Odin: Um modelo de coleta adaptativa de sinais vitais
Jorge Arthur Schneider Aranda
Juliano Varella de Carvalho
Jorge Luis Victória Barbosa
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
São Leopoldo, RS, Brasil
[email protected]
Universidade Feevale
Novo Hamburgo, RS, Brasil
[email protected]
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
São Leopoldo, RS, Brasil
[email protected]
ABSTRACT
monitorar o estado do paciente e podem reduzir o custo dos serviços
médicos. Embora esforços venham sendo dedicados a melhorar a
arquitetura e a conectividade entre dispositivos [9], menos atenção
foi dedicada ao desenvolvimento de técnicas analíticas para avaliar
o estado de saúde atual das pessoas.
A computação ubíqua pode ser considerada uma extensão da
computação móvel, pois ela herda parte de suas características,
como transparência e sensibilidade ao contexto [16]. Estes contextos são informações que podem estar relacionadas com pessoas
(indivíduos, grupos), tais como sinais vitais (batimentos cardíacos,
temperatura corporal) ou relacionados com coisas (dispositivos
vestíveis, recursos computacionais). Os contextos podem possuir
atributos, como uma identidade (identificação única), status e tempo
(para definir a ordenação que os eventos ocorrem) [5, 16].
Conforme Wagner et al. [19], a adaptação em contextos deve se
basear nos atributos disponibilizados de forma a compreender a
situação do usuário. Porém, apenas o contexto atual (instantâneo)
pode não fornecer a totalidade de informações necessárias, por isso
é importante acompanhar os históricos de contextos [3] onde a
entidade está inserida.
Este artigo descreve o modelo Odin que realiza análises em tempo
real de dados fisiológicos para monitorar as condições de saúde dos
usuários, atuando sobre os parâmetros de coleta de sinais vitais. Os
históricos de contextos fisiológicos são analisados, permitindo que
a coleta se adapte e seja otimizada. O texto está dividido em cinco
seções. A segunda e a terceira abordam os trabalhos relacionados e
o modelo proposto, respectivamente. A seção quatro apresenta os
aspectos de avaliação. Por fim, a seção cinco aborda as conclusões.
Wearable devices emerged from the advancement of communication technology and the miniaturization of electronic components.
These devices periodically monitor the user’s vital signs and generally have low battery life. This thesis proposes Odin, a model
for optimized collection of vital signs based on adaptive strategies.
The comparison with related works indicates that Odin is the only
proposal that presents an adaptive collection of vital signs, which
allows the optimized generation of context history. The research
validation is divided in three groups. In the first group, simulations
were performed in different scenarios, through requisition control,
an increase of 114% in battery life was obtained in the adaptive
scenario compared to a collection without adaptivity. In the second
group, the Odin model was applied to a real physiological database and allowed for a reduction in the number of requests due to
the adaptability of the collection. This reduction optimized battery
consumption by 66% compared to a collection without adaptability.
Finally, in the third group, the model was applied in collecting data
through an Arduino and also a cardiac monitoring strap available
on the market (Polar H7). During this third part of the evaluation,
savings of 18% were observed in the power consumption of the
mobile devices involved in the data collection.
KEYWORDS
E-health, Multiagents, Ubiquitous Computing, Adaptive Systems
1
INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta um resumo dos resultados obtidos em uma
dissertação de mestrado conduzida no Programa de Pós-graduação
em Computação Aplicada (PPGCA) na Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UNISINOS). O trabalho foi realizado em 24 meses,
tendo a banca ocorrido no dia 18/04/2020. A dissertação proporcionou a publicação de 5 artigos em eventos e periódicos, dentre os
quais destacam-se uma revisão bibliográfica [2] e uma descrição
do modelo computacional proposto [1]. Ambos os artigos foram
publicados no periódico Journal of Ambient Intelligence and Humanized Computing, editado pela Elsevier. Além disso, três softwares
derivados da dissertação foram registrados no INPI sob os números
BR512021001281-0, BR512021001279-8 e BR512021001280-1.
