quinta-feira, março 30, 2006
acordar...
acordar vazia
na brancura da imagem,
inventar desejos
nos caminhos, onde se cruzam
as vozes esquecidas,
imóvel, o futuro despe-se
e nem a música quebra o silêncio
das palavras invisíveis
restos de sonhos conduzem
ao grito do teu nome, adormecido,
não haverá mais noites,
a linguagem, mistura-se venenosa
à fantástica terapia
da alma intensa,
doloroso sémen da vida
no prazer do espírito
e as horas passam
sem serem de ninguém...
l.maltez
sexta-feira, março 24, 2006
entrada da primavera...
acordei perplexa
como quem retém
a esperança no olhar
mesmo na margem
aparente do dia
envolvi-me no perfume
da madrugada difusa
e matizada de serenidade
anónima esperei por ti
na entrada da primavera,
e passo a passo
sei que chegas
pontualmente engalanada
exuberante de colorações
retorna o encanto
ressoa a imaginação
resiste assim a eternidade
as horas flúem pelo dia
com o cântico dos pássaros
deixo-te que abarques
este coração
que te aninhes nas recordações
onde a beleza se fixa
onde as paisagens são
horizontes emocionais.
abrigo no corpo o desejo...
emanado de ti
como uma sombra qualquer
l.maltez
sábado, março 18, 2006
cartas...
numa vontade de te ver
na vulgar noite vazia
onde espero sentada sem sono
vejo o papel, olhar para mim
o mesmo que tantas vezes enviei
como a pedir-me, para te escrever
num entreabrir dos meus olhos
onde escorriam lágrimas
de saudade,
deixo arrastar comigo o desejo
de sede de ti, no deambular deste silêncio
procuro cartas que outrora escrevi,
cartas onde o nosso amor
esteve sempre presente,
tal como hoje,
apesar de distantes
onde a saudade tinha sempre o nosso nome
escrevi-te de novo
para te enviar a minha mão,
entregar meus lábios
dizer-te que o nosso amor ainda perdura
e me sinto de novo especial,
nesta carta que só tu percebes
e nasceu a carta, mesmo sabendo
que pode ser imaginária…
l.maltez
quinta-feira, março 16, 2006
M A N I A S . . .
se alguém for juiz peço a pena leve, assim como uma pena de um passarito que adoro escutar todas as manhãs ao acordar
mas vamos às manias antes que o dia dê meia volta
sim sou pestinha e muito, devido à banda desenhada que ainda hoje leio e detesto ter que responder a questionários
vou ordenar as tais manias
1ª - tendo a mania de ir ver todos os dias o mar, tenho que o ir ver seja dia ou noite, faça sol ou chuva, sou dependente dele, ou ele de mim, não sei bem...
2ª - durmo de luz acesa, não gozem, mas é verdade, detesto acordar de noite e sentir que o quarto está às escuras
3ª - adoro colecionar esferográficas, de várias cores, gosto de usar cores em tudo, defeito de escola certamente
4ª- gosto de conduzir e muito, se nenhum policia ler, eu digo que algumas vezes tenho o “pé pesado” no acelerador, a velocidade sempre me apaixonou
xiiiii falta a última ainda bem, antes que vá presa
5ª - sou viciada em blogs, leio visito “n” blogs por dia mesmo que não comente, porque adoro ler a diversidade que muitos têm e são
ufa acabou
agora a quem passar? é a pior parte, vai ser a todos os que se dignem desvendar um pouco, de si mesmo que como eu o detestem, vamos lá ver a coragem...
Menina Marota, já está e pela tua simpatia e porque gosto de ti e do teu cantinho, respondi, se algo me acontecer tens que me socorrer, porque eu grito por ti, eu tenho mais mas só pediste cinco, eu sou realmente “pestinha”
e para não ficar às escuras prendi a luz:
sexta-feira, março 10, 2006
saudade...
lapidei sentimentos
que tocaram ao som de Vivaldi
perfurei memórias maltratadas
onde os olhares se moveram
desordenei trémula as emoções
que surgiam da brisa do mar
apressei a noite simulando utopias
onde ecoaram ironias amargas
pressenti o mar orgulhoso
sedento de um corpo etéreo
senti a dor turbulenta
encolhida no interior dos desejos
diluí o limite da mágoa
irrequieta nos passos defendidos
contornei errante a imagem
e vi-te chegar gasto de vícios
ávida abri-te a porta da madrugada
e em silêncio toquei-te de paixão
embarcamos juntos no enlouquecido desejo
onde a saudade tinha o teu nome
e cai a noite sob a nudez de dois corpos...
l.maltez
sábado, março 04, 2006
silenciosa...
profundamente silenciosa
de gestos visíveis,
condenados à insolência
e desconhecimento do tempo
subitamente, recuei
onde amarrei a vida
inacessível
cantei tristezas
pelas ruas mudas de testemunhas
onde a possibilidade de morrer
me chamava em cada esquina,
cansada de tanto, ter abandonado à solidão
a quem suplicava oscilante de desejos
o sabor do meu corpo
esqueço-me de tudo
na certeza que tudo se apagará,
no momento da morte
de uma noite impregnada de vícios,
ardida em suicídios, do destino
onde a visão dos olhares se mordem
no rodopiar das ilusões
imóvel, invento sonhos
em palavras amarelecidas sem brilho...
l.maltez
o canto...
o canto apagado no encanto de mais um dia, fechasse o domingo a criançada já não corre no relvado, são horas de recolher....
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sonho... a noite entrou, encantada adormeceu-me o corpo envolveu-se nos meus sonhos fez-me sentir-te em mim tremer junto ao teu corpo beijar...
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os olhos navegam no azul intenso, bailam na ondulação ritmada entrementes escuto doces canções de embalar. mar, nas rochas és meu por instan...
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chega o silêncio no rasto da manhã o mar seduz-me com o seu cantar o olhar toca-me entre imagens transparentes por inteiro divido-me esteril...