Pranchas Unidas
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RICARDO BOFILL
EQUIPE:
ANNA BEATRIZ MEDEIROS DE SOUZA
ISADORA ALLEN DI SOUZA RAMOS CAIADO
RICARDO BOFILL
GIOVANNA MOMOLI ROLIM
RAFAELLA AZEVEDO TEIXEIRA SILVA
ORIENTAÇÃO
PROF. SANDRA PANTALEÃO
CRISE E REVISÃO CRÍTICA AO MOVIMENTO MODERNO CONTEXTO E INSERÇÃO DO ARQUITETO | TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
O Movimento Moderno compreende um grande número Industrial acarretou em um questionamento por parte reduzir o homem a um ente genérico e propunha Com um novo olhar para a diversidade e Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona, onde, em industrializados, recuperando certo monumentalismo e sensibilidade a tecnologia e certa crítica a seus exageros.
de contribuições individuais e coletivas. Não é possível da sociedade, que acreditava que a excessiva confiança construções seriadas ou padronizadas para seres tão especificidade, a arquitetura pós-moderna não deveria 1957, foi expulso por pertencer a uma associação política se conectando com linguagens clássicas, como colunas Dessa forma, a abordagem de Ricardo Bofill é
determinar sua origem em um único lugar ou ambiente na razão e na visão mecanicista que o Movimento distintos. seguir regras ou métodos, mas estabelecer relação de comunista. Em seguida, viajou para a Suíça que ou arcos, recursos típicos da arquitetura pós-modernista. extremamente (neo) historicista, promovendo esta
cultural, sendo o resultado da reação aos princípios de Moderno pregava era insuficiente para a época. Assim, o O declínio dos ideais modernistas iniciou-se a partir do significância entre usuário, edifício, local, cultura e continuou os seus estudos na Universidade de Genebra. O trabalho de Bofill durante a década de 1960 foi relação, na verdade, de uma maneira há algumas
composição acadêmicos e ao ecletismo, e assim, rejeitando pós-modernismo foi identificado não como um final da década de 1950 e princípio dos anos 60, memória. É neste período que há o rompimento com o Em 1963, Bofill reuniu uma equipe de arquitetos, caracterizado por cores exuberantes e massas retilíneas décadas bastante difundida: resgatando elementos
determinadas formas do passado, baseando-se nos movimento isolado, mas como uma nova estrutura representado primeiramente pelo trabalho de raciocínio projetual que os arquitetos modernistas engenheiros, filósofos, planejadores, escritores, ao longo da costa leste da Espanha, conforme mostrado compositivos de um leque classicista, construídos com
princípios de unidade, simetria, centralização, hierarquia, social, efeito da globalização, onde as diversas áreas da arquitetos como Louis Khan e Philip Johnson, que carregavam, já que agora cada projeto teria a sua sociólogos e cineastas que mais tarde seriam em La Muralla Roja. Uma década depois, em 1971 Bofill tecnologia atual. Neste aspecto, Bofill tratou sua
coordenação e tecnicidade. sociedade passaram a estabelecer inter-relações, começaram a demonstrar discordância da postura particularidade em meio a uma sociedade em massa e conhecidos como Taller de Arquitectura (oficina de promove uma segunda oficina, com obras mais arquitetura como muitos ‘neo-historicistas’, e em alguns
Estabeleceu-se certas regras de composição que puderam responsável por significativas mudanças presentes até demasiadamente dogmática dos princípios do globalizada. Além disso, o adorno e o decorativismo são arquitetura), aonde eram feitos projetos de diferente carregadas de elementos típicos da arquitetura francesa, casos com mais ‘naturalidade’ que outros das últimas
ser seguidas e adequadas, independentemente da hoje. movimento moderno. o ponto chave para esse novo estilo, uma vez que o natureza em diversas partes do mundo, adaptando-os mostrando uma grande mudança em sua estética com décadas (apesar das referências explícitas à arquitetura
localização. Contudo, baseado numa abstração geométrica Esse rompimento não define a arquitetura Na década subsequente, o arquiteto Charles Jencks
pós-moderno faz releituras de estilos passados afins de às realidades culturais de cada lugar. Além de ser um a introdução de curvas e tetos abobadados. Isso leva a clássica, a naturalidade mostra-se em uma utilização
que acabou considerando não somente a obra construída, pós-moderna, é somente seu pontapé inicial. Podemos determinou até uma data exata para o fim do
que se busque o significado e fuja do igualitarismo. dos melhores representantes do estilo pós-moderno da um ecletismo confuso em que há uma série de estilos mais ‘moderna’, retirando os excessos que muitos
mas também o ser que a usufruía como ente genérico, identificar ao longo deste movimento uma serie de movimento moderno, o qual seria instituído com a
Neste período, os arquitetos utilizavam uma serie de arquitetura contemporânea, Bofill foi eleito membro historicistas diferentes. arquitetos mantinham quando a referenciavam). Sua
houve o esvaziamento de sentido e individualidade de tendências, entre elas o historicismo pós moderno, o demolição do complexo habitacional Pruitt-Igoe do
estratégias para estabelecer a crítica do modernismo, de honorário do Instituto Americano de Arquitetos, e De inúmeros projetos, como de hotéis, aeroportos e intenção foi recuperar valores históricos e simbólicos da
ambos. high tech, o desconstrutivismo e a neovanguarda arquiteto Minuru Yamasaki, construído em 1951 segundo
forma que valorizava a história, reabilitada na considerado um dos influentes do mundo pelo torres de escritórios, Taller de Arquitectura, ocupa em arquitetura no sentido de devolver seu aspecto popular.
