Books by Sandro R Feliciano
Docência: processo do aprender e ensinar, 2021
This is a simple work, a Book review, in fact, that try to show Jean Jacques Rousseau ideas on th... more This is a simple work, a Book review, in fact, that try to show Jean Jacques Rousseau ideas on the first book of Emile, or on Education, in their writes “The age of need” period between the birth and the 2 years of their fictional character Emile,
ISBN: 978-65-5869-160-0 [Impresso]
978-65-5869-159-4 [Digital]
Filosofia, Educação e Ensino: perspectivas contemporâneas - ISBN: 978-85-8273-715-6, 2019
O ensino de filosofia é hoje feito de diversas formas (práticas), sendo as três principais (ou ba... more O ensino de filosofia é hoje feito de diversas formas (práticas), sendo as três principais (ou bases), a histórica, a temática e a criação conceitual. No entanto parece muito mais plausível e até saudável uma combinação entre duas destas formas, ou até as três, mas isto não elimina a problemática das perguntas: "qual é a melhor forma?", ou "qual é a mais certa?" ou ainda "qual é a mais eficaz ou a mais eficiente?", na medida em que estas combinações em si geram mais formas e as perguntas persistem. Uma vez que estas questões ainda não tem uma resposta, e estão longe de ter algum consenso, o ensino de filosofia passa a ser um problema filosófico em si, e é neste cenário que Alejandro Cerletti, introduz seu livro "O ensino de filosofia como problema filosófico". A obra de fato não responde estas perguntas, e não creio ser objetivo do autor responde-las, mas como Walter Kohan escreve na capa interna da edição brasileira de 2009, "pode constituir-se numa ferramenta importante para que cada professor de filosofia possa pensar-se em relação à sua prática." (CERLETTI, 2009). Eu acrescentaria, que muito da discussão aqui, pode ser aplicada a outras práticas disciplinares.
Papers by Sandro R Feliciano
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), May 2, 2023
, dentre outros não menos importantes são alguns nomes mais citados. Os dois últimos possuem as t... more , dentre outros não menos importantes são alguns nomes mais citados. Os dois últimos possuem as teorias que possivelmente estejam dentre as mais estudadas, ainda que não sejam sistemas definitivos, mas que de alguma forma ainda permeia o desenvolvimento da ciência atual. Popper com seu modelo hipotético-dedutivo traz a falseabilidade como aquilo que permite a uma teoria científica permanecer como modelo aceito ou não, e substituir outras. O modelo popperiano pode ser utilizado como um dos procedimentos em estudos teóricos de publicações onde no caso, uma vez publicado, outros teóricos revisarão o estudo em busca de falhas conceituais ou matemáticas. Kuhn, por outro lado, diz que a ciência é composta de revoluções, onde o modelo vigente é um paradigma no qual é feita "ciência comum", e uma vez que problemas sejam observados, as soluções para estes tendem a formar um novo paradigma. A função deste ensaio é verificar se a Ficção Científica, (mostrado geralmente como histórias), podem de alguma forma ter influências, diretas ou indiretas no desenvolvimento da ciência, se estas influências possuem bases nas teorias popperianas, ou kuhniano; se tal influencia é realizada através de algo como propagandas sugeridas pela própria comunidade científica, segundo Feyerabend, ou ainda um amadurecimento histórico, como sugere Fleck; podem também ter relação com as visões de David Bloor e Steven Shapin, mais sociológicas.
