Leptospirose Caso Clinico
Leptospirose Caso Clinico
Leptospirose Caso Clinico
CENTRO DE CINCIAS DA SADE DEPARTAMENTO DE ANLISES CLNICAS MICROBIOLOGIA CLNICA ACL 5107 Profa. Dra. Helena Cristina Ferreira Franz
ASPECTOS HISTRICOS
A leptospirose foi inicialmente descrita em 1880, por Larrey no Cairo, e posteriormente por Landouzy (Paris), em 1883.
Adolf Weil em 1886 foi o primeiro a descrever minuciosamente a enfermidade, aps observar 4 casos clnicos em seres humanos em Heidelberg. A Leptospira foi descoberta em 1914 por um grupo japons (Inada & Ido). O rato s foi descrito como fonte de infeco humana em 1917.
Adolf Weil
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A leptospirose uma zoonose endmica e cosmopolita, com ocorrncia em todos os continentes, com exceo das regies polares, sendo comum em reas tropicais.
Pases desenvolvidos:
Pases em desenvolvimento:
Condies scio-econmicas
Nos pases desenvolvidos, hoje a leptospirose cada vez mais associada a atividades recreacionais, eventos esportivos, viagens e turismo de aventura.
Desinfetante contra Leptospira vendido na Inglaterra como produto para pesca esportiva
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A leptospira um microrganismo mvel, que mede cerca de 6 a 20 m de largura e 0,1 a 0,2 m de dimetro. aerbio obrigatrio e se nutre atravs de cadeias de cidos graxos ou lcoois graxos. So Gram no capsuladas e no esporuladas. So catalase e oxidase positivas
Movimento da leptospira
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At 1989, o gnero Leptospira era dividido em duas espcies: Leptospira interrogans patognicas Leptospira biflexa vida livre no patognicas
A diferenciao das espcies se dava: Por meio do crescimento da L. biflexa, a 13 C na presena de 8-azaguanina. Por sua incapacidade de formar clulas esfricas em NaCl a 1M.
A classificao fenotpica das leptospiras tem sido substituda pela genotpica, onde espcies incluem todos os sorovares de L. biflexa e L. interrogans. A heterogeneidade gentica entre elas demonstrada algum tempo atrs e estudos hibridizao de DNA conduziram a definio mais de 16 espcies (genomespcies) Leptospira. foi de de de
O gnero Leptospira pertence a famlia Leptospiraceae da ordem Spirochaetales, distribudas em 8 diferentes gneros:
Leptospira Borrelia Serpulina Treponema Brachyspira Spirochaeta Cristispira Leptonema
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8 Espcies patognicas: Leptospira interrogans Leptospira borgpetersenii Leptospira santarosai Leptospira inadai Leptospira noguchii Leptospira weilii Leptospira kirshneri Leptospira faineii
As leptospiras so individualizadas em sorovares com base nas suas caractersticas antignicas. Dois ou mais sorovares antigenicamente relacionados formam um sorogrupo. Os sorogrupos patognicos mais comuns para o homem, baseado no Manual de Taxonomia, so: cterohaemorrhagiae Pomona Canicola Hebdomadis Grippotyphosa Autumnalis.
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O homem hospedeiro acidental da leptospira, contraindo a infeco atravs do contato da pele ou mucosa com gua e solo contaminados por urina de animais infectados tais como, roedores, ces e gado. Os roedores desempenham o papel de principais reservatrios da doena, pois albergam a leptospira nos rins, eliminando-as vivas. Sendo encontradas, em cada mico, ao redor de 18.000 Leptospiras.
A ratazana de esgoto (R. norvergicus) se destaca por ser, portador clssico da L. icterohaemorrhagiae, a mais patognica ao homem.
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Ces e gatos, e outros animais de importncia econmica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas), tambm podem servir como vetores na transmisso da leptospirose ao homem. Esses animais, mesmo quando vacinados, podem se tornar portadores assintomticos e eliminar a Leptospira pela urina.
Ciclo da leptospirose (from Faine e cols. 1999) UFSC ANLISES CLNICAS - MICROBIOLOGIA CLNICA
Umidade, Temperatura intermediria (28-30 C), pH neutro ou alcalino, Viscosidade, Concentrao de sal.
