Analise Institucional - Alexandra
Analise Institucional - Alexandra
Analise Institucional - Alexandra
Trabalho apresentado disciplina Estgio Supervisionado II do Curso Servio Social das Faculdades Itecne Cascavel - ITECNE, para obteno nota parcial da disciplina. Professor(a): Estela B. P. L de Cristo
de de de de
SUMRIO
1. APRESENTAO.......................................................................................... 3 2. IDENTIFICAO DO CAMPO DE ESTGIO ................................................ 4 2.1 rgos Envolvidos .................................................................................... 4 2.2 Histrico .................................................................................................... 4 2.3 Localizao Geogrfica da Unidade ......................................................... 6 2.4 Demanda Institucional............................................................................... 7 3. ORGANOGRAMA E PROCESSO DECISRIO DO CAMPO DE ESTGIO . 8 3.1 Organograma da UBS............................................................................. 10 3.2 Recursos Humanos................................................................................. 11 3.3 Fluxograma de Encaminhamentos.......................................................... 11 4. O SERVIO SOCIAL NO CAMPO DE ESTGIO........................................ 13 4.1 Objetivos Especficos .............................................................................. 13 4.2 Polticas Sociais que Permeiam o Campo de Estgio ............................ 13 5 O SERVIO SOCIAL COMO PROFISSO .................................................. 20 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................. 27 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................ 28
1. APRESENTAO
O presente trabalho tem por objetivo realizar uma anlise institucional da Unidade Bsica de Sade (UBS) Marco Antonio da Silva Pyl Municpio de Cascavel PR. Conforme ensina Pereira, a anlise Institucional um procedimento coletivo, que visa realizar anlise dos integrantes de uma organizao, as relaes, as estruturas, as atitudes, as convenes e as prticas habituais. (PEREIRA, 2007) Pretendo com este trabalho elencar toda a estrutura funcional, as competncias e atribuies da Instituio. Focalizando tambm o papel do Assistente Social frente a gerencia servios pblicos. Abaixo breve resgate da poltica de sade a qual permeia o campo de estgio e ainda um breve histrico do Servio Social e sua insero na rea da sade e quais as leis que norteiam o campo de estgio.
2.1 rgos Envolvidos Prefeitura Municipal de Cascavel Secretaria Municipal de Sade Unidade Bsica de Sade
Unidade Bsica de Sade Aclimao Endereo: Rua Recife, 3606, Aclimao Telefone: (45) 3902-1426 Coordenadora: Rosani da Rosa Bendo
2.2 Histrico A Unidade Bsica de Sade do Jardim Aclimao foi inaugurada no dia 10 de maro de 1991 num domingo tarde. O atual prefeito da poca Sr. Salazar Barreiros juntamente com o secretrio municipal de sade Dr. Alberto F.B. Drummond, foram prestigiar a abertura e discursar sobre as obras realizadas. As obras realizadas eram propostas da campanha eleitoral do prefeito em 1988 que pode ser realizada somente em 1991. O seu real objetivo era edificar um posto de sade para cada 10.000 habitantes (Jornal Hoje de 12 de maro de 1991 tera-feira). A reforma, ou seja, a construo de uma nova Unidade Bsica de Sade aconteceu na Gesto do atual Prefeito da poca Dr. Lsias de Araujo Tom no ano de 2005 e 2006, mas somente inaugurada no dia 26/06/2006. O nome dado a UBS de Marco Antonio da Silva Pyl concedeu-se em homenagem a um funcionrio e motorista da prefeitura, que sofreu um infarto e, contudo, ficou marcado na histria da rea pblica. A UBS esta inserida a Secretaria Municipal de Sade de Cascavel (SESAU)
tem como misso ofertar a populao condies de proteo e recuperao da sade, bem como melhorar a ateno a mesma para que haja uma reduo das enfermidades e para que populao de cascavel tenha uma melhor qualidade de vida. Desse modo, as Unidades Bsicas de Sade so a porta de entrada da populao, visto que o primeiro local onde os usurios procuram pelos servios que o Sistema nico de Sade (SUS) oferece. Entretanto para chegarmos ao Sistema nico de Sade se faz necessrio uma retrocesso na historia, partindo do Movimento da Reforma Sanitria que aconteceu no Brasil no final da dcada de 70 culminou na VIII Conferncia Nacional de Sade em 1986, a conferncia foi um grande evento que:
Reuniu cerca de 4.500 pessoas, sendo 1.000 delegados, para discutir os rumos da sade no pas. O temrio teve como eixos: Sade como direito de cidadania, Reformulao do Sistema Nacional de Sade e Financiamento Setorial [...] o relatrio desta Conferencia, transformado em recomendaes, serviu de base para a negociao dos defensores da Reforma Sanitria para a reformulao da Constituio Federal. (BRAVO, 2009)
Sendo assim, a proposta da VII Conferncia que a sade seja um direito do cidado, um dever do Estado e que seja universal o acesso a todos os bens e servios que a promovam e recuperem.
