O Estilo Internacional
O Estilo Internacional
O Estilo Internacional
O termo International Style utilizado para denominar a arquitetura FUNCIONALISTA praticada no decorrer do SCULO 20 em todo o mundo, principalmente na Europa. ESTILO INTERNACIONAL foi, de certa forma, pouco mais que uma expresso criada para denotar uma arquitetura CUBISTA que se espalhara por todo o mundo desenvolvido, principalmente na poca da Segunda Guerra Mundial.
O MOVIMENTO MODERNO foi alm do ESTILO INTERNACIONAL, durante seu perodo de existncia, principalmente na dcada de 50, houve momentos em que se discutiu sua CONTINUIDADE ou sua RENOVAO/ CRISE.
A partir de 1930 at 1950, dois caminhos convivm juntos na arquitetura internacional: Uma arquitetura que MOVIMENTO MODERNO. d continuidade s propostas do
Uma arquitetura que comea a surgir e traz revises formais que se afastam do ORTODOXISMO, ou que to somente desenvolve c/ mais rigor o ORGANICISMO, EXPRESSIONISMO, CLASSICISMO.
Assim, ainda que houve, especialmente na dcada de 50, uma grande exploso de novas PROPOSTAS FORMAIS, o mtodo e o ESTILO INTERNACIONAL continuaram sendo predominantes em todo o mundo.
O termo foi cunhado por HENRY-RUSSEL HITCHCOCK e PHILIP JOHNSON, quando chegaram definio de um novo estilo que poderia ser descrito de forma ampla, como independente dos MOVIMENTOS NACIONAIS.
Esse termo foi usado pela primeira vez em 1932, ao entitular o livro Estilo Internacional: Arquitectura desde 1922, escrito por HITCHCOCK e JOHNSON.
Porm, trs arquitetos estavam no cerne deste Estilo Internacional: Le Corbusier, Walter Gropius e Mies Van der Rohe.
Os MESTRES que seguiram este estilo, eram considerados SOCIALISTAS em sues pontos de vista e UTPICOS em seus objetivos.
Tal estilo, possua um carter HOMOGNEO enganador, uma vez que suas formas geomtricas e planas, defendidas como UNIVERSAIS, eram sutilmente ADEQUADAS realidade CLIMTICA e CULTURAL de cada local. Ao contrrio do estilo NEOCLSSICO, o ESTILO INTERNACIONAL nunca conseguiu se tornar verdadeiramente UNIVERSAL. Implicava na busca de uma arquitetura que favorecia a TCNICA, os MATERIAIS sintticos modernos e a PADRONIZAO, de modo a facilitar a FABRICAO. Primava ainda pela FLEXIBILIDADE da PLANTA LIVRE, preferindo o esqueleto alvenaria.
Nem sempre era possvel manter a arquitetura baseada em estruturas padronizadas em esqueleto, o clima e diversos condicionantes poderiam exigir outras estruturas. Porm, essa pr-disposio tornou-se FORMALISTA e ainda quando era impossvel utiliza-la, alguns arquitetos mascaravam a falta de seu uso. Ex:. As villas de Le Corbusier da dcada de 20, disfaravam atravs de formas brancas, geomtricas, homogneas e aparentemente maquinicistas, uma estrutura em blocos de concreto e concreto armado. Por diversas razes, o Estilo Internacional ser muito criticado na dcada de 50, principalmente no ltimo CIAM em 1956. O jovem grupo TEAM X, atacou o estilo, ao defender que estes no levavam em considerao os LUGARES e as PESSOAS, levando em conta apenas conceitos mecnicos de ordem.
Aps a 2 Guerra Mundial predomina-se o desenvolvimento do ESTILO INTERNACIONAL Uma arquitetura elaborada a partir de propostas RACIONALISTAS.
Isto ir se manifestar tanto na produo dos MESTRES do M.M., quanto da produo dos demais pases desenvolvidos: Frana, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Japo e Estados Unidos.
