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Quando a "taxa da cidadania" era inaceitável
Passados mais de sete meses do início da cobrança da chamada “taxa da cidadania” (trezentos euros para cada processo de reconhecimento da cidadania italiana), aparentemente nada mudou: as filas
continuam, a demora é a mesma, e os pedidos de devolução do dinheiro dormem no esquecimento. Cadê o "fundo consular"?
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Quinta-Feira, 21 de Dezembro de 2006, 08h:49
A|A
Marcinelle: O relato de uma história bem sucedida em meio ao trágico escambo
de carvão por homens e mulheres
© Floprence Carboni - Insieme / PA
(Texto publicado na edição 96 da Revista Insieme)
Itália-Bélgica (1946-2006):
A História de Maria
Contrariamente a dezenas de milhares de concidadãos que permaneceram definitivamente na
Bélgica por livre escolha, mais de trinta anos depois, Maria, minha mãe, conseguiu voltar para
a cidade onde nascera
O que Maria mais lembra daquela noite é a intensa sensação de frio. As pontas dos pés,
sobretudo, estavam congelando nos velhos sapatos que ganhara da prima Giulia, para
enfrentar a viagem e o inverno no país distante. Nunca havia sentido tanto frio. Na região de La
Spezia, onde nascera e passara sua vida, as temperaturas eram sempre mais amenas, mesmo
no inverno mais rigoroso. Na sala de espera da estação de Milão, a coluna de mercúrio do
termômetro devia estar bem abaixo de zero. Provavelmente não havia nenhuma calefação. Era
normal. Um pouco mais de um ano após o fim da guerra e da libertação do fascismo, tudo
ainda estava um caos e diziam que faltava energia. Era a primeira vez que Maria vinha a Milão,
mas lembrava que a cidade havia sido alvo de fortes bombardeios, mais ainda do que La
Spezia, sobretudo após o armistício de 1943. E era possivelmente devido aos tremores
provocados pelas centenas de ataques aéreos o grande número de vidros quebrados, por onde
entrava agora o vento gelado.
Antes da viagem que a levaria à Bélgica, junto do marido emigrado dois meses antes, ela,
alfaiate desde os onze anos, fizera casacos para a filha, de três anos, e para ela, com pedaços
de tecido de lã que ganhara do antigo patrão. O bebê, ainda pequeno, estava enrolado num
cobertor e ela o segurava forte contra o peito para esquentá-lo. Naquela noite de novembro,
lembra ter tirado o casaco para cobrir a filha encolhida de frio no banco duro da imensa
estação ferroviária, onde teriam que passar a noite. Por um pouco de timidez, talvez, mas
também por medo que roubassem os poucos pertences, e temendo infestar-se, a si e aos
filhos, de piolhos, Maria não quisera ir descansar nos dormitórios de ocasião, montados no
subsolo do prédio monumental, antiga glória da arquitetura mussoliniana, junto às outras
mulheres emigrantes que, como ela, iam se juntar aos maridos no norte da Europa.
Era o 14 de novembro de 1946. Nos dias seguintes, teria que deixar suas duas malas no
depósito da estação e ir buscar os vistos de trânsito nos consulados da Suíça e da França,
além da permissão de estada na Bélgica no consulado daquele país. Sem conhecer nada dos
meios de transporte da imensa metrópole, preferiu fazer os trajetos a pé, perguntando o
caminho, com o nenê no colo e a filhinha pela mão. Alguns dias depois, recuperaria suas
malas, nas quais colocara as poucas peças do magro enxoval que escaparam à tragédia dos
últimos anos, e embarcaria para a viagem, de uns dois ou três dias – ela não sabia –, que a
levaria ao “pays noir”, o país das minas de carvão e das metalúrgicas, onde trabalhava agora o
homem com quem casara quatro anos antes, e onde residiria nos trinta anos seguintes.
