01 Planejamento em Serviço Social

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PLANEJAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL

Planejamento em Serviço Social

O planejamento é um processo racional que precisa de uma sequência antecipada de tempo não se
manifestando em um dado momento, mas sim realizando-se de foram contínua ao longo da história
passando por vários estágios.

O planejamento social é um instrumento de fundamental importância para o desenvolvimento de tra-


balho do profissional de Serviço Social, pois este tem necessidades de conhecer e compreender a
realidade do planejamento para que o profissional consiga realizar intervenções com qualidade. Tam-
bém serão apresentado as etapas do planejamento, a divisão de conceitos e a importância do mesmo
para a profissão e para o profissional.

A Importância Do Planejamento Social

O presente texto se apropria das idéias de Marx para compreender seu método de interpretação da
realidade social para, então, aplicá-lo no âmbito da profissão de serviço social. O modo como Marx
compreende a práxis do planejamento, possibilita entender de maneira mais completa a totalidade
social e todas as suas contradições. Marx compreende que o ato de planejar é de natureza do ser hu-
mano, o ser humano projeta em sua mente o ato para depois executar e antes de executar qualquer
ato ele planeja. Isso é consciência teleológica.

O planejamento social busca utilizar de forma harmônica o planejamento estratégico, ampliando a


participação dos vários níveis profissionais existentes dentro da sociedade. Nesse sentido, a tomada
de decisão se torna elemento fundamental, pois corresponde com as diferentes escolhas dentro do
processo. Um elemento importante no planejamento social é a operacionalização, onde relaciona as
atividades necessárias para efetuar as decisões tomadas. Nessa fase o planejador social (o assis-
tente social) deve acompanhar a implantação, o controle e a avaliação do planejamento do projeto
social que o mesmo for implantar em determinada instituição pública ou privada. O planejamento é
um processo contínuo e dinâmico, tendo o planejamento como uma decisão de planejar o movimento
de reflexão-decisão-ação que o caracteriza vai se realizando de acordo com as seguintes aproxima-
ções. São elas:

1ª a 5ª aproximação: Reflexão
Delimitação do objeto/reconstrução do objeto; Estudo de situação; Construção de referenciais teórico-
práticos; Levantamento de hipóteses preliminares e Coleta de dados.
6ª a 8ª aproximação: Decisão
Organização e análise; Identificação de prioridades de intervenção e Definição de objetivos e estabe-
lecimento de metas.
9ª a 13ª aproximação: Ação
Planificação; Implementação; Implantação e execução e Definição de parâmetros de avaliação e
Controle.

Estas aproximações são apresentadas nessa sequência, mas na prática esses processos muitas ve-
zes alteram essa ordem. Compreende-se que as aproximações da 1ª a 5ª relacionam-se como fase
de reflexão, as aproximações de 6ª a 8ª são reconhecidas como fase de decisão e as aproximações
de 9ª a 13ª são reconhecidas como fase de ação. Podemos assim entender que o processo de plane-
jamento faz parte de uma contínua análise, ou seja, se inicia com a reflexão de uma situação e simul-
taneamente o processo, devendo ser este contínuo, cíclico e reflexivo. Marx denomina este processo
de união do pensamento e da ação como ? práxis social?. É neste cotidiano que estabelecemos a
compreensão para que as decisões elaboradas no planejamento sejam concluídas.

A realidade social, ou seja, a práxis, é determinante das relações sociais, fato que engloba aspectos
políticos e econômicos. Dessa maneira, entendemos que é dentro da realidade que o planejamento
torna-se etapa indispensável para que se chegue a um resultado final dentro do processo. Para tanto,
detalharemos todas as três fases do Planejamento outrora mencionado. São elas:
(Re)Construção do objeto

Essa aproximação é o primeiro passo para o processo de planejamento social. É necessário saber o
que planejar e qual o segmento da realidade que será colocado em desafio, inicia-se assim essa
etapa compreendida como processo de reflexão. Nesta etapa consideramos a realidade onde será

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formulado o conjunto de proposições para uma intervenção mais qualificada, e ao delimitarmos o ob-
jeto de intervenção, estaremos olhando de fora para dentro, confrontando as ações planejadas com
as mudanças que ocorrem na realidade.

É importante ter em mente qual planejamento que será realizado em uma realidade, em qual conjun-
tura, em qual organização especifica e quais práticas que serão utilizadas, e assim têm-se a capaci-
dade de formular mudanças.

A reconstrução do objeto é o movimento que traduz a relação, a ação e o conhecimento. Segundo


Baptista, "o profissional precisa se preparar, [...] conhecer suas representações, seus sistemas e va-
lores, suas noções e práticas [...]" (BAPTISTA, 2007, p. 34). A cada mudança que o planejador faz ele
está construindo um novo conhecimento sobre novas situações e esse processo é cíclico e constante
em todas as relações sociais.

