Tutoria P3M3
Tutoria P3M3
Tutoria P3M3
PROBLEMA 5 – “A Biópsia!!!”
João Carlos foi, essa semana, para o ambulatório de oncologia, onde presenciou a
consulta da paciente M.R.S., 40 anos. Ela estava em acompanhamento de câncer de mama
diagnosticado aos 33 anos. Informava que havia perdido a mãe por câncer de mama e que sua
irmã apresentou suspeita de câncer de mama no ano anterior, aos 34 anos. Há 07 anos M.R.S.
tinha detectado um nódulo em mama esquerda de cerca de 2,5 cm. Nenhum linfonodo foi
detectado ao exame físico, USG ou MMG. Feito biópsia. Conclusão do anatomopatológico:
carcinoma ductal infiltrante grau histológico II. O laudo da imunohistoquímica mostrava
receptores de estrógenos positivos em 90% das células, receptores de progesterona positivos
em 90% das células, oncoproteína c-erb2 (HER 2) positivo 3+, Ki-67 de 25%.
Foi realizada, na época do diagnóstico, cirurgia conservadora da mama e avaliação
de linfonodal axilar pela técnica do linfonodo sentinela, que foi negativo. Foi encaminhada para
quimioterapia adjuvante com o esquema DCT (docetaxel, carboplatina, trastuzumabe) por 6
ciclos, seguido de Radioterapia adjuvante. Completou mais 40 semanas de trastuzumabe (ao
todo um ano). Após os seis ciclos de DCT iniciou também tamoxifeno durante 5 anos.
Agora, M.R.S. procurou atendimento médico porque estava apresentando há dois
meses dor na coluna de forte intensidade. A cintilografia óssea mostrou lesão em L4, L5 e
costelas, sugerindo metástáses óssea. O restante dos exames de estadiamento estavam
normais. Foi recomendado tratamento paliativo com quimioterapia associada a inibidor de
osteólise.
INSTRUÇÃO: conhecer o papel do câncer de mama e a importância de sua detecção
precoce
Oncoproteína cerb2 (HER 2) positivo 3+:
O receptor HER2 é uma proteína localizada na membrana das células epiteliais. Essa
sigla significa Human Epidermal growth factor Receptor-type 2, ou seja, receptor tipo 2
do fator de crescimento epidérmico humano. Trata-se de uma proteína que, em
quantidades normais, cumpre um papel importante no crescimento e desenvolvimento
de várias células epiteliais.
O problema relacionado a esse receptor é que o câncer de mama se desenvolve
justamente a partir de células epiteliais, como as encontradas no tecido glandular da
mama. Algumas mulheres apresentam uma mutação no HER2, que provoca um
funcionamento anormal, levando ao crescimento descontrolado das células, ou seja, à
formação de um tumor.
A exacerbação dos receptores HER2 também pode indicar que se trata de um tumor
mais agressivo.
Se o resultado da imunohistoquímica for 3+, o câncer é HER2+. Esses tumores
geralmente são tratados com medicamentos que têm como alvo a proteína HER2.
Ki-67: O Ki-67 (ou MIB-1) é um marcador utilizado na avaliação imunoistoquímica do
câncer de mama. Trata-se de uma substância liberada durante a divisão celular.
Portanto, os tumores que se dividem mais tem Ki-67 mais elevado.
Linfonodo sentinela: O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo que recebe a drenagem
linfática proveniente do câncer de mama. A sua detecção tem a finalidade de predizer o
estado da axila e evitar o esvaziamento axilar nos pacientes sem comprometimento
metastático.
DCT: (docetaxel, carboplatina, trastuzumabe)
TAMOXIFENO: É uma molécula que tem a capacidade de se ligar ao receptor de
estrógeno presente em várias células do nosso corpo. Quando ingerido, ele ocupa os
receptores deste hormônio e impede a atuação deste.
Cintilografia óssea:
É um exame indicado pelo médico quando a pessoa apresenta dor óssea,
infecção ou lesão nos ossos que não conseguem ser vistas por outros exames.
Desta forma, a cintilografia ajuda a diagnosticar várias doenças ósseas como
infecções, artrite, fratura ou alterações na circulação sanguínea do osso, por
exemplo.
Além disso, a cintilografia ajuda a avaliar próteses nos ossos e a detectar se
existem metástases ósseas, que ocorrem quando o câncer de outra parte do
corpo se espalha para os ossos.
Tratamento paliativo: A Organização Mundial de Saúde define como “o tratamento
completo e ativo de pacientes, cujas doenças não mais respondem a tratamentos
curativos; portanto, o objetivo principal é conseguir controlar a dor e outros sintomas, bem
como problemas psicológicos, sociais e espirituais”.
Inibidores da osteólise: O uso de Inibidores da Osteólise (Bisfosfonatos) no tratamento
oncológico tem o objetivo de inibir a reabsorção óssea, oferecendo controle das
complicações ósseas e, eventualmente, reduzindo a dor.
