Tanatologia 2

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Tanatologia2

Sumário
• Certificado de óbito
• - Descrever o propósito do certificado de óbito
• - Noções básicas do preenchimento do certificado de óbito
• Reconhecimento cadavérico
• - Fazer o exame do hábito externo
• - Identificar no cadáver os sinais tanatológicos
• - Elaboração do relatório do reconhecimento cadavérico
CERTIFICADO DE ÓBITO

• A morte é considerada sob um perfil Jurídico como o fim da personalidade,


porque ela termina a existência jurídica da pessoa, segundo o artigo 68 do
código civil – Termo da personalidade, ocorrendo mudanças relativas aos
bens, propriedades, obrigações, compromissos de responsabilidade penal ou
civil.

• Por isso é fundamental certificar na realidade a morte, a fim de se fixar com


mais precisão possível o tempo/data em que ela ocorreu.

• Para tal é usado o certificado de óbito.


• É através do certificado de óbito que se estabelece o fim da existência
jurídica da personalidade.
• É uma forma de garantir a família e a sociedade que não há possibilidade de
um individuo determinado conhecido estar vivo, podendo-se processar
legalmente a inumação (enterro).
• Após a família adquirir o certificado do óbito seja por via médico-legal ou por
médico assistencial deve dirigir-se ao registo civil para obtenção do Boletim
de óbito.
• O certificado de óbito é um documento que juridicamente, transmite direitos
e obrigações.
• É de importância sanitária e tem como finalidades principais:
• - Confirmar a morte;
• - Põe fim a personalidade jurídica de um individuo;
• - Definir as causas de Morte;
• - Permitir os trâmites dos direitos sucessórios;
• - Proceder a inumação;
• - Satisfazer o interesse médico-sanitário (possibilita aos organismos
de saúde pública elaborar com precisão uma estatística perfeita de
causa de morte, revelando o padrão epidemiológico da morbilidade).

• - Outra finalidade do atestado de óbito é esclarecer a origem de


morte: se natural ou violenta.
• As mortes violentas, (homicídio, suicídio e acidentes ou mortes suspeitas
de criminalidade) são da competência das autoridades policiais e judiciais
de exigir estudos forenses a fim de esclarecer a existência ou não de
crime, por isso, a Medicina Legal é chamada a colaborar na investigação
das causas de morte.

• Aos médico-legistas ou aos peritos legalmente nomeados cabe-lhes a


tarefa de realizar estudos e de passar o certificado de óbito.
• Nos lugares onde não existe o Serviço de Medicina Legal será o
médico/técnico indicado, o ‘‘perito ocasional’’ (pela procuradoria
provincial/distrital) que levará a cabo essas diligências, estudo do
cadáver a fim de diagnosticar as causas de morte e certificar o óbito,
mediante reconhecimento.

• Se a morte é natural, o certificado de óbito é passado pelo médico


assistente.

• Nos casos em que o médico-assistente coloque dúvida sobre a natureza


da morte, neste caso merecerá autópsia médico-legal.
• Nos casos em que a família reclame da má prática médica, o médico assistente
deverá estar interdito de passar certificado de óbito e deverá igualmente
haver a necessidade de remeter o corpo para realização da autópsia médico-
legal.
• Entende-se por autópsia médico-legal como o conjunto de técnicas e
procedimentos que se realizam no cadáver, com a prévia solicitação da
autoridade competente com a finalidade de responder as questões de
interesse Legal.
• Este procedimento inclui a informação, exame do local de facto, exame do
vestuário e habito externo, finalmente a abertura das cavidades.
Registo do Certificado de Óbito

• Por lei o certificado de óbito é passado pelo médico assistente depois


de observar e certificar o óbito, onde são colocados os diagnósticos
das causas de morte (básica, intermédia e directa).
• Nas mortes violentas para além dessas causas deve ser mencionada a
causa jurídica da morte.
• Onde não existe médico assistente, outra pessoa devidamente
capacitada pode confirmar o óbito e passar o certificado.
• Não existe lei que impeça que assim seja.
• O certificado de óbito é constituído por nove partes nomeadamente:
• (1) entidade emissora,
• (2) identificação do falecido,
• (3) residência habitual,
• (4) local de ocorrência de óbito,
• (5) fetal ou menor que um ano,
• (6) mulher,
• (7) condições e causa da morte,
• (8) médico,
• (9) causas externas.
Fluxo Geral do processo de Certificação de
MISAU-DPC-DIS

Óbitos

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Certificação de óbito - o papel do certificante MISAU-DPC-DIS

O que deve fazer

– Garantir que sejam bem preenchidos e fidedignos os dados de


identificação com base num documento da pessoa falecida. Na ausência
de documento, caberá à autoridade policial proceder o reconhecimento
do cadáver.