Tempo de sobrevivncia:
A penetrao da leptospira ocorre ativamente atravs de mucosas da pele escarificada e inclusive da pele ntegra. Aps penetrarem, alcanam a corrente sangunea, se multiplicando e se disseminando por diversos rgos e sistemas ( fase de leptospiremia ). Pela sua ativa movimentao helicoidal e pela produo de uma hialuronidase, a Leptospira tem facilidade de se difundir pelo tecido conjuntivo, atingindo diversos compartimentos corporais, como o lquor e o humor aquoso, sem causar reao inflamatria exuberante nesta fase.
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Clinicamente a leptospirose apresenta-se sob duas formas: Forma anictrica Apresenta-se como uma sndrome febril aguda, de incio sbito, tal como uma gripe de grande intensidade. Forma ctero-hemorrgica (Sindrome de Weil) definida pelo aparecimento de ictercia, insuficincia renal aguda e ditese hemorrgica.
Na leptospirose ictrica, o curso bifsico no observado e a febre persiste sem defervescncia entre os dois estgios.
SINAIS E SINTOMAS
Febre alta com calafrios, cefalia, mialgia, prostrao. Parecido com os sintomas da gripe.
SINAIS E SINTOMAS
Hiperemia conjuntival
Ictercia
SINAIS E SINTOMAS
Exantemas (rash)
SINAIS E SINTOMAS
Em casos mais graves, a doena pode resultar em danos hepticos, insuficincia renal, meningite e hemorragia pulmonar.
ASPECTOS EPIDEMIOLGICOS
ASPECTOS EPIDEMIOLGICOS
ASPECTOS EPIDEMIOLGICOS
ASPECTOS EPIDEMIOLGICOS
A leptospirose uma doena de notificao compulsria no Brasil. Tanto a ocorrncia de casos suspeitos isolados como de surtos devem ser notificadas.
O tratamento para pacientes com leptospirose base de Penicilina G cristalina, na dosagem de 6 a 12 milhes de unidades ao dia, em 4 doses, por 10 dias ou tetraciclina 2g ao dia para adultos antes do 5 dia de doena, pois depois desse perodo, no alteram o curso clnico da doena.
Tambm devem ser empregadas medidas de suporte, tais como reposio hidroeletroltica por via endovenosa e oxigenioterapia.
Em pacientes que desenvolvem insuficincia renal, indica-se a instalao de dilise peritoneal precoce (aos primeiros sinais de oligria) o que diminui significativamente as taxas de letalidade da doena.
A quimioprofilaxia est indicada, em situaes no-endmicas e no-epidmicas, para indivduos que se expuseram a risco conhecido, e para indivduos que iro se expor a risco conhecido, por perodos curtos de tempo. O frmaco de escolha a Doxiciclina 200 mg/dia, por via oral, durante 5 a 7 dias.
A vacina humana no est disponvel no Brasil, pois no existe uma vacina produzida com as leptospiras dos principais sorotipos isolados aqui no Brasil. Pases como Cuba, Rssia e China j utilizam a vacina.
Mtodos Diretos
Os mtodos diretos incluem:
Microscopia de campo escuro, Microscopia de contraste de fase, Colorao por prata, Imunofluorescncia, Imunoperoxidase, Cultura, Inoculao em animais de laboratrio, Hibridizao do DNA, Reao em cadeia da polimerase.
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Mtodos Diretos
Usando um microscpio de campo escuro, a leptospiras so observadas como microorganismos delgados, enroscados e de rpidos movimentos em fluidos como:
Sangue Lquido crebro espinhal Urina Fluido peritoneal Meio de cultura
Mtodos Diretos
Mtodos Diretos
Sangue
Mtodos Diretos
Vantagens til para observar as leptospiras no sangue durante o perodo febril ou em culturas, E para observar a microaglutinao.