IF-Sophia, 2018
“Todo o poder emana do povo...” “ Todos são iguais perante a lei...” (BRASIL, 1988) Estes pequeno... more “Todo o poder emana do povo...” “ Todos são iguais perante a lei...” (BRASIL, 1988) Estes pequenos trechos, respectivamente do Parágrafo Único do Artigo 1º e do Artigo 5º da constituição brasileira de 1988 não foram redigidos por acaso, ou porque os legisladores assim quiseram, pois acharam que soaria bem; e nem porque de fato acreditavam nisso, mesmo enquanto representantes escolhidos pelo povo, quando de sua promulgação. O Brasil como membro fundador da Organização das Nações Unidas, incorporou em sua constituição diversos pontos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UN), 1948). Em 1992, o Brasil se torna signatário da Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OAS), 1969), (também conhecido como Pacto de San José da Costa Rica) que existia desde 1969, e que provavelmente não fora ratificado antes devido ao, vamos chamar assim, Estado de Exceção (1964 a 1985). A teoria é que estes tratados permitam uma maior igualdade entre as pessoas, se agreguem à política e às agendas de seus países signatários, e de alguma forma, tenham valor de lei ou ao menos de referência em questões legais. Em última instância, se alguma lei local não tiver como decidir por algo, recorre-se aos tratados internacionais. A ideia por trás deste artigo é analisar o viés individualista destas cartas, remetendo sua origem a Hobbes e Rousseau, mostrando a manutenção da desigualdade entre os homens. Vale ressaltar, no entanto, que seus artigos – são 30 no da ONU, e 82 no da OEA - transpassam, perpassam e unem diversas obras, de forma que fica impossível tratar de apenas um autor ou obra específica nos trechos analisados
O ensino de filosofia é hoje feito de diversas formas (práticas), sendo as três principais (ou ba... more O ensino de filosofia é hoje feito de diversas formas (práticas), sendo as três principais (ou bases), a histórica, a temática e a criação conceitual. No entanto parece muito mais plausível e até saudável uma combinação entre duas destas formas, ou até as três, mas isto não elimina a problemática das perguntas: "qual é a melhor forma?", ou "qual é a mais certa?" ou ainda "qual é a mais eficaz ou a mais eficiente?", na medida em que estas combinações em si geram mais formas e as perguntas persistem. Uma vez que estas questões ainda não tem uma resposta, e estão longe de ter algum consenso, o ensino de filosofia passa a ser um problema filosófico em si, e é neste cenário que Alejandro Cerletti, introduz seu livro "O ensino de filosofia como problema filosófico". A obra de fato não responde estas perguntas, e não creio ser objetivo do autor respondelas, mas como Walter Kohan escreve na capa interna da edição brasileira de 2009, "pode constituir-se numa ferramenta importante para que cada professor de filosofia possa pensar-se em relação à sua prática." (CERLETTI, 2009). Eu acrescentaria, que muito da discussão aqui, pode ser aplicada a outras práticas disciplinares. Discussão com Cerletti. 1-Que é ensinar filosofia? Cerletti começa o livro com a pergunta título do capítulo, fazendo alusão ao ato de "transmitir" a filosofia como algo que pode ser identificada e manipulada, mas deixando bem clara a dificuldade de se definir a filosofia. Depois entra na questão de o que é o "aprender filosofia", onde argumenta que "é conhecer sua história, adquirir uma série de habilidades argumentativas ou cognitivas, desenvolver uma atitude diante da realidade ou construir um olhar sobre o mundo". (CERLETTI, 2009, p. 12)
ne of the most cult sci-fi series in the world, Star Trek (1966) show to public a new and singula... more ne of the most cult sci-fi series in the world, Star Trek (1966) show to public a new and singular sociopolitical conception, very singular to their time of exhibition (the cold war), but not exactly at time show in their episodes, including the five derivatives series (2063 and forward). This new sociopolitical view, do not exclude confrontations and do not abolished laws, - in fact created a few more very interesting – nevertheless this new conception was considered as utopia. This works is an investigative way to know if this new order is a democracy, and investigate the viability of the “utopia”, using for it the canon of the series
São duas formas distintas para o futuro do trabalho na era dos robôs. Estas formas servem tanto p... more São duas formas distintas para o futuro do trabalho na era dos robôs. Estas formas servem tanto para as redes, quanto fora delas, e exceto pelos processos serem reais ou virtuais, os resultados são equipotentes. A primeira, forma, e mais atual, é a convivência entre maquinas e pessoas de um modo mais ou menos harmonioso, cada qual com suas funções, com poucas sobreposições. A segunda é uma forma, onde os robôs fazem o trabalho da humanidade, substituindo completamente a maioria dos postos, e esta forma pode tanto ser boa quanto ruim. Não é difícil perceber, que hoje, com os trabalhos remotos, trabalhos em horários alternativos, e também os temporários, a forma do trabalho tem outra dimensão, não apenas pelos seus métodos, mas também, e de um modo que a meu ver é preocupante: a forma de organização dos próprios trabalhadores. Justamente devido esta não organização existe uma grande probabilidade que no futuro sindicatos ou mesmo associações sejam raros ou extintos. Este ensaio é uma tentativa de reunir algumas visões, para que possamos perceber o rumo que a tecnologia está tomando.
