MANUAL DE BOAS PRÁTICAS
PROJETO PENSAS_UNIVERSIDADE DE AVEIRO
INTRODUÇÃO
Falar do Projeto Pensas é falar de cooperação e de educação para
o desenvolvimento.
Atente-se por instantes - e numa primeira abordagem - numa
análise etimológica destas duas palavras: cooperação e
desenvolvimento, as quais se assumem, na sua íntegra, como a base
da definição do processo de atuação deste projecto.
A palavra cooperação é formada pelo prefixo -co - que indica
companhia ou contiguidade - e pela palavra primitiva: operar. O
resultado desta associação implica assim uma ação de trabalho em
conjunto; uma equitatividade de forças que entram em parceria
em detrimento da imposição de uma força sobre outra.
Por sua vez, a palavra desenvolvimento é composta por dois prefixos:
-des e -en acrescidos à palavra primitiva de étimo latino volver, que
por sua vez significa: dar voltas; mexer repetidamente.
Sendo que o prefixo -en implica um movimento para dentro e que
o prefixo -des, uma ação contrária ou um afastamento, facilmente
se pode concluir que desenvolvimento significa um ato de
movimentação para fora; isto é, para que seja possível a existência
de progresso é necessária uma confluência com o exterior. Nenhuma
entidade se desenvolve assumindo uma atitude fechada;
introdinâmica, sem a criação de contactos ou laços de interferência.
O Projeto Pensas, como projeto de cooperação e educação para o
desenvolvimento cumpre assim, fidedignamente, os desígnios quer
de uma quer de outra palavra.
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É um projeto de cooperação porque aposta, em todas as suas ações
e intentos, no trabalho colaborativo e de equipa, ligando e
aproximando dois países distintos como Portugal e Moçambique,
e outros que partilham a Língua Portuguesa como língua oficial
sem, em momento algum, assumir uma atitude impositiva. É um
projeto cujo trabalho visa o desenvolvimento porque crente num
progresso fundamentado na partilha de saberes e de experiências.
Com o seu campo de trabalho delimitado de Norte a Sul de
Moçambique, com a aposta na criação de um Centro Pensas em
cada centro de província - alia uma equipada rede informática e
ligação à Internet a credenciadas sessões de formação de professores
nas disciplinas fulcrais de Língua Portuguesa e de Matemática, a
que se aliou mais tarde as Ciências Experimentais, completando
assim um ciclo de formação mais abrangente no sistema de ensino
moçambicano.
Os princípios orientadores da sua existência e atuação assentam,
assim, na crença na evolução de um país pelo investimento máximo
e plurifacetado na educação: é este o pilar precípuo desta construção.
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BOAS PRÁTICAS DO
PROJETO PENSAS
· Criação de laços estratégicos
· Equidade e coerência: Os Centros Pensas
· Participação ativa e persistência: Formação Inicial; Curso de
Especialização em Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa;
Mestrado em Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa.
· Responsabilidade partilhada:
- os alunos e o OUTclass- geminar pela educação
- os professores e a Formação em Ação
· Consciência da pluralidade no ensino
· Informação e inovação: os recursos didáticos
· Abrangência na lusofonia: Bienal de Aprendizagem da Matemática,
Português e Tecnologias
· Dinâmica e diversidade na aprendizagem informal e não formal:
o caso das ciências experimentais e da bancada de ciências móvel
· Progressão sustentada: Competições Regionais
· Cumplicidade e diálogo no processo de avaliação: reuniões de
Centros
· Comunicação e Transparência
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ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
As alianças que se foram estabelecendo em Moçambique ao
longo destes anos foram muitas e variadas e vão desde organismos
públicos e privados até às empresas dos mais distintos ramos de
atividade.
Sem exagero, pode-se afirmar com segurança que o Pensas é
reconhecido por toda a comunidade académica e, nas localidades
onde existem Centros, estes são apontados como sendo locais onde
se faz formação de qualidade.
Neste capítulo é imperioso referir o Colégio Académico da Beira,
na Cidade da Beira, que se transformou na sede do Pensas. Esta
instituição suporta as despesas de instalação das professoras
deslocadas em Moçambique e atua como charneira em todo o
processo de formação oferecido aos restantes Centros.
Anteriormente, o ISCAM Instituto Superior de Contabilidade e
Auditoria de Moçambique, e agora o ISCIM - Instituto Superior de
Comunicação e Imagem de Moçambique, serve de base em Maputo
ao Pensas, onde estão instalados alguns equipamentos para
demonstração e formação. Também na Escola Profissional de São
Francisco de Assis, em Mumemo, Marracuene, estão instalados
outros equipamentos e a Bancada de Ciências Móvel.
A Bytes&Pieces, empresa moçambicana de informática sediada em
Maputo que, além de todo o suporte que fornece aos Centros, aloja
e faz manutenção dos servidores do Pensas. Este apoio vai muito
para além daquilo que está contratualizado.
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A Embaixada de Portugal e os serviços da Cooperação cujo trabalho
junto do Ministério de Educação tem ajudado a ultrapassar muitos
obstáculos.
A colaboração com a DINES Direção Nacional do Ensino Secundário,
em especial com os seus Técnicos Pedagógicos. A colaboração com
Direção Nacional de Formação foi também fulcral para que toda a
formação alcançasse os seus objetivos.
As Direções Provinciais de Educação são também peças-chave neste
processo, já que é por elas que passa todo o processo formativo
das províncias.
