Aula 8
Aula 8
Aula 8
2021/2022
Professora Marina Serra de Lemos e Diana Alves
PCA Psicopatologia da criança e Adolescente
Perturbações da
Eliminação
Temas DSM -5 (Nomenclatura)
Perturbações de
Eliminação (425) Enurese
Encoprese
A palavra enurese vem do grego emourei que significa fazer urina ou urinar.
Genericamente 3 fases:
1.alargamento da capacidade da bexiga,
2. controlo voluntário dos músculos esfincterianos,
3. controlo voluntário da micção.
Enurese
Segundo DSM 5 (APA; 2013)
- Emissão voluntária ou involuntária de urina, na cama ou nas
roupas
TIPOS:
noturna/diurna/ noturna e diurna
primária/secundária
Dados epidemiológicos
contingências de reforço
VARIÁVEIS CENTRAIS NA ENURESE NOCTURNA
Dois padrões de ED
Controlo inibitório
Posturas incondi-
cionadas e distensão ou sinais de enchimento
movimentos
dos membros
Consciência
Autoconsciência parental
da necessidade de Movimentos e
urinar posturas
aprendidas
Avaliação na enurese
Avaliação médica
Entrevista clínica
◦ Avaliar dor ao urinar
◦ consciência da necessidade de urinar
◦ idas ao quarto-de-banho e quantidade de urina
Registo de base
Avaliação de seguimento
INTERVENÇÃO
– reforço,
– prática positiva,
– controlo de estímulo,
– extinção,
– treino da retenção de urina (primária, sem
síndroma da “bexiga preguiçosa) e
– treino de interrupção da micção
Encoprese
• Tipos
– primária/secundária (6 meses)
– retentiva/não retentiva
– diurna/noturna
Etiologia
Teorias psicodinâmicas
◦ conflito subjacente/treino de higiene
Teorias médico-constitucionais
◦ integridade neurológica, mecanismos fisiológicos e
problemas anatómicos
Teorias comportamentais
◦ primária: experiências de aprendizagem inapropriadas
◦ secundária: experiências aversivas e condicionamento
Avaliação na encoprese
Avaliação médica
Entrevista clínica
◦ diferenciar tipos de encoprese
Primária
Secundária
Retentiva
“Manipulativa”
Stress – colite, diarreia
◦ identificar contingências
◦ competências dos pais e da criança
◦ diagnóstico diferencial
◦ registos comportamentais
Intervenção
• Conceptualização - controlo muscular (Levine)
• Re-arranjo das contingências
– Reforço (moldagem)
– Controlo de estímulo
– Time-out e prática positiva
– Extinção
• Relaxamento
• Hospitalização
• Não tratar simultaneamente a enurese e encoprese
Perturbações da Alimentação e da Ingestão
Temas DSM -5 (Nomenclatura)
Perturbações de
Eliminação (425) Pica
Ruminação
Anorexia Nervosa
Bulimia nervosa
Bowbly (1978)
Descreve que o recém nascido apresenta
uma sequência comportamental inata
desencadeada pela fome e que consiste no
movimento da cabeça que o permite colocar a
boca em contacto com o mamilo, o contacto
táctil com o mamilo provoca a abertura da boca
e o agarrar deste, o que implica o movimento de
sucção.
A presença do leite na boca provoca a
deglutinação.
Aspetos Evolutivos
• A. Freud , 1946
Aspetos Evolutivos
Aspectos Evolutivos
• Ciclos:
fome - saciedade/satisfação alimentar
desconforto - bem-estar
Estabelecimento de Comportamentos
Alimentares Adequados
Aspetos Evolutivos
autonomia e controlo.
Aspetos Evolutivos
Perturbação da Homeostase:
a recusa alimentar inicia-se entre os 0 e os 2
meses de idade e acompanha-se de falhas na
reciprocidade mãe-criança.
Perturbação na Vinculação:
a recusa alimentar inicia-se entre os 2 e os 6
meses de idade e acompanha-se de falhas na
reciprocidade mãe-criança e de ausência de
contingência na resposta materna.
Aspetos Evolutivos
Risco de Vida
Flutuações do apetite
As perturbações alimentares
Pica: Critérios de Diagnóstico
independente.