A Constituio Federal de 1988, a lei maior de nosso pas, determinou ser dever do Estado garantir sade a toda a populao e, para tanto, criou o SUS - Sistema nico de Sade. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgnica da Sade, que detalha o funcionamento do SUS. Portanto, o SUS resultou de um processo de lutas, mobilizao, participao e esforos desenvolvidos por grande nmero de pessoas. (BRASIL, SUS)
Assim, o SUS foi uma grande vitria que foi conquistada com a luta de toda a sociedade em prol do direito a sade com qualidade e de acesso para todos e est amparado na Lei n 8080 de 19 de setembro de 1990. A referida Lei prescreve em seu artigo 5 os objetivos do Sistema nico de Sade (SUS), quais sejam:
I) a identificao e divulgao dos fatores condicionantes e determinantes da sade; II) a formulao de poltica de sade destinada a promover, nos campos econmico e social, a observncia do disposto no 1 do art. 2 desta lei; III) a assistncia s pessoas por intermdio de aes de promoo, proteo e recuperao da sade, com a realizao integrada das aes assistenciais e das atividades preventivas. (BRASIL, 1990)
A lei clara no que se refere responsabilidade dos rgos pblicos quanto promoo e preveno a sade que deve ser prestada no mbito da Unio, estados e municpios pela secretaria de cada rgo equivalente como est previsto no artigo 9 da referida lei. A mesma Lei, no artigo 7, ainda determina a universalidade, integralidade e igualdade no acesso aos servios de sade em todos os nveis. (BRASIL, 1990)
2.3 Localizao Geogrfica da Unidade Unidade Bsica de Sade Aclimao Nome: Marco Antonio da Silva Pyl Rua: Recife, 3606 Bairro: Jardim Aclimao, Cascavel-PR Inaugurao: 10/03/1991 Reforma/ampliao: 26/06/2006 rea de abrangncia: Bairro coqueiral, bairro jardim aclimao, bairro vale do sol, bairro porto seguro. Delimitao: Art. 1 do Decreto municipal n 7.560/2007. Consta a delimitao da rea de abrangncia da UBS Aclimao. I Aclimao vinculada Unidade Bsica de Sade Aclimao, inicia a partir da quadra 63, ao lado norte da Rua Osvaldo Aranha, seguindo por esta, no sentido Leste, at a Rua Presidente Juscelino Kubitscheck.
2.4 Demanda Institucional A unidade atende aos moradores dos bairros designados na rea de abrangncia em suas necessidades, quanto assistncia bsica, bem como realiza encaminhamentos advindos dos rgos pblicos, como conselho tutelar e ministrio da justia.
O Organograma demonstra a estrutura formal de uma organizao, disposto em nvel de representao Hierarquia e as relaes de comunicao existente entre estes. Abaixo representamos os rgos e departamentos dispostos em seu nvel de representao.
SECRETARIA DE SADE
Secretria de gabinete
SECRETARIA DE SADE
Departamento administrativo
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A Secretria de sade (SESAU) um rgo administrativo da gesto da poltica municipal de sade que tem como funo coordenar a administrao direta e indireta nas aes de promoo, preveno, strao proteo e recuperao da sade, bem como dos servios e procedimentos coletivos, ambulatoriais e hospitalares em Cascavel PR (BRASIL, 2011) 2011).
O organograma da Unidad de Sade representa a Hierarquia e o inter Unidade interrelacionamento entre diversas atividades e os responsveis por cada uma delas.