– Registar os dados no CO sempre com letra legível e sem abreviações ou


rasuras.

– Registar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras


internacionais, anotando um diagnóstico por linha e o tempo
aproximado entre o início da doença e a morte.

– Rever se todos os campos estão preenchidos correctamente, antes de


assinar.
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Certificação de óbito - o papel do certificante MISAU-DPC-DIS

O que não deve fazer

• Preencher o CO sem examinar pessoalmente o corpo e


constatar a morte.
• Utilizar termos vagos para o registo das causas de morte,
como paragem cardíaca, paragem cardio-respiratória ou
falência de múltiplos órgãos.
• Cobrar pela emissão do CO.
• Assinar o CO em branco.

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Causas de morte

A alínea a) destina-se a causa directa de morte isto é o evento final


A alínea b) é a causa intermédia de morte ou a causa ou evento
secundário


A alínea c) é o evento primário ou a causa básica de morte a qual vai
desencadear a alínea b) e a).
• Fenómenos Cadavéricos
• São os sinais ou transformações que se observam no organismo após a
extinção dos processos bioquímicos vitais, que ocorrem de uma forma
passiva devido a influência dos factores ambientais.

• Os fenómenos cadavéricos ou sinais da morte são classificados em:


• - Sinais abióticos ou negativos
• - Sinais bióticos ou positivos.
• Os fenómenos cadavéricos abióticos ou negativos por sua vez
são classificados em imediatos e tardios segundo a descrição
abaixo:

• Sinais Negativos imediatos


• - São sinais que não dão a certeza de que o individuo está morto pois
podem existir em indivíduos em coma profunda devido a diminuição
da sua perceptibilidade.
• Podem ser observados no organismo devido a cessação das funções vitais
e subdividem-se em:

• Para função nervosa


• - perda de consciência, que se mede pelos reflexos corneanos, tendinosos,
relaxamento dos esfíncteres;
• - perda da sensibilidade;
• - abolição da motilidade e do tono muscular;
• - (comprovada pelo eletroencefalograma – EEG).
• Para a função cardiocirculatória
• - cessação da circulação sanguínea,
• - ausência de batimentos cardíacos -5 minutos
• - ausência do pulso;

• Para a função respiratória


• - ausência da respiração, medida pela ausência de expansão do tórax
• - auscultação pulmonar com ausência de murmúrios vesiculares
• Sinais Negativos tardios
• São aqueles que não são influenciados pela biota (ou microflora normal do
organismo e enzimas do organismo que geralmente iniciam a putrefação).
• São sinais simples e mais seguros, permitindo o diagnóstico correcto e de
certeza da morte.
• Entre eles destacam-se:
• Algor Mortis ou Esfriamento cadavérico
• Com a morte, inicia-se um progressivo esfriamento do cadáver, que se inicia nos
pés, mãos e face, duas horas após a morte e estende-se depois para as
extremidades, região peitoral e dorsal e finalmente para o abdómen, axilas e
pescoço.
• Em média ocorre 6 a 12 horas após a morte.
• Desidratação cadavérica ou Evaporação
• Ocorre o apergaminhamento da pele,
• Ressecamento das mucosas e globos oculares
• A secura da pele e mucosas
• Livor Mortis, Lividez Cadavérica , Hipostase Macha cadavérica.

