Tu, só tu, me libertas. Tu és todas as janelas, portas e passagens secretas, escancaradas. Tu: as descobertas. Tu, só tu, me guias. Indicas as vias [aéreas] para a minha fuga. Meu bater de asas. Evasão, mas não de ti, nunca de ti: tu propicias as saídas e, ao mesmo tempo, me enlaças. Em ti. A ti. Me atas. Me atrais. És meu ímã, meu amor. Vida minha.
Em ti me encontro solta, pronta para sermos um lugarejo chamado eu e tu. Estância do "nós um". Nosso endereço é no espaço um do outro. Um o número do outro. Tamanho justo. Possuímos, por domicílio, este nosso sonho, que acomoda eu e tu ("nós únicos"), com muito aconchego. Mútuo.
Todos os caminhos eram ermos, escuros, até que tu - minha luz - vieste habitar meus ares. Se hoje respiro com alívio, sem auxílio de subterfúgios, é porque tu - minha brisa - passaste a soprar carícias com esse teu jeito de vento bom. Suave. Necessário para dar movimento, afastar o tédio, renovar - fora e dentro - todo o meu ser. Que agora voa, mora contigo no voil das horas, vislumbra um amanhecer possível, arejado de "nós últimos". Para sempre, ainda que nunca.
Eu e tu, como um sopro. Voláteis. Do princípio ao (até que en)fim.
Eu e tu: a luz do túnel.
valéria tarelho
*update 18/09/15 - 19:51
"Ainda bem*update 18/09/15 - 19:51
Que agora encontrei você
Eu realmente não sei
O que eu fiz pra merecer
Você"
"Você veio pra ficar
Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim"
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vVv