SESAU
Coordenao
Enfermagem
Administrativo
Medicina
Servio Social
Farmcia
Odontologia
Apoio
Tcnicos e Auxiliares
Tcnicos e Auxiliares
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3.2 Recursos Humanos A gesto de pessoas uma atividade executada por todos os gestores da organizao contando com o apoio do setor de recursos humanos chamado Recursos Humanos o conjunto de empregados e ou colaboradores de uma organizao, conforme suas funes adquire, desenvolve suas atribuies. Atualmente a UBS conta com seguinte quadro de funcionrios:
Tabela 1 Quadro de funcionrios Quantidade 1 2 4 2 1 3 3 4 3 4 2 2 5 2 Cargo Coordenadora Mdico Dentista Mdico Assistente social Enfermeira Tcnico enfermagem Auxiliar enfer. Agente adm. Agente C. de saude Zeladora Auxiliar de farmcia Auxiliar de odonto Agente de sade Funo Coordenadora Clinico geral Dentista Ginecologista Assistente social Enfermeira Tec. enfermagem Auxiliar enfer. Agente adm. ACS Servios gerais Auxiliar farmcia Auxiliar odonto Agente de sade Formao Servio social Medicina Odontologia Medicina Servio social Enfermagem Nvel mdio Nvel mdio Nvel mdio Nvel mdio Nvel mdio Nvel mdio Nvel mdio Nvel mdio Horas semanais 40 15 15 15 30 30 30 30 40 40 40 30 30 30
3.3 Fluxograma de Encaminhamentos Para que haja uma eficincia no trabalho desenvolvido em sade se faz necessrio o trabalho em rede, buscando que as informaes sejam circular, horizontalmente entre as instituies, formando redes intersetoriais.
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Segundo Bourguignon (2004) a rede implica na articulao, na conexo, aes complementares, relaes horizontais entre parceiros, interdependncia de servios.
Conselho tutelar
Delegacia da mulher
Capsad Creas II
Casp III
Ceacri
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Planejar a interveno prtica do Servio Social na Unidade Bsica de Sade, Aclimao atuando com base no Cdigo de tica.
4.1 Objetivos Especficos Atuar com base nas leis que regem e regulamentam a profisso; Ter como princpio norteador da atuao a Constituio Federal e a Lei n 8.080/90; Da visibilidade aos membros da equipe e gestor sobre a matria do Servio Social; Encaminhar providencia e prestar orientao social a indivduos, grupos e populao.
As Polticas de Assistncia Social so realizadas de forma integradas s demais polticas sociais setoriais, visando a enfrentar as desigualdades e garantir os mnimos sociais, na perspectiva da universalizao dos direitos sociais. Por isso as polticas devem: Prover servios, programas, projetos e benefcios de proteo social bsica e/ou especial para as famlias, indivduos e grupos que deles necessitam: Contribuir com a incluso e a equidade dos usurios e grupos especficos, ampliando o acesso aos bens e servios socioassistenciais bsicos e especiais, em rea urbana e rural: Assegurar que as aes no mbito da assistncia social tenham centralidade na famlia e garantam a convivncia familiar e comunitria. (Brasil. MDS/PNS, Nov.2004, p.33)
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A garantia da equidade no trato com a populao usuria e equivalncia de acesso da populao urbana e rural, uma realidade garantida pela Constituio Federal 1988, que vem sendo reafirmada pela PNAS/2004. Como conseqncia da formulao da PNAS/2004 e da deciso da IV Conferencia Nacional de Assistncia Social, depois do amplo debate, foi reafirmada a construo e Normatizao Nacional do SUAS, aprovado em julho de 2005 pelo CNAS por meio da Norma Operacional Bsica(NOB) nmero 130, de 15 de julho de 2005. O SUAS est voltado articulao, em todo o territrio nacional, das responsabilidades, dos vnculos e da hierarquia dos sistemas de servios, benefcios e ao em rede hierarquizada e em articulao com iniciativa da sociedade civil. Assim, a rede socioassistencial prevista no SUAS est articulada em torno da proteo social,que, do ponto de vista do sistema, articula-se em proteo bsica e especial e deve prever a existncia de: SERVIOS: atividades continuadas, definidas no artigo 23 da LOAS que visam melhoria da vida da populao e cujas aes estejam voltadas para as necessidades bsicas da populao, observando os objetivos, princpios e diretrizes estabelecidas nessa lei. A Poltica Nacional de Assistncia Social prev seu ordenamento em rede, de acordo com os nveis de proteo social: bsica e especial, de media e alta complexidade; PROGRAMAS: compreendem aes integradas e complementares, tratadas no artigo 24 das LOAS, com objetivos, tempo e rea de abrangncia, definidos para qualificar, incentivar, potencializar e melhorar os benefcios e os servios assistenciais, no se
