Aula Vigas Mistas

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ESTRUTURAS MISTAS

Vigas mistas de aço e concreto


Considerações iniciais

• Serão abordadas as vigas mistas de aço e concreto biapoiadas,


submetidas a ações gravitacionais estáticas, nas quais o
componente de aço é um perfil I de alma cheia fletido em
relação ao eixo x, com a laje situada sobre a face superior desse
perfil.

• Empregando-se vigas mistas biapoiadas, nos edifícios usuais


pode-se chegar a um perfil de aço mais leve e com altura de
seção transversal menor em comparação com as vigas de aço
convencionais.
Perfil de aço

• Para que os procedimentos de cálculo tratados neste capítulo


sejam válidos, os perfis I empregados nas vigas mistas não podem
ter alma esbelta.

• h = altura da alma do perfil (distância entre faces internas das


mesas nos perfis soldados, e esse valor menos os dois raios de
concordância entre mesa e alma nos perfis laminados)
• tw = espessura da alma do perfil
• Ea = módulo de elasticidade do aço do perfil
• fy = resistência ao escoamento do aço do perfil
Perfil de aço

• No dimensionamento das vigas mistas, a resistência de cálculo


ao escoamento do aço é:

• γa1 = coeficiente de ponderação da resistência do aço para


escoamento = 1,10
Laje de concreto
• Tipos de laje e propriedades do concreto

• A laje acima da face superior da viga de aço pode ser: • maciça


moldada no local

• mista de aço e concreto (laje com fôrma de aço incorporada), já


devidamente tratada nona aula anterior

• com pré-laje de concreto pré-moldada, conforme ilustra a


figura.
Laje de concreto

• Tipos de laje e propriedades do concreto

• A resistência de cálculo do concreto à compressão, nas expressões


de dimensionamento das vigas mistas, é:

• fck é a resistência característica à compressão


• γc = coeficiente de ponderação da resistência do concreto = 1,40
Laje de concreto

• Conceito de Largura efetiva

A tensão normal de compressão na laje de concreto, quando ela


trabalha com o perfil de aço:

- é máxima sobre a mesa superior do perfil, (σc,máx) onde há maior


rigidez

- decresce não linearmente à medida que se afasta dessa mesa,


conforme mostra a figura a seguir.

Esse diagrama de tensão não uniforme pode ser substituído por um


diagrama com tensão constante igual a σc,máx em uma largura de laje b
(largura efetiva), tal que:
σc,máx . b = força resultante do diagrama não uniforme de tensões.

(b = largura efetiva)
Na prática toma-se a largura efetiva b da laje, de cada lado da linha de
centro da viga, como igual ao menor dos seguintes valores:

• 1/8 do vão da viga mista, considerado entre linhas de centro dos


apoios (Le /8);

• metade da distância entre a linha de centro da viga analisada e a linha


de centro da viga adjacente (e1 /2), ou a distância da linha de centro da
viga à borda de uma laje em balanço (e2) — o que for aplicável ao caso.

A figura a seguir ilustra a determinação da largura efetiva b:

- bext de uma viga mista de extremidade

- bint de uma viga interna


Larguras efetivas bext, bint:
Conectores de cisalhamento

• Tipos de conector
• Conectores pino com cabeça - Dimensões
• Conectores pino com cabeça - Características do aço

• Aço ASTM A108 – Grau 1020, produzido com as seguintes


especificações:

- Resistência ao escoamento (mínima): fycs = 345 MPa

- Resistência à ruptura (mínima): fucs = 415 Mpa

- Além disso, o aço deve permitir alongamento mínimo de 20% em 50


mm e redução de área mínima de 50%.
• Conector – Soldagem por Eletrofusão
• A soldagem por eletrofusão deve ser feita por operador qualificado
e compreende as seguintes fases (ver a figura a seguir):

• 1) o operador empurra, com a pistola de soldagem, o conector na


direção do metal-base onde será fixado, para estabelecer contato
elétrico;

• 2) o gatilho da pistola de soldagem é acionado e, automaticamente,


o conector recua e abre passagem para a corrente que forma o arco
elétrico entre ele e o metal-base.
• o conector possui na sua extremidade inferior uma esfera de fluxo
sólido, que serve como desoxidante e estabilizante do arco, como se
vê na tabela anterior.
• 3) com o aquecimento provocado pelo arco, a parte inferior do
conector, confinada pelo anel cerâmico, e o metal-base embaixo dele
derretem, formando uma poça de fusão;

• 4) a pistola de soldagem pressiona o conector contra a poça de fusão;

• 5) a corrente elétrica cessa, a poça de fusão se solidifica quase


instantaneamente, com a base do conector ficando envolvida por um
cordão de solda, e o anel cerâmico é descartado (quebrado e retirado)
• Conectores pino com cabeça
• Fixação no perfil de aço – Fases da soldagem por eletrofusão
• Conector - Reduções de comprimento na soldagem por eletrofusão

• na soldagem em mesa de um perfil de aço: o comprimento do


conector sofre uma redução de aproximadamente 5 mm em relação
ao valor original.
• na soldagem através de uma fôrma de aço de laje mista: a redução é
de cerca de 9 mm acima da fôrma.
Essa redução mais pronunciada decorre de maior derretimento do
conector por se ter que empregar amperagem e voltagem superiores,
com maior distância de abertura de arco, com o uso de um anel
cerâmico específico, com dimensões mais elevadas.
Reduções de comprimento do conector na soldagem por eletrofusão
• Conector - Opção de uso de solda de filete

• O processo de soldagem dos conectores por eletrofusão é o preferido


por demandar um tempo muito menor.

