Tu, só tu, me libertas. Tu és todas as janelas, portas e passagens secretas, escancaradas. Tu: as descobertas. Tu, só tu, me guias. Indicas as vias [aéreas] para a minha fuga. Meu bater de asas. Evasão, mas não de ti, nunca de ti: tu propicias as saídas e, ao mesmo tempo, me enlaças. Em ti. A ti. Me atas. Me atrais. És meu ímã, meu amor. Vida minha. Em ti me encontro solta, pronta para sermos um lugarejo chamado eu e tu. Estância do "nós um". Nosso endereço é no espaço um do outro. Um o número do outro. Tamanho justo. Possuímos, por domicílio, este nosso sonho, que acomoda eu e tu ("nós únicos"), com muito aconchego. Mútuo. Todos os caminhos eram ermos, escuros, até que tu - minha luz - vieste habitar meus ares. Se hoje respiro com alívio, sem auxílio de subterfúgios, é porque tu - minha brisa - passaste a soprar carícias com esse teu jeito de vento bom. Suave. Necessário para dar movimento, afastar o tédio, renovar - fora e dentro - todo o ...