E o principal parceiro deste projeto, financiador de grande parte do
trabalho do Pensas em Moçambique, o Instituto Português de Apoio
ao Desenvolvimento - IPAD.
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EQUIDADE E COERÊNCIA
- Os Centros Pensas
O Projeto Pensas Plataforma de Ensino Assistido de Moçambique
decidiu apostar numa estrutura semelhante à dos Telecentros
comunitários, estruturas existentes em vários países mas que têm
no Brasil a sua maior expressão. São espaços com computadores
ligados à Internet, com, normalmente, entre 10 a 20 computadores
de uso livre, onde são lecionados cursos de informática básica e
oficinas especiais oferecidas à população. É um projeto de uso
intensivo da tecnologia da informação para ampliar a cidadania,
combater a pobreza e fomentar a inserção na sociedade de
informação, contribuindo para o fortalecimento do desenvolvimento
local. Um dos principais objetivos do projeto é organizar uma rede
de unidades de múltiplas funções que permita às pessoas adquirirem
autonomia em tecnologia básica.
O Pensas seguiu, então, uma visão semelhante, centralizando, no
entanto, a sua contribuição numa melhoria da qualidade de ensino
e da aprendizagem tanto de professores como de alunos, área
reconhecida pelo Projeto como uma das principais necessidades
locais.
Começando por identificar as debilidades do Sistema de Ensino
Moçambicano, o Projeto apontou como estratégia a seguir a
formação de professores dos IFP Institutos de Formação de
Professores, e a qualificação de Professores do Ensino Secundário.
Para tal, foi criado um espaço físico em várias escolas por todo o
país: os Centros Pensas.
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Cada Centro Pensas está sempre próximo e à disposição do seu
público-alvo. Ambicioso, o Projeto instalou-se em todas as províncias
carenciadas de Moçambique, com exceção da província de Maputo,
uma vez que é aí que se concentram os diversos meios e recursos
existentes no país.
Localização
Os Centros Pensas encontram-se localizados nas seguintes Escolas
Secundárias ou Institutos de Formação de Professores:
1. Lichinga (Niassa) Instituto de Formação de Professores de
Lichinga.
2. Pemba (Cabo Delgado) IFP Alberto Chipande.
3. Nacala (Nampula) Escola Luís de Camões.
4. Nampula (Nampula) Escola Lusófona de Nampula.
5. Moatize (Tete) Escola Heróis Moçambicanos. O Centro está
instalado embora as suas condições não sejam as melhores.
Encontrou-se uma solução para a sua instalação provisória e
que serve todos os interesses dos professores, que é o Instituto
Superior de Contabilidade de Tete.
6. Quelimane (Zambézia) IFP de Quelimane.
7. Chimoio (Manica) Escola Secundária Samora Moisés Machel.
8. Beira (Sofala) Colégio Académico da Beira. Todas as
operações do Pensas partem desta cidade onde estão localizados
os Formadores e os diversos equipamentos em fase de teste.
9. Inhambane (Inhambane) Escola Emília Daússe.
10. Chokwé (Gaza) Escola Secundária do Chokwé.
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Com uma participação ativa nas sessões de formação, quer de Língua Portuguesa
quer de Matemática desde o início do Projeto, têm acorrido 9 escolas na Província
de Sofala, cidade da Beira (1).
(1)Da referida cidade, participaram as escolas secundárias do Estoril; Manga;
Matadouro; Mateus Sansão Mutemba; Samora Moisés Machel; Colégio Académico
da Beira; Nossa Sra. de Fátima e Institutos de Formação de Professores de Inhaminga,
Inhamizua e o Instituto Nacional de Educação de Adultos INEA
Na província de Cabo Delgado (2) participaram 4 Escolas Secundárias e 1 Instituto
de Formação de Professores.
(2) Das quais fizeram parte: Escola Secundária da Fraternidade; S.O.S; Escola
Secundária de Pemba; Centro de Formação Profissional de Pemba; Escola Secundária
16 de Junho; Instituto de Formação de Professores Alberto Joaquim Chipande.
Na Província de Nampula (3), 13 escolas de Ensino Secundário.
(3) Escola Secundária 12 de Outubro; de Mapara; de Nampula; de Namicopo; Escola
Secundária Geral e Comercial Lockina; Escola Comunitária da APEA; Escola Lusófona;
Escola Primária 7 de Abril; Escola Comunitária da Ademo; Escola Secundária Clave
de Sol; Instituto de Formação de Professores de Nampula; Escola Secundária Samora
Moisés Machel; Centro Cultural Islâmico A. Manjira; Escola da Penitenciária Industrial
de Nampula
Na província de Manica, cidade de Chimoio (4), 4 Escolas Secundárias e 1 Instituto
de Formação de Professores.
(4) Escola Secundária Samora Moisés Machel; 7 de Abril; Soalpo; Escola Secundária
de Vila Nova e Instituto de Formação de Professores de Chibata.
Na Província do Niassa, cidade de Lichinga (5), participaram 5 escolas.
(5)Escola Secundária de Muchenga, de Namacula; de Kankhomba; da Amizade e
Eduardo Mondlane.
Na Província da Zambézia, cidade de Quelimane (6) estiveram até agora envolvidos
professores de 8 escolas.