Nota-se que nos últimos anos, com o envelhecimento da população mundial [17], vem ocorrendo uma demanda por cuidados
médicos de qualidade em qualquer ambiente. As soluções de saúde
móvel desempenham um papel importante na coleta de dados para
2
TRABALHOS RELACIONADOS
Este trabalho utilizou um mapeamento sistemático como metodologia para revisão da literatura [2]. O mapeamento identificou 10
artigos de coleta, transmissão e análise de sinais vitais, os quais
foram considerados como trabalhos relacionados.
O mapeamento foi organizado em três etapas: (1) identificação
de questões de pesquisa; (2) elaboração do processo de busca; (3)
definição dos critérios para a filtragem dos resultados. A comparação com trabalhos relacionados indica que Odin é a única proposta
que apresenta uma coleta adaptativa de sinais vitais, o que permite
a geração otimizada de históricos de contextos.
3
O MODELO ODIN
A Figura 1 mostra a arquitetura do modelo Odin baseada no padrão
Technical Architecture Module (TAM) da SAP [15]. O Odin é composto por quatro módulos: Agentes, Backend, Frontend e Database.
O módulo de Agentes está relacionado a interação com os dispositivos de coleta de sinais vitais. O módulo de Backend consiste no
In: III Concurso de Teses e Dissertações (CTD 2021), Minas Gerais, Brasil. Anais
Estendidos do Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web (WebMedia). Porto
Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2021.
© 2021 SBC ś Sociedade Brasileira de Computação.
ISSN 2596-1683
19
Anais Estendidos do WebMedia’2021, Minas Gerais, Brasil
Aranda, Varella e Barbosa
Controller de regras, de notificações e de sinais vitais. Estes Controllers permitem o acesso aos históricos de contextos armazenados
no módulo Database. O Frontend possui as Views de regras, de sinais vitais e de alerta. Estas Views são responsáveis por exibir as
informações aos usuários. Por fim, o módulo Database armazena os
históricos de contextos dos usuários, assim como suas informações
pessoais e regras, que são representadas através de um fluxograma.
R
Sensores
R
Backend
Agentes
Monitoramento
Fisiológico
Adaptatividade
Monitoramento
de
Contexto
Alerta
Controller de
Regras
Database
Regras do
Usuario
Controller de
Notificações
R
Controller de
Sinais Vitais
HTTP
R
Cache Local
os sinais vitais saírem dos valores considerados regulares, o agente
altera a periodicidade de coleta do sensor para uma maior frequência. Se estes valores continuarem a progredir em direção oposta
aos valores regulares, o tempo de espera entre coletas é diminuído
ainda mais. Quanto mais próximo dos valores regulares de sinais
vitais a coleta estiver, maior será o tempo de espera entre coletas.
Com os valores dentro do limiar de valores regulares a coleta atinge
o tempo de espera máximo. Todas estas alterações são efetuadas
automaticamente pelo agente de Adaptabilidade. O segundo tipo
de adaptação consiste em acionar um ou mais sensores secundários
que porventura estejam em estado de pausa. Esta adaptação tem
o nome de Adaptação de Sensores em Pausa (ASP). Se o usuário
possuir um dispositivo vestível com mais de um tipo de sensor de
sinais vitais, um ou mais destes sensores podem ser definidos como
Sensor Primário (SP) e o restante como Sensor(es) Secundário(s)
(SS). Isso permite que um SS apenas seja acionado quando um SP
estiver fora do limiar de sinais vitais regulares. A ASP irá iniciar ou
pausar um SS de acordo com o contexto fisiológico do usuário de
maneira automatizada.
HTTP
Frontend
Históricos
de
Contextos
e de Sinais
Vitais
View de Regras
View de Sinais Vitais
View de Alerta
Figura 1: Arquitetura do Modelo Odin
3.2
3.1
Regras de Adaptação
As regras são representadas através de um fluxograma baseado
em evento, condição e ação. O evento se baseia na coleta de sinais
vitais, a verificação da condição é feita em três etapas e ao final
da determinação da condição, que seria a adaptação da coleta. A
primeira etapa verifica qual a condição de estado do usuário (em
repouso ou em movimento), a segunda etapa, verifica o perfil do
usuário, identificando se ele é um adulto, uma criança ou um idoso.
Com base nessas informações é possível examinar a terceira etapa,
de forma a utilizar o padrão correto de condições fisiológicas do
usuário. A Figura 3 mostra o fluxograma das regras de adaptação.