• Avaliação médica/hospitalização:
Exame físico
Estudos de nutrição
Estudos de toxicidade do sangue/tecidos
Intervenções comportamentais:
Permitir “brincar” com a comida para reduzir a aversão à
presença dos alimentos
Não forçar a comer, não empurrar os alimentos para dentro
da boca
Ignorar comportamentos de resistência ou de oposição
Elogiar o comportamento de “comer”
Não permitir o acesso a guloseimas entre e/ou antes de ter
terminado as refeições
Modelar comportamento face à criança, permitir que a
criança a comer com a restante família
Perturbação da ingestão Alimentar Evitante/Restritiva :Intervenção
• Intervenções Familiares:
Terapia familiar
Terapia conjugal
Psicoterapia parental
• Monitorização do lar ou retirada protetora:
Separação temporária das crianças e dos pais
Férias dos pais durante a hospitalização
Vistas domiciliárias
FTT “Failure to Thrive” Não Crescimento ou Não progressão estato-ponderal não orgânica
• Peso baixo
• Diminuição de 2 percentis na curva do peso (desde o nascimento
até ao momento)
• Crianças asténicas com aspeto emagrecido muito vulneráveis a
infeções
• Perturbação na vida relacional
• Olhar triste e vazio
• Irritáveis/apáticas
• Atividades de autoestimulação, interagem mais com os materiais do
que com os pares
• A somatização como principal via de comunicação.
Etiologia
Imagem corporal
• Maturação precoce
• Elevado índice de massa corporal
• Preocupações com o peso
• Insatisfação com o corpo
• Implicações por causa do corpo
• Fraca consciência introspetiva
• Inicio de namoro
• Transição para o Ensino Secundário
Aspetos evolutivos: idade adulta
• Intimidade
• Procura de formação e
ocupação
• Síntese dos objetivos e
valores pessoais
• Desenvolvimento de
identidade própria
ANOREXIA NERVOSA
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
Especificar o tipo:
Especificar se:
Remissão ( parcial/completa)
Gravidade
Ligeira IMC maior ou igual a 17 Kg/m2
Moderada 16- 16.99 Kg/m2
Grave 15-15.99 Kg/m2
Extrema menor ou igual a 15 Kg/m2
BULIMIA NERVOSA: CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO
A. Episódios recorrentes de ingestão alimentar compulsiva. Um
episódio é caracterizado pelos dois critérios seguintes:
1- comer, num período curto de tempo (por exemplo, num período
até 2 horas), uma quantidade de alimentos que é definitivamente
superior à que a maioria das pessoas comeria num período de
tempo semelhante e nas mesmas circunstancias;
2- sensação de perda de controlo sobre o ato de comer durante o
episódio (por exemplo, um sentimento de incapacidade para parar
de comer ou controlar a quantidade e qualidade dos alimentos).
B. Comportamento compensatório inapropriado recorrente para
impedir o ganho ponderal, tal como vomitar, usar laxantes,
diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício físico
excessivo.
C. A ingestão compulsiva de alimentos e os comportamentos
compensatórios inapropriados ocorrem ambos, em média, pelo
menos duas vezes por semana em três meses consecutivos.
D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pelo peso e forma
corporais.
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante os episódios de
Anorexia Nervosa.
Semelhanças entre
restritivos e bulímicos
- medo patológico de aumento de peso
B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes
aspetos:
1. Comer mais rapidamente do que o normal.
2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio.
3. Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome.
4. Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo.
5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.
C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar.
D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por
semana durante três meses.
E. A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento
compensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente
durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa.
Perturbação de Compulsão Alimentar
Especificar se:
Em remissão parcial: Depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios
plenos do transtorno de compulsão alimentar, a hiperfagia ocorre a uma
frequência média inferior a um episódio por semana por um período de tempo
sustentado.
PSICOLÓGICAS FÍSICAS
Objetivos gerais:
1- Restaurar o peso saudável, os períodos menstruais
e os efeitos da subnutrição.
https://doi.org/10.1016/j.arcped.2020.10.002
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/135960/2/492507.pdf