Desvantagens
Tcnica exigente Reconhecer a leptospira difcil (principalmente quando esto presentes em pouca quantidade) Artefatos, como traos de fibrina no sangue, so confundidos com a leptospira Diagnsticos falsos positivos ocorrem com freqncia Deve sempre ser confirmada por outro mtodo
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A microscopia de contraste de fase outro mtodo especialmente til no exame da estrutura e de movimento de organelas maiores como o ncleo e mitocndrias de tecidos vivos, transparentes e no-corados. O mtodo se baseia nos princpios fsicos da difrao da luz, gerando imagens com diferentes graus de luminosidade.
A microscopia de contraste de fase til para visualizar leptospiras no laboratrio, mas, por suas limitaes tcnicas em suspenses espessas e de suas caractersticas ptica, no tem nenhuma finalidade prtica sempre que a microscopia de campo escuro estiver disponvel.
Mtodos Diretos
A tcnica de colorao por prata se baseia na reduo superficial das propriedades qumicas das leptospiras. Sua preparao mostra as espiroquetas negras em plido amarelo ou marrom.
URINA
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CULTURA
Mtodos Diretos
RIM
FGADO
Mtodos Diretos
Este mtodo possui limitaes, assim como o de microscopia de campo escuro, j que difcil detectar um nmero pequeno de microrganismos em fragmentos de tecido. Outra limitao que artefatos da tcnica podem ser confundidos com leptospiras.
Mtodos Diretos
Imunofluorescncia
Tcnica de Imunofluorescncia Direta (IFD): mtodo diagnstico para deteco de leptospiras em tecidos utilizando um conjugado polivalente. UFSC ANLISES CLNICAS - MICROBIOLOGIA CLNICA
Mtodos Diretos
Imunofluorescncia
podem ser
Quando a combinao de anti-soro marcada com um diferente fluorocromo usada, mais de um tipo sorolgico pode ser identificado na mesma preparao. tambm especialmente til para avaliao de produtos de bipsia obtidas ps-morte antes da soroconverso. As desvantagens deste mtodo so a necessidade de um equipamento de microscopia de fluorescncia e a marcao especial do anti-soro.
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Mtodos Diretos
Imunoperoxidase
Mtodos Diretos
Imunoperoxidase
A diferena que o anticorpo conjugado com uma enzima (peroxidase ou fosfatase alcalina) ao invs de fluorescena. Embora a enzima esteja conjugada ao anticorpo, ela permanece ativa e, quando entra em contato com um substrato, age sobre este, resultando em mudana de cor.
Mtodos Diretos
Imunoperoxidase
Essa tcnica possui a vantagem sobre a IF de no necessitar microscpio de fluorescncia. til no diagnstico ps-morte.
Mtodos Diretos
Cultura
As leptospiras incorporam bases de purina, em seus cidos nuclicos e por isso so resistentes atividade antibacteriana do anlogo da pirimidina, o 5- fluororacil. Este componente usado no meio seletivo para isolamento de leptospiras, pois impede o crescimento de microrganismos contaminantes.
Mtodos Diretos
Cultura
Os meios usados para isolamento e cultivo de leptospiras so enriquecidos com soro de coelho ou albumina bovina (BSA) e livres de protena. Para o diagnstico sorolgico da infeco e para tipificao microbiolgica deve-se utilizar meios de cultura lquidos.
Mtodos Diretos
Cultura
Usualmente 1 - 3 gotas de sangue ou de outros lquidos corporais so incorporadas ao meio de cultura Tambm pode ser usado uma pequena poro de tecido modo. O crescimento pode ocasionalmente ser detectado depois uma semana, mas muitas vezes toma mais tempo. O meio de cultura deve ser revisado em intervalos regulares por um perodo de 3 meses e, para este propsito deve se utilizar o microscpio de campo escuro.
Mtodos Diretos
Cultura
Apesar de apresentar alta especificidade, esse mtodo pouco usado para fins diagnsticos devido baixa sensibilidade e ao longo perodo necessrio para o crescimento bacteriano. Como o tempo necessrio para a liberao de um resultado pode chegar a trs meses, a cultura usada como mtodo confirmatrio, associada ao ELISA e ao MAT. Entretanto, o isolamento das bactrias tem importncia fundamental nas investigaes epidemiolgicas, sendo pr-requisito essencial para a identificao da cepa envolvida em surtos ou epidemias, ou mesmo circulante em determinada rea geogrfica.