caracterizando como aes continuadas; PROJETOS: definidos nos artigos 25 e 26 da LOAS caracterizam-se como investimentos econmico-sociais nos grupos populacionais em
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situao de pobreza,buscando subsidiar tcnica e financeiramente iniciativas que lhes garantam meios e capacidade produtiva e de
gesto para a melhoria das condies gerais de subsistncia, elevao do padro de vida,preservao do meio ambiente e organizao social, articuladamente com as demais polticas pblicas; BENEFCIOS: Benefcio de prestao continuada BPC, previsto no LOAS e no Estatuto do Idoso, provido pelo Governo Federal e
consiste no repasse de um salrio mnimo mensal ao idoso( pessoa com 65 anos ou mais) e para a pessoa com Deficincia que
comprovem no ter meios para suprir sua subsistncia ou t-la suprida por sua famlia. Esse benefcio compe o nvel de proteo social bsica, sendo seu repasse efetuado diretamente ao beneficirio; BENEFCIOS EVENTUAIS: So previstos no artigo 22 da LOAS e visam ao pagamento de auxilio por natalidade ou morte, ou para atender a necessidades advindas de situao de vulnerabilidade temporria, com prioridade para a criana,a famlia, o idoso, a pessoa com deficincia, a gestante, a nutriz e nos casos de calamidade pblica; TRANSFERNCIA DE RENDA: programas que visam ao repasse direto de recursos dos fundos de assistncia social aos beneficirios, como forma de acesso renda, visando ao combate fome, pobreza e outras formas de privao de direitos que levem situaes de vulnerabilidade social, criando possibilidades para a emancipao, o exerccio da autonomia das famlias e dos indivduos atendidos e o desenvolvimento local.(PNAS/2004).
As polticas sociais que so desenvolvidas no campo de estgio na descentralizao da poltica de sade por volta da dcada de 1990, o governo federal pensou e articulou de uma forma a beneficiar os seus interesses ao transferir para os municpios brasileiros a responsabilidade pela gesto da ateno bsica de sade, sendo assim, de uma grande responsabilidade. Ento passam a fazer parte das normas constitucionais a descentralizao e a universalizao da poltica federal de sade, conforme a constituio de 1988 e
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conseqentemente o Sistema nico de Sade (SUS) que surge neste mesmo perodo para tambm fazer parte dessas normas. Em 1990, uma das reformas principais ocorridas neste perodo foi o da municipalizao da gesto dos servios a qual foi bem sucedida e que no decorrer dos anos por volta de 2000 os municpios estavam j bem adaptados com o Sistema nico de Sade seguindo as normas implantadas da poltica de descentralizao do governo federal. Esta reforma tinha como caracterstica do principio ordenados do direito a sade e o modelo centralizado de prestao de servios como tambm com a universalizao que ampliou os direitos dos cidados. Como explica a autora M. Arretche (apud COSTA, 1999, p. 37).
O objetivo da universalizao a norma constitucional da municipalizao dos servios, a competio eleitoral e as condies institucionais, para a barganha federativa, j estavam presentes no cenrio poltico brasileiro em 1988. Estes fatores explicam, por exemplo, porque o nmero de estabelecimento municipais de sade tenha crescido de 2.961 para 18.662 entre 1981 e 1992 passando de um percentual de 22% para 69% do total de estabelecimentos do setor pblico no mesmo perodo.
Porm, fica a desejar os motivos que levaram os municpios a aceitarem a transferncia da responsabilidade pela gesto dos servios, data a distribuio desigual de capacidade estatal entre as esferas de governo e muito menos o porqu, que somente na metade do ano de 90 este processo de aceitao destacouse de forma exagerada.
A sade um direito de todos e dever do Estado, garantidos mediante polticas sociais e econmicas que visem a reduo de risco de doenas e outros agravos e ao acesso universal e igualitrio as aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao (BRASIL, 1988, p. 111).