• Porém, exige um gerador de 225 kVA no canteiro de obras e um


instrumental de soldagem apropriado.

• Pode ocorrer durante a construção, uma avaria no equipamento, sem


que seu conserto ou substituição seja viável em curto prazo.

• Nesse caso, é opção uma utilizar solda convencional de filete em volta


da base do conector usando arco elétrico com eletrodo revestido
(SMAW), arco elétrico com proteção gasosa (GMAW) ou arco elétrico
com fluxo no núcleo, atendendo às seguintes exigências:
• para conectores com diâmetros de 19 mm e 22 mm, a espessura
da mesa do perfil de aço não deve ser inferior a 6,33 mm e 7,33
mm, respectivamente, e, para ambos os diâmetros, a solda deve
ter perna de 8 mm; a fôrma de aço).

• a face inferior do conector deve ser lixada para eliminação da


esfera de fluxo sólido, de modo a assegurar um perfeito contato
com a face superior da mesa do perfil de aço;

• se a laje for mista, a fôrma de aço precisa ser furada para que o
conector seja soldado diretamente na mesa do perfil (não se
permite executar solda de filete sobre a fôrma de aço).
• Conector - EXIGÊNCIA CONSTRUTIVA (Atender a esta condição é
OBRIGATÓRIO):

• Os conectores pino com cabeça devem possuir, após a instalação,


comprimento mínimo igual a quatro vezes o seu diâmetro para que
possam ser considerados dúcteis (suficientemente deformáveis, de
maneira a distribuir esforços no concreto sem nele produzir grandes
concentrações de tensão), e daí tenham o comportamento exigido
para aplicação dos procedimentos de cálculo a seguir.
• Conector - Comportamento e Estados Limites Últimos
• O conector pino com cabeça, ao evitar o deslizamento relativo entre o
concreto da laje e o perfil de aço, e o descolamento vertical (uplift)
entre os dois materiais, fica submetido a esforço horizontal.

• Deformando-se, seu fuste fica submetido predominantemente à


tração e provoca tensões no concreto, de onde se pode ter dois
estados-limites últimos:

- ruptura do conector por tração

- ruína do concreto por esmagamento ou fendilhamento.


• Conectores - Força Resistente
• A força horizontal resistente de cálculo de um conector é:

• O primeiro valor, (termo de cima), refere-se à ruptura do


conector por tração, e

• O segundo (termo de baixo) refere-se à ruína do concreto por


esmagamento ou fendilhamento.
• γcs é o coeficiente de ponderação da resistência do conector = 1,25

• Acs = área da seção transversal do fuste do conector

• fucs = resistência à ruptura do aço do conector



• Ec = módulo de elasticidade do concreto

• Rg = coeficiente de ajuste para consideração do efeito de atuação de


grupos de conectores

• Rp = coeficiente para consideração da posição do conector


Valores dos Coeficientes de Efeito de Grupo - Rg
Os valores dos conectores Rp de posição dependem do valor de emh
(distância do conector à nervura medida na altura média da nervura da
forma da laje mista, hf/2):

Obs. A saliência no centro da nervura impede que o conector seja nele


posicionado
Valores dos Coeficientes de Efeito de Posição - RP
• Quando as nervuras da fôrma de aço são perpendiculares ao perfil de
aço, deve-se sempre, para reduzir o número de conectores, procurar
dispor esses elementos de modo a se ter o maior número deles com
comprimento emh pelo menos igual a 50 mm, podendo-se, assim, usar
o coeficiente Rp igual a 0,75, e não a 0,60.

• A capacidade resistente dos conectores de cisalhamento é altamente


influenciada pelo volume de concreto em volta deles.
• Os coeficientes Rg e Rp servem para considerar essa influência do
volume de concreto por meio da avaliação das dimensões das
nervuras da fôrma de aço, do número de conectores colocados em
cada nervura e da posição dos conectores em relação à alma da
nervura.

• Para nervuras mais largas o colapso geralmente ocorre por


cisalhamento e separação devido ao desenvolvimento de um cone de
concreto sobre o conector (ver próxima figura).

• Para nervuras mais estreitas, um colapso rotacional pode ocorrer (ver


próxima figura).
Modos de colapso em função das dimensões das nervuras da forma:
• Conectores de Perfil U Laminado ou Formado a Frio - Características
e fixação no perfil de aço

• Precisam possuir altura da seção transversal pelo menos igual a 75


mm e só devem ser empregados com lajes maciças.

• Devem ser instalados com uma mesa assentada sobre o perfil de aço
da viga mista e com o plano da alma perpendicular ao eixo
longitudinal desse perfil.

• Normalmente são soldados ao perfil de aço antes da montagem.