This is a free speech text I made in 2013, trying to establish the human ethical condition forese... more This is a free speech text I made in 2013, trying to establish the human ethical condition foreseeing the future. Here are reviewed some conditions that could be far away from the reality. Is no offense if someone call this a fiction, but I like to call this a fictionalism.
o feminismo como utopia pelo tempo: como as obras utópicas (não) mostram o feminismo. O feminismo... more o feminismo como utopia pelo tempo: como as obras utópicas (não) mostram o feminismo. O feminismo é relativamente novo no cenário sociopolítico mundial. Inúmeros pensadores e pensadoras de diversas áreas, não excluindo a biologia, defendem as mais variadas posições quanto à existência ou não do feminismo, da necessidade do feminismo, obras que procuram delimitar um " objeto " de estudo, tanto para aumentar seu alcance quanto para diminuir sua necessidade ou efetividade. Porem existe na literatura e na filosofia obras que remetem a locais ideais para existência da humanidade, locais com tendência à igualdade entre seus habitantes e vida perfeita em sociedades. Assim, o objetivo deste artigo é verificar se existe feminismo nas obras utópicas. feminism as utopia through time: How utopian scriptures (don't) show feminism Feminism is a relatively new agenda in the global sociopolitical structure. Numerous thinkers from different areas, not excluding biology, defends the most varied positions from the existence or not of feminism to the necessity of feminism; works that try to delimit an " target object " of study, to increase its scope or diminish its necessity or effectiveness. However, there are works in literature and philosophy that refer to ideal places for existence of humanity, places with a tendency to equality among its inhabitants and perfect societies. Thus, the objective of this article is to verify if feminism are show in utopian works.
Leibniz Monadology is not a long text, and some scholars call it “the Leibniz Encyclopedia of Phi... more Leibniz Monadology is not a long text, and some scholars call it “the Leibniz Encyclopedia of Philosophy”. If true, this encyclopedia has 90 items, where some can, and must be, analyzed together as the matter was shared among they. However, explain Leibniz metaphysics that is the core of this “booklet” are not easy, direct or free of misunderstandings. If Leibniz thoughts were in earlier time, he may be one of the Holy Bible writers, but as himself could say, this is “the best possible world”, and that will make the world imperfect. So the Monadology seems to be a brief or a quick guide to Discourse on Metaphysics This analysis are based on “Discurso de Metafísica e Outros textos” by Marilena Chauí. A monadologia de Leibniz não é um livro longo, e segundo alguns estudiosos, pode ser chamada de “a enciclopédia da filosofia de Leibniz”1. Se assim for, esta enciclopédia tem 90 itens, onde alguns deles podem ser analisados de forma conjunta, se for continuação do assunto, No entanto explicar Leibniz ou sua metafísica, que é o cerne deste livreto, não é de forma alguma algo fácil, direto, ou livre de falsos entendimentos. Se tivesse seu pensamento em uma época anterior, poderia ter sido um dos escritores da Bíblia, mas adotando suas próprias ideias, como este é “o melhor mundo possível”, isto tornaria o mundo imperfeito. A Monadologia parece realmente ser um grande resumo, ou um guia rápido para o Discurso de metafísica. A análise será feita à partir do “Discurso de Metafísica e Outros textos”2, traduzido por Marilena Chauí.