(6) Escola Secundária Geral de Quelimane; Escola Geral do Aeroporto-Expansão;
Escola Secundária Eduardo Mondlane; 25 de setembro; Lumumba; Coalane; Mártires
de Inhassungue; IFP Nicoadala
(7) Na Província e cidade de Inhambane (7) 5 escolas.
Escola Secundária Emília Daússe; Muéle; 3 de Fevereiro, 12 de Agosto e Escola dos
Caminhos de Ferro
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PARTICIPAÇÃO ATIVA
E PERSISTÊNCIA
Formação inicial, ForLíngu@Moz: Curso de Especialização e
Mestrado
Formação inicial
O Projeto Pensas iniciou um conjunto de ações de formação de
Língua Portuguesa e de Matemática para os professores, nos
diferentes Centros onde se encontrava sediado: as designadas
Formações Iniciais. Pretendia-se que fossem criadas turmas de
aproximadamente 20 professores em cada Centro de cada Província
e que estas mesmas turmas se mantivessem fixas ao longo das
diferentes sessões de formação por forma a que os conteúdos
explorados - apesar de unidades temáticas com sentido per se pudessem ter uma continuidade de sessão para sessão e ainda para
que se pudesse observar a evolução de cada grupo. Procurava-se
assim, ir ao encontro das suas necessidades mais específicas, ao
mesmo tempo que se pretendia que as aprendizagens entre os
Centros fossem o mais equitativas possível.
Como objetivo, almejava-se explorar conhecimentos científicos e
pedagógicos destas duas áreas do saber, assim como fazer com que
todos os professores integrantes nestas formações pudessem
dominar, o melhor possível, os meios informáticos disponíveis, de
modo a tornarem-se cidadãos informaticamente ativos e capazes
de partilhar informações e materiais através da plataforma existente
no Projeto (a Plataforma de Ensino Assistido - PEA).
Desta forma, em cada ação de formação sairiam beneficiados
diretamente 20 professores de cada província em cada área do
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saber - Língua Portuguesa e Matemática -, assim como indiretamente,
outros professores, seus colegas nas escolas onde lecionariam.
Este alvo indireto seria ainda beneficiado pelos materiais
disponibilizados pelo Projeto, quer em formato de papel, através
do fornecimento dos manuais elaborados para cada disciplina, quer
através da disponibilização de vários materiais em formato digital.
A PEA cumpre também a crucial tarefa de manter os formandos
não só em contacto entre si como em contacto com as formadoras,
ao possibilitar a troca de esclarecimentos e conteúdos aquando da
sua ausência.
O Projeto Pensas é um projeto que assenta num labor prático em
detrimento do exclusivamente teórico e nos laços de proximidade
e de adequação como garantias da sua boa sucessão. Estas têm
sido premissas que se têm demonstrado fundamentais no processo
da sua edificação.
Estimativa dos professores abrangidos por este conjunto de
formações
Tendo sido realizadas, desde 2009 até ao final de 2011, 28 ações
de formação (13 de Matemática e 15 de Língua Portuguesa), e
sendo que em cada ação participam, em média, 20 professores,
pode-se considerar que o número total de professores beneficiados
diretamente foi de, aproximadamente, 560.
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Considerando ainda que cada turma do Ensino Secundário tem uma
média de 65 alunos e que cada professor, em regime normal, tem
a seu cargo cinco turmas, estima-se, assim, uma média de 325
alunos por professor.
Desta forma, pode-se afirmar que, através das formações de
professores, o Projeto Pensas já atingiu indiretamente cerca de
182.000 alunos.
Ao universo de jovens atingidos indiretamente acresce ainda um
conjunto de alunos que beneficiam diretamente ao participarem
nas Competições Regionais de Língua Portuguesa e de Matemática,
realizadas também desde 2009.
Tendo em consideração que, em cada prova, participam
aproximadamente 120 alunos e que foram realizadas 11 provas até
ao final de 2011, o total de alunos participantes nesta atividade é
de 1320.
Curso de Especialização em Línguas e Literaturas de Expressão
Portuguesa
É indesmentível que a Educação tem sido uma prioridade do governo
moçambicano, tendo em conta a constante evolução do Orçamento
Geral do Estado, destinado ao Ensino e à Ciência, e ainda a intenção,
frequentemente expressa, de elevação global do nível de escolaridade
da população com a consequente maior qualificação profissional
e técnica dos recursos humanos.
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Nesse sentido, tem sido considerada prioritária, para o setor da
educação, a assunção de condições que permitam o desenvolvimento
de capacidades de conceção, de inovação, de investigação científica,
de análise crítica e de decisão em diferentes áreas do conhecimento
que, por sua vez, possibilitem o desenvolvimento científico,
tecnológico e cultural dos recursos humanos e, consequentemente,
o desenvolvimento económico e social do país.
Com o intuito de cooperar num plano estratégico de consolidação,
expansão e melhoria do sistema de formação dos professores de
Português em Moçambique e dos licenciados moçambicanos nas
áreas das Humanidades, a Universidade de Aveiro - e por forma a
dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelas formações iniciais
- em parceria com o Ministério da Educação e Cultura de
Moçambique e com o apoio do IPAD, desenvolveu um projecto de
formação descentralizada, em regime de b-learning, designado
ForLíngu@moz - Formação em Rede para o Desenvolvimento da
Língua Portuguesa em Moçambique.
