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MIP- Psicologia Comunitária

O processo de construção de projetos de


intervenção comunitária: Metodologia de
Projeto versus Programa

Carlos Gonçalves
FPCEUP, 28/10/ e 08/11/2021
PROJETO versus PROGRAMA

 Um projeto é um conjunto estruturado de


estratégias e atividades, articulados com
objetivos de mudança psicossocial, que
visa, a partir de uma situação inicial de
avaliação das necessidades, prosseguir
certos resultados, junto de uma
determinada população (Campos, 1988).
CARATERIZAÇÃO do PROJETO
versus PROGRAMA
 Centra-se no processo versus produto final;
 Centra-se nas necessidades dos sujeitos em
contexto, tendo em conta as suas histórias
de vida (pessoal, familiar, comunitária) e o
seu nível de desenvolvimento versus impor
uma lógica apriorística ao sujeito;
 Privilegia as metodologias de exploração
reconstrutiva versus instrutiva racionalista e
iluminista;
Momentos processuais na construção de
projetos de intervenção
 Não se designam intencionalmente de etapas ou
fases, que poderia remeter-nos para sequências
temporais e para lógicas de programas, onde as
lógicas exteriores do programador – profissional –
se imporiam às lógicas espontâneas dos clientes:
 Mas designa-se de momentos processuais:
conjunto de objetivos abrangentes em torno dos
quais a intervenção se vai desenvolvendo e
ganhando forma num processo progressivo em que
o cliente é o principal protagonista.
Momentos processuais na construção de
projetos de intervenção
 Estes momentos são transversais à intervenção
no sentido de não serem mutuamente
exclusivos;
 são dialéticos, recorrentes e não sequenciais;
 Daí não fazer sentido segmentar
sequencialmente a elaboração, a
implementação e avaliação da intervenção.
1. Planeamento da Intervenção
 Identificar uma base concetual ou
generativa
 Proceder à análise do contexto e
avaliação de necessidades
(a) a observação participante;
(b) a recolha etnográfica,
(c) a realização de entrevistas e / ou
inquéritos.
(d) Community profiling: fórum da comunidade
(e) Abordagem de Delphi.
1. Planeamento da Intervenção
 Definir os objetivos da intervenção,
i.e., especificar, de forma concreta, as
mudanças esperadas, a partir da
identificação inicial das necessidades dos
alvos.
 Selecionar estratégias de intervenção,
ou seja, formas de realizar as atividades
visando atingir os objetivos a almejar,
tendo em conta os alvos, níveis de
desenvolvimento e contextos específicos.
2. Preparar a implementação
 Principais tarefas:
(i) determinar quais as principais atividades a
implementar e sua sequência;
(ii) definir um "horário" específico e público para a
realização destas atividades;
(iii) identificar os recursos pessoais e comunitários
necessários para a intervenção;
(iv) atribuir responsabilidades específicas a
indivíduos para prosseguirem e completarem
as diversas atividades; contrato de trabalho;
3. Implementação da intervenção:
 A implementação propriamente dita do
projeto de intervenção: implica todo o
processo de realização das atividades e
as estratégias definidas colaborativamente
com os alvos de intervenção que
configuram os objetivos co-construídos e,
processualmente, realizar o ajustamento
das atividades e estratégias às
necessidades emergentes dos alvos.
4. Avaliação da eficácia da intervenção

• 2 grupos: Grupo experimental/intervenção e grupo


de controlo;
• Pré-teste; instrumentos adequados aos objetivos;
• Pós-teste ou avaliação final da intervenção;
• Follow-up : após 6 meses da intervenção; um ano
após…
• Avaliação de processo: Diário de bordo e notas de
terreno ao longo da intervenção; avaliação formativa
final;
• Dimensão temporal da intervenção;
Implicações para a Consulta
Psicológica Comunitária
 O sucesso da consulta comunitária
empoderante depende da capacidade de
estabelecer relações de confiança com os
outros – profissionais e cidadãos –, porque
a intervenção não ocorre contra os outros,
ou apesar dos outros, ou em vez dos
outros, mas só faz sentido com os outros.
É esta marca que confere legitimidade e
eficácia à intervenção para o
empoderamento (Menezes, 2010).
Implicações para a Consulta
Psicológica Comunitária
 Os que se envolvem nesta opção
preferencial pelo promoção do
empoderamento das pessoas e das
comunidades mobilizam todos os seus
recursos pessoais e comunitários, os seus
saberes, ao serviço da promoção da
justiça social, da igualdade de
oportunidades e do bem-estar de todos,
em especial, os desempoderados.
Implicações para a Consulta
Psicológica Comunitária
 É na medida em que estamos ativamente
com os outros, que nos vamos tornando
mais disponíveis a ouvir e perceber como
vivem, como se co-constroem alternativas
de mudança que desejam implementar
nas suas vidas e contextos e acedemos
ao direito de participar no processo,
garantindo o empoderamento numa
relação cooperante e participante.
Referências Bibliográficas
 Illback, R. J., Zins, J. E., Maher, C. A. &
Greenberg, R. (1990). An overview of principles
and procedures of program planning and
evaluation. In T. B. Gutkin & C. R. Reynolds
(Eds.). The handbook of school psychology, (pp.
799-820). 2nd ed. N.Y.: Wiley.
 Menezes, I (2010). Intervenção comunitária.
Uma perspectiva psicológica, Cap.3, 65-77.
Porto: Livpsic.

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