Androides são “autômatos com forma humana”. Enquanto robôs são “aparelhos automáticos capazes de ... more Androides são “autômatos com forma humana”. Enquanto robôs são “aparelhos automáticos capazes de manipular objetos ou executar operações segundo um programa” . Assim podemos dizer que um androide pode ser considerado um robô, mas nem todo robô é um androide. Devido à diversidade de gêneros, foi criado o termo ginóide, separando-se assim os androides de aparência masculina (andros) da feminina (ginos). A propagação destes se deu à ficção cientifica, em livros de Isaac Asimov, em seriados para televisão como Jornada nas Estrelas, em filmes para o cinema, como Guerra nas Estrelas e A.I.: Inteligência Artificial, e diversos outros meios de cultura e entretenimento, teatro inclusive. As obras citadas possuem androides que sentem; que percebem o mundo, mesmo à sua maneira, e com isso eles interagem com o ambiente, e, logicamente, com os objetos à sua volta. Para este ensaio, o principal “androide de estudo” será Data, de Jornada nas Estrelas, A Nova Geração, e também alguns filmes posteriores. Assim, este pequeno ensaio tem como objetivo verificar se, a percepção, a extensão sensorial e porque não, a relação entre Corpo e Espírito de Bergson, podem ser aplicados a robôs e androides da Ficção, e talvez os da não ficção. Para tanto, precisaremos percorre por todos os sentidos, pela memória, e talvez até pelos sonhos, pois como já perguntava Phillip K Dick em seu livro que inspirou Blade Runner “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”.
O desenvolvimento histórico da química pode ser traçado desde a pré-história. A primeira reação q... more O desenvolvimento histórico da química pode ser traçado desde a pré-história. A primeira reação química, e talvez a mais importante até hoje, foi a descoberta do fogo, mesmo que naquele tempo, qualquer mudança de estado de qualquer coisa era considerada feitiçaria ou uma força mística. Palavras chave: Elementos Químicos; Química, Historia da Química
Do Merleau-Ponty Dreams of Electric Sheep? Or Androids, Ginoids and Merleau-Ponty phenomenology.
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978-65-5869-159-4 [Digital]
This analysis are based on “Discurso de Metafísica e Outros textos” by Marilena Chauí.
A monadologia de Leibniz não é um livro longo, e segundo alguns estudiosos, pode ser chamada de “a enciclopédia da filosofia de Leibniz”1. Se assim for, esta enciclopédia tem 90 itens, onde alguns deles podem ser analisados de forma conjunta, se for continuação do assunto, No entanto explicar Leibniz ou sua metafísica, que é o cerne deste livreto, não é de forma alguma algo fácil, direto, ou livre de falsos entendimentos. Se tivesse seu pensamento em uma época anterior, poderia ter sido um dos escritores da Bíblia, mas adotando suas próprias ideias, como este é “o melhor mundo possível”, isto tornaria o mundo imperfeito. A Monadologia parece realmente ser um grande resumo, ou um guia rápido para o Discurso de metafísica.
A análise será feita à partir do “Discurso de Metafísica e Outros textos”2, traduzido por Marilena Chauí.
Palavras chave: Elementos Químicos; Química, Historia da Química
feminism as utopia through time: How utopian scriptures (don't) show feminism Feminism is a relatively new agenda in the global sociopolitical structure. Numerous thinkers from different areas, not excluding biology, defends the most varied positions from the existence or not of feminism to the necessity of feminism; works that try to delimit an " target object " of study, to increase its scope or diminish its necessity or effectiveness. However, there are works in literature and philosophy that refer to ideal places for existence of humanity, places with a tendency to equality among its inhabitants and perfect societies. Thus, the objective of this article is to verify if feminism are show in utopian works.
androide pode ser considerado um robô, mas nem todo robô é um androide. Devido à diversidade de gêneros, foi criado o termo ginóide, separando-se assim os androides de aparência masculina (andros) da feminina (ginos). A propagação destes se deu à ficção cientifica, em livros de Isaac Asimov, em seriados para televisão como Jornada nas Estrelas, em filmes para o cinema, como Guerra nas Estrelas e A.I.: Inteligência Artificial, e diversos outros meios de cultura e entretenimento, teatro inclusive.
