Há meses atrás, ao receber a revista bimensal “Mensagem” que faz tempo assino, deparei com o anúncio das “Jornadas de Verão para Catequistas e outros Educadores”, um tipo de formação específica da Diocese do Porto, precisa e abrangente, que costumo frequentar a todo o custo. Escolhi o tema que mais me agradou e apressei-me a entregar a inscrição, não fosse, de algum modo, acabar por não poder ir para o tipo de formação que pretendia.
Chegou o momento aprazado. Contra o habitual... nem uma só pessoa da minha terra!... Não me senti isolada! Havia pessoas dos mais variados recantos da Diocese (e não só) a exercer as mais díspares profissões e com diferentes responsabilidades dentro das suas Paróquias, todas irmanadas de um mesmo desejo: espalhar, de algum modo, a Boa Nova de uma Vida de Amor.
O desejo avassalador de querer beber levou-me a tentar conseguir sofregamente abarcar todo o potencial de vivências que me rodearam naqueles três inesquecíveis dias.
Foram já as (minhas) IV Jornadas! Pela novidade pareceram-me as primeiras! Pela qualidade... afiguraram-se-me as melhores. A perfeição exige treino empenho e saber... um bem-haja a todos.
Não vou de modo algum referir-me à maravilhosa formação conseguida, mas à visão harmoniosa do conjunto de tudo quanto pude ver e sentir dentro das minhas limitações.
Para começar, de entre os formandos da sala 205... a única pessoa que cometeu erros fui eu... uma vez que não consegui ver nada de errado em mais ninguém... e éramos um grupo grande.
No final, Domingo, os olhos de todos estavam voltados para a Conferência de D. Manuel Clemente e Eucaristia por ele presidida.
A Conferência foi simplicíssima e eloquente, mas as palavras que mais me tocaram não foram pronunciadas!...
Estava lado a lado com a Drª Isabel (Presidente do Secretariado Diocesano de Catequese), falavam, gesticulavam e sorriam tão naturalmente como dois bons amigos; ele retirou graciosa e amavelmente das mãos de Isabel as cadeiras excedentes da mesa onde se encontravam e dispô-las no auditório para serem usadas pelos presentes, convidando-os a acomodarem-se de qualquer modo; a Drª precisou usar da palavra e ele retirou-se mansamente do ambão e encostou-se calmamente à parede; durante a Conferência falou de coisas muito importantes ilustradas com a partilha das experiências das coisas mais significativas e simples de sua própria vida.
Começaram os preparativos imediatos para a Eucaristia. Foi brilhante e enternecedora a forma como tudo se passou: a encenação do início, durante e no final da Eucaristia; a interacção entre o Sr Bispo e a Equipa do Secretariado (e os demais), alegre, confiante, coordenada, precisa, coesa, coerente, abrangente, presente, activa, organizada e simples. Todos os participantes... tão activos... tão presentes... Muito honestamente repeti para mim mesmo vezes sem conta aquela conhecida frase que se aplicava ao relacionamento de intimidade que havia entre os primeiros cristãos: “ Vede como eles se amam!”
Se me perguntarem se há “Céu”... (mesmo que mais não seja...) só por isto... terei que dizer que sim, pois principalmente nesta Eucaristia vivida na Casa de Vilar... senti-me num “Céu”... limitado... que deveria passar a não ter limites.
Mais uma vez, as minhas desculpas aos desinteressados! Que quem tem ouvidos... me entenda।
Hermínia Nadais
A publicar no “ Notícias de Cambra”