sexta-feira, 30 de abril de 2010

Acordo sobre a ajuda à Grécia está iminente

Um acordo sobre a ajuda internacional à Grécia, e na sequência de reuniões entre o Governo grego, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia, está iminente, e deverá estar concluído no próximo Domingo, dia 2 de Maio, aquando da reunião dos Ministros das Finanças da zona euro.
Entretanto, chegou-se a um acordo prévio entre o Governo grego, o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) sobre mais medidas de austeridade exigidas por estas três instituições, de modo a poder ser desbloqueado o mecanismo de ajuda financeira, num total de cerca de 145 mil milhões de euros para quatro anos.
Os sinais de abrandamento da pressão sobre Portugal e Espanha já começaram a fazer-se sentir hoje.

(Na imagem, da esquerda para a direita: Ministros das Finanças da Grécia, França e Bélgica.)
Foto por Reuters/ François Lenoir
Fonte: RFI

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Aygül Özkan, um exemplo de integração ao mais alto nível na Alemanha

Tomou ontem posse Aygül Özkan, na imagem, como Ministra dos Assuntos Sociais da Baixa-Saxónia, Alemanha, sendo também vice-presidente da CDU em Hamburgo.
Nada disto teria relevância, não fosse o facto de a Ministra ser muçulmana, crente, embora muito secularizada, e ser membro da CDU desde 2004, cujo presidente regional do Partido é o democrata-cristão Christian Wulff, que a escolheu numa remodelação que resolveu fazer no governo daquela região.
A sua nomeação seria impensável há algum tempo atrás num Partido profundamente marcado pelos valores cristãos, e numa Alemanha que há uma dezena de anos ainda considerava que não era um país de imigração. Mas com Angela Merkel, e com inúmeros debates sobre integração, as coisas mudaram.
Quem não ficou satisfeita com a escolha foi a ala mais conservadora e católica da CDU, aqueles que se sentiram maltratados pela Chanceler Merkel que, discretamente, modernizou o seu Partido sobre os temas de sociedade, sendo o seu próprio modo de vida um sinal de como essa mudança se iniciou, pois Angela Merkel é uma mulher activa, protestante, sem filhos e em união de facto há muito tempo, e com origem no leste da Alemanha, factor que, em princípio, não lhe seria muito favorável para a carreira política e as funções que exerce.

Foto por AFP/ Nigel Treblin
Fonte: RFI

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os livros excedentes vão deixar de ser destruídos

Ouvi, na Antena1, a Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, dizendo que os livros excedentes vão deixar de ser destruídos pelas editoras, como o fizeram recentemente alegando que não tinham espaço nos seus armazéns para os livros não vendidos, atitude que provocou na altura uma espécie de consternação geral por esse acto quase criminoso, dado o elevado nível de iliteracia no País, conjugado com o fraco poder de compra de muitas pessoas e o elevado preço dos livros, e que as editoras não doavam às bibliotecas municipais e escolares, hospitais, centros de dia, enfim, a todo um conjunto de instituições sem fins lucrativos, porque a doação desses livros não está isenta dos 5% de IVA.
Segundo a Ministra, que não teve coragem de dizer quantos livros foram destruídos até agora por se sentir envergonhada com a sua dimensão, na próxima semana será elaborado um diploma que isenta do pagamento de IVA a doação dos livros excedentes.
Eu desejo todo o sucesso a Gabriela Canavilhas para conseguir conciliar todos os interesses em causa, pois já ouvi o Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) a dizer que tinham que ser salvaguardadas também as percentagens que respeitam aos direitos de autor. Ora, se os livros destruídos não pagam IVA nem direitos de autor, os livros doados vão ficar isentos de IVA mas ficarão sujeitos ao pagamento dos direitos de autor como se tivessem sido vendidos nas livrarias? Não sei como a Ministra vai conseguir resolver esta questão, mas ficou ainda mais claro por que é que a destruição de livros se mostrou o caminho mais fácil quando as partes interessadas não se conseguem entender. E depois mostram-se chocadíssimos!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Economia crescerá com pensamento positivo ?