Mtodos Diretos
Cultura
Mtodos Diretos
Cultura
Em meios semi-slidos, o crescimento alcana uma densidade mxima em uma zona discreta abaixo da superfcie do meio, que se torna cada vez mais turvo enquanto a incubao prossegue. Este crescimento est relacionado tenso ideal de oxignio e conhecido como anel ou disco de Dinger.
Mtodos Diretos
A tcnica de inoculao em animais de laboratrio til no isolamento de microrganismos de materiais contaminados e tambm na manuteno de isolamentos recentes. Esta tcnica tambm essencial na descontaminao de culturas, e com a ajuda de proteo passiva os animais inoculados podem ser usados para recuperar um sorotipo simples de uma cultura mista.
Mtodos Diretos
Hamster dourado o mais utilizado. O material clnico deve ser intraperitonialmente e o animal examinado duas vezes ao dia. inoculado deve ser
A partir do terceiro ou stimo dia, o lquido peritoneal examinado no microscpio de campo escuro.
Mtodos Diretos
Hibridizao do DNA
A hibridizao de DNA, tambm conhecida como DNA restriction enzyme analysis (REA) envolve a extrao do DNA da populao homognea de microrganismos, digesto do DNA com restrio da endonuclease e eletroforese da digesto do DNA em gel de agarose. A impresso do DNA, portanto altamente especfica para cada tipo de leptospira.
Mtodos Diretos
Hibridizao do DNA
Esta tcnica provou ter sensibilidade suficiente para diferenciar entre sorovares de leptospiras baseado em suas diferenas genticas
Entretanto, a sensibilidade destas reaes muito menor que a da amplificao genmica, (PCR).
Mtodos Diretos
PCR
O PCR um mtodo de amplificao de segmentos especficos do DNA de Leptospira, em amostras clnicas como sangue, at que alcance nveis detectveis. Desta maneira, a presena de leptospiras confirmada pela deteco e identificao de segmentos especficos do DNA de Leptospira.
Mtodos Diretos
PCR
Mtodos Diretos
VANTAGENS: til no diagnstico ps-morte. DESVANTAGENS: Requer equipamentos laboratrio. especiais e um
PCR
espao
reservado
do
Profissional altamente qualificado. Pode dar resultados falsos positivos pela presena de quantidades mnimas de DNA estranho que pode contaminar a rea de trabalho. Pode dar resultados falsos negativos pela presena de inibidores nos materiais clnicos que esto sendo examinados. A validez dos testes depende essencialmente da qualidade dos controles includos nas provas.
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Mtodos Indiretos
Os mtodos indiretos incluem: Imunofluorescncia indireta (IFI) Soroaglutinao macroscpica Aglutinao microcapsular (MCAT) ELISA Soroaglutinao microscpica (MAT) Lepto-Dipstick
Mtodos Indiretos
Imunofluorescncia Indireta
O teste de imunofluorescncia indireta (IFI) no largamente utilizado como teste diagnstico primrio para leptospirose, embora seja um teste confivel e rpido quando h disponibilidade. Possui sensibilidade de 91,4%, tendo sido comparado tcnica de Soroaglutinao Microscpica (MAT), sendo considerada moderadamente sensvel e especfica para o diagnstico inicial de leptospirose.
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Mtodos Indiretos
Soroaglutinao macroscpica
A tcnica de soroaglutinao macroscpica feita partir de um pool de leptospiras formolizadas. Os antgenos so empregados na forma de suspenso concentrada de leptospiras inativadas pelo formol.
Mtodos Indiretos
Soroaglutinao macroscpica
Vantagens:
Desvantagens:
no distingue a sorovariante que est provocando a doena, pois gnero especfico e serve como exame de triagem. Existem algumas divergncias em relao a esta prova, em funo do freqente nmero de resultados falso negativos e com menor freqncia de falso positivos
Mtodos Indiretos
Aglutinao microcapsular
baseada na aglutinao passiva de polmeros transportadores sintticos, pelo anticorpo leptospiral. O MCAT foi avaliado para uso em humanos por 6 centros colaboradores da Organizao Mundial de Sade (OMS), sendo til como um teste de triagem precoce.