• São manchas cutâneas de hipóstase, encontradas na parte de declive dos


cadáveres, as quais começam a aparecer sob a forma de pontilhado e, em
seguida, coalescem para formar
placas vermelho-arroxeadas, que
desaparecem pela compressão antes
de fixar-se.
• Surgem na 1ᵃ hora após o óbito
e tornam- se evidentes no fim de
2 a 3 horas.
Livor Mortis, Lividez Cadavérica ,
Hipostase Macha cadavérica.
• Rigor Mortis ou Rigidez Cadavérica
• Logo após a morte, inicia-se lentamente um processo de contractura muscular
que se chama de Rigidez cadavérica ou Rigor Mortis, que é resultante de
múltiplos factores, sendo o principal a depleção de ATP.
• Inicia geralmente 1 a 2 horas após
a morte e atinge o máximo por volta
das 24 horas, desaparecendo depois
de 24 horas, devido a putrefação.
• Manifesta-se primeiro na face, mandibula
e no pescoço, seguindo-se os membros
superiores, o tronco e finalmente os
membros inferiores.
• É um processo que afecta todos os
tipos de músculos.
• Sinais Positivos ou Transformativos
• Os fenómenos transformativos podem ser de duas ordens: destrutivos (autólise,
putrefação) e conservadores (mumificação, saponificação, calcificação e
corificação).
• Destrutivos
• Autólise
• É um conjunto de processos de decomposição ou fermentação anaeróbica que
ocorre no interior da célula produzidas por enzimas celulares, como resultado de
cesse circulatório.
• Putrefação
• É um processo de decomposição ou fermentação pútrida de origem bacteriana,
os germes responsáveis desenvolvem-se na matéria orgânica e produzem
enzimas que actuam selectivamente sobre os princípios orgânicos-proteínas,
lípidos e carbohidratos, que conduzem a destruição do cadáver.
Periodos da putrefação
• 1- Período Cromático ou Colorativo
• Aparecimento da mancha esverdeada na pele na fossa ilíaca direita.
• O período cromático começa geralmente entre 24 e 48 horas após a morte,
podendo aparecer mais cedo nos dias muito quentes, tem a duração de um a dois
dias.
Periodos da putrefação
• 2- Período Gasoso ou Enfisematoso
• Produção de grandes quantidades de gases por germes anaeróbios
que incham e desfiguram o cadáver (enfisema putrefactivo)
• A face fica edemaciada com protusão dos globos oculares,
• edema dos lábios e protusão da língua;
• os genitais masculinos ficam volumosos com inchaço do escroto e erecção do
pénis;
• o tórax e abdómen ficam distentidos
O cadáver fica com um aspecto gigantesco em posição de
boxer
• Na mulher pode ocorrer prolapso uterino, e se estiver grávida pode produzir um
parto
• A epiderme espolia-se, nas mãos e pés pode ocorrer a sua separação total
assemelhando-se às luvas

• O periodo gasoso têm a duração de vários dias a um par de semanas, nos países
tropicais tem duração de um par de dias.
• 3- Período Coliquativo ou de Liquefacção
• O cadáver começa a perder o aspecto gigantesco,
• A cor esverdeada torna-se mais escura, acastanhada,
• Os órgãos ficam amolecidos,
• As cavidades do coração e os grandes vasos ficam vazios,
• Os tecidos transformam-se gradualmente em um liquido castanho escuro, fétido
e de cheiro inicialmente pútrido (amoniacal).
• Nem todos os orgãos ou tecidos se liquifazem ao mesmo tempo, o cérebro é dos
primeiros,
• O último é o útero e a próstata,
• O periodo coliquativa tem a duração entre oito dez meses, por vezes pode ser
mais celere entre 2 e3 meses.
• O cadáver chega a esqueletização completa durante cinco anos.
• Período de Redução Esquelética ou de Esqueletização
• Este periodo caracteriza-se dois sub-estadios:
• (1) Estádio de pré-esqueletização quando ainda existem sobre os ossos tecidos
moles mais ou menos secos, tendões e ligamentos articulares.

• (2) Estádio de esqueletização quando resta só a estrutura inorgânica, os ossos


ficam isolados e conservam-se por muitos séculos ou milénios.
• Autópsia
• Autopsia Clínica ou Anátomo Patológica:
É o estudo
minucioso de um cadáver com o objectivo de:

• (1)- Determinar ou confirmar a causa de morte de um processo


mórbido já diagnosticado, sua confirmação clínica.

• (2)- Estudar as alterações anátomo-patológicas e histo-


patológicas nos diversos órgãos e tecidos provocados por um
processo mórbido ou por sintomas funcionais.
• Realiza-se nos hospitais por um
patologista com propósito
eminentemente científico ou
docente com particular interesse
em conhecer, precisar ou confirmar
as causas de mortes naturais.
• Autópsia Médico Legal ou Judicial

• Compreende a colheita dos sinais relativos à identificação, dos sinais de


morte ou fenómenos cadavéricos, o exame do hábito externo e o exame do
hábito interno.

• Realizada por Médicos Legistas para


determinar as causas de morte e outros
aspectos, as circunstâncias desta
relacionados com os procedimentos
penais.

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