Contudo aps esta formulao do artigo 196 da Constituio Federal de 1988, faz com que o significado do termo sade exija novas prticas dos servios de sade. Este novo significado vai alm da simples observao das causas biolgicas das doenas, ela se dedica tambm para as causas sociais dos indivduos,
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observando a falta de saneamento bsico, a fome, falta de escolaridade, lazer, de moradia, enfim, todas as causas refletidas e as que determinam as condies de vida de cada cidado. Portanto, podemos observar que temos fatores que determinam esta condio da falta de sade da nossa populao, como: a falta de alimentao, a moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educao, o transporte, o lazer e o acesso de bens e servios essenciais. E nesse sentido que se refletem os nveis de sade da nossa populao expressada na organizao social e econmica do pas. Com o surgimento de novos desafios para a rea de sade na cidade de cascavel, foi necessria a reformulao das polticas de sade no municpio, ou seja, uma reestruturao dessas polticas onde as aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema nico seguindo as seguintes diretrizes: I descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo; II atendimento integral, com prioridade pena as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais; III participao da comunidade. Essas diretrizes so o que dar o norte para tornar o funcionamento do sistema nico de sade, organizado e orientado com o objetivo de torn-lo adequado e de acordo com a real necessidade da populao da nossa regio. A municipalizao da sade uma estratgia para a construo efetiva do SUS e, a descentralizao da gesto, aes e servios, a nica forma capaz de viabilizar o novo modelo de ateno a sade, conferindo autonomia s regies e municpios para o planejamento, execuo, controle e avaliao dos servios, na aplicao de recursos e na priorizao de polticas condizentes com as suas realidades, com a efetiva contribuio e participao da sociedade. O desenvolvimento de polticas de sade que possam viabilizar a municipalizao deve contemplar obrigatoriamente a descentralizao poltica, financeira e administrativa, devendo ocorrer com a respectiva desconcentrao do poder e o necessrio aporte de recursos financeiros, sem interferncia na autonomia das unidades de federao e nos municpios. A descentralizao deve ser total e abrangente, ultrapassando a esfera do nvel central das secretrias municipais de sade, alcanando as unidades bsicas
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de sade, e facultando a instituio dos mecanismos de gesto com adoo do planejamento, oramentos estratgicos situacionais, ascendentes e participativos. A descentralizao uma forma de organizao que d aos municpios o poder de administrar os servios de sade da regio. Regionalizao ou rede regionalizada deve-se entender como a diviso de um grande espao com critrios previamente estabelecidos, em reas menores que passam a ser chamadas de regies. Cada regio se diferencia das outras por apresentar particularidades prprias. Qualquer espao e pode ser regionalizado, isto dividido. Com isso, os tipos de servios oferecidos sero distribudos para cada regio conforme sua capacidade de atender a populao. A Norma Operacional Bsica (NOB) do sistema nico de sade regida por normas que regulamentam os processos de descentralizao da gesto dos servios e das aes de sade. Ela subdividida em duas partes de gesto: A gesto plena de ateno bsica, em que o municpio ter o repasse de recursos para o financiamento de todas as aes bsicas de sade, e a gesto plena do sistema municipal de sade, onde o municpio ter o repasse de recursos fundo a fundo para o financiamento de toda a assistncia em sade. O atendimento integral um modo de servios assistenciais que beneficia de certo modo a sade e no a pessoa j doente, pois centraliza seus trabalhos em investimentos preventivos de doenas e agravos para a reduo dos mesmos. A participao da comunidade um direito garantido por lei onde a maioria da populao no entende a sua real funo. Pois bem sabemos que essa participao uma forma que permite a comunidade a controlar, fiscalizar, acompanhar a execuo e at definir as polticas de sade. Esta participao se d de duas formas: pelas conferencias e pelos conselhos de sade. As polticas de sade elaboradas e executadas pela prefeitura municipal de cascavel foram pensadas devido necessidade de melhoramento nos atendimentos a populao e devido precariedade no modo de vida e condies mnimas de sobrevivncia das mesmas. Mas estas polticas estaro sempre em construo, pois na sua contemporaneidade, vivemos em constante transformao. Portanto devemos identificar a humanizao como estratgia de
interferncia no processo de produo de sade, levando-se em conta que sujeitos sociais, quando mobilizados, so capazes de transformar realidades, transformando-
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se a si prpria. Trata-se ento de investir na produo de um novo tipo de interao entre os sujeitos que constituem os sistemas de sade e deles usufruem, acolhendo tais sujeitos e fomentando seu protagonismo.
