Teoria Geral Do Processo 2020 2FGV
Teoria Geral Do Processo 2020 2FGV
Teoria Geral Do Processo 2020 2FGV
GRADUAÇÃO
2020.2
Sumário
Teoria Geral do Processo
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................3
PLANO DE ENSINO..................................................................................................................................................5
UNIDADE I: APRESENTAÇÃO DO CURSO. NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO PROCESSUAL. O DIREITO PROCESSUAL NA FASE INSTRUMENTALISTA.
OS PRINCÍPIOS MAIS RELEVANTES.
AULA 8: JURISDIÇÃO.............................................................................................................................................54
UNIDADE IV: PROCESSO, RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL E PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. PROCEDIMENTOS. ATOS E VÍCIOS PROCESSUAIS.
INTRODUÇÃO
C. MÉTODO PARTICIPATIVO
E. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
F. ATIVIDADES PREVISTAS
Além das aulas, a cargo do professor, o curso poderá contar com a realização
de seminários, sendo a turma dividida em grupos, que farão apresentação
oral nas datas previamente determinadas.
G. CONTEÚDO DA DISCIPLINA
PLANO DE ENSINO
DISCIPLINA
PROFESSOR
NATUREZA DA DISCIPLINA
Obrigatória
CÓDIGO
GRDDIROBG029
CARGA HORÁRIA
60 horas
EMENTA
OBJETIVOS
METODOLOGIA
BIBLIOGRAFIA OBRIGATÓRIA
DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Volume I. 17ª edição.
Salvador: Juspodium, 2015.
BIBLIOGRAFIA ADICIONAL
I. TEMA
II. ASSUNTO
1. ASPECTOS INICIAIS
Leitura obrigatória:
I. TEMA
1. Aspectos iniciais
2. Quadro esquemático
Internacional
Comum
Direito Processual
Direito Processual Trabalhista
Civil Especial
Direito Processual
Direito Processual Eleitoral
Interno
Comum
Direito Processual
Direito Processual Militar
Penal Especial
Direito Processual
Eleitoral
4. Norma processual
Além disso, ao lado das normas processuais (artigo 22, I, da CF) e das
procedimentais (artigo 24, XI, da CF), existem as normas de organização
judiciária, que também podem ser editadas concorrentemente pela União,
pelos Estados e pelo Distrito Federal (artigos 92 e seguintes, CF merecendo
especial destaque os artigos 96, I, “a”, e 125, §1°, CF).
Leitura obrigatória:
I. TEMA
1. As origens em Roma
Vale apontar ainda que, nesse período, a execução pessoal ainda era a regra,
podendo o devedor ser morto e ter seu corpo dividido entre os credores, ou,
ainda, ser feito escravo.
A execução passou a ser regida por ato separado e não mais se tratava de
responsabilidade pessoal, embora o réu respondesse com todo o patrimônio.
Foi instituída também a execução especial mediante a qual o credor poderia
tomar posse de um bem do devedor e caso a dívida não fosse paga, o bem
iria à venda em procedimento que seria a origem da venda em hasta pública.
Aparece também a citação por escrito e, embora haja meios de se punir o réu
caso ele não aparecesse, com fianças e medidas executivas, a revelia não mais
levava a uma obrigatória derrota do réu. Além disso, a ausência do réu depois
da contestação não impedia o julgamento em seu favor com base nas provas.
Assim, deve ser entendido que essa fase busca ampliar o acesso efetivo à
justiça. O Judiciário, conforme idealizado por Cappelletti, é acessível a todos
e deve responder a todas as espécies de demandas, individuais e coletivas,
contemplando o titular de um direito com a totalidade que o ordenamento
jurídico lhe assegura. A atividade jurisdicional deve, além disso, buscar e
prover resultados individuais e socialmente justos.
Por fim, o novo CPC restringe a liberdade do juiz. Isso se deve à necessária
observância nas decisões judiciais de precedentes vinculantes, cujo rol foi
majorado pela nova lei.