Conectores de Perfil U - Fixação no Perfil de Aço
• Conectores em perfil U - Comportamento e força resistente
• Nesse conector, a força resistente de cálculo é:

• tfcs é a espessura média das mesas


• twcs é a espessura da alma
• Lcs é o comprimento do conector

• No conector em perfil U formado a frio, a força resistente de cálculo


pode ser obtida tomando-se a espessura média das mesas, tfcs, e a
espessura da alma, twcs, como iguais à espessura da sua chapa.
Interação entre o perfil de aço e a laje de concreto

• Comportamento conforme o grau de interação - Deslocamentos


• Comportamento conforme o grau interação - Deformações
Interação entre o perfil de aço e a laje de concreto - Valor do
esforço horizontal de cálculo

• O valor do esforço horizontal de cálculo, Fhd, considerado entre


a seção transversal de momento máximo da viga mista (onde
não existe deslizamento relativo entre o perfil de aço e a laje de
concreto) e cada seção adjacente de momento nulo (onde o
deslizamento relativo é máximo) é:
• A obtenção de Fhd parte do princípio de que esse esforço se iguala, no
limite, à menor capacidade de transmissão de força horizontal entre
as capacidades da laje de concreto e do perfil de aço.

• A capacidade de transmissão da laje de concreto corresponde à força


que causa seu colapso por compressão (0,85 fcd b tc) e a do perfil de
aço, à força que causa seu escoamento por tração (Aa fyd).
Interação entre o perfil de aço e a laje de concreto

• Definição do grau α de interação aço - concreto

• Para que haja interação completa, o número de conectores, n, de


cada lado da seção de momento fletor solicitante máximo deve ser
suficiente para resistir ao esforço horizontal de cálculo, Fhd.

• Quando isso não acontece, a interação será parcial ou, até mesmo,
inexistente.
• Grau de interação α entre concreto e aço na viga mista:

• QRd = força resistente de cálculo de um conector

• α ≥ 1,0, a viga mista possui interação completa (α = 1);

• αmín ≤ α < 1,0, a viga mista possui interação parcial;

• α < αmín, considera-se a interação inexistente e, como


consequência, a viga não pode ser dimensionada como mista, mas
sim como viga de aço.
• αmín é o grau de interação mínimo para que a viga ainda possa ser
considerada como mista.

• Valores de αmín:

• quando o perfil de aço possui mesas de áreas iguais e a viga mista tem
vão Le, menor ou igual a 25 m:
- quando o perfil de aço possui mesas de áreas diferentes, com a
área da mesa inferior igual a três vezes a área da mesa superior,
e a viga mista tem Le menor ou igual a 20 m:

- quando o perfil de aço possui mesas de áreas diferentes com a


razão entre as áreas das mesas inferior e superior entre 1 e 3, e
a viga mista tem Le menor ou igual a 20 m, faz-se interpolação
linear entre os resultados das duas equações de αmín.

- nos demais casos, toma-se αmín = 1,0.


• Estados-limites últimos aplicáveis à viga mista

• A ocorrência da flambagem local da alma do perfil de aço da viga


mista depende da relação entre a altura, h, e a espessura, tw, da
própria alma. Assim, se no perfil de aço:

• a flambagem local da alma não ocorre, e o colapso da viga mista se


dá por plastificação total da seção transversal (formação de rótula
plástica), para a qual o momento fletor é máximo.
• Esse limite do valor da relação h/tw é próprio dos perfis duplamente
simétricos mas, no caso das vigas mistas, simplificadamente, é
também aplicado aos perfis monossimétricos.

• Por outro lado, se, no perfil de aço,

• pode ocorrer flambagem local da alma em regime elastoplástico.


Para que essa flambagem não ocorra, a viga não pode alcançar o
regime elastoplástico, ou seja, deve trabalhar dentro do regime
elástico.
• Considera-se, nesse último caso da flambagem local poder ocorrer no
regime elastoplástico, que o estado-limite último é o início do
escoamento por tração da face inferior do perfil do aço ou o
esmagamento da face superior da laje de concreto por compressão.
• Processos de dimensionamento
• No dimensionamento de uma viga mista de aço e concreto ao
momento fletor, deve-se satisfazer a seguinte condição:

• MSd = momento fletor solicitante de cálculo, obtido com a


combinação última de ações apropriada.

• MRd = momento fletor resistente de cálculo = momento de


plastificação, ou ao momento que dá início ao escoamento do perfil
de aço ou ao esmagamento do concreto, dependendo da relação h/tw
do perfil.
• No primeiro caso (relação h/tw do perfil tal que a flambagem local da
alma não ocorre), MRd é obtido com base nas propriedades plásticas
da seção transversal.

• No segundo caso (relação h/tw do perfil tal que a flambagem da alma


pode ocorrer no regime elastoplástico), MRd é obtido com base nas
propriedades elásticas.

• Para determinar o momento fletor resistente MRd das vigas mistas


com laje com fôrma de aço incorporada, simplificadamente, apenas o
concreto situado acima do topo das nervuras (acima da altura hF) é
considerado, estando as nervuras paralelas ou perpendiculares ao
perfil de aço, como ilustram as figuras a seguir.

• Nas lajes com pré-laje de concreto pré-moldada, de modo similar,


apenas se considera o concreto situado acima da face superior da
pré-laje, suposta também com altura hF.
A largura da laje a ser considerada na determinação de MRd , para
qualquer tipo de laje, é a largura efetiva b.
• Determinação do momento fletor resistente de cálculo

• Primeiro caso - Vigas mistas com 𝒉Τ𝒕𝒘 ≤ 𝟑, 𝟕𝟔 √(𝑬𝒂 Τ𝒇𝒚 ) e


interação completa (α ≥ 1,0)

• Quando a relação h/tw do perfil de aço não supera 3,76 Eaf y, o


momento fletor resistente de cálculo deve ser obtido considerando a
seção mista totalmente plastificada.