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O Servio Social como profisso, em sete dcadas de existncia no Brasil e no mundo, ampliou e vem ampliando o seu raio ocupacional para todos os espaos e recantos onde a questo social explode com repercusses no campo dos direitos, no universo da famlia, do trabalho e do no trabalho , da sade, da educao dos idosos, das crianas, dos adolescentes, dos grupos tnicos, que enfrentam a investida avassaladora do preconceito, da expropriao da terra, das questes ambientais resultantes da socializao do nus do setor produtivo, das descriminao sexual, entre outras formas de violao de direitos. Tais situaes demandam ao Servio Social projetos e aes sistemticas de pesquisa e de interveno de contedos os mais diversos, que vo alm de medidas ou projetos de Assistncia Social. A Assistncia Social, como um conjunto de aes estatais e privadas para atender a necessidades sociais, no Brasil, apresentou nas ltimas dcadas uma trajetria de avanos que a transportou, da concepo de favores. Pulverizao e disperso, ao estatuto de Polticas Pblicas e de ao focal e pontual dimenso da Seguridade social e abriu caminho para avanos que se seguiram. A Assistncia Social desde os primrdios do Servio Social, tem sido um importante campo de trabalho de muitos (as) Assistentes Sociais. A Assistncia Social, que possui interface com todas as Polticas Pblicas, envolve, em seus processos operativos, diversificada entidades pblicas e privadas muitas das quais sequer contam com profissionais Assistentes Sociais em seus quadros, mas com profissionais de outras reas ou rede de apoio voluntrio nacional e internacional. A identidade da profisso no esttica e sua construo histrica envolve a resistncia frente s contradies social que configuram uma situao de barbrie, decorrentes do atual estgio de sociabilidade do capital em sua fase de produo destrutiva. Com graves conseqncias na fora do trabalho. A poltica de Assistncia Social, por sua vez comporta equipes de trabalho interprofissionais, sendo que a formao, experincia e interveno histrica dos assistentes sociais nessa poltica social no s habilitam a compor as equipes de trabalhadores como contribuem a esses profissionais um papel fundamental na consolidao da Assistncia Social como direito de cidadania.
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Os Assistentes Sociais brasileiros vm lutando em diferentes frentes e de diversas formas para defender e reafirmar os direitos e polticas sociais que, inseridos em um projeto societrio, mais amplo, buscam cimentar as condies econmicas, sociais e polticas para construir as vias da equidade, num processo que no se esgota na garantia da cidadania. A concepo presente no projeto ticopoltico profissional do Servio Social brasileiro articula direitos amplos, universais e equnimes, orientandos pela perspectiva de superao das desigualdades sociais e pela igualdade de condies e no apenas pela instituio parca, insuficiente e abstrata igualdade de oportunidades, que constitui a fonte do pensamento liberal. So estes parmetros que balizam a defesa da Seguridade Social, entendendo que esta deve incluir todos os direitos sociais previstos no artigo 6 da Constituio Federal (educao, sade, trabalho, habitao, lazer, segurana, previdncia e assistncia social) de modo a conformar um amplo sistema de proteo social, que possa responder e propiciar mudanas nas perversas condies econmicas e sociais dos cidados brasileiros. O compromisso tico, poltico, e profissional dos assistentes sociais brasileiros, do Conselho Federal de Servio social e dos Conselhos Regionais de Servio Social na luta pela Assistncia Social nao se pauta pela defesa de interesses especficos de uma profisso ou de um segmento. Suas lutas fundamentam-se; no reconhecimento da liberdade, autonomia, emancipao e pela expanso dos indivduos sociais; na defesa intransigente dos direitos humanos e na recusa do arbtrio e do autoritarismo; na ampliao e consolidao da cidadania, com vistas garantia dos direitos das classes trabalhadoras, na defesa da radicalizao da democracia, enquanto socializao da participao poltica e da riqueza socialmente produzida; no posicionamento em favor da equidade e justia social, que assegurem universalidade de acesso aos bens e servios, como sua gesto democrtica; e no empenho para eliminao de todas as formas de preconceito. Ao se reconhecer a questo da sade como resultado tambm das condies de alimentao, moradia, saneamento bsico, meio ambiente, trabalho, renda, educao, transporte e lazer e o acesso aos bens e servios essenciais, assim os nveis de sade da populao expressam a organizao social e econmica do pas. Assim o assistente social passa a ser a profisso necessria na rea da sade, para que o mesmo possa criar alternativas para intervir nessas
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demandas. de comum acordo que o estgio um momento de aprendizado prtico, onde o acadmico faz da teoria aprendida em sala, a prtica. Desta forma Bianchi diz que o estgio um perodo de estudos prticos para a aprendizagem, experincia e envolve ainda, superviso, reviso, correo e um exame cuidadoso (BIANCHI, 2002, p. 11). O estagio proporciona ao acadmico uma vivencia com a realidade, para que passa perceber os desafios que a carreira profissional lhe oferecer, e refletir sobre a profisso que ir seguir. Buriolla (2001) diz que o estgio campo de treinamento, espao de aprendizagem do fazer concreto do servio social.