Este projeto de cooperação pretendeu colmatar a reduzida
capacidade das instituições nacionais de Ensino Superior na atribuição
de graus académicos de pós-graduação, reconhecidos
internacionalmente, bem como a insuficiência das condições
logísticas e humanas que permitam a progressão académica dos
professores e licenciados de Moçambique.
Enquadra-se, assim, no contexto de uma estratégia nacional de
desenvolvimento científico e cultural e salienta o objectivo de
proporcionar os recursos humanos qualificados que respondam às
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necessidades do ensino de Português em Moçambique e contribuam
para o aumento da qualidade das instituições de ensino
moçambicanas.
Servindo-se de meios já instalados no terreno, nomeadamente da
estrutura informática e humana da Rede Pensas@moz
(Plataforma de Ensino Assistido de Moçambique; ver em
www.pensas.ac.mz), com centros de formação em Chokwé,
Inhambane, Chimoio, Beira, Quelimane, Moatize, Nampula, Nacala,
Pemba e Lichinga, o projecto ForLíngua@moz tem três níveis de
formação, devidamente articulados: inicial (formação de professores),
intermédio (cursos de especialização) e pós-graduado (Mestrado e
Curso de Homogeneização).
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Na primeira pessoa
Benjamim David Nobre é professor de Língua Portuguesa há 26
anos. Decidiu inscrever-se no Curso de Especialização, por querer
aprender mais.
O que o levou a candidatar-se ao Curso de Especialização? - Foi a
necessidade de actualização de conhecimentos em Língua
Portuguesa, para além da aquisição de mais competências
comunicativas que acredito que me podem vir a ajudar enquanto
docente.
Que vantagens pode trazer para os professores moçambicanos a
formação pós-graduada dada pelo Pensas? - As vantagens estão
muito relacionadas com a aquisição de mais conhecimentos de
Língua Portuguesa e novas aptidões, de forma a transmitir o que
aprendemos aos alunos.
De que forma a participação nestas aulas o está a ajudar? - A
participação nestas aulas está a ajudar-me na medida em que me
sinto mais próximo das novas tecnologias, para além de sentir que
adquiri já novos conhecimentos e habilidades.
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MESTRADO
Por forma a dar prossecução e elevar os níveis dos objetivos
almejados pela implementação do curso de Especialização e de
modo a conceder mais habilitações científicas no domínio da Língua
e das Literaturas de Expressão Portuguesa, o Projeto Pensas deu
início ao Mestrado na mesma área no ano de 2011, na cidade da
Beira.
Trinta professores de Moçambique foram pioneiros neste primeiro
ano, tendo frequentado aulas ministradas por professores do
Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro,
com lugar nas instalações da Universidade Unizambeze, a que se
segue a elaboração da tese final.
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RESPONSABILIDADE
PARTILHADA
- os alunos e o OUTclass - geminar pela educação
O projecto OUTclass teve início em 2007 e, através dele, crianças
da Escola Básica de Á-dos-Ferreiros e da Escola Básica de São
Sebastião - Trofa (Águeda), em Portugal, e do Colégio Académico
da Beira, em Moçambique, comunicam entre si através da Internet,
desenvolvem atividades conjuntas e, acima de tudo, partilham
experiências e conhecimento.
Dinamizado pelo Pensas em cooperação com o IPAD, a Câmara
Municipal de Águeda e o Ministério da Educação, o OUTclass criou
uma e-comunidade onde interagem alunos e professores em torno
de um tema semanal lançado pelo Pensas. Para este efeito, estas
escolas foram equipadas com todas as ferramentas necessárias à
prossecução deste projeto.
Quando começou a ser desenvolvido, o OUTclass tinha como principal
objetivo a difusão da Língua Portuguesa e a promoção do gosto
pelas Ciências através do uso dos computadores e da Internet como
ferramentas de aprendizagem. Hoje, estes alunos têm a oportunidade
de realizar, em ambiente de sala de aula e monitorizados por um
professor, atividades semanais que lhes permitem trocar experiências
interculturais através da exploração de exercícios que lhes concedem
um diferente entendimento do Mundo. Esta partilha de experiências
e conhecimentos nas diversas áreas do saber que contribuem para
o seu enriquecimento cultural, para o aumento do respeito pelo
outro e para o interesse pelas diversas culturas.
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Por se revelar, então, mais abrangente do que o inicialmente pensado,
o OUTclass adotou então como lema Geminar pela Educação.
O desafio agora assumido é o de fazer com que a comunidade sinta
a sua escola e perceba que esta pode pertencer a um mundo global
sem sair da sua aldeia. Aprender coisas novas, contactar com outras
realidades, com outras culturas, com outras maneiras de ver o
mundo e encarar os problemas é o desafio da geminação pela
Educação.
A mais-valia deste projecto prende-se com o facto deste tipo de
geminação ser duradouro, uma vez que assenta num trabalho de
base com crianças, fazendo, ao mesmo tempo, com que pequenas
aldeias, localidades ou regiões possam projetar-se no Mundo Global.
Assim sendo, o projecto OUTclass pretende afirmar uma forma de
cooperar, que permita o desenvolvimento sustentado e o
envolvimento da sociedade em projetos de Educação, que
qualifiquem alunos e professores a nível tecnológico, estimulando-os a partilhar novas formas de aprendizagens mais dinâmicas e
interativas.
