Jose Macho. Foco

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Técnico de Medicina Geral

Modulo: HO
Discentes:
José Armindo
Minae Juma
Beatriz Maria
Lévia Rogerio
Luísa Sanela
Exames Auxiliares de Diagnostico em
Oncologia
 O uso dos exames auxiliares de diagnostico serve de complemento para a anamnese e
exame físico, no estudo das diversas patologias oncológicas. Ao nível do TMG, os
principais exames usados para o estudo de patologias neoplásicas em órgãos sólidos
são:
 Hemograma completo
 Exame bioquímico
 Radiografia.
 Estes testes podem dar uma orientação mas não são específicos de uma determinada
neoplasia.
Cont.
 O único teste definitivo para o diagnostico das neoplasias em órgãos sólidos é:

 O exame histológico de uma amostra de tecido da massa tumoral obtida a partir da


biopsia.

 Este exame e outros mais especializados ( ecografia, TAC, ressonância magnética ),


não são realizados ao nível do TMG, pelo que os casos suspeitos de patologia tumoral
devem ser referidos para níveis de atenção superior.

 Hemograma completo

 O hemograma pode revelar, indicando a presença de tumores em fase avançada ou de


tumores que cursem com perda sanguínea (ex. tumor gástrico, tumor da bexiga).
Exame Bioquimico
 O exame biológico é útil para avaliar a função dos diferentes órgãos a saber:

 Função hepática

o Pode se verificar um aumento da aspartato aminotransferase (maior que 40 UI/l) e da


Alanina aminotransferase (maior que 30 UI/l), indicando lesão hepatocelular, presente
nos tumores hepáticos avançados.

o A contagem de proteínas totais e de albumina pode estar reduzida, indicando uma


degradação da função hepática, igualmente presente nos tumores hepáticos.

o A bilirrubina pode estar aumentada, indicando a presença de tumores hepáticos ou de


tumores do pâncreas (cabeça do pâncreas ) que obstruam o fluxo da bílis.

o O aumento da fosfatasa alcalina indicando a presença de tumores ou de metástases


ósseas.
Cont.
 Função Renal: pode-se verificar um aumento da creatinina (maior que 7,7mmol/l)
e da ureia (maior que 130μmol/l/homem e que 110μmol/l/mulher), indicando a
degradação da função renal, presente nos tumores renais.

 Amílase: pode estar elevada indicando a presença de lesão pancreática, num


provável tumor do pâncreas.

 Exames Radiológicos

Os exames radiológicos são uteis para auxiliar no diagnostico em caso de suspeita de


neoplasia solida.

o Radiografia Torácica.

Este exame, esta indicado em caso de suspeita de neoplasia solida de qualquer órgão
torácico (ex: pulmões, pleura, vértebras) ou de presença de metástases osseas (ex;
Cont.
 A radiografia pode apresentar anormalidades em uma ou mais das estruturas contidas
na caixa torácica, como por exemplo:

• Opacidade única ou múltipla, no parênquima pulmonar: sinal de neoplasia (apos ter


excluído processo infecioso ou de outra natureza)

• Obstrução de um brônquio principal por uma massa, com resultante atelectasia


pulmonar e opacidade do pulmão correspondente

• Derrame pleural, espessamento das pleuras: indicando afeção da pleura e reação pleural
a neoplasia

• Opacidade no mediastino: que e sinal ou uma massa mediastínica (podendo ser um


gânglio aumentado, metástases ou outras massas.

• Presença de lesões pulmonares ou infiltrados nodulares em caso de Sarcoma de Kaposi.


Massa Mediastinica
Raio x com sk no pulmao
Radiografias de ossos longos e quadril
 Este exame esta indicado em caso de suspeita de tumores primários ou metastáticos dos
ossos longos (fémur, Tíbia, úmero, radio) ou de outros ossos ( Ex: osso coxal). Como
muitos carcinomas metastatizam para os ossos, e indicado fazer radiografia em caso de
suspeita ou de confirmação de diversos tumores como o da mama, dos pulmões, da
próstata, da tiroide, ou dos rins.

 Imagens anormais podem apresentar vários tipos de alterações, dependendo do tipo de


neoplasia e do efeito secundário que esta tem no próprio tecido ósseo.