Organização MultiAgentes do Odin
Os agentes do Odin foram modelados usando a metodologia Prometheus [13, 14]. Os cinco agentes utilizados são os agentes de
Monitoramento Fisiológico, Monitoramento de estado, Sincronização, Alerta e Adaptabilidade. A Figura 2 mostra a distribuição
multiagentes proposta.
Regras de Estado
Coleta do
contexto
fisiológico
Regras de Perfil
Determinado
Estado
Em Repouso
Em Movimento
Regras Fisiológicas
Determinado
Perfil
Criança
Adulto
Idoso
Adaptação
Regular
Atenção
Figura 3: Regras de Adaptação
Uma vez determinada a condição fisiológica do usuário, a mesma
pode ser classificada em estado regular ou estado de alerta. A padronização dos tipos e valores de sinais vitais seguem as definições
propostas pelo Ministério da Saúde [12].
Figura 2: Distribuição Multiagentes
O agente de Monitoramento Fisiológico é responsável pela interface de comunicação com os sensores de sinais vitais, disponibilizando os dados coletados para os demais agentes. O agente de
Monitoramento de Contexto é responsável por coletar informações
de sensores como acelerômetro e giroscópio, podendo estes estarem
no próprio celular ou no dispositivo vestível. O agente de Alerta
exibe notificações ao usuário de acordo com as adaptações que estão
sendo efetuadas pelo agente de Adaptabilidade.
O agente de Adaptabilidade efetua dois tipos de adaptações. O
primeiro tipo ocorre através da alteração do parâmetro de tempo
de coleta, denominado Adaptação no Tempo de Espera (ATE). Se
3.3
Fuzzyficação das regras
A utilização de agentes aliada ao mapeamento de possíveis condições fisiológicas em forma de regras, permite efetuar uma inferência
da condição de saúde do usuário. Para verificar o nível da condição
do usuário utilizando lógica fuzzy, se faz necessário um cálculo
da diferença do valor de sinais vitais aferido em relação ao limiar
normal daquele tipo de sinal vital, conforme a fórmula descrita pela
Equação 1. Estes limiares podem variar de acordo com o perfil do
usuário (idade, gênero) [18].
20
Odin: Um modelo de coleta adaptativa de sinais vitais
Anais Estendidos do WebMedia’2021, Minas Gerais, Brasil
a aplicação de controle foi possível comparar as diferenças entre
uma coleta adaptativa e uma coleta regular de sinais vitais.
𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙𝑉 𝑖𝑡𝑎𝑙𝐴𝑓 𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 − 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑎𝑟𝑆𝑖𝑛𝑎𝑙𝑉 𝑖𝑡𝑎𝑙
𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙𝑉 𝑖𝑡𝑎𝑙𝐹𝑢𝑧𝑧𝑦 𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 =
𝑙𝑖𝑚𝑖𝑎𝑟𝑆𝑖𝑛𝑎𝑙𝑉 𝑖𝑡𝑎𝑙
(1)
O valor obtido pode ser um número real de 0 a 1, onde 0 seria
correspondente a um valor exatamente igual ao limiar e 1 um valor
crítico, 100% distante do limiar. Para o cálculo e inferência das
regras, mais informações podem ser relevantes, como o estado
de atividade do usuário ou o seu grau de sedentarismo. Estudos
[7, 8] alertam para a importância do exercício no impacto da saúde
mental. Dessa forma informações sobre o grau de sedentarismo
do usuário se tornam informações contextuais importantes. Porém
essas informações são bastante subjetivas e para correlacionar com
valores de sinais vitais o ideal seria exprimir um valor numérico
para estas condições.
Para utilizar lógica fuzzy, a fim de determinar o nível de atividade de um usuário, torna-se necessário calcular a diferença em
milissegundos de uma incidência de movimento para outra. Esta
incidência pode ser obtida através de um acelerômetro presente
em dispositivos vestíveis ou smartphones. Por exemplo, um usuário
em uma caminhada moderada possuirá um valor em milissegundos
alto, enquanto um usuário correndo, possuirá um número baixo
devido à maior intensidade da atividade. Um exemplo de uma incidência de atividade neste caso poderia ser a diferença de tempo em
milissegundos de dois passos dados por um usuário. Para estimar
quantas incidências desta atividade são feitas por minuto é necessário encontrar a razão de 60000 (1 minuto em milissegundos) pela
diferença de tempo entre os passos. Através do número de passos
por minuto é possível definir a intensidade [4, 6, 11] da atividade
através de um limiar, onde 0 seria referente a um usuário parado
e 1 seria o usuário em altíssima intensidade, conforme fórmula de
cálculo da atividade descrita na Equação 2.
𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝐹𝑢𝑧𝑧𝑦𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 =
60000/𝑑𝑖 𝑓 𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑎𝐸𝑛𝑡𝑟𝑒𝑃𝑎𝑠𝑠𝑜𝑠
𝑙𝑖𝑚𝑖𝑎𝑟𝐴𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
• Grupo 1-Simulação - Cenário 1: Simulação de cenário de
um usuário que busca apenas mapear seu nível de estresse.
O objetivo desta avaliação é monitorar um usuário em seu
cotidiano, sem a aplicação de um contexto específico.
• Grupo 1-Simulação - Cenário 2: Cenário em um contexto
de usuário que pratica esportes. Essa simulação tem como
objetivo avaliar o uso do modelo em um contexto de um
atleta amador.
• Grupo 2-Base de Dados: Utilização de um dataset de sinais
vitais, estes dados foram coletados em ambiente hospitalar
de pacientes na UTI [10]. Esta avaliação foi desenvolvida
para verificar o comportamento do modelo ao utilizar dados
fisiológicos reais.
• Grupo 3-Coleta de sinais vitais - Arduino: Coleta através de
um protótipo desenvolvido em Arduino. Essa avaliação tem
como objetivo verificar a viabilidade do modelo proposto e
o seu funcionamento em um ambiente real.
• Grupo 3-Coleta de sinais vitais - Polar H7: Coleta através de
uma cinta de monitoramento cardíaco. O objetivo desta avaliação é de verificar a coleta e o funcionamento da aplicação
em um dispositivo vestível disponível no mercado.
4.1
Através da aplicação dos cenários foi possível verificar dois resultados. No cenário 1, o médico pode analisar por meio dos históricos
de contextos, quanto tempo o usuário ficou em uma possivel condição de risco. No cenário 2, foi possível identificar quanto tempo o
usuário ficou com risco de hipotermia, a temperatura neste cenário
foi um SS e somente foi acionado quando o SP (batimentos cardíacos) saia dos padrões regulares. Por consequência da adaptação a
autonomia de bateria dos dispositivos mencionados nos cenários
1 e 2 foi aumentada. No primeiro cenário houve um aumento de
114%, já no segundo cenário foi encontrando um aumento de 164%
de autonomia de bateria quando comparado à coleta de sinais vitais
sem adaptação.
(2)
Um usuário com batimentos cardíacos acima de 100 pode ser
considerado taquicárdico, porém se o mesmo está em movimento,
a intensidade da atividade é considerada, através de um cálculo de
média ponderada entre os valores fuzzy, evitando que a inferência
da regra gere um alerta ou faça uma adaptação quando não exista
uma situação fora dos padrões normais de sinais vitais.
4
Resultado dos Cenários (Grupo 1)
4.2
Avaliação com dados de pacientes (Grupo 2)
Os dados monitorados neste dataset consistem em batimentos cardíacos e pressão arterial. A utilização de dados reais pode sugerir
uma alteração de sinais vitais mais próxima de uma situação real,
permitindo uma melhor avaliação da adaptabilidade de dados fisiológicos. Para esta avaliação foram definidos alguns parâmetros. No
dataset utilizado, o contexto fisiológico do usuário foi coletado durante 3 horas. O tempo de espera entre as coletas foi definido como
10 segundos para um valor abaixo de 20% de estresse e 1 segundo
para uma condição acima disso. Também foi definido que o SP seria
o de Variação de Frequência Cardíaca (VFC), enquanto os sensores
de batimentos cardíacos e pressão arterial foram definidos como SS.
Com a adaptação foram efetuados 3590 requests em comparação as
10761 requisições sem adaptação, uma redução de 66,64%.
