Mackenzie Sapatas Novo R1

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SAPATAS

Conceitos teóricos básicos sobre o funcionamento de Sapatas

As sapatas de fundação direta seguem regras de projeto análoga às dos blocos de


coroamento das estacas. A diferença maior esta no fato de que agora a reação da
fundação esta distribuída em toda superfície inferior do bloco, não mais se concentrando
em áreas restritas (estacas).
As sapatas são elementos de fundação superficial (rasas), posicionadas em níveis
próximos à superfície do terreno, construídas normalmente em concreto armado de modo
que as tensões de tração não sejam resistidas pelo concreto mas sim pelo emprego de
barras de aço.

Estruturas de Concreto III


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Tipos de Sapatas
1 – Sapatas Isoladas 2 – Sapatas Associadas

Utilizadas
para divisas
3 – Sapatas de Divisa com viga alavanca de terreno

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Tipos de Sapatas
4 – Sapatas Corridas:

Para pilares Para paredes

5 – Sapatas Pré-Moldadas 6 – Radier com Viga Invertida

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Blocos ou Sapatas não Armadas

São elementos com grandes dimensões construídos com concretos simples


ou ciclópico, dimensionados de modo que as tensões de tração nele
produzidas possam ser resistidas pelo concreto e o dimensionamento, para tal, deve ter
um ângulo mínimo de 60º como mostram as figuras abaixo.

≥ 60º ≥ 60º

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Classificação das Sapatas
A sapata pode ser:

Flexível Rígida

Segundo MONTOYA a Sapata é Flexível


l
l
quando ≥ 2h e Rígida quando l ≤ 2h
ou h ≥ a – a0
4

A NBR 6118-2003 define a altura (h) para


Sapata Rígida como sendo:
h ≥ a – a0
3

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Dimensões e detalhes construtivos

ao
l bo

As dimesões da sapata variam usualmente de 5 em 5cm. A altura ho é limitada a um valor tal, que o
cobrimento seja suficiente nas zonas de ancoragem e no mínimo 15cm, e o ângulo não deve
ultrapassar 30º, o qual corresponde aproximadamente ao ângulo do talude natural do concreto fresco.
Um cálculo prático para ho é tomarmos ho = h / 3
As sapatas de altura constante são mais fáceis de construir e são indicadas para sapatas de pequenas
dimensões.
O centro de gravidade da sapata coincide com o centro de aplicação da força no pilar.
A sapata não deve ter nenhuma dimensão menor que 60cm para sapatas corridas e 70cm para sapatas
isoladas.
Sempre que possível a relação entre os lados a e b pode ser menor ou no máximo igual a 2,5.
Os valores a e b normalmente são escolhidos de modo que os lados da sapata em relação à face do
pilar sejam iguais nas duas direções (abas iguais).

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Distribuição das tensões na Sapata

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Distribuição das tensões na Sapata

As principais variáveis que regem a distribuição das tensões sobre o solo em contato com uma
sapata são a natureza do solo (rocha, areia ou argila) e a rigidez da fundação (rígida ou flexível).
A distribuição real não é uniforme, mas admite-se na maioria dos casos uma distribuição uniforme
para as pressões do solo, representada pelas linhas tracejadas das figuras anteriores. No
dimensionamento estrutural, esta configuração aumenta os valores dos esforços solicitantes
quando comparados com a situação quando se usa a distribuição real.
A NBR6122-1996 indica que para o efeito de cálculo estrutural de sapata sobre rocha o elemento
estrutural pode ser calculado como peça rígida, adotando-se o diagrama bi-triangular de
distribuição.
Na sapata sobre solo coesivos, a distribuição uniforme de tensões não difere muito da distribuição
real, o que pode ser observado nas figuras anteriores.
No caso de sapatas flexíveis apoiadas sobre solo arenoso, o diagrama triangular de distribuição é
o mais indicado.

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Sapatas sobre ações excêntricas

Quando a força resultante da aplicação de um momento situa-se dentro do


núcleo central de inércia não ocorre tração em nenhuma das bordas da sapata.

A determinação da tensão máxima e mínima do solo sob a sapata vem da equação


que rege a flexão composta da resistência materiais.

σ= P ± M.y I= momento de inércia da base da sapata


A I y= distância do eixo central ao ponto onde a tensão
esta sendo calculada.