Mtodos Indiretos
Aglutinao microcapsular
VANTAGENS: Capaz de apresentar o resultado positivo mais cedo que o MAT ou o ELISA. DESVANTAGENS: No capaz de detectar anticorpos de alguns sorovares de leptospiras.
Mtodos Indiretos
ELISA
O ELISA um teste preciso e prtico, usado para a deteco de anticorpos anti-leptospira. Os anticorpos da classe IgM podem ser detectados aps uma semana da infeco Os anticorpos do tipo IgG partir de 2 semanas Atualmente, este teste tem sido largamente usado para screening gnero especfico da leptospirose no homem.
Mtodos Indiretos
VANTAGENS:
ELISA
O ELISA mais sensvel que o MAT na primeira semana da doena S utiliza um antgeno, chamado antgeno gnero especfico. Ao contrrio da MAT, pode ser estandarizado. No requer cultura de leptospiras no laboratrio local, para fornecer antgeno desde que um kit comercial esteja disponvel.
DESVANTAGENS:
Algumas provas de ELISA so menos especficas que a MAT Reaes cruzadas, devido presena de outras doenas, podem ser observadas. O MAT mais sensvel que o ELISA na terceira semana da doena. Como se baseia em um antgeno gnero especfico, a prova de ELISA no da indicao do sorovar infectante.
Mtodos Indiretos
MAT
A tcnica de soroaglutinao microscpica (MAT) a mais recomendada pela Organizao Mundial de Sade (OMS). realizada a partir de antgenos vivos, e considerada como o exame laboratorial padro-ouro para a confirmao do diagnstico.
Mtodos Indiretos
MAT
um exame caro e trabalhoso, pois h a necessidade de manter culturas de leptospiras viveis, representativas das sorovariantes mais importantes para a regio de estudo.
Alm de detectar anticorpos especficos, usada na identificao e classificao dos sorovares isolados e deve ser realizada em laboratrios especializados ou de referncia.
Mtodos Indiretos
MAT
No MAT relativamente comum observar fenmenos de co-aglutinao, ou seja, a presena de anticorpos contra mais de um sorovar de leptospira. Neste caso a interpretao dos resultados deve considerar o ttulo mais alto e persistente na evoluo, como provvel responsvel pela doena.
Mtodos Indiretos
MAT
Se houver um resultado no-reagente na primeira amostra e um resultado reagente com ttulo maior ou igual a 1:200 na segunda amostra, teremos o que se conhece como soroconverso, o que tambm confirma o caso. Excepcionalmente, quando se conta apenas com uma amostra sangnea com teste de microaglutinao reagente, com ttulo igual ou maior que 1:800, confirma-se o caso.
Mtodos Indiretos
MAT
Mtodos Indiretos
Vantagens: Alta especificidade
MAT
Desvantagens: Cultura e mantimento de leptospiras vivas. Tcnica exigente e consome muito tempo. Insensibilidade em detectar anticorpos antes da segunda semana de doena.
Mtodos Indiretos
Lepto-Dipstick
O Lepto-Dipstick um teste simples para a deteco de anticorpos IgM especficos da Leptospira em amostras de soro humano. O teste rpido e no requer nenhum equipamento especial.
Mtodos Indiretos
Lepto-Dipstick
O teste baseia-se na ligao anticorpo IgM especficos para o antgeno Leptospira. O ensaio realizado atravs de uma diluio 1:50 de soro
Mtodos Indiretos
Lepto-Dipstick
A vareta contm duas faixas horizontais: um antgeno constitudo de banda larga reativa de antgeno de Leptospira (banda inferior) e um controle interno (banda superior).
Mtodos Indiretos
Lepto-Dipstick
Vantagens: Fcil e rpido para realizar Bem padronizado Reagentes altamente estveis. No necessitam de refrigerao No requer nenhum equipamento especial
Desvantagens: Falso-positivas podem ocasionalmente ocorrer em soros de pacientes com outras doenas. Falsos-negativos podem ocorrer ocasionalmente quando houver anticorpos IgG, em vez de anticorpos IgM.