O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou hoje de 0,5% para 0,3% a perspectiva de crescimento da economia portuguesa em 2010 e previu um aumento no desemprego para 11%.
O Governo mantém a previsão de crescimento nos 0,7% e o Banco de Portugal aponta para os 0,4%.
Algumas Agências de Rating continuam a baixar a classificação atribuída à República Portuguesa, o que implica a subida nas taxas de juro dos empréstimos contraídos no exterior.
Ontem em Setúbal, o Presidente da República disse aos jornalistas, na sequência do que uns economistas tolinhos do MIT tinham previsto para a economia portuguesa, que nem lhe passava pela cabeça que Portugal chegasse a uma situação de bancarrota, e que tudo seria feito para que tal não acontecesse.
Como não sei se o Presidente disse o que disse porque era o que lhe competia dizer dadas as funções que exerce ou se foi apenas por uma questão de fé ou de esperança, talvez eu tenha que fazer um esforço para esquecer o que penso e que escrevi sobre o PEC, a crise grega, o desemprego e outras coisas miúdas mas fundamentais, porque a última coisa que quero nestas matérias é ter razão. Eu, que nem sou economista! Por isso, se do que o País necessita para melhorar o seu desempenho no campo da economia é que os portugueses contribuam também com pensamento positivo, mesmo que a realidade se apresente negativa, comecei já a fazer exercícios de mentalização nesse sentido e, se for necessário, chegarei à meditação transcendental.

(na imagem: Nebulosa do Anel)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Conferência Mundial dos Povos contra as alterações climáticas - Bolívia


Depois do fracasso da Cimeira de Copenhaga e antes da que se vai realizar no final do ano no México, iniciou-se ontem, dia 19, e decorre por mais três dias a Conferência Mundial dos Povos contra as alterações climáticas, em Cochabamba, na Bolívia, com a participação de mais de 14.000 pessoas, entre as quais representantes de várias ONG de todo o mundo e dos povos indígenas da América Latina, que, deste modo,  querem fazer ouvir a sua voz sobre esta questão e elaborar um documento que seja tido em conta na cimeiras futuras sobre o ambiente.

Fonte: RFI

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Divagações sob as cinzas do vulcão


Nos céus da Alemanha e de França já voam aviões, sem passageiros, para testarem os reais efeitos nos seus motores das cinzas vulcânicas expelidas pelo vulcão Eyjafjallajökull na Islândia. Um negócio de muitos milhões de euros por dia não pode ficar assim à mercê de qualquer vulcão que resolva dar sinal de vida, pensarão algumas cabecinhas. Como vulcões há muitos, e também na Europa, a pergunta que se deve fazer com pertinência nesta era da tecnologia e da nanotecnologia, é: o que é que a investigação científica na indústria aeronáutica tem feito para proteger os motores dos aviões, não só das cinzas vulcânicas mas, também, das areias arrastadas dos desertos por ventos fortes, já para não falar das aves que, tanto quanto sei, há muitos aeroportos que ainda utilizam aves de rapina para as "caçar". Isto seria suficiente para gracejar, se não colocasse em risco a vida das pessoas.
E se o vulcão Katla, vizinho do outro, que, segundo os islandeses, 3 em 4 vezes tem entrado também em actividade após o Eyjafjallajökull, e que é ainda mais nefasto, podendo impedir a circulação aérea durante meses?
Se no campo militar há já aviões "imperceptíveis" para os radares e toda uma panóplia de aplicações para os mais diversos objectivos, na aviação civil ainda nem se conseguiu a protecção face a uma ave ou a qualquer bicharoco atrevido, pois tem-se investido no tamanho cada vez maior dos aviões para transportarem mais pessoas, com maior rentabilidade portanto, e não nesses elementos de segurança para enfrentarem situações como a presente. E tenho quase a certeza que o investimento na segurança seria muito inferior aos prejuízos agora sofridos.
Vendo a situação por outro prisma, creio que ela contribui para a necessidade de se acelerar o investimento nos meios ferroviários e, em Portugal, no projecto do comboio de alta velocidade, bem como na melhoria das linhas e comboios já existentes. E aqui não se pode dizer que há conluio e interesses com A, B ou C, porque um vulcão não se deixa comprar nem vender, é incorruptível, e faz o que tem a fazer por natureza.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Aristóteles - Da dignidade e do respeito por si mesmo nas relações sociais


