PowerPoint 21 Arte e Expressão

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CAPÍTULO 21

Arte
e expressão

Aires Almeida | Desidério Murcho


A arte tem uma função: exprimir emoções
A função do artista ao criar uma dada obra
é, de acordo com Lev Tolstói e
R.G. Collingwood, exprimir o que o próprio
arista realmente sente.

Exemplos de sentimentos ou emoções são:


alegria, alívio, amor, angústia, assombro,
compaixão, desalento, desencanto,
desilusão, desprezo, entusiasmo, espanto,
esperança, euforia, fé, felicidade, gratidão,
humildade, ira, luto, mágoa, melancolia,
nostalgia, ódio, orgulho, paixão, paz, pena, Esta pintura de Millet, intitulada Angelus (1859) é a
perda, prazer, pudor, rancor, respeito, expressão dos sentimentos de fé, humildade e gratidão
do seu autor. O público pode ser contagiado por tais
revolta, segurança, surpresa, tédio, temor, emoções, o que explica, diz Tolstói, que esta pintura
ternura, terror, tranquilidade, tristeza, ... seja arte.
O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano
Tolstói: a arte como transmissão de emoções

Algo é arte se e só se a) foi produzido por alguém com a intenção de exteriorizar os seus
sentimentos pessoais, b) de modo a contagiar os outros com eles.

1. Intencionalidade: a expressão artística de sentimentos tem de ser intencional (fora da arte


também exprimimos emoções, mas não de forma intencional);
2. Autenticidade: as emoções expressas têm de ser realmente sentidas pelo artista, e esse
sentimento tem de ser pessoal (não se trata de fingir que se sente algo, nem de sentir emoções
genéricas e abstratas);
3. Contágio: a obra de arte deve ser capaz de fazer o público destinatário sentir as mesmas
emoções que estão a ser expressas e não quaisquer outras que elas possam despertar (pois só
assim há verdadeira comunicação ou transmissão de emoções).
O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano
Collingwood: a arte como clarificação de emoções

Algo é arte se e só se a) foi produzido por alguém com a intenção de exteriorizar os seus
sentimentos pessoais, b) de modo a clarificá-las para si próprio.

1. Clarificação: a finalidade da expressão é a clarificação, porque o artista começa por não saber
exatamente que emoção sente: ele apenas sabe que está a sofrer uma emoção, mas não sabe
que emoção é essa. Exterioriza-a precisamente para poder tomar consciência da emoção que o
afeta e assim se aliviar do desconforto de sentir algo que antes disso não conseguia identificar.
2. Imaginação: a expressão não segue um plano nem recorre a qualquer técnica pré-definida (isso é
próprio do entretenimento e do artesanato), pois o verdadeiro artista ainda não sabe o que está
a exprimir. Assim, resta-lhe recorrer à expressão imaginativa, avançando sem saber de antemão
bem onde vai chegar. A expressão artística é um processo de autodescoberta.
O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano
Compreender a perspetiva expressivista da arte

O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano


A favor da perspetiva expressivista da arte
1. É um facto que as pessoas se emocionam de diversas maneiras com as obras de arte, o
que parece indicar que a matéria da arte é a própria emoção. Argumenta-se que, se não
fosse o seu conteúdo emocional, dificilmente conseguiríamos explicar o efeito irresistível
que as grandes obras de arte exercem sobre nós e o facto de frequentemente
«arrastarem» multidões de pessoas atrás de si.
2. Nenhuma descrição de uma dada obra de arte, por muito pormenorizada que seja,
permite substituir a experiência de apreciar diretamente essa obra. Há, portanto, algo
que ocorre no contacto direto com a obra, que só pode ser adequadamente explicado
pela experiência emocional que cada obra proporciona.
3. O modo como as obras de arte são descritas e avaliadas recorre constantemente a uma
linguagem emocional, tanto nas apreciações positivas como nas negativas:

O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano


Possíveis contraexemplos à definição expressivista
a) Nas artes plásticas: as obras abaixo são a expressão de que emoções?

O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano


Possíveis contraexemplos à definição expressivista
b) Na música: há música instrumental e minimalista que não parece ser a expressão de emoções:

c) Na arquitetura: algumas obras de arquitetura parecem não ter qualquer conteúdo emocional.

O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano


Outras críticas à definição expressivista
1. É muito provável que os atores de cinema não sintam realmente as emoções que
parecem estar a ser expressas e, mesmo assim, o que fazem seja arte.

2. Dado que não temos acesso à mente do criador de muitas obras, nomeadamente de
obras do passado distante, então também não podemos saber se esses artistas sentiram
realmente alguma emoção e qual. Como explicar, então, que isso é arte?
3. Tanto a versão de Tolstói como a de Collingwood levam a excluir do domínio da arte o
puro entretenimento de algumas obras humorísticas, o que muitos consideram inaceitável.

O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano


a seguir...

A arte é essencialmente forma significante.

O Espanto 11 | Filosofia 11.º ano

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