Estudo De Situação

Segundo Baptista (2007), o estudo de situação compõe-se da descrição interpretativa, da caracteriza-


ção, da compreensão e da explicação de uma situação para o planejamento, determinando suas limi-
tações. O estudo da situação é o conjunto de informações que provém em contribuição para tomar
decisões, ampliando o conhecimento das realidades concretas. O objeto do planejamento não pode
ser tratado separadamente, devem se levar em consideração as propostas que estejam abertas às
modificações perante a sociedade. Alguns objetivos, segundo Mattelart podem ser considerados
como estudo de situação:

"Configuração do marco de situações ou de antecedentes, acompanhada de análise compreensiva e


explicativa de suas determinações; a Identificação sistemática e contínua das áreas críticas e de ne-
cessidades, a que se pode acrescentar, ainda, de oportunidade e de ameaças; a Determinação de
elementos que permitam justificar a ação sobre o objeto; o Estabelecimento de prioridades; a Análise
dos instrumentos e técnicas que podem ser operados na ação; a Identificação de alternativas de in-
tervenção." (Mattelart apud BATISTA, 2007, p. 41).

O planejamento é um processo feito a partir de uma realidade, de um estudo de uma situação, que
deve ser considerado sob o panorama de um conjunto dinâmico de informações durante esse pro-
cesso. Esse conjunto de informações deverão se constituir em recursos básicos e permanentes para
o planejamento da ação, localizando, compreendendo, controlando e prevendo as situações de um
modo geral, fornecendo elementos que permita mostrar alternativas de intervenção. O estudo da situ-
ação nada mais é que a reflexão, a compreensão, a explicação e a expressão de causas antes dos
dados da realidade em relação ao seu conjunto de aspectos especiais.

Construção De Referenciais Teórico-Práticos

Para a construção de referenciais teóricos temos que entende-los como ?conhecimentos que alimen-
tam? o estudo das situações para que haja o planejamento e podem ser de natureza: cientifica, docu-
mental, técnicos e periódicos. Seu principal objetivo é a analise e a exposição da realidade que será
planejada. Nesse processo precisamos conhecer a realidade de um modo geral, torna-se necessário
a união do pensamento e da ação, a realidade social apresenta várias dimensões, sendo elas: soci-
ais, culturais, psicológicas, políticas e econômicas.

Os estudos devem ser organizados de uma forma simples e clara para que possa ser confrontado
com os dados concretos, sendo assim deve se fazer uma operacionalização dos conceitos que serão
ou foram trabalhados.

A operacionalização dos conceitos é o estabelecimento da relação entre os elementos da situação


juntamente com os elementos que não são observáveis.

Para operacionalizar os conceitos é necessário observar o objeto de estudo e os fatos a ele relacio-
nados, com a observação de estudo podem-se encontrar diferentes elementos para serem trabalha-
dos.

Desta maneira, segundo Baptista o profissional deve sempre compreender essa realidade posta de
forma que "essa teoria possibilite formular seu esquema de análise trazendo-lhe referência, supostos,
concepções amplas [...] que lhe vai permitir apreender a realidade" (BAPTISTA, 2007, p. 47).

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Levantamento De Pressupostos

O levantamento de pressupostos ou hipóteses é estabelecido na hora da elaboração teórica podendo


ser desenvolvido de forma implícita ou explícita, como o planejamento social trabalha com o ser hu-
mano, e por esses estarem sob um processo de evolução constante, os resultados ficam aproxima-
dos e não exatos, uma vez que há mudanças constantes nas estruturas sociais e políticas a que os
indivíduos estão inseridos. Assim, segundo Marx,

"O fato, portanto, é o seguinte: indivíduos determinados, que como produtores atuam de um modo
também determinado, estabelecem entre si relações políticas e sociais determinadas. É preciso que,
em cada caso particular, a observação empírica coloque necessariamente em relevo? empiricamente
e sem qualquer especulação ou mistificação - a conexão entre a estrutura social e política e a produ-
ção." (MARX, 1996, p. 35).

Equipe multidisciplinar e interdisciplinar - qual a diferença?

A necessidade do desenvolvimento de campos de estudos mais específicos fez surgir novas metodo-
logias, em especial no que diz respeito à pesquisa e construção do conhecimento empírico de deter-
minada ciência. Entre essas práticas de formulação do conhecimento podemos destacar a multidisci-
plinaridade e a interdisciplinaridade.

Multidisciplinaridade

A multidisciplinaridade consiste em um conjunto de disciplinadas estudadas de maneira não-linear en-


tre si. Esse processo objetiva a construção de um conhecimento sólido e não correlato, permitindo
assim um conhecimento não especializado, porém mais polivalente e eclético. A principal diferença
entre multidisciplinaridade e pluridisciplinaridade é o fato de que dessa última procura criar associa-
ções hierárquicas entre as disciplinas.

Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade tem como objetivo repassar as disciplinas de maneira correlata, criando assim
um vínculo que possa originar novas descobertas, disciplinas ou até mesmo áreas do conhecimento.
Podemos citar como resultado do processo interdisciplinar a criação das áreas da bioengenharia, bio-
química e psiquiatria.