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MOÇAMBIQUE
PORTUGAL
RESPONSABILIDADE
PARTILHADA
- os professores e a Formação em Ação
O Projeto Pensas implementa ainda uma outra forma de formação,
que tem por base a transferência não só de saberes através da
formação tradicional, mas também de boas práticas: a Formação
em Ação tem como principal objetivo a troca de experiências ao
nível das metodologias de aprendizagem e dos conteúdos lecionados
nas disciplinas de Português e Matemática.
A cada ano, o Ministério de Educação e Cultura de Moçambique
seleciona, de entre os professores da Rede Pensas, um grupo de
docentes das áreas de Matemática e Português que, durante um
mês, são integrados no Externato de Vila Meã, em Portugal. Estes
professores partilham a sala de aula com os colegas portugueses,
fazendo a preparação das aulas e dos diferentes materiais, agindo
como os docentes responsáveis por essas turmas, supervisionados
por professores da Universidade de Aveiro.
O impacto da Formação em Ação tem sido sentido no
comportamento durante as ações do Pensas, e nas exigências e
sugestões feitas por estes professores junto do Ministério da
Educação, no sentido da melhoria do apetrechamento e da formação.
26
Na primeira pessoa
Foi uma experiência muito positiva - Patrícia Pereira, professora
A Formação em Ação foi uma experiência muito positiva. Durante
esta semana, o professor Hilário analisou planificações anuais e
diárias dos diferentes níveis de escolaridade, conheceu os materiais
de apoio educativo utilizados no contexto de sala de aula, analisou
a estrutura curricular que está na base dos diferentes níveis e
participou oportunamente nas aulas a que assistia.
Conheceu também o papel desempenhado pelo professor enquanto
Diretor de Turma e os procedimentos requeridos nesta função e
participou nas aulas de apoio educativo a alunos com significativas
dificuldades de aprendizagem.
Ainda durante esta semana, foi-lhe proposto que preparasse e
lecionasse duas aulas a níveis de escolaridade distintos. Deste modo,
essas aulas tiveram como temas, no 10.º ano, a poesia cabo-verdiana
do século vinte, e no 8.º ano, as funções sintáticas.
Benefícios a nível pessoal e profissional - Isabel Ribeiro, professora
Esta experiência foi muito interessante, enriquecedora, julgo eu,
para ambas as partes, a partir do momento em que houve uma
partilha de experiências, do Saber e do Saber Fazer.
Verificou-se um grande interesse pela organização dos livros de
ponto, dos dossiers dos Diretores de Turma e, sobretudo, pelos
conteúdos programáticos do 12.º ano.
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Esta experiência só trouxe benefícios quer a nível profissional, quer
a nível pessoal para todas as partes envolventes. Houve aprendizagem
de conteúdos, partilha de conhecimentos e informações, vontade
de saber mais.
Assim, julgo pertinente que se continue a investir em projetos como
este, pois além da originalidade que induz à motivação, outra das
mais-valias é o despertar para uma realidade bem diferente da
nossa e a partilha de saberes.
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CONSCIÊNCIA DA
PLURALIDADE NO ENSINO
Apesar de ter iniciado a sua intervenção no ensino moçambicano
com ações de formação destinadas a professores do Ensino
Secundário e de Institutos de Formação de Professores, no decorrer
da sua ação em Moçambique, o Projeto Pensas detetou a
necessidade, corroborada pelas entidades locais intervenientes, de
alargar a sua área de intervenção.
Foi desta forma que surgiu, em 2010, o projeto de desenvolvimento
curricular, um trabalho que prevê a reestruturação do currículo do
Ensino Primário, e o projeto Laços de Lusofonia, visando a geminação
de escolas técnicas do país com escolas portuguesas.
Desenvolvimento curricular
O desenvolvimento curricular do Ensino Primário é uma das
intervenções que o Projeto Pensas está a levar a cabo, tendo-se
constituído, para isso, como entidade parceira do INDE. Um novo
currículo está a ser desenhado e irá contribuir, no futuro, para a
introdução de alterações ao nível do 2.º grau de ensino.
O objetivo é trabalhar para que a monodocência seja uma realidade
em Moçambique, com um professor por turma, proporcionando
um ensino mais centrado no aluno. Atualmente, muitos professores
dividem-se por várias turmas o que impede um conhecimento mais
profundo do aluno e, por consequência, uma mais fácil identificação
das dificuldades.
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Geminação de Escolas Técnicas
Em 2012, o trabalho de parceria que o Pensas, o Projeto de Apoio
ao Ensino Técnico-Profissional e o MINED vêm realizando vai alargarse ao Ensino Profissional, através da implementação de um projecto
de geminação de escolas técnicas entre Moçambique e Portugal,
chamado Laços de Lusofonia, que conta também com o apoio do
IPAD e da Fundação Portugal África.
O projeto tem como principal objetivo potenciar a troca de
experiências e conhecimentos ao nível do ensino e da aprendizagem,
criando uma relação entre as escolas que irão ser geminadas.
Pretende ainda identificar as dificuldades e trabalhar os módulos
a lecionar no sentido de colmatar as lacunas existentes em cada
escola. A PEA implementada pelo Pensas em Moçambique servirá
de base à geminação e à troca de conhecimentos entre as escolas.