Em meados do século XX o mundo foi cenário de Holandesa. os preceitos do Congrés Intenationaux d’Architecture
grandes transformações e manifestações que abalaram Foi repensado o modo como o movimento moderno moderne, o CIAM e, inclusive, premiado na época pelo composição arquitetônica e a cultura popular. Nesse desenvolvimento de linguagem moderna na elaboração 1973, sua sede, onde era uma antiga fábrica de cimento
toda a sociedade devido à 2º Guerra Mundial. A insatisfação era aplicado em relação à vida. Se, na questão da Instituto dos Arquitetos Americanos. A demolição teve contexto, Ricardo Bofill tenta desenvolver uma síntese de obras de arquitetura e de urbanismo no abandonada, um complexo industrial da virada do
com as técnicas e normas resultados da Revolução arquitetura, ele era satisfatório quando era utilizado para início em março de 1972. entre dois mundos: o classicismo e a alta tecnologia. planejamento das cidades. século e que se opõe ao funcionalismo empregado pelo Para alguns, Ricardo Bofill pode parecer algo como um
Apresenta em seus projetos ser um arquiteto Suas primeiras obras aparecem elementos tradicionais movimento moderno. Essa ideia mostrou que qualquer camaleão. Comparando o pós-modernismo de seus projetos
conceituador, famoso por investigar estilo e elegância da arquitetura mediterrânea e especificamente catalães espaço pode ser alocado e que a função é flexível em Paris dos anos 80, suas recentes torres de aço e vidro e o
estoricismo estéril de sua própria casa e estúdio, que ele
clássica, misturando com raízes ibéricas e crítica ao e que mais tarde, sua linguagem é renovada, com um enquanto a forma. Diante disso, o projeto se adapta a
reformou na década de 1980, seria perdoado pensar que não
suposto simplismo da industrialização. Sua intenção era grande dinamismo quando liga casas, criando um qualquer espaço para uma nova função, não
há consistência presente em todo o seu trabalho. No entanto,
de recuperar valores históricos e simbólicos da sistema que serve como alternativa ao bloqueio importando o quão diferente ele pode ser a partir do seus projetos são realmente enraizados em conceitos de
arquitetura com o objetivo de reconvertê-la em um racionalista, para resolver os problemas de seus projetos original. regionalismo e processo que, embora recentemente sejam
fenômeno popular. maiores. Além disso, o trabalho de Ricardo se manifesta A linha de montagem do Modernismo e seus populares na comunidade arquitetônica em geral, têm
Nasceu em 1939 na cidade de Barcelona, Ricardo através da nova vanguarda, que experimentava novos questionamentos estéticos estiveram presentes na apoiado sua mente arquitetônica desde os seus vinte anos.