Ambos os processos de estudo, tanto a multidisciplinaridade como a interdisciplinaridade, são válidos


para a formação intelectual do indivíduo. O que é importante levar em consideração é alguma inclina-
ção ou predisposição à determinado método de estudo, em geral o multidisciplinar possui um caráter
mais lúdico que eventualmente permite a escolha de um processo interdisciplinar.

Grosso modo podemos dizer que a nossa estrutura educacional se inicia através de um processo
multidisciplinar (ensino básico) cabendo posteriormente ao indivíduo ingressar em um processo inter-
disciplinar (ensino superior e afins) que lhe for mais conveniente.

Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencio-


nais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possi-
bilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de moda a per-
mitir que elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como o prazo, custos,
qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes.

Planejamento é uma ação processual/ continua; pensamento direcionado ao alcançe de objetivos.

Há dois tipos de PLANEJAMENTO:

1) Concepção baseada no CONHECIMENTO CIENTÍFICO:

(Planejamento da ação profissional)

Aqui, as respostas serão sempre MEDIATAS, ou seja, são obtidas dentro de um determinado tempo.

2) Concepção baseada no SENSO COMUM:

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Aqui, as respostas são sempre IMEDIATAS.

O planejamento é um importante aliado ao exercício do trabalho profissional, pois permite antecipar


possíveis e certas mudanças do ambiente externo em que a sociedade está inserida continuamente.
O planejamento deve ser tratado como um processo primordial ao trabalho profissional, pois é um
método aplicado para a intervenção profissional, ou seja, o profissional deve investigar e analisar a
realidade para assim propor uma intervenção eficaz.

Dentre suas vantagens podemos citar que por meio dele é possível:

– Definir e ordenar objetivos a serem perseguidos;

– Estruturar e direcionar as ações a serem tomadas;

– Tornar claras e precisas as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das ações;

– Racionalizar a distribuição de tempo, energia, recursos;

– Evitar a duplicação de recursos e esforços;

– Facilitar o controle efetivo das ações e sua avaliação;

– Possibilitar o controle de circustâncias e de situações a serem envolvidas na ação;

– Garantir o estabelecimento de continuidade de ações;

– Etc.

O PLANEJAMENTO SOCIAL busca utilizar de forma harmônica o planejamento estratégico, ampli-


ando a participação dos vários níveis profissionais existentes dentro da sociedade. Nesse sentido, a
tomada de decisão se torna elemento fundamental, pois corresponde com as diferentes escolhas
dentro do processo. Um elemento importante no planejamento social é a operacionalização, onde re-
laciona as atividades necessárias para efetuar as decisões tomadas. Nessa fase o planejador social
(o Assistente Social) deve acompanhar a implantação, o controle e a avaliação do planejamento do
projeto social que o mesmo for implantar em determinada instituição pública ou privada. O planeja-
mento é um processo contínuo e dinâmico, tendo o planejamento como uma decisão de planejar o
movimento de reflexão-decisão-ação que o caracteriza vai se realizando de acordo com as seguintes
aproximações. São elas:

1ª a 5ª aproximação: Reflexão
Delimitação do objeto/reconstrução do objeto; Estudo de situação; Construção de referenciais teórico-
práticos; Levantamento de hipóteses preliminares e Coleta de dados.

6ª a 8ª aproximação: Decisão
Organização e análise; Identificação de prioridades de intervenção e Definição de objetivos e estabe-
lecimento de metas.

9ª a 13ª aproximação: Ação


Planificação; Implementação; Implantação e execução e Definição de parâmetros de avaliação e
Controle.

Estas aproximações são apresentadas nessa sequência, mas na prática esses processos muitas ve-
zes alteram essa ordem. Compreende-se que as aproximações da 1ª a 5ª relacionam-se como fase
de reflexão, as aproximações de 6ª a 8ª são reconhecidas como fase de decisão e as aproximações
de 9ª a 13ª são reconhecidas como fase de ação.

Podemos assim entender que o processo de planejamento faz parte de uma contínua análise, ou
seja, se inicia com a reflexão de uma situação e simultaneamente o processo, devendo ser este con-
tínuo, cíclico e reflexivo. Marx denomina este processo de união do pensamento e da ação como prá-
xis social. É neste cotidiano que estabelecemos a compreensão para que as decisões elaboradas no
planejamento sejam concluídas. A realidade social, ou seja, a práxis, é determinante das relações so-
ciais, fato que engloba aspectos políticos e econômicos. Dessa maneira, entendemos que é dentro da

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realidade que o planejamento torna-se etapa indispensável para que se chegue a um resultado final
dentro do processo.

“O planejamento sempre esteve presente no Serviço Social, desde sua primeira sistematização em
1917 por Mary E. Richmond” (BARBOSA, 1980, p.121).

Para o profissional de SERVIÇO SOCIAL o planejamento deixa de ser um método de estudo e passa
a ser um procedimento importante para a profissão, torna-se instrumento essencial para compreender
a profissão que trabalha com e na realidade, profissão esta que precisa repensar suas práticas para
atender as mais diversas realidades e expressões da questão social que surgem no cotidiano profissi-
onal.

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