2º Passo: Definir o Problema
FATORES DE RISCO
FATORES PROTETORES-INCA
tipos histológicos
Tipos histológicos
DUCTAL-MAIS COMUM
PIOR PROGNÓSTICO INVASIVO E INFLAMATÓRIO
DESCARGA PAPILAR SEROSANGUINOLENTA
Ductal in situ-
Ductal invasivo
Lobular in situ
Lobular invasivo
Inflamatório
Doença de Paget
Ductal in situ (não rompe a membrana), ductal invasivo (rompe a membrana basal, e adentra o
tecido ao seu redor; 85%), lobular in situ, lobular invasivo, inflamatório, doença de Paget,
tubular, coloide ou mucinoso, adenoide cístico, cribiforme, papilífero, medular típico.
Curiosidade: Os termos ductal e lobular são ainda utilizados para descrever subtipos nos
carcinomas in situ e invasivos, porém evidências sugerem que esses carcinomas na verdade
se originam de células da unidade ducto lobular terminal.
FATORES DE RISCO
- Fatores ambientais ou comportamentais:
• Exposição à radiação ionizante
• Tabagismo
• Alcoolismo
• Obesidade e sobrepeso
• Sedentarismo
-Fatores endócrinos:
• História de menarca precoce (antes dos 12 anos) – devido obesidade, exposição hormonal
• Menopausa tardia (após os 55anos)
• nuliparidade
• Gravidez tardia (após 30 anos);
• TRH pós-menopausa (principalmente por mais de 5 anos)
• ACO
FATORES PROTETORES
Multiparidade em idade não avançada
Prática de atividade física
Peso corporal adequado
Amamentação
EXAME FÍSICO
FEBRASGO,EXAME 40 ANOS INICIA ATÉ 74 ANOS.
EXAMES DIAGNÓSTICOS
Radiografia de tórax
Tomografia computadorizada
Ressonância magnética
Ultrassom
Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan)
Cintilografia óssea
Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser
recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação
diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um
fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de
uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do
diagnóstico.
Bi-Rads
0 - exame inconclusivo
1 - exame normal ou exame negativo
2 - exame com achados certamente benignos
3 - Exame com achados provavelmente benignos
4 - exame com achados suspeitos
5 - exame com elevado risco de câncer
6- exame com lesão maligna previamente conhecida
Biópsia
Atualmente, os métodos de escolha para se diagnosticar o câncer de mama são as biópsias
percutâneas realizadas por agulha grossa (core biópsia e biópsia a vácuo).
Biópsia por agulha grossa (Core biopsy). A biópsia de fragmento com agulha ou core biopsy
consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais
grosso que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. O posicionamento da agulha de biópsia
poderá ser guiado por ultrassom, mamografia ou ressonância magnética. O procedimento é
realizado com anestesia local e geralmente se retiram vários fragmentos de alguns milímetros.
Esse é geralmente o tipo de biópsia preferido se houver suspeita de câncer de mama.
Biópsia a vácuo ou mamotomia. A biópsia vácuo-assistida é uma forma de se obter tecido
mamário para análise histológica em procedimento percutâneo (não cirúrgico), sendo por isso
considerada minimamente invasiva. Ela pode ser realizada mediante orientação mamográfica
(no caso requer o uso do recurso da estereotaxia), ultrassonográfica ou por ressonância
magnética. Essa é a forma de biópsia percutânea que obtém a maior quantidade de tecido.
Estudos demonstraram que com essa obtenção de maior quantidade de tecido a taxa de
subestimativa no diagnóstico das microcalcificações mamárias é menor que a da biópsia de
fragmento estereotáxica, diminuindo, assim, a necessidade de biópsias cirúrgicas. A
desvantagem da biópsia vácuo-assistida é seu custo, consideravelmente maior que o da
biópsia de fragmento.
Tratamento
Depende do estadiamento (fase em que a doença se encontra) e do tipo histológico/grau do
tumor
Doença diagnosticada em fase inicial > potencial de cura com Tto.
Doença metastática – tto busca aumentar a sobrevida da pct.
Estádios I e II
A conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser conservadora, com retirada apenas do
tumor (Moran et al., 2014); ou mastectomia, com retirada da mama e reconstrução mamária.
A avaliação dos linfonodos axilares tem função predominantemente prognóstica (Giuliano et
al., 2011).
Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em algumas
situações. Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos de
mastectomia.
O tratamento sistêmico será determinado de acordo com o risco de recorrência (idade da
paciente, comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau de diferenciação), assim como
das características tumorais que ditarão a terapia mais apropriada.
Estádio III
Pacientes com tumores maiores, porém ainda localizados, enquadram-se no estádio III.
Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com quimioterapia) é a
modalidade terapêutica inicial. Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local
(cirurgia e radioterapia).
Estádio IV
Nesse estádio, é fundamental que a decisão terapêutica busque o equilíbrio entre a resposta
tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, levando-se em consideração os potenciais
efeitos colaterais decorrentes do tratamento. A modalidade principal nesse estádio é
sistêmica, sendo o tratamento local reservado para indicações restritas.
ANOTAÇÕES:
O “melhor” tratamento é a cirurgia. Mas depende de cada caso específico.
Mastectomia simples
Mastectomia radical
HER2+: trastuzumabe.
Acompanhamento: Exame de imagem não é de rotina. Mas anamnese e exame físico sim.
De 3 em 3 meses.
Resolução do Problema
Deve-se responder a pergunta do problema levantado na tutoria