Bofill Levi estudou no Liceu francês e depois na Escola caminhos, com o uso de materiais cada vez mais geração de Bofill, por isso encontramos uma ( Vladimir Belogolovsky, City of Ideas, 2016)
P R I N C I PA I S O B R A S
FUNDAÇÃO DO ESCRITÓRIO: PRINCIPAIS PARCEIROS: PRINCIPAIS REFERENCIAS
Sócio Jean-Pierre Carniaux, Arquiteto Sênior da Criam espaços dinâmicos fundados na centralidade da escala humana em seus propósitos,
RBTA – 1963 RBTA desde 1976, Gabor Somssich como arquite- funções, movimento. Por meio de uma experiência técnica refinada e uma sensibilidade cultu-
to-chefe e engenheiro civil, Eduardo Wachs
FILIAIS: como arquiteto-chefe de design, Giorgio Cui
ral madura, trabalham com a questão da constante mudança, ‘Nômades em uma jornada para
O escritório tem diversos projetos em outros países mas não como arquiteto-chefe e planejador-chefe e redefinir estilo e espaço’, trabalham em quatro continentes, para explorar a arquitetura narrativa
chegou ao ponto de abrir uma filial em outro pais além da Marta de Vilallonga como designer-chefe de como uma alternativa aos esquemas funcionais modernos.
Espanha. interiores
PROGRAMAS: HABITAÇÃO SOCIAL (29), MASTER PLAN (15) E SERVIÇOS (14) PRINCIPAIS PREMIAÇÕES
Bofill atua como um dos maiores represen- teto-estrela”. Contudo, esse ecleticismo da Espanha, conforme mostrado em La _livros:
tantes do estilo pós-moderno da arquitetura evidencia justamente uma intenção por Muralla Roja . Uma década depois, seu Ricardo Bofill, Hacia una Formalización de la Ciudad en el Espacio , Barcelona: Blume Editorial,
contemporânea. Em seus desenhos parte do arquiteto de estar sempre em trabalho no Santuário Maritxell mostrou uma 1968
grande mudança em sua estética com a Ricardo Bofill, L'Architecture d'un Homme , Paris: Arthaud, 1978
mantém as linhas claras do estilo moderno, evidência, acompanhando as tendências Ricardo Bofill e Jean-Louis André, Espaces d'une vie , Paris: Odile Jacob , 1989 (traduzido para o
mas abandona as formas frias que caracteri- arquitetônicas mundiais e assim, se afirman- introdução de curvas e tetos abobadados. espanhol como Espacio y Vida , 1990, e em italiano como Spazi di una vita , 1996)
zam outras tendências modernas. Assim, ele do como um profissional de renome. Por Bofill abraçou o vidro e o aço em 2010 com Ricardo Bofill e Nicolas Véron , L'Architecture des villes , Paris: Odile Jacob , 1995
foi capaz de incorporar em seus projetos a “flertar” com diversas vertentes pós-moder- a construção do W Hotel Barcelona , mar- _filmes:
dualidade entre elementos clássicos, como nas, Bofill carrega um repertório eclético e cando outra progressão séria em sua sensibi- Circles , 1968. Color, 35 mm, 17 minutos. Dirigido por Ricardo Bofill e Carles Durán. Atores: Serena
colunas ou arcos, e estruturas contemporâ- diversificado, que perpassa por aspectos que lidade arquitetônica maleável. Sua prática Vergano, Salvador Clotas. Fotografia: Juan Amorós. Apresentado no Festival de Tours, França,
1968
neas e modernas. vão do historicismo ao high-tech. continua a prosperar com a recente abertura Schizo , 1970. Cor, 35 mm, 60 minutos. Dirigido por Ricardo Bofill, Carles Durán e Manolo Núñez
Ricardo Bofill é um arquiteto de caráter O trabalho de Bofill durante a década de do Edifício Economia de Praga, com muitos Yanosvski. Atores: Serena Vergano , Modesto Bertrán. Fotografia: Juan Amorós. Coreografia: Anto-
predominantemente eclético, e talvez por 1960 foi caracterizado por cores exuberantes mais em andamento. nio Miralles. Apresentado na 48 Mostra Cinematografica Internazionale di Venezia, Sala Volpi,
isso não seja taxado como um típico “arqui- e massas retilíneas ao longo da costa leste 1991
OBRAS ANALISADAS
_LA MURALLA ROJA, 1973 - CALPE, ALICANTE, ESPANHA _WALDEN-7, 1975 - SANT JUST DESVERN (BARCELONA),
_TERMINAL 1 DO AEROPORTO DE BARCELONA, 2010 - EL PRAT DE ESPANHA
LLOBREGAT, BARCELONA. ESPANHA _NOU CAMP NOU, 2015 - BARCELONA, ESPANHA
_LA FÁBRICA, 1975 - SANT JUST DESVERN (BARCELONA)
ERA PÓS E AGORA? INSERÇÃO NO PANORAMA DA ARQUITETURA CONTEPORÂNEA
Como apresentado anteriormente, Ricardo Bofill é, reconhecido a nível internacional. em conceitos de regionalismo e processo que, embora
definitivamente, um profissional eclético, que se transforma Suas habilidades transcendem um único estilo de recentemente sejam populares na comunidade
ao longo de sua trajetória profissional e transita entre várias projeto e de programa, uma vez que realizou centenas arquitetônica em geral, têm apoiado sua mente
estéticas, vertentes e escolas. Entre sua fase revivalista, de projetos, desde habitações unifamiliares a obras de arquitetônica desde os seus vinte anos.”