O estagio o lcus onde a identidade profissional do aluno gerada, construda e referida, volta-se para o desenvolvimento de uma ao vivenciada, reflexiva e critica e, por isso, deve ser planejado gradativamente e sistematicamente (BURIOLLA, 2001, p. 13).
O estagirio no campo de estgio tem acesso aos procedimentos efetuados pelo profissional, sendo que este estimula o conhecimento e participao em todas as atividades realizadas, inclusive, nas que se realizam, fora do recinto em que se realiza o estgio. A superviso de campo tem um grande significado, quando esta traz acmulo de conhecimentos ao estagirio, pois por meio desta que o acadmico pode colocar em prtica a teoria assimilada em sala de aula. O campo de estgio em UBS se faz de grande interesse, j que um local onde a populao tem acesso facilitado, onde o profissional atua de forma a orientar sobre os direitos da populao, sendo tambm intermediadores da mesma para com o estado, que tem como obrigao a garantia destes direitos. Percebe-se tambm a atuao do profissional em relao aos outros profissionais do campo de estgio, enquanto equipe interdisciplinar. A assistente social tem postura diferenciada do restante da equipe, em funo de sua formao, mas voltada para a humanizao do atendimento populao. O assistente social se prope a trabalhar na unidade de sade aclimao com compromisso tico-poltico profissional. Isso significa que na relao com os usurios do servio trabalhar para viabilizar sua participao efetiva nas decises institucionais, para garantir a plena informao e discusso sobre as possibilidades
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e conseqncias das situaes na rede de sade pblica. Com a instituio o profissional trabalha para desempenhar e cumprir seus deveres fazendo programao, execuo das aes de forma a criar, recriar e ampliar as aes propostas sempre visando democratizao do acesso aos direitos sociais. Em relao com outros profissionais ele se prope a trabalhar no sentido de incentivar a prtica profissional interdisciplinar, a respeitar as normas e princpios ticos das outras profisses, apoiar e colaborar com os outros profissionais no cotidiano do trabalho, sem, no entanto, eximir-se de denunciar atos que contraem os postulados ticos contidos no cdigo de tica dos assistentes sociais.
Atendimento direto a indivduos, grupos e comunidades (unidade de atendimento) trabalhando junto com aqueles que apresentam
problemas sociais ou prevenindo-os capacitando-os para enfrentar tal problemtica. Investigao, identificando os fatores que geram problemas sociais, sua distribuio e desenvolvimento; as atitudes e valores que beneficiam ou obstacularizam o acesso a melhores condies de vida; o nvel de aproveitamento dos recursos comunitrios e suas expectativas diante deles; a qualidade e quantidade de recursos e servios sociais; Poltica e promoo social, estimulando e provocando medidas visando obter melhor qualidade de vida para a populao, criando sistemas, canais, e outras condies para a participao na obteno dessas mediadas; Planificao, transformando necessidades concretas em respostas tambm concretas que as satisfaam; Administrao de servios sociais, organizando, dirigindo, coordenando e supervisionando sistemas ou subsistemas institucionais e seus programas;
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Orientao de recursos humanos seja ou no profissionais; Atuar na microestrutura facilitando o acesso do usurio, famlia e da comunidade na instituio e na macroestrutura estabelecendo alcance social mais amplo entre outras instituies especializadas e o usurio; Sensibilizar o meio para que contribua para preserv-la, recuperar e reabilitar a sade;
O Servio Social foi reconhecido como profisso da sade no ano de 1997 por intermdio do Conselho Nacional de Sade que reconhece atravs da resoluo n. 218, de 06 de maro de 1997 as seguintes profisses como sendo profissionais da sade,
Reconhece como profissional de sade de nvel superior as seguintes categorias: assistentes sociais, bilogos, profissionais de educao fsica, enfermeiros, farmacuticos, fisioterapeutas, fonoaudilogos, mdicos, mdicos veterinrios, nutricionistas, psiclogos e terapeutas ocupacionais. (CNS,1997).
O exerccio profissional est regulamentado pela lei 8.662/93, que destaca as competncias e atribuies privativas do Assistente Social nos seus artigos 4 e 5 pelo Cdigo de tica do Assistente Social de 1993, norteando suas aes e dando suporte para desenvolver suas atividades no desempenho das mesmas nas Unidades Bsicas de Sade. Dessa forma, garante a seus usurios a efetivao das polticas de sade, bem como, a promoo do bem estar social da comunidade nos seus aspectos econmicos, sociais, fsico e cultural, estimulando tambm a cooperao dos integrantes da instituio com discusses dos objetivos, estratgias e instrumentos de comunicao com a finalidade de obter melhor atendimento aos usurios de sade.
