Tenho pensado muito na sabedoria popular tantas vezes desprezada e que, a brincar, nos vai dizendo um sem número de verdades que, se atempadamente interiorizadas, certamente que tudo estaria bem melhor para o povo português.
A esta parte, vou partilhar a minha interacção com os provérbios, a começar por um que me parece deveras elucidativo: “Cada um tem o que merece!”
Partindo do princípio que isto é verdade… pelo que está a acontecer connosco… é muito urgente começarmos a pensar e agir de forma diferente daquilo a que estamos habituados… para merecemos, realmente, uma vida familiar, pessoal e social que nos dê um pouco mais de compreensão, harmonia, paz e bem-estar.
Há outro provérbio que também julgo de suprema importância: “ Cada um dá do que tem!”
Perante esta certeza… além de muitas outras situações em que me tenho visto embaraçada, quando me ponho a pensar onde vou deitar a cruzinha no dia 5 de Junho… depois de analisar profundamente muitas das maravilhosas qualidades que todos os nossos políticos têm, irremediavelmente, surgem-me também os defeitos… e no final da reflexão pergunto-me que raio de portugueses somos nós para darmos ao nosso País uns políticos tão radicais, desleixados, imprecisos, incoerentes, sonhadores, indecisos, faladores, críticos, cínicos, pessimistas, optimistas, preguiçosos… terrivelmente difíceis de aceitar… de compreender… e de escolher?!...
Sinceramente, ‘se cada um dá do que tem’, parece-me que temos muito pouco para dar.
Vou recordar ainda mais um provérbio: “O que fazemos é o espelho daquilo que somos!”
Para conseguir interiorizar a mensagem desta pequena frase… faz tempo… muito a custo… comecei a aprender a pôr-me muitas vezes frente ao espelho… aquele espelho em que muito claramente nos olhamos sem espelho nenhum!...
Custou-me muito…e ainda hoje me custa muito! Isto de termos que admitir que somos culpados quando somos culpados… e que ainda temos poucos conhecimentos, pouca experiência e maus feitios… dói demais! Mas é a única forma de nos modificarmos. Nunca iniciaremos sequer a luta contra os nossos defeitos e o aperfeiçoamento das nossas qualidades se não tivermos a coragem de nos olharmos tal qual somos, com qualidades e defeitos.
Se todos os portugueses conseguissem ver a sua própria actuação na situação do País à sombra deste provérbio… como tudo seria diferente!... Os cidadãos e cidadãs assumiriam os seus erros e deixariam de criticar os políticos, e cada político olharia mais para si mesmo no sentido de saber assumir as suas próprias culpas e deixaria de falar tanto dos defeitos e erros dos outros; e quando sentisse felicidade por ver as suas capacidades reconhecidas, ganharia coragem para enaltecer as qualidades dos outros.
Somos seres sociais por excelência, e no bem ou no mal da sociedade, acreditemos ou não, todos somos culpados, como políticos ou como simples cidadãos comuns. Ninguém pode ficar de fora! Por isso, mudemos, sem demora, a nossa forma de ver e de viver, para que possamos ter melhores perspectivas de vida.
Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"