dotada de cores brilhantes e formas nostálgicas grande porte como estádios e aeroportos.
(Historicismo) nos anos 70 e o seu momento mais
tecnológico e contemporâneo (High Tech) nos anos 2000, “Para os não iniciados, Ricardo Bofill pode parecer algo
existe um arquiteto que perpassa por vários caminhos, como um camaleão. Comparando o pós-modernismo
sempre “flertando” com tendências. de seus projetos em Paris dos anos 80, suas recentes
Contudo, vale ressaltar a sua sensibilidade em relação às torres de aço e vidro e o estoicismo estéril de sua própria
críticas ao Movimento Moderno. Ricardo Bofill fez parte de casa e estúdio, que ele reformou na década de 1980,
uma geração de arquitetos capazes de reconhecerem seus seria perdoado pensar que não há consistência presente
próprios exageros modernistas, e assim evitar a propagação em todo o seu trabalho. No entanto, como Bofill revela
de um estilo extremamente racional e estanque. Talvez seja nesta entrevista de Vladimir Belogolovsky, da série "City
esse o fato responsável por torná-lo um profissional único e of Ideas" (2016), seus projetos são realmente enraizados
Em 1963, Bofill reuniu uma equipe de arquitetos, arquitetura mediterrânea e especificamente catalães e depois, em 1971 Bofill promove uma segunda oficina,
engenheiros, filósofos, planejadores, escritores, sociólogos e que mais tarde, sua linguagem é renovada, com um com obras mais carregadas de elementos típicos da
cineastas que mais tarde seriam conhecidos como Taller grande dinamismo quando liga casas, criando um arquitetura francesa, mostrando uma grande mudança
de Arquitectura (oficina de arquitetura), aonde eram feitos sistema que serve como alternativa ao bloqueio em sua estética com a introdução de curvas e tetos
projetos de diferente natureza em diversas partes do racionalista, para resolver os problemas de seus projetos abobadados.
mundo, adaptando-os às realidades culturais de cada maiores. Além disso, o trabalho de Ricardo se manifesta De inúmeros projetos, como de hotéis, aeroportos e
lugar. Além de ser um dos melhores representantes do através da nova vanguarda, que experimentava novos torres de escritórios, Taller de Arquitectura, ocupa em
estilo pós-moderno da arquitetura contemporânea, Bofill caminhos, com o uso de materiais cada vez mais 1973, sua sede, onde era uma antiga fábrica de cimento
foi eleito membro honorário do Instituto Americano de industrializados, recuperando certo monumentalismo e abandonada, um complexo industrial da virada do
Arquitetos, e considerado um dos influentes do mundo se conectando com linguagens clássicas, como colunas século e que se opõe ao funcionalismo empregado pelo
pelo desenvolvimento de linguagem moderna na ou arcos, recursos típicos da arquitetura pós-modernista. movimento moderno.
elaboração de obras de arquitetura e de urbanismo no O trabalho de Bofill durante a década de 1960 foi
planejamento das cidades. caracterizado por cores exuberantes e massas retilíneas
Suas primeiras obras aparecem elementos tradicionais da ao longo da costa leste da Espanha. Uma década
PENSAMENTO CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Ricardo Bofill é um arquiteto eclético, que se tratou sua arquitetura como muitos ‘neo-historicistas’, e A partir das pesquisas realizadas durante todo o preferem viver em centros históricos, e não em cidades
transforma ao longo de sua trajetória profissional e em alguns casos com mais ‘naturalidade’ que outros das semestre foi possível reconhecer o legado do arquiteto novas. Tento encontrar alternativas ao modernismo
transita entre várias estéticas, vertentes e escolas. O últimas décadas (apesar das referências explícitas à Ricardo Bofill para a arquitetura pós moderna e simplista, trazendo de volta o espírito da cidade
trabalho de Bofill durante a década de 1960 foi arquitetura clássica, a naturalidade mostra-se em uma contemporânea, bem como as nuances pelas quais mediterrânea. Então, eu estava tentando combinar o
caracterizado por cores exuberantes e massas retilíneas utilização mais ‘moderna’, retirando os excessos que atravessam seus trabalhos e suas linhas de melhor do modernismo e o melhor dos estilos clássicos.