ESTADOS UNIDOS
Nos ESTADOS UNIDOS, o Estilo Internacional foi inicialmente praticado por emigrados VIENENSES e SUOS Posteriormente, a defesa pela continuidade da ORTODOXIA ser defendida por WALTER GROPIUS e PHILIP JOHNSON.
Walter Gropius & Archictects Collaborative construiram obras como: Residncia Harkness Commons Harvard (1950), Torre da Companhia PAN-AM NY (1963)
Philip Johnson, admirador de Mies, defendeu em suas primeiras obras um ESTRITO ESTILO INTERNACIONAL, como na Casa de Vidro Connecticut (1951). Em sua prxima obra, o Lincoln Center em NY (1962), sua arquitetura moderna j se recobre de certa recuperao NEOCLASSICISTA.
ALEMANHA
O aumento da construo foi mais lento, devido recuperao da GUERRA e a limpeza dos escombros. Como em outros pases da Europa, para a reconstruo das cidades alems foi adotado o ESTILO INTERNACIONAL. Uma arquitetura estritamente FUNCIONAL, TRANSPARENTE, SIMPLES, MODULADA e com grandes ESPAOS LIVRES. Porm, j voltada para AGILIDADE (formas menos rgidas e puristas), variedade de MATERIAIS (materiais tradicionais como pedra e madeira), uso de FORMAS CURVAS e uma maior adaptabilidade ao MEIO.
ESPANHA
O Estilo Internacional foi adotado na Espanha, substituindo assim o ACADEMISMO e o FOLCLORISMO na arquitetura imposta pelo governo de FRANCO.
Foi assim um polmico movimento paralelo que se desenvolveu depois de 1930, sob a liderana dos arquitetos socialistas Luis Sert e Garcia Mercadal.
O Estilo Internacional aconteceu assim atravs de uma recuperao do MTODO RACIONALISTA e da nova linguagem INTERNACIONAL na obra de Alejandro de la Sota, Francisco Javier Saenz de Oza, Jos Antnio Coderch, Josep Maria Sostres Alm das obras, produziram trs estudos tericos para Barcelona, com a colaborao de Le Corbusier (1933). Porm, conscientes da sua necessria reviso, o Estilo Internacional foi superado imediatamente.
BRASIL
Depois da exposio onde Hitchcock e Johnson (1932), o Estilo Internacional expandiu-se for a da Europa e dos Estados Unidos, aparecendo em lugares como FRICA DO SUL, AMRICA DO SUL, JAPO e pases do LESTE. Nos pases da AMRICA LATINA, se adota uma viso prpria da arquitetura moderna: EXUBERANTE, MONUMENTAL, de alarde ESTRUTURAL e INTEGRADORA DAS ARTES. Esta poca de desenvolvimento gera figuras muito importantes da arquitetura internacional: Brasil: Oscar Niemeyer, Lcio Costa e Lina Bo Barde. Chile: Emilio Duhart Mxico: Luis Barragn e Flix Candela Venezuela: Carlos Ral Villanueva Argentina: Clorindo Testa
BRASIL
Na Amrica Latina, o sistema de Beaux-Arts importado da Europa se esgotou e os arquitetos latino-americanos estavam a procura da superao de um ESTILO ANTIQUADO. Traaram assim um caminho prrpio para a MODERNIDADE, com por ex. as TEORIAS de Lcio Costa e as obras do jovem Oscar Niemeyer. No Brasil, a arquitetura moderna teve origem na pareceria formada na dcada de 20, entre Lcio Costa e Gregori Warchavchik, tendo sido este ainda professor de Oscar Niemeyer. Warchavchick, arquiteto russo emigrado que havia sido influenciado pelo futurismo, foi responsvel pelas primeiras casas CUBISTAS no Brasil.