V. CONCLUSÃO
I. TEMA
1. Noções gerais
• A Constituição Federal
• Os tratados internacionais
• A lei complementar
• A lei ordinária
• As leis de organização judiciária, resoluções e regimentos internos dos tribunais
• Convenções Processuais
• Equidade
• Precedentes
2. Constituição Federal
3. Tratados internacionais
4. Lei complementar
Trata-se de espécie legislativa mais estável do que a lei ordinária por ser
aprovada pelo Congresso Nacional com quórum qualificado, com caráter
autônomo (artigo 59, II, CF). Matérias aprovadas por Lei Complementar
não podem ser objeto de medida provisória, já que essas têm hierarquia de 20
GRECO, Leonardo. Instituições de
Processo Civil, v. 1, 5a ed., Editora
Lei Ordinária (artigo 62, § 1º, III, CF). Forense, 2015.
5. Lei ordinária
Não são, portanto, fontes formais de direito processual, mas sim de organização
judiciária. Mesmo não versando sobre regras e princípios diretamente destinados
a esse ramo, exercem influência direta na primeira matéria.
7. Convenções Processuais
Assim, tal qual, por exemplo, na solução de litígios por arbitragem, torna-
se uma opção para as partes, sem que sejam prejudicados os princípios e as
garantias fundamentais do processo justo, a convenção da solução judicial.
8. Equidade
9. Precedentes
a) Disposições Gerais
Ainda sobre a ratio decidendi, cabe fazer mais algumas ressalvas. O órgão
jurisdicional não precisará indicá-la quando proferir decisão a respeito do caso
concreto – essa será fruto da correta interpretação de toda a fundamentação
jurídica (que, como já vimos, engloba, entre outros, a ratio decidendi) e de
todo o relato do caso concreto.
Assim versa o art. 928, § único, CPC, ao expor que o julgamento de casos
repetitivos pode versar sobre matéria de direito material ou processual.
Vale ressaltar que, embora não haja expressa previsão legal a esse respeito, os
precedentes consolidados na súmula de cada tribunal têm força obrigatória em
relação a esse mesmo tribunal e aos juízes a ele vinculados. Por isso a previsão,
no art. 926, CPC, da necessidade de uniformização da jurisprudência por
parte dos tribunais brasileiros. A exemplo, pode-se mencionar o art. 332, IV,
CPC, que prevê a improcedência liminar do pedido quando esse contrariar
súmula de Tribunal de Justiça sobre direito local.
Diz-se que o precedente tem efeito vinculante quando esse tiver eficácia
vinculativa em relação aos casos futuros similares. Essa espécie se encontra
prevista taxativamente no art. 927, CPC. Vale lembrar que o efeito
vinculante é a eficácia máxima que pode ser atingida por um precedente,
de modo que todos os demais efeitos listados acima são abrangidos por essa
espécie. Ainda, como é de observância obrigatória, os magistrados deverão
conhecê-los de ofício, sendo omissa (art. 1022, § único, CPC) a decisão que
deixe de se manifestar sobre.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v. 2, 10a ed., Editora
JusPODIVM, 2015. Capítulo 11.
V. AVALIAÇÃO
I. TEMA
Para o processo ser devido, ele tem de ser eficiente. Esse princípio
representa um dos corolários do princípio do devido processo legal.
as duas partes e somente depois de considerar a soma da parcialidade das DIDIER Jr, Fredie; Curso de Direito
27
dispõe que não será proferida decisão contra uma das partes sem que ela seja 28
DIDIER Jr, Fredie; Curso de Direito
Processual Civil, Ed. PODVM 17ª. Edi-
previamente ouvida. ção, 2015 – Vol.1.
De acordo com o princípio, o juiz deve manter-se inerte até que a parte
instaure o processo (inércia da jurisdição). A jurisdição só atua quando
provocada. Ainda, de acordo com esse princípio, é o autor quem delimita,
objetivamente e subjetivamente, o objeto sobre o qual se exercerá a jurisdição.
Nesse princípio, há a necessidade de correlação entre provimento e a demanda,
ou seja, o juiz deve ficar restrito ao pedido (artigo 141, CPC). Trata-se do
princípio da correlação entre provimento e demanda.