 O osso apresenta uma ou mais áreas circulares de hipodensidade que aparecem na


radiografia como mais escuras que o tecido ao redor: são típicas de metástase.
Cont.
 O osso apresenta uma fratura: sinal de comprometimento do osso por
causa de neoplasia primaria do osso ou por metástase

 O osso apresenta áreas de hiperdensidades circulares: mais


esbranquiçadas que a parte normal do osso, indicando neoplasia ou
metástases ósseas.
Metastase óssea
Fractura patológica por presença de tumor óssea

NB: Apos a realização dos exames auxiliares de diagnostico, o TMG deve referir todos os
casos suspeitos de patologia oncológica, para poderem beneficiar de exames
especializados e de seguimento adequado.
Tumores Sólidos

 O tumor solido é uma massa solida que resulta da proliferação anormal de células
neoplásicas de um órgão.
 O tumor solido pode ser benigno ou maligno. O tumor maligno tem a capacidade de
metastatizar, ou seja, de migrar do órgão onde se originou para outros mais ou menos
longe.
 Os sistemas e órgãos mais vulneráveis ao desenvolvimento de tumores são aqueles
órgãos cujas células estão em continua proliferação, ou que estão expostos a
substancias endógenas como as hormonas, ou externas como agentes químicos, sol,
traumas.
 Os órgãos mais afetados por neoplasias malignas em Moçambique são:
 Pele
 Aparelho Respiratório: pulmões e laringe
 Aparelho gastrointestinal: Esófago, Fígado e colon.
 Aparelho urinário: bexiga
 Aparelho Reprodutor feminino: colo do útero, útero, ovário e mama.
 Aparelho Reprodutor Masculino: próstata.
Tumores da pele.
 Existem vários tipos de tumores de pele, alguns benignos e outros malignos. Os dois
tipos mais frequentes no nosso meio são: Carcinoma basocelular e o Sarcoma de
Kaposi.
 Carcinoma Basocelular e o tumor da pele mais frequente na Africa Austral e na
Austrália, que são os países mais expostos aos raios UV.
 Etiologia e Fatores de risco
A causa do carcinoma basal é desconhecida, mas fatores ambientais e genéticos
predispõem o individuo ao seu desenvolvimento:
 Raios UV do sol: o fator mais frequente
 Exposição a outros tipos de radiações
 Idade avançada
 Sexo masculino
 Queimaduras
 Estado de imunodepressão
 Tipo de pele: ex. albinos, pessoas de pele clara.
Quadro clinico
 O carcinoma basocelular apresenta-se mais frequente nas seguintes localizações:
 Cabeça: face e nariz(70% dos casos), couro cabeludo
 Pescoço, mãos
 Tórax
 Pénis, vulva ou pele do períneo.
O paciente pode apresentar uma lesão que cresce lentamente(crescimento de 0,5 cm em 1
ou 2 anos) e que sangra facilmente apos traumas leves, ou pode também apresentar uma
pápula com pus na face, que nunca passa.
o Pápula com depressão central ou com formato de perola
o Pápula ulcerada ou com erosão central
o Lesão com sangramento especialmente em caso de trauma
o Lesão com crosta na parte superior (apos sangramento)
o Lesão plana com bordas elevadas
o Lesão com aspecto translucido, brilhante
o Linfoadenopatia: pode estar presente a nível dos gânglios retro-auricolares, occipitais
ou cervicais.
Carcinoma basocelular-lesão papular em forma de perola
Complicações
O carcinoma basal da pele tem pouca capacidade de desenvolver metástases, mas é muito
recorrente, mesmo apos a cirurgia. E também frequente que seja multicêntrico, isto e, que
apareça em vários lugares em simultâneo ou ao longo do tempo.
Diagnostico
Alem da historia clinica e do exame físico, o diagnostico deve ser confirmado com o
exame histológico de uma amostra obtida por biopsia da lesão.
Diagnostico Diferencial
 Dermatite-geralmente há outras lesões na face e no couro cabeludo
 Eczema-é geralmente generalizado
 Furúnculo-passa apos 3-5 dias, mesmo sem tratamento
 Outros tumores malignos da pele: diagnostico diferencial com biopsia
 Molusco contagioso: geralmente são mais lesões, frequentemente associado ao HIV.
Tratamento
 O TMG deve referir todos os casos suspeitos para confirmação do tratamento e
para que possam beneficiar de seguimento adequado. O tratamento inclui a
cirurgia e outros procedimentos.
Sarcoma de Kaposi
 Uma doença sistémica multifocal maligna (tumor), que tem origem no endotélio
vascular.
 Etiologia
A etiologia da sk, envolve uma desregulação do sistema imunológico a infecçao pelo vírus
humano herpes 8 (HHV-8). O genoma desse vírus é encontrado em quase todas células
tumorais.
Classificação
Classificado em 4 tipos:
 SK endémico ou «Africano»
 SK epidémico, relacionado a epidemia de HIV
 SK dos imunodeprimidos: afeta os órgãos sólidos transplantados ou pacientes que estão
recebendo uma terapia imunossupressora.
 Sk (esporádico) clássico: afeta tipicamente homens idosos das regiões do mediterrâneo,
entre os 50 e 70 anos. Há manchas cutâneas nas extremidades, não há envolvimento de
gânglios, mucosas ou órgãos internos.
SK Endémico ou Africano

