Exantemas Virais-2

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Exantemas Virais

1˚ grupo, TMG-15

Discentes:
Farida Félix António
Naira Erasmo
Valerio Serafim Docente: Maria Ivete

31/08/2023
EXANTEMAS VIRAIS
Exantema é uma erupção cutânea difusa, simétrica
mais ou menos extensa ao longo da superfície do
corpo caracterizada por uma ou mais lesões
elementares primárias.

Estas lesões cutâneas são normalmente caracterizadas


por lesões elementares da pele que podem ser:
eritema, pápulas, pústulas, vesículas, e podem ser
localizadas ou confluir em grandes áreas. Quando
estas lesões se manifestam a nível das mucosas, são
classificadas como Enantema.
Tipos de Exantemas
• De acordo com as características morfológicas, podem classificar-se em:

• Exantema morbiliforme: Erupção simples de pequenas manchas eritematosas sem


descamação, e com áreas poupadas.

• Exantema escarlatiniforme: Erupção difusa que atinge praticamente a totalidade da


superfície cutânea, com descamação escassa e parcial.
Causas
• Os exantemas podem ter várias causas, mas frequentemente estão associados a infecções ou
reacção de hipersensibilidade a drogas.

Causas infecciosas de exantema

• As principais causas são as infecções virais, sendo as mais comuns: Sarampo; Rubéola;
Varicela; Mononucleose infecciosa; Infecção aguda por HIV e HSV-2.

• As infecções bacterianas também podem causar exantemas, nomeadamente: Escarlatina.

Causas não infecciosas de exantema

• As mais importantes são: Alergias alimentares; Oxidermias ou reacções cutâneas


consecutivas a administração sistémica de medicamentos.
Critérios de referência
• Em pessoas que não são imunodeprimidas, os exantemas virais geralmente não levam a
complicações que precisam de referência ao nível superior. É necessário referir os seguintes
casos:

• Complicações neurológicas: convulsões, encefalite

• Complicações renais com glomerulonefrite (ex. pós-escarlatina)

• Varicela difusa em paciente imunodeprimido.


EXANTEMAS VIRAIS COMUNS
1. Sarampo
• É uma doença infecciosa e contagiosa aguda, de natureza viral, estritamente humana. É
típica da infância, embora possa aparecer em adultos.

• Definição para efeitos de vigilância epidemiológica: É definido como qualquer indivíduo,


em especial crianças, que apresente febre e erupção (exantema) maculo-papular (não
vesicular), com tosse, coriza (corrimento nasal) ou conjuntivite (vermelhidão nos olhos). A
presença de manchas de Koplik é um sinal chave de sarampo.

Agente etiológico: Vírus do Sarampo.


Sarampo. Cont…
Transmissão
• Directa, por via respiratória, de pessoa a pessoa, por meio de gotículas de secreções
nasofaríngeas. O vírus penetra na orofaringe, replica-se no epitélio respiratório e nos
gânglios linfáticos regionais e dissemina-se pelo organismo. A transmissão do vírus ocorre 2
a 4 dias antes do aparecimento do rash e vai até 4 dias depois do aparecimento do mesmo.

• Período de incubação: de 7 a 18 dias, sendo em média, entre 10 a 12 dias.


Sarampo. Cont…
 Quadro Clínico

Após um período prodrómico de 2 a 3 dias, com


febre 38-39ºC, tosse, coriza (inflamação da mucosa
nasal acompanhada de espirros, secreção e obstrução
nasal) e conjuntivite, surge enantema na mucosa da
boca e faringe caracterizado por umas pequenas
manchas características esbranquiçadas sobre base
avermelhada, que surgem na mucosa jugal, na zona
dos dentes prémolares, chamadas de manchas de
Koplik.
Sarampo: Quadro Clínico. Cont…
• Aparece então depois o exantema, a erupção na pele de manchas e pápulas eritematosas que
coincide com o desaparecimento das manchas de Koplik, facto que por vezes dificulta o
diagnóstico. Esta erupção tem início na região frontal, progredindo depois para a face
inteira, pescoço e disseminando-se de forma difusa por todo o corpo (evolução centrípeta).

• Podem associar-se outros sintomas e sinais: náuseas, vómitos, diarreia, linfadenopatias


generalizadas e esplenomegalia. Os sinais gerais persistem durante toda a fase de erupção e
vão se atenuando a medida que esta vai regredindo.
Sarampo. Cont…
Complicações
• Otite média aguda viral ou bacteriana: é a mais frequente; Pneumonia;
• Sinusite
• Laringite;
• Encefalite
Sarampo. Cont…
 Exames auxiliares e Diagnóstico

O diagnóstico é fundamentalmente clínico


observando as lesões da pele e as manchas de
Koplik. É necessário colher 5 ml de sangue
venoso para pesquisa de IgM anti-Sarampo, no
âmbito da vigilância epidemiológica e
confirmação diagnóstica do caso.
Sarampo. Cont…
Conduta
• Cuidados de suporte: hidratação (líquidos), arrefecimento corporal (para baixar a febre);