• Para interação completa (α ≥ 1,0), a máxima força de plastificação de


cálculo que pode atuar na laje de concreto é 0,85 fcd btc e, no perfil de
aço, Aa fyd, de compressão e tração respectivamente.
• Se 0,85 fcd b tc for igual a Aa fyd, tem-se uma situação ideal em que a
linha neutra plástica (LNP) se situa entre o concreto e o aço (na altura
hF, no caso de lajes mistas ou com pré-laje de concreto, ou na
interface entre os dois materiais, no caso de lajes maciças), com o
concreto trabalhando totalmente à compressão, e o aço, à tração,
conforme ilustra a figura:
Se 0,85 fcd btc superar Aa fyd, a linha neutra plástica (LNP) passa pela laje
de concreto, pois parte da laje não pode trabalhar para que o equilíbrio
entre as forças finais de tração e compressão seja estabelecido
(considera-se que a resistência à tração do concreto seja desprezível).

Contrariamente, se Aa fyd superar 0,85 fcd btc , a linha neutra plástica


(LNP) passa pelo perfil de aço, pois parte do perfil precisa estar
comprimido para que haja equilíbrio entre as forças finais de tração e
compressão.

Vamos a seguir abordar as duas situações acima, sendo que a anterior,


de LNP entre a laje e o perfil é muito pouco provável (situação ideal).

Situação a – LNP na laje

Situação b – LNP no perfil


• a) Linha neutra plástica LNP na laje
• Do equilíbrio das forças resultantes, obtêm-se a força resistente
de cálculo da espessura comprimida da laje de concreto, a, e a
força resistente de cálculo do perfil de aço totalmente tracionado,
respectivamente iguais a:

• Pela igualdade das resultantes Ccd e Tad, determina-se a espessura


comprimida da laje:
• Do binário de forças chega-se ao momento fletor resistente de
cálculo:

• d1 = distância do centro geométrico do perfil de aço até sua face


superior.
• b) Linha neutra plástica LNP no perfil de aço
• Se Aa fyd é maior que 0,85 fcd btc, a linha neutra plástica (LNP) passa
pela alma ou pela mesa superior do perfil de aço.
• A força resistente de cálculo da laje de concreto, totalmente
comprimida, é:
Ccd = 0,85 fcd btc
• Igualando a totalidade de forças de tração com a totalidade das forças
de compressão:
Aa fyd – Cad = Cad + Ccd
Logo, a força resistente de cálculo da região comprimida do perfil de aço
fica igual a:
• Do equilíbrio das forças resultantes, obtém-se a força resistente de
cálculo da região tracionada do perfil de aço:

Tad = Ccd + Cad

• Caso Cad ≤ Afs fyd, a LNP passa pela mesa superior do perfil de aço, e
sua posição, medida a partir do topo desse perfil, é:

• Afs = área da mesa superior do perfil.

• tfs = espessura da mesa superior do perfil de aço.


• Se Cad > Afs fyd, a LNP passa pela alma do perfil de aço, e sua posição,
sempre medida a partir do topo desse perfil, é dada por:

• hw = distância entre faces internas das mesas do perfil de aço

• Afs = área da mesa superior

• tw = espessura da alma desse perfil


• O momento fletor resistente de cálculo fica igual a:

• d = altura total do perfil de aço

• yt = distância do centro geométrico da parte tracionada do perfil de


aço até sua face inferior

• yc = distância do centro geométrico da parte comprimida do perfil de


aço até sua face superior.

• Nessa equação, se a laje for maciça, faz-se hF igual a zero.


• Vigas mistas com 𝒉Τ𝒕𝒘 ≤ 𝟑, 𝟕𝟔 √(𝑬𝒂 Τ𝒇𝒚 ) e interação parcial
(αmin ≤ α < 1,0)

• A força de compressão na espessura comprimida da laje de concreto


(espessura “a”), iguala-se, por equilíbrio, à máxima força horizontal
transmitida pelos n conectores de cisalhamento utilizados entre a
seção de momento máximo e as seções de momento nulo. Logo:

• Do equilíbrio de forças, obtêm-se as forças resistentes de cálculo das


regiões comprimida e tracionada do perfil de aço.
• A espessura comprimida da laje pode ser determinada por:

• O momento fletor resistente de cálculo é:

• hF = 0, se a laje for maciça


• Vigas mistas com 3,76 < h/tw 5,70 e interação
completa (α ≥ 1,0)

• Para interação completa (α ≥ 1,0), a tensão de tração solicitante de


cálculo na face inferior do perfil de aço, σa,Sd, não pode superar fyd, e a
tensão de compressão solicitante de cálculo na face superior da laje
de concreto, σc,Sd, não pode superar fcd.

• A figura a seguir mostra os diagramas de tensões com essas condições


para os casos em que a linha neutra elástica (LNE) se situa no perfil de
aço e na laje de concreto, desprezando-se a faixa de concreto
tracionado.
• Como as deformações variam linearmente ao longo da altura da
seção transversal, e como as tensões são proporcionais às
deformações, na interface entre o aço e o concreto a tensão no
concreto é αE vezes menor que a tensão no aço, em que αE é a razão
entre os módulos de elasticidade do aço, Ea, e do concreto, Ec:
• O momento fletor resistente de cálculo pode ser obtido com base nas
máximas tensões resistentes de cálculo:

• Wtr,i = módulo resistente elástico em relação à face inferior da seção


mista homogeneizada (seção onde o concreto é transformado em aço
equivalente)
• Wtr,s = módulo resistente elástico em relação à face superior da seção
mista homogeneizada
• αE =corrige o valor do momento resistente calculado com base na
tensão resistente do concreto
• Para se chegar aos módulos resistentes elásticos da seção mista
homogeneizada, a área de concreto é convertida em uma área
equivalente de aço por meio da redução de sua largura efetiva b para
uma largura transformada btr:

• A tabela seguinte mostra o cálculo dos módulos resistentes elásticos


da seção homogeneizada, tanto para o caso em que a LNE passa pelo
perfil de aço quanto para o caso em que passa pela laje de concreto.
• Inicialmente, determina-se a posição da LNE em relação à face
inferior do perfil, ytr,i, e, em seguida, calcula-se a altura comprimida
da laje de concreto, a, o momento de inércia, Itr, e os módulos
resistentes elásticos inferior e superior da seção homogeneizada, Wtr,i
e Wtr,s, respectivamente.

• Quando a LNE passa pela laje de concreto, o concreto tracionado é


desprezado. Nesse caso, o resultado fornecido é simplificado, pois, a
rigor, eliminando-se o concreto tracionado, o valor de ytr,i se altera
ligeiramente.
• Vigas mistas com e interação
parcial (α min ≤ α < 1,0)

• Quando a relação h/tw do perfil de aço supera , mas


não , para a interação parcial (αmín ≤ α < 1,0), o
cálculo do momento fletor resistente de cálculo deve ser feito
como no subitem precedente, de modo aproximado, substitui-se
o módulo Wtr,i por um módulo efetivo:

• Wa,i = módulo de resistência elástico inferior do perfil de aço.


• Influência do escoramento
• Na verificação de uma viga mista ao momento fletor, deve-se
estabelecer se ela será escorada ou não durante a fase de
concretagem e no período de cura do concreto, que se supõe atingida
quando o concreto alcança 75% de sua resistência característica à
compressão, fck.

• Se a viga for escorada, o escoramento, feito diretamente sob a viga ou


sob a laje (nesse caso, as ações atuantes na laje não são
descarregadas nas vigas), deve ser projetado para que o perfil de aço
permaneça praticamente sem solicitação até a retirada das escoras,
que só pode ser efetivada após a cura do concreto.
• Isto para que se possa considerar que todas as ações atuantes,
inclusive as que aparecem antes da cura do concreto e continuam
atuando após essa cura, solicitam a viga mista

• Como o comportamento misto só se manifesta após a cura do


concreto, se a viga não for escorada, o perfil de aço deve possuir
capacidade resistente adequada para suportar todas as ações
atuantes antes da cura.
• Assim, esse perfil deve ser verificado como viga de aço isolada (sem
nenhuma interação com a laje) quanto aos estados-limites últimos de
flambagem lateral com torção (FLT), flambagem local da mesa
comprimida (FLM) e flambagem local da alma (FLA).

• No que se refere à flambagem lateral com torção do perfil (FLT), é


interessante que o comprimento destravado Lb seja o menor possível,
mas observando-se que:
• quando se usa laje maciça, nas vigas internas, as fôrmas
costumam proporcionar contenção lateral contínua, mas, nas vigas
de extremidade, sempre devem ser tomados cuidados especiais,
como fixar o perfil de aço às fôrmas;
• quando se usa laje mista, os perfis de aço com eixo longitudinal
perpendicular às nervuras da fôrma de aço, que é fixada com
solda a esses perfis, apresentam contenção lateral contínua, ao
passo que os perfis com eixo longitudinal paralelo às nervuras
ficam sem contenção lateral proporcionada pela fôrma (a fôrma
possui rigidez desprezável na direção perpendicular às nervuras);

• quando se usa laje com pré-laje de concreto pré-moldado, não se


deve considerar que apenas o atrito entre a pré-laje e o perfil de
aço seja capaz de fornecer contenção lateral, ou seja, apenas se
for estabelecido algum tipo de ligação mecânica adequada entre
os dois materiais é que se pode supor a existência de contenção.
Ruína por flambagem
lateral com torção dos
perfis suportando forma
metálica.
• A viga mista não escorada deve ser dimensionada ao momento fletor
para as cargas atuantes após a cura do concreto da mesma maneira
que as vigas escoradas.

• Na viga mista não escorada, quando ,


para se assegurar a não ocorrência da flambagem local da alma do
perfil (FLA), a tensão solicitante de cálculo na face inferior do perfil de
aço não pode ultrapassar a resistência de cálculo ao escoamento do
aço, considerando a soma das tensões atuantes antes da cura do
concreto, na viga de aço isolada, e após a cura do concreto, na viga
mista, conforme a seguinte expressão:
Onde:

• MGa,Sd e ML,Sd são os momentos fletores solicitantes de cálculo


devidos às ações atuantes antes e depois da resistência do concreto
atingir 0,75 fck, respectivamente,

• Wa,i é o módulo de resistência elástico inferior do perfil de aço

• Wef,i é o módulo de resistência elástico inferior efetivo da seção


homogeneizada.
• As vigas escoradas, embora possam conduzir a um menor consumo
de aço dos perfis das vigas mistas e eliminar a necessidade de
contraflecha, causam despesas adicionais, decorrentes dos custos de
material, montagem e desmontagem do escoramento, além de
tornar o canteiro de obras mais tumultuado e com muitas
obstruções.