Numa primeira fase, serão geminadas cinco escolas portuguesas e
cinco escolas moçambicanas, com áreas de estudo semelhantes:
Escola Profissional Domingos Sávio de Inharrime e Escola Profissional
da Mealhada; Instituto Médio Agrário do Chókwè e Escola Profissional
de Santo Tirso; Instituto Médio Agrário de Boane e Escola Profissional
de Abrantes; Escola Profissional da Ilha de Moçambique e Escola
Profissional de Alcobaça; Escola Profissional Familiar Rural de
Honoíne e Escola Profissional de Fermil.
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INFORMAÇÃO E INOVAÇÃO
- Os recursos didáticos
Manuais
Para uma adequada formação dos professores abrangidos pelo
Projeto Pensas, as várias ações desenvolvidas assentam em suportes
físicos manuais, fichas de atividades, e uma plataforma online
onde são disponibilizados diversos materiais e ligações para vários
outros recursos disponíveis na Internet.
As ações de formação têm como suporte vários manuais
desenvolvidos pelo Projeto Pensas: quatro de Língua Portuguesa e
três Matemática, até ao final de 2011.
Os conteúdos destes manuais foram cuidadosamente estudados,
com o intuito de garantir que não existisse nenhuma rutura com
seu público-alvo e, desta forma, que o trabalho realizado fosse ao
encontro das suas necessidades. Os enunciados dos exercícios e os
exemplos relativos aos esclarecimentos teóricos são baseados,
sempre que possível, na realidade cultural moçambicana, já que o
facto de os formandos se identificarem com o programa das
formações aumenta a probabilidade de os conhecimentos serem
devidamente apreendidos.
Novos manuais estão a ser trabalhados, procurando ir ao encontro
do feedback que o Projecto Pensas vai recebendo por parte dos
professores. Também os temas das formações têm tido em conta
as suas sugestões, sempre no sentido de procurar dar a resposta
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mais adequada às (consideradas pelos próprios professores)
debilidades no conhecimento científico e didático-pedagógico.
A análise dos diferentes temas é feita, por norma, através da
resolução de exercícios e da posterior análise de fichas informativas.
Este processo tem sido o escolhido face à necessidade de, num
primeiro momento, se identificarem o máximo de dificuldades dos
formandos para que, depois de esclarecidas as dúvidas, se
consolidem os esclarecimentos teóricos.
No caso da Língua Portuguesa, atendendo a que, neste país, esta
se define como segunda língua - L2 e não como língua materna LM, são vários os problemas linguísticos que advêm desta realidade.
Tendo em consideração o mosaico linguístico de todas as Províncias
de Moçambique e a pluralidade das línguas bantu existentes, é
inevitável que determinadas construções linguísticas se transponham
para a língua oficial do país: a Língua Portuguesa.
A partir dos manuais elaborados, sempre utilizados como suporte
de trabalho, trataram-se e resolveram-se exercícios subordinados
a estas problemáticas e outras sugeridas pelos professores
participantes.
Já no que respeita à Matemática, as ações de formação têm incidido
em temáticas como Geometria no plano e no espaço: uma
abordagem pedagógica, subdividida em duas partes: Geometria
Analítica e Lugares Geométricos.
A Geometria assume um papel de ligação entre vários ramos
matemáticos como a Álgebra, o Cálculo e a Estatística. A utilização
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de novas tecnologias comprova-o. O software de geometria dinâmica,
Geogebra, recurso utilizado durante as formações, tem
potencialidades que revolucionaram os modos de resolução de
problemas e de exploração de situações, bem como as próprias
conceções de demonstração. Por isso, muitos dos exercícios
propostos, foram pensados e perspetivados para a sua utilização,
ainda que não se tenha descuidado a sua resolução a lápis e papel.
Outra ferramenta tecnológica que poderá, com vantagem, ser
utilizada no processo de ensino-aprendizagem é o Graph. Este
software foi também utilizado e enquadrado no subtema Geometria
Analítica.
Pretende-se, ao trabalhar com estes programas, dar uma perspectiva
do software existente e apresentar as suas potencialidades no
tratamento destes temas.
É importante aproveitar todas as oportunidades para discutir com
os professores formas de pensar matematicamente, assim como
formas de transmitir o conhecimento matemático.
Este último aspeto revelou-se uma das maiores problemáticas dos
professores atendendo a que, no caso de Moçambique, estas são
acrescidas por algumas dificuldades existentes no seu domínio da
Língua Portuguesa.
Assim, durante as ações de formação, sempre que oportuno, lança-se aos professores o desafio Simulação de aula. Este exercício
consiste na proposta de uma abordagem pedagógica relativa a um
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conteúdo matemático específico. Deste modo, cria-se um espaço
de reflexão e discussão sobre estratégias através das quais o professor
pode induzir o aluno a construir o seu conhecimento matemático
e a desenvolver raciocínios.
Internet
Todos os Centros Pensas estão equipados com computadores e
acesso à Internet, ferramentas de grande importância para
complementar os conteúdos dos manuais fornecidos nas formações.
Programas como o hotpotatoes, usado ao serviço da Língua
Portuguesa e como o graf e o geogebra, para a Matemática, são
também usados como auxiliares-pilar nestas formações.
Plataforma de Ensino Assistido (PEA)
Também através da Internet, os formandos podem ter acesso à PEA
- Plataforma de Ensino Assistido, um espaço de partilha de recursos
e acesso a um conjunto de ferramentas disponibilizadas pelo Pensas.