Durante a longa viagem de trem, com o coração apertado, lembrava o desespero da mãe, que
nos últimos meses tentara convencê-la a não ir para tão longe. Ainda a via, quase agarrada ao
trem em marcha, soluçando, recomendando que se cuidasse e que escrevesse, enquanto o pai
ficara sentado num banco da estação ferroviária de La Spezia, a cabeça entre as mãos,
tentando esconder o sofrimento. Pensava no tio do marido, que viera à estação de Gênova,
onde tivera que fazer baldeação, prometendo ajudá-los, a ela e o marido, a encontrar trabalho
naquela cidade, desde que não partisse. Não precisava ir para tão longe, naquele país tão
triste, para trabalhar de baixo da terra, junto aos prisioneiros alemães. De vez em quando, no
vagão cheio, assegurava-se que o dinheiro que o bondoso tio lhe dera, ainda estava no bolso
do casaco.
Mas sobretudo, durante a viagem interminável, Maria sonhava no futuro, na nova vida.
Imaginava como seria a casa, uma casa só para ela, os filhos e o marido. Um carro talvez: era
o grande desejo dele. Ela costuraria, ajudaria. Estava longe de imaginar que, nos primeiros
meses, viveria nos barracos dos antigos campos construídos durante a guerra, pelas tropas
nazistas de ocupação, junto com os poucos prisioneiros de guerra alemães ainda não
libertados. Não realizava que chegaria a um país traumatizado por quatro anos de ocupação
nazista, cuja população não gostava muito de italianos, vendo-os apenas como súditos de
Mussolini e antigos aliados do odiado boche. Não imaginava que o marido, ferido no duro
trabalho, recusar-se-i a voltar à labuta no “fundo da mina”, levando meses antes de encontrar
trabalho em uma fábrica, meses difíceis em que a família sobreviveria somente graças às suas
habilidades de costureira. Maria sobretudo ainda não sabia o quanto seria difícil aprender a ser
uma imigrante, a fazer concessões, a perder irremediavelmente parte de sua forma de ser, de
seu modo de falar, de se comportar, de comer e até mesmo de rir, apesar do esforço para
manter sua cultura e inculcá-la nos filhos.
Há sessenta anos, em junho de 1946, a Itália, vergada por mais de duas décadas de regime
fascista e destruída por cinco anos de guerra, e a Bélgica, também arrasada pela conflagração
e pela ocupação hitleriana, firmaram um acordo de troca, no qual a Bélgica receberia 50.000
dos mais de dois milhões de desempregados italianos contra o envio à Itália de três milhões de
toneladas de carvão ao ano, durante uns dez anos. Dezenas de milhares de operários e
camponeses italianos, de todas as regiões da península, foram protagonistas desse estranho
escambo – homens e mulheres por carvão! –, instalando-se sobretudo na faixa central da
Bélgica, na Valônia, então riquíssima em minério de carvão e fortemente industrializada. Muitos
desses jovens e adultos trabalharam de oito a dez horas por dia debaixo da terra até a velhice
ou a invalidez, provocada por acidentes de trabalho e, sobretudo, pela insidiosa silicose e
outras doenças pulmonares e da pele. A vida de muitos deles terminou tragicamente em 1956,
quando da explosão da mina de carvão de Marcinelle, onde morreram 262 mineiros – entre
eles, 139 italianos – a 1.035 metros de profundidade.
Na ocasião daquele acidente, já com três filhos, traumatizada, Maria pensou em voltar para
seu país, como tantos outros imigrados. Alguns o fizeram. Maria não conseguiu. Havia a escola
dos filhos. Havia o projeto de construir uma casa. E afinal, com o que o marido ganhava, podiase ao menos ir todo ano visitar a família na Itália, cada vez mais próxima pelas novas superestradas. Contrariamente a dezenas de milhares de compatriotas que permaneceram
definitivamente na Bélgica, por escolha, passividade ou obrigação, mais de trinta anos após a
difícil viagem iniciada em 14 de novembro de 1946, com o marido já aposentado, Maria, minha
mãe, conseguiu voltar à cidade natal, sem jamais encontrar ali exatamente o que esperara, ao
deixar sua terra pelo “pays noir”, onde terminou enterrando parte de sua vida e de seu coração.
