terça-feira, junho 05, 2018


mudanças!

na minha pele a tua voz,
escuto-a nas ruas vazias,
de cada noite perdida.

rasgo os sentires,
e transponho todas as pontes,
as pontes, que nos afastaram.

nos nossos silêncios, habitam candeeiros
na candência do tempo, morre a luz.
associasse o verbo ao desejo
dentro de gestos vulneráveis .

ajustado à divisória da mudança
surge um palco suave que perpétua o instante…

helena maltez

sábado, junho 02, 2018


           
suave o passado
as horas cantam na escuridão
e o passado feito de condições
parte o dia em etapas dissipadas
é serena a alma, no frio da noite
o corpo é lembrança gélida
sobrevive à ideia dos amantes
num basta à razão.
                 
           
helena maltez

quarta-feira, maio 23, 2018


há...

há traços no rosto
traços de pensamentos,
abarcados à saudade.

há um olhar baço
de um quadro com tons verdejantes,
reste-as de tempos passados.

há vozes que se perderam,
um verbo por conjugar,
no cansaço que quem amou e chorou.

há abraços desabitados,
lamentos diluídos…
no âmago da existência.

há o canto num peito naufragado
em caminhos divergentes…

helena maltez

segunda-feira, abril 23, 2018

ausência...






não sou ausência de ninguém, nem de mim, sou presença andante por entre cada um, em cada promessa sem ensaios
na saudade que me abraça muitas vezes sigo a sombra da penumbra e deixo-me deslumbrar com os pensamentos que se libertam
as noites são selvagens e mágicas, o cansaço é o rigor dos lamentos, são fugas de lágrimas calmas que regam o dia em gestos.
sigo os perfumes que me encantam e embalam, enrolo-me nas cores onde sei que existes entre ruínas pessimistas que deixaram marcas sofredoras
não, não sou ausência, escuto-te na coragem da minha presença.





helena maltez

terça-feira, abril 17, 2018

a colheita da hora



                
à beira dos degraus
equilíbrio nomes,
aromas, datas vestidas
marcas leves
estruturas cimentadas.
            
o café da manhã
foi imagem distorcida,
emoção suspensa,
ideias místicas.
               
encostado à parede
és gesto de silêncio,
na sombra de tantos invernos
rosto frio de um janeiro denso
cruzado no mar de todas as horas
onde desprendo o olhar.
                   
importante é beber e respirar
até ao fim da confluência da mistura dos azuis
                   
                        
porque há um mundo de saudades
porque existimos
porque as distâncias são tantas
porque não somos ausência
porque as horas que soam são nossas
porque há sombras
porque somes abrigo
porque...

                
há um gostar sem nó!
porque digo:
                                      
    
que te quero todos os dia
                     
             
helena maltez

quinta-feira, abril 12, 2018

sabor limitada


tuas mãos nas minhas
o dia começa radioso,
veio com os sonhos de um ontem,
sonhos desejados e concretizados.
                  
            
foi entrega delineada, na noite que crescia
a felicidade despertou,
envolvida em loucura
e encheu o impossível,
num leito emoldurado.
                      
               
a vontade enlouqueceu a história,
foi um descobrir, sem asas
sem amarras
com a realidade onde a saudade tinha um verbo.
                             
                     
mas a noite fugiu, ficou o sabor limitado...
                     
              
                
helena maltez.
          
       

terça-feira, abril 10, 2018

um hoje...

hoje
                   
                   
             
hoje a chuva foi manta do dia.
escondeu o sol
e em cada janela tocou uma melodia ritmada,
as árvores foram abrigo da passarada
e eu embalava o dia sem luz..


cresciam imagens silenciosas.
encobrias as imagens com os teus gestos,
enquanto recordava as tuas palavras
enroladas às minhas.


o vento corria incerto,
levava nas costas as folhas caídas
não deixava ouvir as vozes
e turvava as visões.


ficaram os nossos sonhos com nomes



helena maltez

domingo, abril 08, 2018

sonhar...


sonho contigo no intervalo de todos os silêncios…
adormeço num lado solitário da noite
há lágrimas no caminho, onde a noite cresce…

no mistério dos sonhos
é a tua voz que escuto,
no mar que nos separa.

o luar dança taciturno na esperança…

helena maltez

momentos nossos


sem sol e com chuva é assim que o tempo se encontra por aqui

mas precisava de um dia delicioso:
à beira mar com o primeiro café da manhã.
acompanhado da amizade,
felicidade,
ternura,
um pouco de carinho,
alegria
e muito amor
tudo bem misturado, para partilhar contigo...

helena maltez

o canto...

  o canto apagado no encanto de mais um dia, fechasse o domingo      a criançada já não corre no relvado,      são horas de recolher....