• Repouso;

• Antipiréticos: Paracetamol 120mg/5ml, 15mg/kg/dose;

• Associar antibióticos para complicações bacterianas como a otite ou a pneumonia:


Penicilina ou Eritromicina.
Sarampo. Cont…
Prevenção
• É realizada com vacina viva atenuada (vacina anti-sarampo–VAS), administrada
normalmente aos 9 meses de idade de acordo com o calendário nacional de vacinação, que
confere uma protecção duradoura. Evitar o contacto entre crianças sadias e crianças que tem
Sarampo, sobretudo nos primeiros dias da doença (muitas das vezes já é tarde demais).
INFECÇÃO CONGÉNITA POR HSV-2
A infecção congénita por Herpes Simplex Vírus-2 (HSV-2) é uma infecção transmitida ao RN
através da placenta (raramente) ou durante o parto (mais frequentemente) através do contacto da
pele e mucosas do RN com as secreções infectadas do canal vaginal da mãe.

Epidemiologia
A epidemia do HIV contribuiu para aumentar a prevalência do HSV-2, podendo chegar a 70%, e o HSV-
2 demonstrou-se aumentar o risco da mulher de ser infectada pelo HIV e de transmitir o HIV. Mais da
metade das mulheres que adquirem o HSV-2 durante a gravidez não têm sinais/sintomas desta infecção
evidentes durante a gravidez, nem história clínica de ITS. No momento do parto o risco de transmissão
da mãe para o RN no caso de infecção primária, é por volta de 50% ou seja entre dois RN nascidos de
mãe com infecção activa, um RN nasce infectado. Uma mãe já foi infectada antes de ficar grávida e teve
uma infecção recorrente durante a gravidez a probabilidade de transmitir o vírus é reduzida.
Infecção congénita por hsv-2. cont…
Etiologia

• O agente causal é o HSV-2 da família dos Herpes Simplex vírus. A mulher grávida geralmente
tem apanhado esta infecção por via sexual no início da actividade sexual durante a adolescência.

Quadro clínico

• As manifestações da doença são graves e até podem levar a morte do RN.

• Forma localizada: envolvimento da pele, olhos e mucosas geralmente no RN com 10-12 dias
de vida. Caracteriza-se por: máculas que evoluem em vesículas sobre uma pele hipermiada em
áreas de trauma, no couro cabeludo, na orofaringe. Caso não seja tratada esta forma desenvolve,
na maior parte dos casos, para a forma sistémica.
Infecção congénita por hsv-2. cont…
• Forma sistémica ou disseminada: aparece dentro de cerca de dois dias após o nascimento; tem
sinais e sintomas similares aos de uma infecção bacteriana geralmente com envolvimento
hepático, pulmonar, neurológico até insuficiência de todos estes órgãos e caracteriza-se por:

• o Icterícia, hepatoesplenomegália, febre, hemorragia (CID);

• o Convulsões, o Queratoconjuntivite;

• o Lesões cutâneas do tipo vesicular que aparecem em menos de 30% dos casos.

• Forma caracterizada por envolvimento do sistema nervoso central e encefalite: como única
manifestação da infecção. Aparece no RN com 2-3 semanas de vida. Caracteriza-se por:
Letargia, irritabilidade, convulsões focais.

• Sem tratamento a maior parte dos RN morrem ou sobrevivem com sequelas neurológicas
Infecção congénita por hsv-2. cont…
Infecção congénita por hsv-2. cont…
Exames auxiliares e Diagnostico

O diagnóstico é suspeitado com a história clínica da mãe de HSV-2 durante a gravidez, se for
evidente, e com avaliação das manifestações clínicas do RN.

O diagnóstico de certeza é feito através da identificação do vírus, não disponível no país.

Pode ser feita a punção lombar e o líquido raquidiano mostrar aumento das células (GB) e um
moderado aumento de proteínas.
Infecção congénita por hsv-2. cont…
Diagnóstico diferencial
• No RN é necessário diferenciar com:

• Sépsis;

• Infecção por CMV;

• Eritema tóxico do RN.


Infecção congénita por hsv-2. cont…
Conduta
• O tratamento é feito com Aciclovir de 200-400mg, 20mg/kg de 4x/dia durante 10
dias.

• A Forma sistémica ou disseminada o TMG deve referir ou transferir para o nível


superior para o tratamento endovenoso.

Prevenção
• A prevenção é feita através da aplicação das medidas de prevenção geral das ITS em
mulheres sexualmente activas e seus parceiros.
VARICELA

• Definição e Etiologia: É uma doença infecciosa aguda e altamente transmissível e causada


pelo VZV, também conhecido como HHV3 (human herpes vírus 3).

• Epidemiologia: Esta é uma doença muito contagiosa por via respiratória ou contacto directo
que geralmente atinge crianças de idade inferior a 10 anos, mas pode aparecer em
adolescentes e adultos susceptíveis.