* Florence Carboni, 54, lingüista, é professora de italiano no Instituto de Letras da UFRGS. Email:
[email protected]
Italia-Belgio (1946-2006):
La storia di Maria
Contrariamente a decine di migliaia di connazionali che rimasero definitivamente in Belgio per
libera scelta, più di trenta anni dopo Maria, mia madre, riuscì a tornare nella città dove era nata
Di quella notte, Maria ricorda soprattuto il freddo intenso. Sentiva congelarsi la punta dei piedi in
quelle vecchie scarpe regalatele da sua cugina Giulia, per affrontare il viaggio e l’inverno nel
paese lontano. Non aveva mai avuto così freddo. A La Spezia e dintorni, dove era nata e aveva
passato la vita, le temperature erano sempre più miti, anche negli inverni più rigidi. Nella sala
d’aspetto della stazione centrale di Milano, la colonna di mercurio doveva trovarsi parecchio
sotto lo zero. Probabilmente non funzionava il riscaldamento. Era normale. Un po’ più di un
anno dopo la fine della guerra e la liberazione dal fascismo, tutto era ancora molto caotico e
dicevano che mancava energia. Era la prima volta che Maria veniva a Milano ma ricordava che
la città aveva subito forti bombardamenti, più di La Spezia, soprattutto dopo l’armistizio del
1943. Ed era probabilmente dovuto ai tremori provocati dalle centinaia di attacchi aerei il grande
numero di vetri rotti, da dove entrava ora il vento gelido.
Prima del viaggio che l’avrebbe portata in Belgio accanto al marito emigrato due mesi prima, lei,
sarta fin dagli undici anni, aveva confezionato dei cappotti, per sua figlia, di tre anni, e per lei
stessa, con della stoffa di lana ricevuta dall’antico patrone. Il bambino di alcuni mesi, era
avvolto in una coperta e lei lo stringeva fortemente contro il petto per riscaldarlo. In quella notte
di novembre, ricorda di essersi tolto il soprabito per coprire la bambina irrigidita dal freddo sulla
dura panchina dell’immensa stazione ferroviaria, dove avrebbero passato più notti. Forse per
timidezza, ma anche per paura che le rubassero le poche cose che si portava dietro, e temendo
di infestarsi ed infestare i suoi bambini con i pidocchi, Maria non aveva voluto andare a riposare
nei dormitori d’occasione, montati in uno scantinato dell’edificio monumentale, ex-gloria
dell’architettura mussoliniana, assieme alle altre donne emigranti che, come lei, andavano a
ritrovare i mariti nel nord Europa.
Era il 14 novembre 1946. Nei giorni seguenti Maria avrebbe dovuto lasciare le sue borse da
viaggio al deposito bagagli della stazione ed andare a richiedere i visti di transito nei consolati
della Svizzera e della Francia, oltre al permesso di entrata in Belgio, al consolato di quel paese.
Senza conoscere i mezzi della grande metropoli, preferì fare i tragitti a piedi, chiedendo la
strada, con il piccolo in braccio e la bambina per mano. Qualche giorno dopo, avrebbe
recuperato il bagaglio, nel quale aveva messo i pochi pezzi del modesto corredo scampati alla
tragedia degli ultimi anni, e avrebbe iniziato il viaggio di più di due giorni che l’avrebbe portata al
pays noir, il paese delle miniere di carbone e delle siderurgiche, dove adesso lavorava l’uomo
con cui si era sposata quattro anni prima e dove avrebbe vissuto i trenta anni successivi.
Durante il lungo viaggio in treno, il cuore stretto, ricordava la disperazione di sua madre, che
negli ultimi mesi aveva tentato di convincerla a non andarsene così lontano. La rivedeva, quasi
aggrappata al treno già in marcia, che piangeva, supplicandola di badare a se stessa e di
scrivere, mentre suo padre se ne stava seduto su una panchina della stazione di Spezia, la
faccia nascosta tra le mani a nascondere la propria sofferenza. Pensava allo zio di suo marito,
venuto alla stazione di Genova dove lei aveva la coincidenza per Milano: le aveva promesso di
aiutarli, lei ed il marito, a trovar lavoro in quella città purchè non partissero. Non c’era bisogno di
andare così lontano, in quel paese triste, a lavorare sotto la terra con i prigionieri tedeschi. Ogni
tanto, in quello scompartimento affollato, lei si accertava che i soldi, che lo zio così buono e
generoso le aveva dato, erano ancora nella tasca del cappotto.