 É o tipo de SK que afecta as pessoas não infectadas pelo HIV. Ocorre geralmente na
idade adulta, de 35-50 anos, mas pode afectar também as crianças.
 Quadro clinico
 Edema unilateral da perna e nódulos cutâneos
 Envolvimento dos órgãos internos em particular o sistema gastrointestinal
 Manchas violáceas nas extremidades inferiores, nas pernas ou pés.
 As manchas da pele podem regredir deixando uma lesão de hiperpigmentaçao
 O envolvimento das mucosas é raro
 Pode haver envolvimento de gânglios (raro em adultos e mais frequentes em crianças) e
do sistema gastrointestinal.
Diagnostico
 É feito através da biopsia se disponível, é essencial fazer o teste para o HIV que neste
caso é não reativo ou negativo, e observar as características das lesões.

 Tratamento

O tratamento do Sarcoma de Kaposi de qualquer tipo não é feito ao nível do TMG, pelo
que apos suspeitar de um destes, o TMG deve referir o paciente para confirmação do
diagnostico e para beneficiar de conduta adequada. Antes de referir, o TMG deve
estabilizar qualquer complicação presente nas lesões como sangramento (aplicação de
penso compreensivo), feridas infetadas (limpeza das feridas e feitura do penso,
administração de tratamento antibiótico).
SK relacionado a epidemia de HIV
 É a forma mais comum e mais agressiva do SK. Afeta geralmente os pacientes com
estado avançado da infeção pelo HIV e é a neoplasia mais frequente nesses pacientes.
 Quadro clinico
AS lesões podem iniciar na pele e aparecer depois nos mos órgãos internos ou iniciar nos
órgãos internos sem as manifestações clinicas da pele.
• Localização: podem aparecer em qualquer sitio, tipicamente estão localizadas nas
extremidades inferiores, na região da cabeça e do pescoço
• Aspecto: varia de mácula, pápula, nódulo ou pala dependendo do estádio da sua
evolução.
• Distribuição na espessura da pele: há uma forma infiltrativa (que desenvolve-se na
camada interior da pele) e uma forma exófitica (que desenvolve-se acima do plano da
pele).
• Dimensão: de mm a vários cm.
• Cor: varia de violácea (a mais comum) azulada (difícil de evidencia na pele escura)
Lesoes de SK
SK na boca
Conduta
Nos pacientes HIV positivos, iniciar o TARV é o primeiro passo em todos os pacientes com
SK. Os casos de lesões cutâneas que não evoluírem favoravelmente com regressão das
lesões e todos os casos com SK sistémico, deverão ser referidos para beneficiar de
quimioterapia nos hospitais de referencia.

As formas cutâneas ulceradas precisam de ser tratadas topicamente e em caso de infeções


bacterianas das feridas, com antibióticos por via sistémico.

Tratamento da dor caso esteja presente com paracetamol cpr 500 mg: 2cpr de 6/6h.
Carcinoma da mama
 É causado pelo crescimento anormal de células do tecido da mama que se
desenvolvem de maneira descontrolada e anormal. A maior parte dos tumores são de
origem do tecido glandular, uma pequena parte são de outros tecidos anexos.