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Tensões Máximas para ações excêntricas

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Deve ser verificado o equilíbrio estático da estrutura, que considera as situações de
tombamento e deslizamento em condições desfavoráveis, que é o caso das sapatas
Isoladas submetidas a ações horizontais e ações excêntricas.

Verificação ao tombamento

Mtomb= M + H . h Esta condição é automaticamente


satisfeita ao se respeitar que a zona
Mresist= N . A / 2 comprimida da sapata seja maior
que a metade da sapata.
Devemos ter:

Mtomb ≤ Mresist / 1,5

Verificação ao deslizamento (somente pelo atrito)

Solo não coesivo N 2 φ - ângulo de atrito interno do solo


H≤ Tg φ
1,5 3

1 . 2c . Asap c - coesão do solo


Solo coesivo H≤
1,5 3 Asap - área da sapata

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Sapatas rígidas
Trabalho à flexão nas duas direções, admitindo-se que, para cada uma delas, a
tração na flexão seja uniformemente distribuída na largura correspondente da sapata.

Essa hipótese não se aplica à compressão na flexão, que se concentra mais na região do pilar
que se apóia na sapata e não se aplica também ao caso de sapatas muito alongadas em
relação à forma do pilar.

Trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruptura por tração
diagonal, e sim compressão diagonal, que é verificada com o critério de punção da NBR
6118:2003 considerando o contorno C que é o da seção transversal do pilar. Isso ocorre porque
a sapata rígida fica inteiramente dentro do cone hipotético de punção, não havendo portanto
possibilidade física de punção.

Sapatas flexíveis
Trabalho à flexão nas duas direções, não sendo possível admitir tração na
flexão uniformemente distribuída na largura correspondente da sapata. A concentração
de tensões junto ao pilar precisam ser, em princípio, avaliada.

Trabalho ao cisalhamento que pode ser descrito pelo fenômeno da punção.

A validade de considerar plana a distribuição de tensões no contato sapata-solo


precisa ser verificada.

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Dimensionamento da sapata rígida por momentos

M= q l ²
2

Para sapatas com altura variável a regra prática para determinar o braço de
alavanca é tomarmos Z= 0,8h
Portanto teremos o valor da tração T= M / Z
As= Td / fyd

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Verificação da biela de compressão junto ao pilar segundo
NBR 6118

Trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando


ruptura por tração diagonal, e sim compressão diagonal, que é verificada
com o critério de punção da NBR 6118:2003 considerando o contorno C que
é o da seção transversal do pilar. Isso ocorre porque o bloco rígido fica
inteiramente dentro do cone hipotético de punção, não havendo portanto
possibilidade física de punção.

Cálculo da tensão no contorno C


τ= Pd/μ . d
Sendo:
Pd = carga de cálculo do pilar
μ= perímetro envolta do pilar
d= altura útil de cálculo = 0,8h

τRd2= 0,27 . αv . Fcd (tensão limite)


sendo αv = (1 – fck / 250) fck em Mpa

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Dimensionamento da sapata rígida pelo método das bielas

O Método das Bielas foi concebido por M. Lebelle e sofreu comprovação


experimental, posteriormente, através de numerosos ensaios.
De acordo com estes ensaios,quando a altura útil da sapata é relativamente grande,
tem-se que a distribuição das tensões no solo é uniforme e que a transmissão da
carga aplicada ao solo ocorre através de elementos chamados de bielas comprimidas
de concreto, inclinadas,transmitindo para as armaduras, colocadas na face inferior da
sapata, os esforços de tração atuantes.

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Dimensionamento da sapata rígida pelo método das bielas

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Dimensionamento da sapata rígida pelo método das bielas

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Exemplos: Dimensionar a sapata rígida abaixo

Dados: P=5370 kN fck=30 Mpa


Taxa do solo = 600 kN/m²

Método das bielas


T= 5370 (300-60) / (8 . 0,8 . 100) = 2013 kN

As= 1,4 . 1,2 . 2013 / 43,5 = 77,7 cm² = 25 Ø 20mm

Método dos “momentos”