A mais importante destas ferramentas é, possivelmente, os modelos
geradores de questões, um recurso utilizado nas formações, quer
como teste diagnóstico, quer como avaliação dos conhecimentos
adquiridos.
Através desta ferramenta é possível criar testes diagnósticos ou
de avaliação com recurso a um conjunto de perguntas geradas de
forma aleatória, sobre os conteúdos estudados.
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Esta plataforma serve ainda de suporte às Competições Regionais
de Português e Matemática. Aqui os professores podem efetuar o
registo de equipas e realizar provas de treino com os seus alunos.
É também através da PEA que se realizam as competições em rede.
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ABRANGÊNCIA
NA LUSOFONIA
B i e n a l d e A p re n d i za ge m d a M ate m át i c a , Po r t u g u ê s e
Tecnologias
Com uma primeira edição no ano de 2007, a Bienal da Aprendizagem
da Matemática e do Português realiza-se a cada dois anos num país
da CPLP, tendo passado já por Moçambique, Cabo Verde e São Tomé
e Príncipe. Este encontro surgiu enquadrado nos grandes objetivos da
Cooperação Portuguesa de promoção da língua e do intercâmbio
cultural e científico no espaço lusófono, contribuindo para um debate
de ideias sobre o ensino estas duas disciplinas fundamentais, Português
e Matemática, bem como na área das Tecnologias, cuja importância
e potencial pedagógico e didático são cada vez mais incontornáveis.
A aprendizagem do Português e da Matemática, sendo matérias
curriculares chave, são essenciais para o desenvolvimento sustentável
das sociedades dos países lusófonos. Associá-las a novas abordagens
metodológicas e às novas tecnologias disponíveis tem vindo a provar-se ser uma aliança bem sucedida, quando fundamentadamente
abordada.
Ao mesmo tempo, esta bienal tem servido o propósito de ajudar a
estreitar laços entre os profissionais e instituições dos vários países
participantes.
O número de países participantes, a qualidade dos trabalhos
apresentados e o êxito das intervenções e sessões paralelas à agenda
de trabalhos têm sido superados a cada ano.
Importa referir que esta Bienal é patrocinada maioritariamente com
fundos da CPLP, tendo sido reconhecida como relevante para o
incremento das relações dentro desta comunidade.
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DINÂMICA E DIVERSIDADE
NA APRENDIZAGEM
INFORMAL E NÃO FORMAL
Ensino Experimental das Ciências
A importância do trabalho de laboratório no ensino das Ciências
ocupa um papel indiscutível no processo de aprendizagem. Em
colaboração com o MINED, o Projeto Pensas está a desenvolver um
trabalho de promoção do Ensino Experimental das Ciências,
dinamizando o ensino desta área do saber através da utilização de
novas técnicas e do desenvolvimento de novas competências nos
docentes.
Num conjunto de missões realizadas em escolas, técnicos do MINED
e elementos do Pensas realizaram vários trabalhos laboratoriais,
relacionados com os programas em vigor, para as diferentes
disciplinas do grupo a que se destina a formação, promovendo a
capacidade de inovação.
Bancada de Ciências Móvel
Este trabalho culminou com a instalação de uma primeira Bancada
de Ciências Móvel, em Maputo, equipada com um conjunto de
materiais que permitem a realização de experiências nas áreas da
Física, Química e Biologia.
Ao proporcionar um espaço de trabalho independente, a Bancada
de Ciências Móvel pode ser utilizada em diversos contextos sala
de aula, exterior, exposições - constituindo-se como um veículo
privilegiado para o contacto dos alunos, de forma prática, com estas
áreas do saber.
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Ao promover o contacto das crianças com as Ciências, permitindolhes manipular equipamentos e materiais característicos, a Bancada
leva ao desenvolvimento de competências laboratoriais, num
contexto lúdico e mais apelativo.
Ao mesmo tempo, estimula os seus utilizadores a desenvolverem
um olhar mais crítico sobre os fenómenos que os rodeiam, mostrando
de que forma estes podem ser explicados cientificamente.
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PROGRESSÃO EQUILIBRADA
Competições: EQUAmat@moz, Pensar@Língua e
M@tMoz
As questões do insucesso escolar, em particular na disciplina de
Matemática, estão na ordem do dia. Conhecer as suas causas e
encontrar formas de as combater é uma prioridade em todos os
graus de ensino.
Foi com base nesta perspetiva que nasceu em Moçambique, anos
antes do Projeto Pensas, a EQUAmat@moz, uma competição
nacional de Matemática que utiliza as ferramentas informáticas
existentes e adapta os conteúdos ao programa escolar moçambicano.
Posteriormente, esta competição foi integrada no Pensas.
Ano após ano, o Projeto realiza em Maputo, em articulação com o
Ministério da Ciência e Tecnologia, as Competições Nacionais de
Matemática em Moçambique, uma iniciativa que permite aos alunos
de todo o país competirem usando a rede informática instalada.
O ensino da Matemática de forma lúdica torna a disciplina mais
atraente, permitindo formar alunos participativos, críticos e
confiantes no modo como lidam com esta matéria.
A exigência e a preocupação com a inclusão de todos os alunos, a
criação de uma mentalidade que valorize o esforço e respeite os
ritmos de aprendizagem dos alunos são os objetivos que estão por
detrás desta competição, permitindo uma aprendizagem mais
atrativa e interativa das matérias lecionadas.