• Na prática, observa-se que a interação parcial constitui uma boa


solução em grande parte das vezes, pois:

• a redução do momento fletor resistente em relação à interação


completa é bem menor do que a redução do número de
conectores;

• se a viga não for escorada, o perfil de aço, que deve suportar


as ações atuantes antes da cura do concreto, normalmente não
necessita de interação completa para resistir ao carregamento
como integrante da viga mista.
Número e distribuição dos conectores de cisalhamento
Viga Mista Recebendo Apoio de Carga Concentrada

• Os conectores devem ser uniformemente espaçados entre essa seção


e as seções adjacentes de momento nulo.

• No entanto, se houver a atuação de uma carga concentrada, o


esforço horizontal na interface entre o aço e o concreto pode sofrer
uma elevação abrupta no trecho entre a seção de atuação dessa
carga e a seção adjacente de momento nulo (ambas situadas do
mesmo lado, relativamente à seção de momento máximo).
• Número e distribuição dos conectores de cisalhamento
Viga Mista Recebendo Apoio de Carga Concentrada

• o número de conectores necessários entre a seção de atuação da


carga e a seção de momento nulo não pode ser inferior a nP:

• MP,Sd = momento fletor solicitante de cálculo na seção da carga


concentrada
• Ma,Rd = momento fletor resistente de cálculo do perfil de aço isolado
para o estado-limite FLA
• MSd = momento fletor solicitante de cálculo máximo na viga mista
• Usando-se conectores pino com cabeça, as seguintes regras
adicionais, relacionadas à distribuição, precisam ser atendidas:

• o espaçamento máximo entre linhas de centro na direção do eixo


longitudinal da viga deve ser igual a 8 vezes a altura total da laje e,
no caso de lajes mistas com nervuras perpendiculares ao perfil de
aço, não pode superar 915 mm;

• o espaçamento mínimo entre linhas de centro de conectores na


direção do eixo longitudinal da viga deve ser igual a 6 diâmetros
ao longo do vão da viga, podendo ser reduzido para 4 diâmetros
no caso da laje mista;
• o espaçamento mínimo entre linhas de centro de conectores na
direção transversal ao vão da viga deve ser igual a 4 diâmetros.

• Além disso, para que a mesa do perfil de aço consiga suportar a


força transmitida pelos conectores pino com cabeça, esses
conectores não podem ter diâmetro maior que 2,5 vezes a
espessura da mesa, a menos que sejam colocados diretamente na
posição correspondente à alma do perfil, ou seja, a menos que só
se coloque um conector centrado na seção transversal.
• Isso significa, por exemplo, que, usando um conector de diâmetro
de 19 mm, a mesa deve ter espessura mínima de 7,6 mm, para
que mais de um conector possa ser usado na seção transversal da
viga.

• No caso de conectores em perfil U, laminado ou formado a frio, tem-


se que:
• o espaçamento máximo entre linhas de centro na direção do eixo
longitudinal da viga deve ser igual a 8 vezes a altura total da laje;
• o espaçamento mínimo entre linhas de centro na direção do eixo
longitudinal da viga deve ser igual à maior dimensão entre a
altura, hcs, e o comprimento do conector, Lcs.
• Dimensionamento das vigas à força cortante

• VSd = força cortante solicitante de cálculo, obtida com a combinação


última de ações apropriada
• VRd = força cortante resistente de cálculo

• A força cortante resistente é obtida, simplificadamente, desprezando-


se a participação da laje de concreto, ou seja, considerando apenas o
trabalho do perfil de aço.
Armadura de costura para evitar ruptura da laje por cisalhamento

• O esforço horizontal Fh transferido pelos conectores de


cisalhamento na interface entre o aço e o concreto provoca
cisalhamento na laje de concreto, na direção paralela à viga e de
cada lado do perfil de aço.

• Esse cisalhamento gera tensões de tração no concreto, na direção


transversal à viga, que podem ser obtidas utilizando-se o modelo de
treliça de Mörsch, adotado para situações similares em estruturas
de concreto armado, como no cálculo de estribos.
• Esse esforço horizontal causa cisalhamento na laje, que é resistido
pelas diagonais comprimidas hipotéticas AB e AC, que formam um
ângulo próximo de 45° com o eixo da viga.

• Por equilíbrio de forças nos nós B e C, a barra hipotética BC fica


tracionada, com uma força igual a Hv e, por equilíbrio de forças no nó
A, o concreto sofre compressão longitudinal com a força 2Hv
Modelo de Treliça Para O Cisalhamento Transversal
Posições das Linhas de Ruptura e Armadura Transversal
• Para evitar a ocorrência da ruptura da laje, é necessário atender a
seguinte condição:

• Hv,Sd = força de cisalhamento solicitante de cálculo na laje por unidade


de comprimento

• Hv,Sd corresponde à soma das forças cortantes solicitantes de cálculo


nos nm dos conectores situados no comprimento Lm, por unidade de
comprimento da viga, subdividida entre os planos de cisalhamento
longitudinais da laje que ficam à direita e à esquerda do perfil de aço,
proporcionalmente às larguras efetivas correspondentes.
• n = número total de conectores necessários entre a seção de
momento máximo e a de momento nulo
• αFhd = força horizontal atuante nesses conectores (α é o grau de
interação, igual a 1,0 para interação completa, e menor que 1,0 para
interação parcial)
• b1 = largura efetiva da laje no lado onde se está verificando a ruptura
por cisalhamento
• b2 = largura efetiva da laje do lado oposto a b1
• Hv,Rd é força de cisalhamento resistente de cálculo na laje por unidade
de comprimento em cada plano de cisalhamento longitudinal,
constituída pelas somas das forças resistentes do concreto ao
cisalhamento, da armadura transversal ao eixo da viga (armadura de
costura) e da fôrma de aço (no caso de laje mista), mas limitada a um
valor máximo para evitar o esmagamento do concreto causado pelas
forças de compressão das diagonais comprimidas do modelo de
treliça de Mörsch.
• Acv é a área de cisalhamento do concreto no plano considerado, por
unidade de comprimento da viga = Lm tc/Lm;
• fctk,inf = 0,21fck 2/3, com fctk,inf e fck em MPa
• As = área da armadura transversal ao eixo da viga disponível na laje
por unidade de comprimento da viga;
• AF = área da fôrma de aço no plano de cisalhamento, por unidade de
comprimento, se a fôrma é contínua sobre a viga e as suas nervuras
estejam dispostas perpendicularmente ao perfil de aço (nas demais
situações, AF = 0)
• fys, fyF = resistência ao escoamento dos aços da armadura e da fôrma
• fck = resistência característica do concreto à compressão
• γa = coeficiente de ponderação da resistência do aço estrutural = 1,10
• γc = coeficiente de ponderação da resistência do concreto = 1,40
• γs = coeficiente de ponderação da resistência do aço da armadura =
1,15

• Observa-se, com base na equação anterior, que a área da armadura


de costura é constituída conjuntamente pela área da armadura
transversal, As, e pela área da fôrma de aço, AF, quando esta puder ser
considerada, proporcionalmente às suas resistências ao escoamento.
• A armadura de área As pode incluir qualquer armadura prevista para
flexão da laje e outras armaduras transversais adicionais, como a tela
soldada usual nas lajes mistas e eventuais armaduras decorrentes da
tendência de continuidade da laje que veremos adiante, desde que
devidamente ancoradas.

• Portanto, esse termo As se situa dentro de um somatório porque


pode haver armaduras com resistências ao escoamento diferentes,
como barras de aço CA-50 (fys = 500 MPa) e telas soldadas de aço CA-
60 (fys = 600 MPa).

• Nas figuras a seguir, a área da armadura transversal As é constituída:

• Pela área da armadura Aar na figura (a).

• Pela área da armadura Aar juntamente com a área da tela soldada


At na figura (b).
Pela soma das áreas At1 e At2 das duas telas soldadas na figura (c).

Superfícies Típicas de Cisalhamento


• As barras de aço da armadura de costura devem preferencialmente
possuir diâmetro de até 32 mm e ter comprimento de ancoragem
mínimo, medido a partir do eixo vertical do perfil de aço:

• φ = diâmetro das barras da armadura, em milímetros


• fys = resistência ao escoamento do aço das barras da armadura, em
MPa
• γs = coeficiente de ponderação da resistência desse aço = 1,15
• γc = coeficiente de ponderação da resistência do concreto = 1,4
Comprimentos de Ancoragem – Armadura de Costura
Valores de Cobrimento Mínimo – Armadura de Costura
Estados-limites de serviço

• Os estados-limites de serviço a considerar, relacionados às vigas


mistas, são a flecha além do limite aceitável, a vibração excessiva
do piso e a fissuração da laje por tendência de continuidade.

• Estados Limites de Serviço - Flecha

• Nas vigas não escoradas, a determinação da flecha máxima


envolve a seguinte expressão:

• δp,pa = flecha do perfil de aço isolado causada pelas ações


permanentes que atuam antes da cura do concreto

• δp,ld = flecha da seção mista causada pelas ações permanentes


que atuam após a cura do concreto
• δv,cd = flecha causada pelas ações variáveis de curta duração.

• δv,ld = flecha causada pelas ações variáveis de longa duração (valor


quase permanente das ações variáveis)

• δp,te = eventual flecha provocada por alguma ação no perfil de aço


isolado e que, depois da cura do concreto, é eliminada

• δc = contraflecha da viga
• Estados Limites de Serviço - Flecha
• A contraflecha δc não pode ser tomada com valor superior à soma das
flechas causadas pelas ações permanentes (δp,pa mais δp,ld).

• Quando a construção não é escorada, as flechas dessas ações,


especialmente as que atuam antes da cura do concreto, costumam
ser relativamente altas, exigindo a execução de contraflecha elevada.

• Para o cálculo da flecha do perfil de aço, δp,pa, deve ser usado o


momento de inércia apenas desse perfil, Ia, e, para o cálculo das
flechas da viga mista, o momento de inércia efetivo da seção
homogeneizada, considerando a possibilidade de interação parcial,
dado por:
𝐼𝑒𝑓 = 𝐼𝑎 + √𝛼(𝐼𝑡𝑟 − 𝐼𝑎 )

• onde Itr é o momento de inércia da seção homogeneizada para


interação completa e α é o grau de interação.
• Para o cálculo das flechas causadas pelas ações permanentes que
atuam após a cura do concreto, todas normalmente de longa duração,
δp,ld, e pelas ações variáveis de longa duração, δv,ld, o valor de αE deve
ser, de modo simplificado, multiplicado por 3, para levar em conta os
efeitos de fluência e retração do concreto.
Perfil de viga mista não escorado com contraflecha, antes da
concretagem:
• Estados Limites de Serviço - Vibração

• A vibração dos pisos com vigas mistas deve ser controlada.