M= 600 . 1,3² / 2 = 507 kNm/m

h≥ ( a – ao) / 3 T= 507 / (0,8 . 1) = 634 kN/m

h≥ (300 – 60) / 3 = 80 cm As= 1,4 . 1,2 . 634 / 43,5 = 24,5 cm²/m

Adotado h=100cm As total= 24,5 . 3 = 73,5 cm²

ho= 100 / 3 = 33,3 Verificação à compressão segundo NBR-6118


σ= 1,4 . 5370 / (240 . 0,8 . 100) = 0,39 kN/cm² = 3,9 Mpa
Adotado = 35cm
σ lim= 0,27 (1-30 / 250) fcd = 5,09 Mpa
tg β = 65 / 117,5 = ~29º

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Exemplos:
Dimensionar a sapata rígida abaixo:
Método das bielas
Dados: P=3100 kN fck=40 Mpa T= 3100 (310-30) / (8 . 0,8 . 100) = 1356 kN
Pilar= 30x60cm
As= 1,4 . 1,2 . 1356 / 43,5 = 52,4 cm² = 27 Ø 16mm

Método dos “momentos”


Mx= 294 . 1,45² / 2 = 309 kNm/m
T= 309 / (0,8 . 1) = 386,3 kN/m
As= 1,4 . 1,2 . 386,3 / 43,5 = 14,92 cm²/m
As total= 14,92 . 3,4 = 50,7 cm²

My= 294 . 1,5² / 2 = 330,7 kNm/m


h≥ (a – ao) / 3 T= 330,7 / (0,8 . 1) = 413,4 kN/m
As= 1,4 . 1,2 . 413,4 / 43,5 = 15,97 cm²/m
h≥( 340 – 60) / 3 = 93 cm As total= 15,97 . 3,1 = 49,5 cm²
Adotado h=100cm Verificação à compressão segundo NBR-6118
ho= 100 / 3 = 33,3
σ= 1,4 . 3100 / (180 . 80) = 0,3 kN/cm² = 3 Mpa

Adotado = 35cm σ lim= 0,27 (1-40 / 250) fcd = 6,5 Mpa

tg β = 65 / 137,5 = ~25º

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Exemplos:
Dimensionar a sapata isolada rígida abaixo:

Dados:
Pilar= 20x400cm P= 3000 kN
Taxa do solo= 300 kN/m²
H=80 cm

Método das bielas


T= 3000 (260-20) / (8 . 0,8 . 80) = 1406 kN

As= 1,4 . 1,2 . 1406 / 43,5 = 54,3 cm² = 28 Ø 16mm

Método dos “momentos”


Mx= 300 . 1,25² / 2 = 234,4 kNm/m
T= 234,4 / (0,8 . 0,8)= 366 kN/m
As= 1,4 . 1,2 . 366 / 43,5 = 14 cm²/m
As total= 14 . 4 = 56 cm² = 28 Ø 16mm

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Exemplos:
Dimensionar a sapata associada rígida abaixo:
Dados: Pilar= 60x100cm P=7270 kN Pilar= 80x60cm P=3500 kN H=100cm

Determinação do cg
3500 . 2 = (7270+3500) x → x= 65 cm

Determinação do tamanho da sapata


10770 / 700 = 15,4 m²
Adotando 1 lado = 2,80 → 15,4 / 2,8 = 5,50 m

Armação para sapata


q= 700 . 2,8 = 1960 kN/m M= 1,0² . 700 / 2 = 350 kNm/m

T= 350 / (0,8 . 1) = 280 kN/m

x= - 4322 kNm x= - 1920 kNm As= 1,4 . 1,2 . 280 / 43,5 = 10,8 cm²/m

4110 1960 1960 2744 Ø 12,5 C/ 11


1200 - 1200

1960-1200+2740= 3500 kN
4110+1960+1200= 7270 kN

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Sapata de divisa com alavanca
P= 340 kN
Tensão do solo= 200 kN/m²

x= 0,48 . 340 = 163 kNm


As= 10,3 cm²
4 Ø 20 mm

Armação da Sapata
M= 0,8² . 200 / 2 = 64 kNm/m
T= 64 / 0,8 . 0,6 = 133,3 kN/m
As= 1,4 . 1,2 . 133,3 / 43,5 = 5,2 cm²/m = 7 Ø 10 mm/m
(Adotado Ø 10 c/10)

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P1=P2= 1950 kN

M= ± 530 kNm

fck= 40 Mpa

P1 P2

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Momentos em tf/m

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