Amostra
O LACEN o laboratrio de referncia para diagnstico no estado e realiza teste de ELISA IgM e Microaglutinao. De acordo com MS: A amostra deve ser coletada a partir do 7 dia do incio dos sintomas;
A amostra deve ser de 3 ml de soro (sem hemlise), em recipiente sem anticoagulante, acondicionada para transporte temperatura de +4C. Em caso de Teste de Elisa Reagente, recomenda-se a coleta de uma segunda amostra a partir do 15 dia dos primeiros sintomas da doena, para realizao da MAT, que tem por objetivo determinar a espcie da Leptospira.
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Paciente do sexo masculino, 23 anos, procurou hospital queixando-se de febre e dor no corpo. Relata que h 7 dias apresenta quadro de febre, cefalia e mal estar, evoluindo com melhora dos sintomas. Aps 2 dias da melhora voltou a apresentar febre de 40C, mialgia difusa, principalmente nas panturrilhas e vmitos. H 48 horas apresenta ictercia, colria e hiperemia conjuntival. Na histria epidemiolgica relata acampamento em Ilha Grande, Angra do Reis, Rio de Janeiro, tendo ficado descalo na chuva por vrios dias. Negava contato com animais rurais, mas refere vrias leses de pele causada por escoriaes.
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Exames Inespecficos
Paciente Hematcrito Hemoglobina Plaquetometria 34 % 11,5 g/100mL 48.000/mm Valores de Referncia 40-52 % 11,5-16,4 g/dL 150.000-450.000/mm
Uria
Creatinina Sdio Potssio
192 mg/dL
3,8 mg/dL 140 meq/L 3,9 meq/L
10-50 mg/dL
0,8-1,3 mg/dL 140-148 meq/L 3,6-5,2 meq/L
TGO (AST)
TGP (ALT) Gama GT
187 U/L
146 U/L 197 U/L
11-39 U/L
11-39 U/L 7-45 U/L
Exames Inespecficos
Bilirrubina (total) 25,1 mg/dL 1 mg/dL
Bilirrubina (direta)
Bilirrubina (indireta) Protena C reativa Amilase Lipase Creatinofosfoquinase (CPK) Atividade de protombina Tempo parcial tromboplastina
24,8 mg/dL
0,3 mg/dL 8,0 mg/dL 132 U/L 239 U/L 1773 U/L 76 % 0,75
0,2 mg/dL
0,1-0,6 mg/dL Inferior a 3 mg/L 30-130 U/L 7 - 59 U/L At 190 U/L 70-100 % <1,3
A radiografia de trax estava normal e a ultrassonografia abdominal demonstrava apenas hepatoesplenomegalia. Internado na UTI com hiptese diagnstica de Leptospirose e iniciado tratamento com hemodilise e antibioticoterapia com penicilina cristalina 6 milhes U EV por dia.
Aps 24 horas de internao apresentou Escarros hempticos, evoluindo com torpor, taquicardia e hipoxemia, responsiva ventilao no invasiva.
No 6 dia de internao, confirmado diagnstico de Leptospirose atravs de resultado de microaglutinao com Leptospira interrogans, sorovar Copenhagen, com titulao de 1:64.000 Imunofluorescncia indireta para Leptospira com IgM: reagente at 1:100
Recebeu alta da UTI no 8 dia de internao, com melhora importante do estado geral, relatando fome, sem dor ou dispnia. Evoluiu com poliartralgia, principalmente em mos e joelhos, com picos febris dirios. Apresentou queda progressiva do hematcrito e hipotenso postural leve, sem evidncias de hemlise ou exteriorizao de sangramento.
Como houve progresso da anemia, no 15 dia de internao realizou-se aspirado de medula ssea que demonstrou hipoplasia eritride. Ento, foi iniciado Eritropoietina Recombinante 40.000 U SC 1 x semana. O paciente teve resposta satisfatria ao tratamento clnico.