• Para essa verificação, com o intuito de se chegar ao deslocamento


vertical máximo dos pisos, ao se calcular a flecha das vigas, deve-se
desconsiderar a contraflecha e usar a seguinte expressão, originada
da combinação frequente de ações:
δmáx = δp,vm + ψ1 δv,vm

• δp,vm = flecha da seção mista causada pelas ações permanentes


características
• δv,vm = flecha da seção mista causada pelas ações variáveis
características que atuam durante o período de vida útil da edificação
• ψ1 = fator de redução
Estado Limite de Serviço - Armadura na laje devido à tendência de
continuidade
Estados limites de Serviço - Armadura na laje devido à tendência de
continuidade
• Comprimentos de armadura
• As barras da armadura de continuidade devem ter comprimento
mínimo de 1/8 do vão da viga sob a laje com tendência de
continuidade, de cada lado do eixo do apoio.

• Quando o apoio é um pilar contínuo, podem passar ao lado do pilar.


No entanto, caso alguma barra fique fora da largura de trabalho bt,
furos devem ser feitos nas mesas ou na alma do pilar para sua
passagem.
• A área da armadura de continuidade pode ser dada por:

• fct,ef = resistência média efetiva à tração do concreto no instante em


que se formam as primeiras fissuras, podendo ser tomada como igual
a 3 MPa
• bt = largura de trabalho da laje, definida no parágrafo anterior
• tc = altura da laje de concreto
• σst = tensão de tração permitida na armadura imediatamente após a
ocorrência da fissuração
• wk é a abertura máxima característica das fissuras em função da
agressividade ambiental, em milímetros

• fck = resistência característica do concreto à compressão, em MPa

• φ = diâmetro das barras da armadura, em milímetros (não podem ser


usadas barras com diâmetro superior a 20 mm)

• fys = resistência ao escoamento do aço da armadura, em MPa (para o


aço CA-50 geralmente utilizado = 500 MPa)
Disposições construtivas complementares

• Lajes de concreto com fôrma de aço incorporada

• Quando se usa laje mista de aço e concreto, as seguintes limitações


gerais devem ser obedecidas:
• altura das nervuras da fôrma de aço, hF, igual ou inferior a 75 mm;
• largura média das nervuras da fôrma de aço, bF, igual ou superior a
50 mm;
• altura de concreto acima do topo da fôrma de aço, tc, igual ou
superior a 50 mm;
• projeção dos conectores acima do topo da fôrma, depois de
instalados, igual ou superior a 40 mm.
• Lajes de concreto com fôrma de aço incorporada
Limitações gerais
• Essas limitações visam a permitir o uso da equação que fornece a
força horizontal resistente de cálculo Qrd de um conector, e evitar
outros modos de colapso não previstos por essa equação, como o
esmagamento do concreto na base das nervuras, quando a largura
dessas nervuras for muito reduzida e a ruína por flexão da faixa de
concreto acima do topo da fôrma, quando essa faixa tiver espessura
demasiadamente pequena no caso de lajes mistas com nervuras
perpendiculares ao perfil de aço.
Modos de ruptura que podem resultar da não observação das limitações
gerais.
• Para lajes mistas com nervuras perpendiculares ao perfil de aço, para
evitar o arrancamento, as fôrmas de aço devem ser ancoradas no
perfil a intervalos não superiores a 450 mm, utilizando-se os
conectores pino com cabeça, e combinação destes com soldas de
bujão ou outros meios equivalentes.

• Nas lajes mistas com nervuras paralelas ao perfil de aço:

• as fôrmas de aço podem ser interrompidas sobre a mesa superior


do perfil, de modo a se obter uma mísula de concreto sobre a
mesa. Nesse caso, as fôrmas devem ser adequadamente ligadas
ao perfil por meio de conectores, soldas de bujão ou outros meios
equivalentes;

• a largura média bF da nervura, quando a fôrma de aço não for


interrompida, ou da mísula, quando a fôrma de aço for
interrompida sobre a mesa superior do perfil de aço, deve ser
igual ou superior a 50 mm.
• Se houver mais de um conector na seção transversal, a largura média
bF da nervura ou da mísula sobre o perfil de aço deve ter o valor
mínimo de 50 mm acrescido de 4 vezes o diâmetro de cada conector
adicional.
Para uma viga mista com laje de concreto moldada no local sobre pré-
laje de concreto pré-moldada, aplicam-se as seguintes exigências

• espessura da pré-laje, hF, igual ou inferior a 75 mm, medida a partir da


face superior do perfil de aço;

• conectores de cisalhamento com altura que ultrapasse a face superior


da pré-laje (embora não seja uma exigência normativa, recomenda-se
que a projeção dos conectores acima do topo da pré-laje, depois de
instalados, seja de no mínimo 40 mm, como é exigido nas lajes mistas) e
permita que sua cabeça fique toda acima da armadura de costura da
laje e com cobrimento lateral de concreto moldado no local de pelo
menos 20 mm.
Cobrimentos laterais do conector em relação a pré-laje de concreto
• Para evitar corrosão, todos os tipos de conector devem ficar
completamente embutidos no concreto da laje, possuindo
cobrimento lateral mínimo de concreto de 25 mm, excetuando-se
aqueles colocados em nervuras de fôrmas de aço.

• Devem possuir, ainda, cobrimento superior mínimo de 10 mm, exceto


em ambientes de agressividades forte e muito forte, quando esse
cobrimento deve ser de pelo menos 35 mm e 45 mm,
respectivamente.

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