ASPECTOS DE AVALIAÇÃO
Foram utilizados cinco tipos de avaliações organizados em três grupos. Dentro do primeiro grupo foram desenvolvidos dois cenários
onde a geração de dados se obteve através de simulação. No segundo
grupo de avaliações, o modelo foi aplicado em uma base de dados
fisiológicos reais. Utilizando estes dados como se estivessem sendo
coletados de um usuário observou-se a redução da quantidade de
requisições devido à adaptabilidade. No terceiro grupo de avaliação,
foram efetuados mais dois experimentos utilizando um protótipo
de coletas de sinais vitais, assim como uma cinta de monitoramento
cardíaco disponível no mercado. O protótipo foi desenvolvido em
Arduino e a cinta de monitoramento cardíaco utilizada foi a Polar
modelo H7. Em ambos os casos também foi utilizado uma aplicação
de controle, onde a adaptação de requisições não era efetuada. Com
4.3
Uso com dispositivos vestíveis (Grupo 3)
Para a coleta de sinais vitais foi desenvolvido um protótipo de hardware utilizando Arduino uno. Em conjunto com o Arduino foram
21
Anais Estendidos do WebMedia’2021, Minas Gerais, Brasil
Aranda, Varella e Barbosa
REFERÊNCIAS
utilizados um shield bluetooth ESP32 e um sensor de frequência
cardíaca. Também foi utilizado um suporte de pilhas AA para alimentar o dispositivo durante o seu uso. A utilização do protótipo
se deu através de uma braçadeira de celular e utilizado na altura do
pulso. O sensor de frequência cardíaca foi preso ao dedo indicador
com ajuda de uma fita. O suporte de pilhas e o shield bluetooth
ficaram presos dentro da braçadeira. Este experimento utilizou 4
pilhas AA recarregáveis a fim de alimentar o protótipo. Os testes
foram executados duas vezes utilizando o app com adaptação e mais
duas vezes utilizando o aplicativo de controle. Fazendo uma média
entre as duas coletas, verificou-se um aumento de cerca de 18%
na autonomia de bateria do dispositivo. Por outro lado, o número
de requisições foi 47,72% menor em comparação ao experimento
sem adaptação. O segundo dispositivo usado nessa validação foi
a polar H7, que é uma cinta cardíaca utilizada dentro da camisa
do usuário. Para a avaliação através deste dispositivo vestível, foi
possível apenas observar a autonomia de bateria do smartphone
utilizado, uma vez que o vestível não disponibiliza acesso ao seu
total de bateria. Novamente foram efetuados dois testes utilizando
a adaptação e mais dois testes sem adaptação através da aplicação
de controle. A duração dos testes ficou limitada ao tempo de autonomia de bateria do smartphone. Analisando as coletas com a cinta
Polar, verificou-se um aumento de cerca de 19% na autonomia de
bateria do dispositivo. Por outro lado, o número de requisições foi
44,13% menor em comparação ao experimento sem adaptação.
5
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CONCLUSÃO
Este artigo descreveu um modelo denominado Odin para coleta
adaptativa de sinais vitais. Para a criação do modelo, foram levados
em conta os trabalhos relacionados, de forma a encontrar funcionalidades ainda não oferecidas como a coleta de sinais vitais que se
adapta ao usuário. Ao realizar a avaliação foi possível identificar
quanto tempo o usuário fica em uma possível situação de risco
através da análise dos históricos de contextos de sinais vitais, uma
vez que este histórico é alimentado pela coleta adaptativa de dados
fisiológicos.
Devido a dificuldade de interoperabilidade de dispositivos móveis, este trabalho possui uma limitação. Apenas alguns dispositivos
vestíveis comerciais permitem a alteração de parâmetros de sinais
vitais, estando o Odin restrito a aplicar a solução proposta apenas a
estes dispositivos. Futuras avaliações incluirão testes de acurácia
das medições de sinais vitais, assim como testes comparativos de
economia de energia, de forma a verificar se o processamento adicional necessário para a adaptação não é maior que a redução de
energia obtida por meio da otimização das requisições.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Rio Grande do Sul (FAPERGS), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) ś Código
de Financiamento 001, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), à Universidade do Vale do Rio dos
Sinos (Unisinos) e à Universidade Feevale pelo apoio ao desesenvolvimento deste trabalho.
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