As obras citadas possuem androides que sentem; que percebem o mundo, mesmo à sua maneira, e com isso eles interagem com o
ambiente, e, logicamente, com os objetos à sua volta. Para este ensaio, o principal “androide de estudo” será Data, de Jornada nas Estrelas, A Nova Geração, e também alguns filmes posteriores.
Assim, este pequeno ensaio tem como objetivo verificar se, a percepção, a extensão sensorial e porque não, a relação entre Corpo e Espírito de Bergson, podem ser aplicados a robôs e androides da Ficção, e talvez os da não ficção. Para tanto, precisaremos percorre por todos os sentidos, pela memória, e talvez até pelos sonhos, pois como já perguntava Phillip K Dick em seu livro que inspirou Blade Runner “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”.
ABC. Agradecemos, assim, a todas as oportunidades e condições garantidas pelo investimento público em educação de qualidade. Este evento, enquanto resultado do trabalho e formação das e dos estudantes de filosofia da UFABC, é um dos efeitos deste investimento.
Agradecemos aos servidores da UFABC, sejam eles terceirizados, técnico-administrativos ou docentes, que se empenharam em nos apoiar direta ou indiretamente, desde a criação até a execução deste evento. Da mesma forma, apreciamos especialmente o apoio fornecido
pelas coordenações dos cursos de filosofia da UFABC, representadas por: Prof. Renato Kinouchi (Bacharelado em Filosofia), Prof. André La Salvia (Licenciatura em Filosofia), Profª Nathalie Bressiani (Mestrado em Filosofia) e Prof. Paulo Tadeu (Mestrado Profissional em Filosofia).
Agradecemos a presença das colegas pesquisadoras e dos colegas pesquisadores que se dispuseram e se interessaram em participar desta 5ª Semana de Filosofia, bem como todas e todos os ouvintes pela presença e por todas as mensagens de apoio, mas também pelas
críticas e sugestões que nos fizeram amadurecer.
A Semana de Filosofia da UFABC teve sua primeira edição em outubro de 2015, com a iniciativa de discentes do Bacharelado e da Licenciatura em Filosofia da UFABC. Na ocasião, tratava-se de um pequeno grupo de discentes insatisfeitos com as formas de exercício de autoridade docente, que implicavam num déficit de autonomia discente, e com
a preocupação filológica da produção acadêmica, que em suas formas excessivas apresenta-se mais preocupada em explicitar conceitos em autores do que promover espaço para a reflexão filosófica. As apresentações da primeira Semana de Filosofia foram organizadas pelos próprios integrantes do grupo e tinham um caráter político provocador, que intencionava questionar os problemas que
encontravam. Para isso, organizaram discussões sobre Filosofia Africana e corporativismo acadêmico. Eram temas de grande importância para o grupo, mas tamanho e público da primeira edição foram pequenos.
O propósito inicial, portanto, consistia na afirmação de certa autonomia intelectual da discência, bem como uma afirmação crítica em relação aos padrões hierárquicos na produção filosófica. Alunas e alunos,
por vezes considerados como meros receptores do saber, passaram a então buscar promover um ambiente equânime de coparticipação e cooperação. O propósito inicial, no entanto, não poderia se manter
sem que o evento promovesse uma maior publicidade e alcance, de forma a ganhar reconhecimento e, com isso, promover seus princípios de autonomia e protagonismo discentes.