 Fatores de Risco
o Genéticos
o Idade
o Menarca com idade inferior ou igual a 11 anos
o Menopausa com idade superior ou igual a 55 anos
o Primeira gravidez com mais de 30 anos ou nuliparidade ( ausência de gravidez)
o Tomar estrogénio e progestinas como terapia para a menopausa por muitos anos
o Dieta rica em gordura
o Obesidade ou sobrepeso, sobretudo no período da menopausa
o Abuso de álcool
o Tratamento com Radiações
Manifestações clinicas
 O cancro da mama, sobre tudo nas fases iniciais é assintomático, razão pela qual é
muitas vezes diagnosticado em fazes avançadas (quando o paciente apresenta sintomas)
pode apresentar os seguintes sinais/sintomas:
 Nodulo mamário
 Secreção do mamilo
 Inversão do mamilo
 Erosão, crescimento ou prurido no mamilo
 Crescimento, deformidades, ou endurecimento da mama
 Alterações da pele acima da mama: hiperemia, alterações da textura, pele em casa de
laranja podem ser associados ao cancro da mama, edema.
 Nodulo a nível dos gânglios axilares ou supraclaviculares.
Carcinoma da mana
Diagnostico e conduta
 Historia clinica: para alem da historia da doença actual, deve prestar particular atenção
aos antecedentes e factores de risco.
 Exame físico: feito pelo clinico e pela própria paciente (auto-palpação)
 Mamografia: exame radiológico que pode evidenciar anormalidades no tecido da
mama.
Conduta
Em caso de suspeita de cancro é necessário referir para o nível superiorº
Cirurgia: que dependendo do grau e extensão do tumor pode ser conservada, ou seja tirar o
tumor ou uma parte da mama ou pode ser uma mastectomia total ou seja remoção da mama
e gânglios axilares.
Outros tratamentos como quimioterapia e radioterapia também são feitos para
complementar.
Carcinoma da laringe
 É a neoplasia mais frequente das vias respiratórias superiores. É mais frequente no sexo
masculino.
Fatores de Risco
 Fumo de tabaco
 Abuso de álcool
Quadro clinico
 A localização inicial mais frequente é a nível das cordas vocais ou da epiglote.
 Se a localização for nas cordas vocais e na glote, pode causar disfonia
 Se for na epiglote determina dor e dificuldade na deglutição (odinofagia e disfagia=.
Diagnostico
O clinico deve prestar atenção a historia clinica, em particular ao paciente que apresenta
disfonia com duração de mais do que 2 semanas, ou disfagia e odinofagia sem causas
infecciosas. O exame físico não evidencia causas infecciosas da sintomatologia mas pode
detetar linfadenomegalia dos gânglios do pescoço.
conduta
 Todos os casos suspeitos devem ser referidos para níveis de atenção superior, onde o
especialista ira confirmar a suspeita com laringoscopia e biopsia.
Carcinoma Broncopulmonar
 O tumor do pulmão é a primeira causa de mortalidade por cancro em homens e
mulheres em todo o mundo. Embora não existam dados oficiais, sabe-se que em
Moçambique também é muito frequente tanto nos homens como nas mulheres. Aparece
geralmente em pacientes de 50-70 anos de idade e é mais frequente no sexo masculino.
Etiologia
Muitos fatores estão relacionados ao surgimento de tumor nos entre os quais:
 Tabaco
 Exposição a asbesto e outras substancias químicas
 Exposição a radiações
 Poluição ambiental
 Exposição ao fumo do carvão/lenha (cozinha intradomiciliaria)
 Fatores genéticos
Quadro clinico
 Sintomas sistémicos:
• Perda de peso inexplicável ate caquexia
• Febrícula ou febre
• Astenia e anorexia.
 Sintomas Respiratórios
• Tosse seca ou produtiva, com ou sem escarro hemoptoico (sangue)
• Hemoptise Massiva
• Ruídos Respiratórios anormais (sibilos, roncos ou fervores crepitantes)
• Dor torácica
• Broncopneumonia
• Dificuldade respiratória.
Cont.
 Sintomas no caso de metástase regional:
o Linfadenomegalia supraclavicular
o Obstrução da veia cava superior
o Paralisia do nervo frénico
o Compressão do esófago
o Compressão das vias aéreas.
Sintomas no caso de metástase a distancia:
 Cérebro: cefaleia, alterações do estado mental, convulsões meningismo, alteração da
marcha e da coordenação motora, náusea, vomito.
 Medula espinal: dor das costas, paralisia dos membros
 Fígado: hepatomegalia, geralmente não dolorosa
 Sistema gastrointestinal e gânglios intestinais: náusea, vomito, sensação de saciedade
precoce, perda de peso, alterações dos hábitos de defecar.
Diagnostico e conduta
 Em caso de suspeitas de tumor pulmonar é necessário fazer o RX do tórax.

 O Rx pode ser normal nos casos de tumor de pequeno tamanho.

 Caso o Rx do tórax seja alterado, ou caso seja normal mas haja forte suspeita clinica é
necessário referir o paciente ao nível superior para executar outros testes mais
específicos: TAC, ressonância magnética, broncoscopia e biopsia.

 Conduta

Todos casos suspeitos devem ser referidos ou transferidos para níveis de atenção superior,
para que possam beneficiar de exames mais especializados e de seguimento especializado.
Dependendo do estádio e da localização do tumor, o tratamento consiste na remoção
cirúrgica, associada ou não a quimioterapia. Em caso de metástase a
quimioterapia/radioterapia é o tratamento de escolha.
Derrame pleural secundario a um tumor da base do pulmão direito
Obrigado

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