ao longo da costa leste da Espanha, conforme mostrado muitos arquitetos mantinham quando a referenciavam). pensamento. Com o Ecletismo de Bofill, foi possível Eu ainda gosto de arquitetura clássica. Gosto de suas
em La Muralla Roja. Uma década depois, em 1971 Bofill Sua intenção foi recuperar valores históricos e simbólicos aprender sobre equilíbrio entre forma e função e noções de sequência de espaços, sistema de
promove uma segunda oficina, com obras mais da arquitetura no sentido de devolver seu aspecto visualizar a trajetória profissional de um arquiteto que proporções, seu esforço para a perfeição, mesmo que
carregadas de elementos típicos da arquitetura francesa, popular. tem como intenção recuperar valores históricos, nunca seja realizável.”
mostrando uma grande mudança em sua estética com culturais e simbólicos e convertê-los em um fenômeno (Entrevista de Ricardo Bofill para ArchDaily).
a introdução de curvas e tetos abobadados. Isso leva a popular.
um ecletismo confuso em que há uma série de estilos Em determinado momento, quando a mistura entre
historicistas diferentes. De inúmeros projetos, como de elementos clássicos e artifícios modernos acaba
hotéis, aeroportos e torres de escritórios, Taller de gerando espaços urbanos axiais e limitados desde o
Arquitectura, ocupa em 1973, sua sede, onde era uma ponto de vista geométrico, Bofill não hesita em buscar
antiga fábrica de cimento abandonada, um complexo outras dinâmicas de projeto e se reinventar.
industrial da virada do século e que se opõe ao
funcionalismo empregado pelo movimento moderno. “Acusado por muitos de se posicionar como um
Essa ideia mostrou que qualquer espaço pode ser arquiteto da vanguarda neoclássica, Bofill, contudo, não
alocado e que a função é flexível enquanto a forma. tenta esconder sua afinidade pós-moderna como uma
Diante disso, o projeto se adapta a qualquer espaço resposta ao modernismo, frio e racionalista. Por isso,
para uma nova função, não importando o quão Ricardo tenta se expressar através da recuperação da
diferente ele pode ser a partir do original. A linha de dimensão histórica, sendo capaz de trabalhar não
montagem do Modernismo e seus questionamentos apenas com o “espaço”, mas também com o “tempo”.
estéticos estiveram presentes na geração de Bofill, por “Minhas visões eram sempre o oposto [das de Le
isso encontramos uma sensibilidade a tecnologia e Corbusier]. Cada cidade é um lugar muito mais
certa crítica a seus exageros. Dessa forma, a abordagem complexo, um lugar conflitante, contraditório e
de Ricardo Bofill é extremamente (neo) historicista, corrupto. As cidades precisam ser reparadas e curadas,
promovendo esta relação, na verdade, de uma maneira não demolidas e construídas a partir do zero. As
há algumas décadas bastante difundida: resgatando cidades começaram 10 mil anos atrás, mas para Le
elementos compositivos de um leque classicista, Corbusier a história não existia. Seus manifestos só
construídos com tecnologia atual. Neste aspecto, Bofill olharam para frente. Mas é claro que as pessoas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPONENTES DO GRUPO
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_Ricardo Bofill: “Por que as cidades históricas são mais bonitas que as modernas?". Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/804433/ricardo-bofill-por-que-as-cidades-historicas-sao-mais-bonitas-que-as-modernas>. Acesso em:
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_Entrevista a Ricardo Bofill. Disponível em: <https://arqa.com/actualidad/colaboraciones/entrevista-a-ricardo-bofill.html>. Acesso em 22 de
junho de 2021.
_Os últimos sonhadores da modernidade. Disponível em:
<https://ichi.pro/pt/os-ultimos-sonhadores-da-modernidade-162524656704614>. Acesso em: 22 de junho de 2021.
ISADORA ALLEN