, pois
este entrevistado obteve uma porcentagem total de 75,28%,
pode-se caracterizar esta então como uma visão otimista do
estado da empresa, porém com necessidades de esforços
estratégicos em determinados setores; já segundo a porcentagem total do entrevistado 1 que foi de 64,94% pode-se
concluir que há fatores que necessitam de mais esforços
estratégicos.
Para o entrevistado 3, o qual obteve uma porcentagem
total de 56,16%, pode-se concluir, devido o seu percentual total estar pouco acima da metade; que a empresa carece de
esforços estratégicos em todas as perspectivas, principalmente na perspectiva financeira; a qual para os entrevistados 1 e 2
estava próxima de um nível ótimo.
Concluí-se, com base no GRÁFICO 2, que há entre os
gestores visível divergência de opiniões sobre a situação real
da empresa sob as perspectivas apresentadas na análise
BSC, pode-se inferir também que todas são perspectivas com
carência de estratégias e que devem ser consideradas em um
planejamento estratégico, sejam elas por discrepâncias nas
visões e portanto carente de esclarecimento ou por estarem
abaixo do nível ótimo, estipulado pelos entrevistados.
4 Considerações finais
Este estudo visou proporcionar esclarecimento e entendimento sobre quais fatores podem ser considerados
como relevantes para um planejamento estratégico, tais
como os questionamentos sobre a dificuldade da entrada de
concorrentes, a rivalidade entre empresas do ramo, o poder
de negociação do cliente, o poder de negociação dos fornecedores; a ameaça de produtos substitutos, os fatores referentes às perspectivas de processos internos, perspectiva
financeira e perspectiva do ensinamento e aprendizagem.
Baseando-se de forma integrada no conceito das 5 forças
de Porte e nas análises SWOT e BSC, buscou-se abranger
as realidades macro e micro ambientais da empresa. Para
realizar um diagnostico estratégico na empresa Maximu’s
Atelier, foi necessário descrever os componentes de um diagnóstico estratégico, tal como de um planejamento estratégico, das análises SWOT e BSC e das cinco forças de
Porter, as quais delinearam o estudo e serviram de forma
integrada como base para identificar quais fatores são relevantes para elaboração de estratégias para empresa
Maximu’s Atelier.
Neste estudo, também, pôde-se identificar a necessidade da elaboração da visão e da missão da empresa que apresenta-se como sugestão serem: missão: atender a sociedade
com ética, excelência e responsabilidade contínuas, proporcionando segurança e transparência, sendo a casa para a agradável realização dos sonhos de estar e sentir-se bem vestido.
Visão: crescer sustentavelmente, sendo a referência e a melhor empresa do segmento de moda festa.
Da mesma forma torna-se necessário otimizar os meios
de comunicação interna. Pois um canal de comunicação mais
assertivo possibilita que conhecimento seja socializado, de
forma a fazer que de tácito tal se torne explícito, proporcionando assim melhor entendimento da realidade da empresa, principalmente à seus gestores, fator esse que pode ser obtido
realizando um diagnóstico estratégico, com devida periodicidade, o que proporciona um planejamento estratégico mais
assertivo e por conseqüência a consecução efetiva dos objetivos afins da empresa.
Planejamento estratégico este que pode ter como medidor das estratégias a análise BSC neste estudo apresentada,
a qual tem por objetivo facilitar o acompanhamento e o alinhamento das estratégias propostas em um planejamento, que
auferir a empresa diferencial competitivo significativo.
Considerando que o questionamento neste estudo levantado pode fazer parte da realidade de outras organizações, as diretrizes gerais do estudo também podem ser aplicadas nas mesmas, de forma a auxiliar tais organizações,
pois, de fato, a maioria das organizações, principalmente as
familiares, necessita conhecer quais fatores são relevantes a
um planejamento estratégico. Vê-se, então, que o estudo é
abrangente e importante. Além disso, o estudo em questão
serve de preparação para estudos posteriores, fornecendo
base para desenvolvimento de projetos e aplicação dos mesmos, de forma mais ampla, pode-se afirmar então que há relevância no diagnóstico estratégico para a pequena e média
empresa.
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