• Transmissão: Os pacientes com a Varicela são contagiosos de 1-2 dias antes do aparecimento
das primeiras lesões cutâneas até a quedas das crostas. A transmissão acontece através de gotas
aerossólicas das vias respiratórias ou através de contacto do fluido vesicular; Os pacientes com
Herpes Zóster podem raramente transmitir a infecção através das lesões cutâneas; Transmissão
vertical durante a gravidez.
Varicela. Cont…
• Período de incubação: É entre 10 e 20 dias mas pode ser mais curto em pacientes
imunodeprimidos

• Factores predisponentes: As pessoas imunodeprimidas são mais susceptíveis, em qualquer


idade, e podem desenvolver uma forma mais grave e difusa da doença.

Manifestações Clínicas

• Pródromos: mal-estar geral, cefaleia leve, febrícula. Podem não aparecer em crianças com
menos de 10 anos e ser mais acentuados em adolescentes e adultos.
Varicela. Manifestações Clínicas. Cont…
Características das lesões: as erupções inicias são máculas que
em poucas horas (6-8h) tornam-se pápulas e nas lesões mais
características da varicela: vesículas com conteúdo seroso. As
lesões são muito pruriginosas. Na pele clara essas vesículas têm
a pele circunjacente muito hiperemiada (como se fosse gota de
água em pétalas de rosa). As lesões apresentam características
diferentes no mesmo paciente e região, em diferentes estádios da
sua evolução. Se o clínico observa a pele de um paciente com
Varicela vai encontrar no momento da observação pápulas,
vesículas e crostas; enquanto em outras doenças da pele há
somente um tipo de lesão que evolui simultaneamente.
Varicela. Manifestações Clínicas. Cont…
• Localização: a área mais comum a ser afectada pelas lesões é o tórax e as mucosas oral,
nasal, ocular e do ouvido. As mucosas genitais são também afectadas, sobretudo em
pacientes imunodeprimidos.

• Evolução: as lesões começam tipicamente no tronco e apresentam uma evolução centrífuga


(do centro para a periferia: membros, pescoço e cabeça). A fase aguda da doença é
caracterizada pelas lesões acima descritas e por sintomas gerais tais como: mal-estar, febre.
Geralmente tem duração de uma semana, sendo que dentro de 3 semanas todas as lesões
tornam-se crostas. A evolução da doença é benigna nas crianças, ou seja, cura-se
espontaneamente sem deixar consequências. Pode ser mais grave em adultos e nos pacientes
imunodeprimidos, com generalização das lesões e aparecimento das complicações.
Varicela. Manifestações Clínicas. Cont…
Complicações:

• Sobre infecção das vesículas por bactérias (Estreptococo que pode causar erisipela, sépsis;
Estafilococo que pode causar piodermite); pneumonia, miocardite e hepatite.

Exames auxiliares e Diagnóstico

• O diagnóstico é fundamentalmente clínico, observando as características das lesões:


vesículas em área hiperemiada, pruriginosas, e em diferentes estágios de evolução na mesma
região (pápulas, vesículas e crostas).

Diagnóstico diferencial:

• Herpes simples generalizada; Sífilis secundária; Impetigo e Eczema infectado.


Varicela. Manifestações Clínicas. Cont…
Conduta

Em pacientes imunocompetentes:
• Banhos para reduzir o prurido. Coçar uma lesão dissemina a infecção.

• Lavar a pele com água e sabão para prevenir as infecções bacterianas; lavar mãos e cortar unhas

• Anti-histamínicos tópicos e/ou por via oral:


o Loção de calamina – aplicar 2-3 vezes por dia nas áreas afectadas.

o Clorfeniramina – 4 mg 3 vezes por dia


• Usar anti-sépticos ou antibióticos tópicos ou “per os ” (via oral) em caso de sobreinfecção bacteriana

Em pacientes imunodeprimidos usar Acyclovir oral:

• Em crianças: Acyclovir 400mg ½ da dose do adulto 4x/dia durante 7 dias, iniciado possivelmente nas primeiras
24- 72 horas após o aparecimento das lesões da pele. O tratamento com acyclovir é para prevenir as
complicações, a difusão das lesões, e reduzir a duração das manifestações clínicas.
Varicela. Manifestações Clínicas. Cont…
Medidas de prevenção
• Lavar as mãos em caso de contacto com lesões suspeitas de varicela;

• Isolamento do paciente até todas as lesões tornar-se em crostas. Depois de todas as lesões ter
crostas, o doente já não é considerado contagioso. As crianças não devem ir a escola até
todas as lesões tornarem-se crostas.
Muito obrigado pela
atenção dispensada.
Bibliografias usadas
• Manual de Formação Para Técnicos de Medicina Geral. 4º.
Semestre Pediatria_Parte_II. Maputo-MZ. 2013

• Manual de Formação Para Técnicos de Medicina Geral. 2º.


Semestre Dermatologia. Maputo-MZ. 2012

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