Com
complexidade
da
sociedade
moderna
determinou
uma
pluralizao cada vez mais crescente dos campos de atuao dos trabalhadores sociais, seja na esfera pblica ou privada, a nvel de micro estrutura e de macroestrutura. Precisamente nesta e incumbindo-lhe a poltica de bem estar social, vai conquistando o Trabalhador social um lugar de
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relevncia tanto na sua formulao como no seu planejamento e gerenciamento das polticas publicas.
A UBS Aclimao o servio social iniciou em 1994 e a assistente social por um longo perodo exercia dupla funo que era de coordenao e tambm realizava servio social devido falta de profissionais. Conforme a proporo da de manda houve a necessidade de mais profissionais atuando. e atualmente a UBS conta com uma Assistente Social coordenadora e uma Assistente Social que realiza as atividades do Servio Social. O assistente social que atua na sade no necessita estar envolvido diretamente com os usurios, mas pode atuar tambm na gesto das unidades bsicas de sade atuando no planejamento e organizao das aes, pois:
O assistente social tem ampliado sua ao profissional, transcendendo a ao direta com usurios e atuando tambm em planejamento, gesto, assessoria, investigao, formao de recursos humanos e nos mecanismos de controle social. (CFESS, 2009)
Ressaltamos que uma das Assistentes Sociais desenvolve suas atribuies inerente a profisso a outra coordenadora no qual o Estgio Supervisionado II foi desenvolvido em Gesto com a coordenadora da UBS Rosani da Rosa Bendo, atuando no planejamento das aes, tambm na organizao dos servios, dessa forma as atividades a seguir so privativas do assistente social coordenador da UBS: Prever e prover recursos materiais e humanos. Supervisionar a equipe nas questes referentes ao desempenho de cada uma das atribuies Executar e/ou implantar os programas de sade do Ministrio da Sade (MS). Manter a equipe informada e atualizada quanto s normas e rotinas do atendimento. Remanejar a equipe quando necessrio devido s frias, afastamentos, licena, atestados mdicos e outros. Promover o conhecimento da comunidade a respeito das atividades e programas desenvolvidos pela Unidade Bsica de Sade (UBS).
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Supervisionar o desenvolvimento da produtividade programada para a UBS. Fazer controle do carto ponto junto ao Recurso Humanos (RH). Registrar todas as atividades realizadas. Gerenciar os recursos financeiros disponibilizados pela UBS. Participar e comparecer as atividades e reunies convocadas pela Secretaria de Sade (SESAU). Supervisionar o uso adequado dos materiais e equipamentos e providenciar manuteno quando necessrio. E demais procedimentos administrativos conforme a necessidade da UBS
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CONSIDERAES FINAIS
Diante do processo do estagio foi possvel visualizar que o planejamento esta presente nas atitudes administrativas. Sem o qual no e possvel prestar um servio de qualidade e eficincia. E atravs do conhecimento e pratica no Servio Social sob as Polticas Publicas que prestaremos promoo e proteo sade, com suporte tcnico e cientfico junto aos servios da rede do SUS, obedecendo a definies da poltica de estado, com a estruturao dos servios e o respaldo social e governamental da implantao das aes de sade. Na instituio o coordenador mantm a superviso a direo sobre a equipe interdisciplinar, na qual se remete diretamente a ele para a resoluo das questes que surgem. Possui um controle na instituio e h tambm controle da rea pessoal, com controle de ponto e horas extras, assim como existe um registro das atividades e ocorrncias dirias. Verifica-se que para a garantia e a qualidade dos servios prestados fundamental o planejamento da implementao e do funcionamento do servio, o que se pressupe que haja condies de operacionalizao do mesmo. Faz-se necessrio que a gesto do municpio assegure a estruturao dos servios, possibilitando condies operacionais a estas como instalaes suficientes e adequadas, um veculo para a realizao de visitas domiciliares e institucionais, computadores e impressora e demais equipamentos para o profissional desta rea. Mesmo diante da dificuldade de decifrar a realidade e propor e construir propostas criativas e capazes de preservar direitos sociais, como profissionais comprometidos com o projeto tico-poltico que somos, temos que contribuir para a participao popular, democratizao do acesso s informaes, divulgando dos servios, e na execuo dos direitos sociais.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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