Ma, soprattutto, durante quell’interminabile viaggio, Maria aveva sognato nel futuro, nella nuova
vita. Cercava di immaginare come sarebbe stata la sua casa, una casa solo per lei, i figli ed il
marito. Forse avrebbero avuto anche una macchina: lui la desiderava così tanto. Avrebbe
aiutato con il cucito. Era lontana dall’immaginare che nei primi mesi avrebbe vissuto nei vecchi
campi costruiti durante la guerra dall’occupante nazista, assieme ai pochi prigionieri tedeschi
non ancora liberati. Non si rendeva conto che si dirigeva verso un paese traumatizzato da
quattro anni di occupazione tedesca, la cui popolazione non amava molto gli italiani, vedendoli
soltanto come sudditi di Mussolini e ex-alleati dell’odiato boche. Non sapeva ancora che il
marito, ferito nel duro lavoro, si sarebbe rifiutato di tornare a lavorare nel “fondo della miniera”,
rimanendo diversi mesi senza lavoro prima di trovare una collocazione in una fabbrica, mesi
difficili in cui la famiglia sarebbe sopravvissuta solo grazie alla sua bravura nel cucito. E più di
ogni altra cosa, Maria non sapeva ancora quanto sarebbe stato difficile imparare ad essere
un’immigrante, a fare concessioni, a perdere irremediabilmente parte del suo modo di essere, di
parlare, di comportarsi, di mangiare e perfino di ridere, nonostante lo sforzo per mantenere tutta
questa cultura ed inculcarla nei figli.
Sessant’anni fa, nel giugno del 1946, l’Italia, rovinata da più di due decenni di fascismo e
distrutta da cinque anni di guerra, ed il Belgio, anch’esso colpito ed umiliato dal conflitto e
dall’occupazione hitleriana, firmarono un accordo di scambio, nel quale il Belgio avrebbe
ricevuto 50.000 dei più di due milioni di disoccupati italiani in cambio dell’invio in Italia di tre
milioni di tonnellate di carbone anno, per circa un decennio. Decine di migliaia di operai e
contadini italiani, di ogni regione della penisola, furono protagonisti di questo strano baratto –
uomini e donne contro del carbone! –, insediatisi soprattutto nella fascia centrale del Belgio, in
Vallonia, allora ricchissima di carbone e altamente industrializzata. Molti di questi giovani ed
adulti lavorarono sotto terra dalle otto alle dieci ore al giorno fino alla vecchiaia o fino
all’invalidità provocata dai numerosi infortuni e, soprattutto, dall’insidiosa silicosi nonché da altre
malattie polmonari e di pelle. Per molti di loro la vita finì tragicamente nel 1956, nell’esplosione
di una miniera, a Marcinelle, in cui perderono la vita tutti i 262 minatori – tra cui 139 italiani – a
quota meno 1.035 metri.
In occasione di questa tragedia, così come molti altri immigranti traumatizzati, Maria, ormai
mamma di tre figli, considerò la possibilità di tornarsene a casa. Alcuni lo fecero. Maria non ci
riuscì. C’era la scuola dei bambini. C’era il progetto di costruire una casa. E poi, con quello che
guadagnava il marito, si poteva comunque andare ogni anno a trovare la famiglia in Italia,
sempre meno distante con le nuove strade. Contrariamente a decine di migliaia di connazionali
che rimasero definitivamente in Belgio per libera scelta, per passività o per obbligo, più di trenta
anni dopo il difficile viaggio iniziato il 14 novembre 1946, col marito già in pensione, Maria, mia
madre, riuscì a tornare nella città dove era nata, senza tuttavia trovarci esattamente quello che
sperava nel lasciare la sua terra per il pays noir, dove finì col seppellire parte della sua vita e
del suo cuore. ◘
Florence Carboni, 54, linguista, è docente di italiano presso l’Instituto de Letras della UFRGS.
E-mail:
[email protected].