«A seriedade e o respeito por si mesmo ocupam o meio-termo entre a arrogância, que apenas parece satisfeita consigo mesma, e a complacência, que indiferentemente se aproxima de toda a gente. A seriedade aplica-se às relações sociais. O arrogante evita o mais possível o contacto com as pessoas e desdenha falar com os demais. O próprio nome que se lhe dá em grego parece que vem da sua maneira de ser. O arrogante é, de certo modo, autoades (1), quer dizer, contente consigo mesmo, e chama-se-lhe assim porque gosta muito de si mesmo. O complacente é o que se acomoda a todo o género de pessoas, em todo o tipo de relações e em todas as circunstâncias. Nenhum destes caracteres é digno de elogio. Mas o homem que se apresenta digno e sério é merecedor de estima, porque ocupa o meio-termo entre estes dois extremos; não se aproxima de toda a gente e apenas procura os que são dignos do seu convívio. Nem foge de toda a gente, mas sim apenas daqueles que bem merecem que se fuja de encetar relações com eles.»
(1)  Voz grega composta por duas palavras que significam: «o que se compraz consigo mesmo»
de La Gran Moral, Capítulo XXVI
(tradução minha)

domingo, 11 de abril de 2010

Este Congresso foi do PSD ?


Acompanhei em directo, via rádio, os discursos de abertura e de encerramento de Pedro Passos Coelho, novo Presidente do Partido Social Democrata (PSD), no Congresso deste Partido que se realizou neste fim-de-semana, e dei comigo a concordar, quase na totalidade, com as ideias que apresentou para o País.
Também gostei do modo como o seu pensamento foi veiculado, com um tom de voz sereno, claro e bem articulado, e mesmo quando era necessário subir esse tom, nunca chegou àquelas tonalidades "histéricas" a que outros intervenientes políticos, de todos os quadrantes, nos habituaram, designadamente no Parlamento.
Será que uma só pessoa consegue transformar um Partido? E por arrastamento, o País?
Como a sua atitude me deixou numa espécie de encantamento, será de elementar bom senso aprofundar e reflectir sobre as implicações das ideias que ouvi, serenamente.

sábado, 10 de abril de 2010

Lech Kaczynski, Presidente da Polónia (homenagem)

Neste dia trágico, não só para o Presidente da Polónia, Lech Kaczynski, e a sua esposa, mas também para vários elementos do Governo e chefes militares, Governo de que o seu irmão gémeo, Jaroslaw Kaczynski,  foi Primeiro-Ministro até há algum tempo atrás, estando agora na oposição, bem como para o Governador do Banco Central da Polónia, que pereceram num acidente de aviação já bem perto da localidade russa onde iriam prestar homenagem aos milhares de polacos mortos pelos soviéticos na segunda guerra mundial, o que só agora lhes tinha sido facultado pelo Presidente da Rússia, e a que corresponderia um desanuviar das relações entre os dois países, eu quero prestar-lhe homenagem através de uma situação completamente distinta.
É mais fácil recordarmo-nos das questões caricatas entre os dois irmãos gémeos, Lech e Jaroslaw, principalmente se tinham implicações na política externa, designadamente na União Europeia, e quem não se lembrará do desacordo entre ambos quanto à assinatura do Tratado de Lisboa. De facto, essa atitude de bater o pé, de protelar a assinatura enquanto não fossem esclarecidos alguns pormenores do tratado, por mais enervante que nos tenham parecido na altura, levaram a que, também em Portugal, o debate sobre o conteúdo do Tratado de Lisboa tivesse prosseguido durante mais tempo e com mais detalhe, com benefício para o esclarecimento público. Por isso aqui fica, sem ressentimentos, a minha homenagem, e a demonstração do meu pesar aos familiares, amigos e a todo o povo polaco.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Colóquio: Transição para uma Economia e Cultura Pós-Carbono

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O Colóquio: Transição para uma Economia e Cultura Pós-Carbono realiza-se no próximo Sábado, 10 de Abril, entre as 9.30 e as 19.00 horas, no Auditório do Crédito Agrícola de Pombal. O programa e as inscrições estão disponíveis AQUI.
Manuela Araújo do blogue Sustentabilidade É Acção, fará também uma intervenção neste Colóquio.

Quem puder, não deixe de ouvir hoje, dia 5, entre as 15.00 e as 16.00 horas, o programa Mais cedo ou mais tarde, da TSF, cujo tema é a "Simplicidade Voluntária" e em que João Paulo Meneses entrevistará João Leitão, não só sobre o tema mas, também, sobre o referido Colóquio, de que é o organizador.