A regra é o juiz não ter nenhuma iniciativa probatória. Porém, existe uma
exceção que é a determinação de prova de ofício, prevista no artigo 370 do
CPC. Nesse caso, o juiz entende ser necessário para a descoberta da verdade
a produção de provas que as partes não requereram. O juiz também pode
decidir de ofício mesmo sem a manifestação das partes, ou seja, sair da inércia,
quando for uma questão de interesse público. Esses casos não costumam ser
questões de mérito, mas de admissibilidade.
IV. JURISPRUDÊNCIA
DIDIER Jr, Fredie; Civil Curso de Direito Processual Civil, Ed. PODVM
17ª. Edição, 2015 – Vol. 1.
AULA 8 – JURISDIÇÃO
I. TEMA
Jurisdição.
II. ASSUNTO
O objetivo das aulas é analisar a jurisdição, sendo esta a função estatal que tem
por escopo a atuação da vontade concreta da lei, por meio da substituição, pela
atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou dos próprios órgãos
públicos, seja ao afirmar a vontade da lei, seja tornando tal vontade efetiva.
1. Introdução
CARACTERÍSTICAS CONTEÚDO
Para o exercício da jurisdição o Estado
Inevitabilidade
dispensa a anuência do demandado.
Os resultados do processo serão impostos às partes,
Imperatividade
independentemente de aceitação.
Imunização dos efeitos das decisões proferidas, isto é,
Definitividade
possui aptidão para a produção da coisa julgada material.
Atividade Através da jurisdição se cria
Criativa a norma jurídica do caso concreto.
Por mais que o intérprete se esforce por ser fiel ao seu texto, ele será sempre,
por assim dizer, forçado a ser livre — porque não há texto musical ou poético,
nem tampouco legislativo, que não deixe espaço para variações e nuances, para
a criatividade interpretativa. Basta considerar que as palavras, como as notas
nas músicas, outras coisas não representam senão símbolos convencionais,
cujo significado encontra-se inevitavelmente sujeito a mudanças e aberto a
questões e incertezas.35
Nos dias de hoje, parece claro que o problema se concentra não mais na
existência da discricionariedade do magistrado na solução de determinado
caso, mas sim nos modos, limites e legitimidade da criatividade judicial.
PRINCÍPIOS CONTEÚDO
Leitura obrigatória:
VI. AVALIAÇÃO
Casos geradores:
Referência: STJ. RHC 28.853. Rel. para acórdão Min. Massami Uyeda.
Terceira Turma. J. 1/12/2011. DJ. 12/3/2012
AULAS 9, 10 E 11 – COMPETÊNCIA
I. TEMA
Competência.
II. ASSUNTO
1. Introdução
Isso ocorre não porque lhe falta jurisdição, mas sim porque lhe falta
competência. Poderíamos, então, dizer que a jurisdição é genérica e a
competência é específica. Na medida em que o legislador delimita as atribuições
de determinado órgão do Judiciário, ele está definindo a competência daquele
órgão para determinadas funções e proibindo-o de exercer outras.
Será visto, mais à frente, que o processo tem como um de seus pressupostos
de existência a presença de um órgão investido de jurisdição. De fato, isso
é o bastante para que o processo exista, mas não para que se desenvolva
validamente. Entre outros pressupostos processuais de validade, é necessário
que o órgão investido de jurisdição perante o qual se propõe determinada
demanda tenha competência para examiná-la.
Imagine que você esteja formado, tenha logrado êxito no exame da OAB
e se encontre agora em seu escritório de advocacia. Ao receber seu primeiro
cliente, ele lhe apresenta determinada situação jurídica que dará ensejo à
sua primeira demanda. Contrato de honorários advocatícios devidamente
assinado, só resta agora distribuir a petição inicial. Contudo, surge uma
dúvida: a qual órgão de nosso Poder Judiciário a petição deve ser direcionada?