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Italia-Belgio (1946-2006):
La storia di Maria
Contrariamente a decine di migliaia di connazionali che rimasero definitivamente in Belgio per
libera scelta, più di trenta anni dopo Maria, mia madre, riuscì a tornare nella città dove era nata
Di quella notte, Maria ricorda soprattuto il freddo intenso. Sentiva congelarsi la punta dei piedi in
quelle vecchie scarpe regalatele da sua cugina Giulia, per affrontare il viaggio e l’inverno nel
paese lontano. Non aveva mai avuto così freddo. A La Spezia e dintorni, dove era nata e aveva
passato la vita, le temperature erano sempre più miti, anche negli inverni più rigidi. Nella sala
d’aspetto della stazione centrale di Milano, la colonna di mercurio doveva trovarsi parecchio
sotto lo zero. Probabilmente non funzionava il riscaldamento. Era normale. Un po’ più di un
anno dopo la fine della guerra e la liberazione dal fascismo, tutto era ancora molto caotico e
dicevano che mancava energia. Era la prima volta che Maria veniva a Milano ma ricordava che
la città aveva subito forti bombardamenti, più di La Spezia, soprattutto dopo l’armistizio del
1943. Ed era probabilmente dovuto ai tremori provocati dalle centinaia di attacchi aerei il grande
numero di vetri rotti, da dove entrava ora il vento gelido.
Prima del viaggio che l’avrebbe portata in Belgio accanto al marito emigrato due mesi prima, lei,
sarta fin dagli undici anni, aveva confezionato dei cappotti, per sua figlia, di tre anni, e per lei
stessa, con della stoffa di lana ricevuta dall’antico patrone. Il bambino di alcuni mesi, era
avvolto in una coperta e lei lo stringeva fortemente contro il petto per riscaldarlo. In quella notte
di novembre, ricorda di essersi tolto il soprabito per coprire la bambina irrigidita dal freddo sulla
dura panchina dell’immensa stazione ferroviaria, dove avrebbero passato più notti. Forse per
timidezza, ma anche per paura che le rubassero le poche cose che si portava dietro, e temendo
di infestarsi ed infestare i suoi bambini con i pidocchi, Maria non aveva voluto andare a riposare
nei dormitori d’occasione, montati in uno scantinato dell’edificio monumentale, ex-gloria
dell’architettura mussoliniana, assieme alle altre donne emigranti che, come lei, andavano a
ritrovare i mariti nel nord Europa.
Era il 14 novembre 1946. Nei giorni seguenti Maria avrebbe dovuto lasciare le sue borse da
viaggio al deposito bagagli della stazione ed andare a richiedere i visti di transito nei consolati
della Svizzera e della Francia, oltre al permesso di entrata in Belgio, al consolato di quel paese.
Senza conoscere i mezzi della grande metropoli, preferì fare i tragitti a piedi, chiedendo la
strada, con il piccolo in braccio e la bambina per mano. Qualche giorno dopo, avrebbe
recuperato il bagaglio, nel quale aveva messo i pochi pezzi del modesto corredo scampati alla
tragedia degli ultimi anni, e avrebbe iniziato il viaggio di più di due giorni che l’avrebbe portata al
pays noir, il paese delle miniere di carbone e delle siderurgiche, dove adesso lavorava l’uomo
con cui si era sposata quattro anni prima e dove avrebbe vissuto i trenta anni successivi.
Durante il lungo viaggio in treno, il cuore stretto, ricordava la disperazione di sua madre, che
negli ultimi mesi aveva tentato di convincerla a non andarsene così lontano. La rivedeva, quasi
aggrappata al treno già in marcia, che piangeva, supplicandola di badare a se stessa e di
scrivere, mentre suo padre se ne stava seduto su una panchina della stazione di Spezia, la
faccia nascosta tra le mani a nascondere la propria sofferenza. Pensava allo zio di suo marito,
venuto alla stazione di Genova dove lei aveva la coincidenza per Milano: le aveva promesso di
aiutarli, lei ed il marito, a trovar lavoro in quella città purchè non partissero. Non c’era bisogno di
andare così lontano, in quel paese triste, a lavorare sotto la terra con i prigionieri tedeschi. Ogni
tanto, in quello scompartimento affollato, lei si accertava che i soldi, che lo zio così buono e
generoso le aveva dato, erano ancora nella tasca del cappotto.