O projeto para as edições posteriores do evento sobre a semana de
filosofia da UFABC consistiu em expandir o público e criar uma
estrutura de organização no espaço e no tempo para que as pessoas possam compartilhar um ambiente de discussão filosófica focado em temáticas relevantes, dispensando hierarquias e formalismos
desnecessários, além de incluir o público de outros cursos e da comunidade externa, como consta na proposta interdisciplinar e expansiva de nossa universidade.
Para se adequar a essa necessidade de expansão, o evento passou a contar com inscrições abertas para apresentação de provocações, ensaios e pesquisas em filosofia, dando espaço à discussão
e à dúvida. A segunda edição ocorreu em julho de 2016 e contou com ao menos 45 apresentações de discentes e docentes, além de visitantes de outras universidades e cursos. Neste momento, alinhando-se ao propósito de coparticipação, a organização trabalhou com o apoio docente, que prestigiou o evento, reconhecendo-o enquanto espaço de debate e discussão filosófica.
Acontecimentos políticos internos aos cursos de Filosofia impeliram para que, em 2017, parte da mobilização em torno da Semana de Filosofia fosse perdida e, mesmo aquelas pessoas que
originalmente trabalharam em prol do evento sentiram-se desmobilizadas para fazê-lo uma vez mais. No entanto, uma segunda leva de discentes, neste momento engajados em efetivar a participação
política institucional de alunos nas decisões que os cursos de Filosofia tomavam, decidiram levar à frente mais uma edição. A 3ª Semana de Filosofia da UFABC ocorreu em outubro de 2017 e contou com expansão de público e tamanho, chegando a abrigar mais de 60 comunicações e as mesas de debate, em que docentes eram convidados a responder questões como “Que arte hoje?” e discentes ocuparam o lugar de protagonistas na abertura do evento, que discutiu o tema “Que Filosofia?”. O evento ganhou notoriedade e a comunidade
acadêmica da UFABC (mesmo com pessoas originalmente de outras áreas) passou a frequentar os ambientes de debate. Muitos representantes, das mais conhecidas Universidades do país,
apresentaram trabalhos das mais diversas áreas. O necessário reconhecimento para o evento estava se consolidando, vista a periodicidade anual e a constante expansão das atividades. Mas como
desvincular esse reconhecimento a um possível recrudescimento em direção aos moldes tradicionais dos eventos da área?
A 4ª Semana de Filosofia ocorreu em julho de 2018, mantendo as discussões da edição anterior e buscando apresentar a questão sobre o que seria a filosofia na UFABC e no Brasil, trazendo novamente
as mesas de debate sobre temas relacionados com a posição da filosofia na atualidade. A contínua expansão de números, no entanto, passou a não refletir o propósito dos trabalhos como se desejava
originalmente: somavam-se muito mais trabalhos tradicionais, que não eram afetados pela proposta original da Semana de Filosofia. O embate entre o reconhecimento político-institucional e a legitimação
por vias da tradição a que se desejava questionar apresentou-se materialmente nos resultados da Semana de Filosofia. Trata-se agora de tomar uma posição diante disso.
Ao longo dos anos, a Semana de Filosofia não apenas expandiu em números, como passou a democratizar e diversificar suas atividades, com a meta de valorizar, cada vez mais, trabalhos filosóficos que prescindam do intermédio da tradição como instrumento de legitimidade, colocando-a em questão sem, com isso, abandoná-la. Com o desenvolvimento das problemáticas acima descritas e esse valor
democrático, que tem como pedra de toque a decisão comum das alunas e alunos da área de Filosofia da UFABC, a Semana e o movimento político inicial que a mantêm atingiram um novo nível de maturidade, que agora permite uma reflexão e um retorno crítico
aos princípios políticos orientadores do evento, que refletirá na ampliação de seus horizontes de ação, conforme os ciclos formativos (da graduação e do mestrado) se encerram, e as pessoas engajadas
inicialmente começam a atuar como licenciadas, bacharéis e mestras em filosofia.