BRASIL
Com Getlio Vargas no poder em 1930, Lcio Costa foi nomeado diretor da Escola de Belas-Artes e assim, a arquitetura moderna foi acolhida como uma questo de POLTICA NACIONAL no Brasil. Esta arquitetura brasileira se destinguiu da europia por uma vontade mais decidida de CARACTERIZAO de cada edifcio, pela EXPRESSO dos traos distintivos de cada PROGRAMA e pela RELAO com a PAISAGEM. Niemeyer, foi um dos primeiros arquitetos que, desde uma atitude RENOVADORA e PROGRESSISTA, coloca em dvida os princpios do ESTRITO FUNCIONALISMO na arquitetura. Sua obra acima de tudo ESCULTRICA e EXPRESSIVA.
LESTE EUROPEU
A arquitetura dos pases do Leste Europeu encontrou-se com a tradio mais PRODUTIVISTA do Movimento Moderno, fazendo com que se esquecessem de suas prrpias tradies, como o CONSTRUTIVISMO, SUPREMATISMO, FUTURISMO Iro seguir os postulados mais RADICAIS e METODOLGICOS do Movimento Moderno, apoiando-se na aplicao dos princpios da PLANIFICAO CENTRALIZADA, controlando o processo de crescimento das estruturas urbanas. Tem-se como tema central a HABITAO MASSIFICADA e pela PRFABRICAO PESADA. A crise do final dos anos 80 no Leste Europeu, foi reflexo TARDIO da aplicao ESTRITA do RACIONALISMO no urbanismo e na sociedade.
JAPO
Suscetvel influncia ocidental por cerca de cinquenta anos, o Japo estava bem preparado para assimilar o Estilo Internacional. Foi atravs do emigrado tcheco Antonin Raymond, que o estilo chegou a Tkio pela primeira vez. O estilo assim surgiu atravs de um arquiteto da Europa Central que complementara sua formao com F. L. Wright, a quem s consiguir se libertar da influncia nos anos 30. Houve ainda o movimento do GRUPO SECESSO japons. Alguns trabalharam para Raymond, outros ou estudaram na Bauhaus ou trabalharam para Le Corbusier. Kenzo Tange vir posteriormente no ps guerra e apesar de ter razes comuns s obras de Le Corbusier, perde por completo o sentido de ESCALA HUMANA, construndo megaestruturas residenciais.
Mies Van der Rohe o exemplo mais claro de CONTINUIDADE do MTODO INTERNACIONAL. Ao longo de toda sua trajetria seguir insistindo em seus dois prottipos preferidos: o PAVILHO e o ARRANHA-CU. O primeiro tipo PAVILHO se materializa inicialmente no Pavilho da Alemanha para a Exposio de Barcelona (1929) e ainda com a Casa Tungendhat na Repblica Tcheca (1930), posteriormente na Casa Farnsworth (1950), nos Pavilhes de Illinois Institute of Technology (1958) e, tardiamente, na Neue Nationalgalerie de Berlim (1968).
O segundo tipo ARRANHA-CU foi desenvolvido a partir de seus estudos plsticos que nunca se concretizaram em Berlim. Estes culminaram em edifcios construdos na Amrica do Norte e no Canad, tais como os Apartamentos Lake Shore Drive em Chicago (1951).
Porm, sua experincia AMERICANA transformou nitidamente suas estruturas de PAVILHO e ARRANHA-CU.
O PAVILHO perdeu sua TRANSPARNCIA, FLUIDEZ FLEXIBILIDADE, para converter-se em RGIDAS CAIXAS DE VIDRO.
Os ARRANHA-CUS de formas CRISTALINAS, ORGNICAS e LIVRES, tornaram-se PRISMAS PERFEITOS, ESTRITOS e AUTNOMOS. Tais diferenas foram fruto da EVOLUO TECNOLGICA. Porm, a insitncia no uso de ESPAOS UNIVERSAIS (aceita quase todo tipo de funo), como o PAVILHO, so na verdade ANTIFUNCIONALISTAS. Isto porque promove a separao entre FORMA e FUNO.
No compartilho em absoluto a idia de que um edifcio concreto deva ter carter particular. Acho que deve exibir um carter universal determinado pelo problema global que a arquitetura deve lutar para resolver. MIES VAN DER ROHE