Ma, soprattutto, durante quell’interminabile viaggio, Maria aveva sognato nel futuro, nella nuova
vita. Cercava di immaginare come sarebbe stata la sua casa, una casa solo per lei, i figli ed il
marito. Forse avrebbero avuto anche una macchina: lui la desiderava così tanto. Avrebbe
aiutato con il cucito. Era lontana dall’immaginare che nei primi mesi avrebbe vissuto nei vecchi
campi costruiti durante la guerra dall’occupante nazista, assieme ai pochi prigionieri tedeschi
non ancora liberati. Non si rendeva conto che si dirigeva verso un paese traumatizzato da
quattro anni di occupazione tedesca, la cui popolazione non amava molto gli italiani, vedendoli
soltanto come sudditi di Mussolini e ex-alleati dell’odiato boche. Non sapeva ancora che il
marito, ferito nel duro lavoro, si sarebbe rifiutato di tornare a lavorare nel “fondo della miniera”,
rimanendo diversi mesi senza lavoro prima di trovare una collocazione in una fabbrica, mesi
difficili in cui la famiglia sarebbe sopravvissuta solo grazie alla sua bravura nel cucito. E più di
ogni altra cosa, Maria non sapeva ancora quanto sarebbe stato difficile imparare ad essere
un’immigrante, a fare concessioni, a perdere irremediabilmente parte del suo modo di essere, di
parlare, di comportarsi, di mangiare e perfino di ridere, nonostante lo sforzo per mantenere tutta
questa cultura ed inculcarla nei figli.
Sessant’anni fa, nel giugno del 1946, l’Italia, rovinata da più di due decenni di fascismo e
distrutta da cinque anni di guerra, ed il Belgio, anch’esso colpito ed umiliato dal conflitto e
dall’occupazione hitleriana, firmarono un accordo di scambio, nel quale il Belgio avrebbe
ricevuto 50.000 dei più di due milioni di disoccupati italiani in cambio dell’invio in Italia di tre
milioni di tonnellate di carbone anno, per circa un decennio. Decine di migliaia di operai e
contadini italiani, di ogni regione della penisola, furono protagonisti di questo strano baratto –
uomini e donne contro del carbone! –, insediatisi soprattutto nella fascia centrale del Belgio, in
Vallonia, allora ricchissima di carbone e altamente industrializzata. Molti di questi giovani ed
adulti lavorarono sotto terra dalle otto alle dieci ore al giorno fino alla vecchiaia o fino
all’invalidità provocata dai numerosi infortuni e, soprattutto, dall’insidiosa silicosi nonché da altre
malattie polmonari e di pelle. Per molti di loro la vita finì tragicamente nel 1956, nell’esplosione
di una miniera, a Marcinelle, in cui perderono la vita tutti i 262 minatori – tra cui 139 italiani – a
quota meno 1.035 metri.
In occasione di questa tragedia, così come molti altri immigranti traumatizzati, Maria, ormai
mamma di tre figli, considerò la possibilità di tornarsene a casa. Alcuni lo fecero. Maria non ci
riuscì. C’era la scuola dei bambini. C’era il progetto di costruire una casa. E poi, con quello che
guadagnava il marito, si poteva comunque andare ogni anno a trovare la famiglia in Italia,
sempre meno distante con le nuove strade. Contrariamente a decine di migliaia di connazionali
che rimasero definitivamente in Belgio per libera scelta, per passività o per obbligo, più di trenta
anni dopo il difficile viaggio iniziato il 14 novembre 1946, col marito già in pensione, Maria, mia
madre, riuscì a tornare nella città dove era nata, senza tuttavia trovarci esattamente quello che
sperava nel lasciare la sua terra per il pays noir, dove finì col seppellire parte della sua vita e
del suo cuore. ◘
Florence Carboni, 54, linguista, è docente di italiano presso l’Instituto de Letras della UFRGS.
E-mail:
[email protected].