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Competições Regionais
As Competições Regionais de Língua Portuguesa e Matemática são
um dos momentos mais importantes do trabalho do Pensas ao
longo do ano letivo.
Começaram em 2009 na cidade da Beira, testando apenas conteúdos
da disciplina de Matemática, tendo-se estendido no ano seguinte
à cidade de Nampula, acrescendo aos conteúdos de Matemática
os de Língua Portuguesa, e em 2011 à cidade de Inhambane. É
objetivo da equipa do Projeto alargar este desafio a todos os centros
Pensas, garantindo antes que as condições físicas o permitem.
Desta forma, o Projeto Pensas realiza, em setembro de cada ano,
uma competição de Português e uma de Matemática em cada uma
destas cidades, atividades que, no seu todo, chegam a um total de
375 alunos.
Antes disso, nos meses que antecedem as provas de competição,
são desenvolvidas várias sessões semanais de treinos de preparação,
por forma a cimentar os conhecimentos adquiridos e estimular a
aprendizagem, não só das disciplinas em questão, mas também das
novas tecnologias, ferramenta fundamental para a realização destas
atividades.
Estas sessões de treinos, passam por uma fase de registo dos alunos
participantes e dos professores entretanto eleitos pelas escolas
como responsáveis por disciplina e, que, por sua vez, se tornam
depois os responsáveis pelos alunos ao longo de todo o ano letivo.
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De acordo com um calendário estipulado, estes professores
acompanham os alunos aos respetivos Centros e procedem ao
esclarecimento das suas dúvidas, quando as formadoras não se
encontram no local.
Estas Competições pretendem estimular a capacidade de organização
e motivação das escolas que gravitam em torno dos Centros Pensas,
incentivando-as através de novas e dinâmicas formas de ensinoaprendizagem. A autonomia legada a várias entidades de cada
Centro é, sem dúvida, a concretização viva dos objetivos inicialmente
traçados.
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CUMPLICIDADE E DIÁLOGO
NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
O caso particular da Reunião de Centros Pensas
A avaliação é um processo que não passa desvelado. Existem
reuniões, por norma anuais, com o objetivo de efetuar um balanço
do trabalho realizado.
Nestes encontros, os diretores de Centro e os responsáveis pelo
Projeto Pensas avaliam os procedimentos entretanto aplicados, por
forma a decidir sobre a sua continuidade ou necessidade de
substituição por outros mais eficientes ou ajustados.
De salientar que cada Centro tem particularidades e características
próprias, às quais o Pensas não é indiferente, pelo contrário, respeita-as integramente. Nestas reuniões, recolhem-se as opiniões dos
diferentes intervenientes, procurando compreender todas as suas
necessidades.
Este é um projeto que assenta as suas preocupações e anseios na
adequação dos conteúdos e tecnologias ministradas à realidade do
seu público-alvo. Pretende-se que os seus beneficiários possam
usufruir de uma aplicabilidade no seu contexto de trabalho - se não
de todos, pelo menos da maior parte - dos conceitos apreendidos.
Para além destas reuniões, são realizados inquéritos frequentes a
professores, nas sessões de formação em que participam e, a alunos,
nas Competições e sessões de treinos.
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COMUNICAÇÃO E
TRANSPARÊNCIA
O Projeto Pensas procura que todo o trabalho realizado no âmbito
das suas atividades tenha visibilidade junto dos seus intervenientes,
colaboradores, financiadores, e do público em geral. Por essa razão,
foi criado um conjunto de canais de comunicação que servem o
propósito de levar mais longe a ação do Pensas.
Um projeto que vive, em boa parte, do importante contributo das
Novas Tecnologias não pode deixar de apostar na Internet, com um
site www.pensas.ac.mz onde estão compiladas as principais
informações referentes ao Pensas, às suas actividades e aos recursos
didáticos disponíveis.
Também o Facebook www.facebook.com/pensas.mz serve este
propósito, servindo de canal de divulgação das iniciativas do Pensas
e de contacto entre os vários membros integrantes e apoiantes
deste projeto.
A par com estes meios, surgiu, em 2010, a Revista Pensas, uma
publicação semestral que aborda o trabalho do Projeto, dando
destaque não só às atividades realizadas mas também à ação e
convicção de algumas das figuras mais importantes nas áreas da
Educação e da Cooperação, os campos fundamentais onde o Projeto
Pensas se move.
É, muitas vezes, pela voz destes académicos, decisores e opinion-makers que é traçado o retrato local e se traduzem os efeitos da
intervenção do Pensas em Moçambique.
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Com o objetivo de alargar o âmbito da comunicação de ciência ao
público em idade escolar já realizada pelo Projeto Pensas através,
por exemplo, das Competições de Português e Matemática está
a ser desenvolvido um programa de rádio e televisão, destinado
aos jovens portugueses e moçambicanos.
Este programa foi batizado de Geração 2030, por ter como
principais destinatários os jovens de hoje e incentivá-los a tornarem-se os cientistas de 2030. Recorrendo a conteúdos, investigadores
e imagens de apoio capazes de despertar o interesse dos jovens
alunos em ambos os países, o Geração 2030 comunica temáticas
científicas como algo acessível e excitante, sem comprometer o
rigor da matéria veiculada.
O objetivo passa por estabelecer uma relação de proximidade entre
os jovens e a ciência, criando neles um interesse pelas matérias
transmitidas e preparando-os para serem os cientistas do futuro.
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