Não é por acaso que diferentes órgãos de nosso Judiciário discordam, com
frequência, sobre a matéria referente à competência jurisdicional e surge,
assim, o denominado “conflito de competência”.
Nas situações do artigo 24, se a causa for julgada em outro país, não será
possível que ocorra a homologação da sentença estrangeira no momento em
que a pessoa pretender dar efeitos dessa sentença no território brasileiro, salvo
se houver disposição em contrário de tratados internacionais e de acordos
bilaterais que estejam em vigor no Brasil. Além disso, o parágrafo único
desse mesmo dispositivo traz que a pendência de causa em nossa jurisdição
não obsta a homologação da sentença estrangeira pelo STJ, notadamente
nas hipóteses de competência internacional concorrente. Por fim, o artigo
25 introduziu a possibilidade de cláusula de eleição de foro em contratos
internacionais, nos casos dos artigos 21 e 22, e respeitados os pressupostos
gerais de cláusulas de eleição de foro previstos no artigo 63.
3. Distribuição da competência
5. Classificação da competência
a) Absoluta e relativa
ABSOLUTA RELATIVA
A incompetência absoluta
A relativa somente determina
determina a remessa dos autos para
remessa, não sendo anulados os
outro juízo e a anulação dos atos
atos decisórios.
decisórios.
Inderrogável pelas partes. Derrogável pelas partes.
São três critérios: (a) objetivo, (b) funcional, e (c) territorial. Mostram-
se fundamentais na sistematização da divisão de competências que baseia a
nossa legislação, ainda que haja casos em que algum dos critérios possa ser
irrelevante.
“Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de
qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do
Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.”
II) Artigo 47 do CPC: nas ações reais imobiliárias, isto é, aquelas que
tratam de direitos reais sobre imóveis, competente será o foro de situação da
coisa. Logo, se não se encaixar em alguma das exceções do § 1º, o foro de
situação será caso de competência territorial absoluta. Também o é qualquer
ação possessória imobiliária, previsão introduzida pelo § 2º desse mesmo
dispositivo.
“Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente
o foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de
eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.”
II) Continência (artigo 56, CPC): É espécie de conexão, uma vez que há
identidade entre as partes e a causa de pedir entre duas ou mais ações, mas
um dos pedidos, por ser mais amplo, abrange os demais. Seus objetos não
são idênticos, razão pela qual não se confunde com a litispendência parcial.
Nesses casos, como há a reunião de duas ou mais ações, o critério que define
sobre qual juiz recairá a responsabilidade de decisão é a prevenção (artigo 58,
CPC). Quando se referir a uma mesma competência territorial, o juiz prevento
será aquele que fizer o despacho inicial positivo, hipótese do artigo 59, CPC.
O mesmo se aplica para o artigo 60 do CPC, em que se observa competência
territorial diversa, pelo fato de o imóvel ser muito grande.
8. Conflito de competência
Competência penal
A Justiça Eleitoral, por sua vez, é competente para julgar todos os crimes
eleitorais e crimes conexos.
A Justiça Militar julga os crimes militares, mas não julga os crimes conexos.
Também não é competente para julgar crime doloso contra a vida praticado por
militar contra civil, que será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.
9. Jurisprudência
Prevenção
Proteção ao menor
Juiz imediato
Especialidade e subsidiariedade
Igualdade
Leitura obrigatória:
VI. AVALIAÇÃO
Casos geradores:
I. TEMA
Essa teoria tem como origem e base o direito romano. Para ela, a ação
nada mais é do que o próprio direito material, ajuizado em decorrência
de ameaça de dano ou de dano efetivo. Logo, não poderia haver ação que
não versasse sobre direito material, já que ele seria o foco e o agente dela.
Assim, considerando que o direito de ação é decorrente do direito material,
compreende-se a ação como emanação do direito material.
e. Teoria Eclética
Essa teoria prevaleceu por muitos anos, durante toda a vigência do CPC de
1973. O novo CPC, de 2015, retira um pouco da importância das condições
da ação, permitindo o exame do mérito para beneficiar o réu, mesmo que
essas não se encontrassem preenchidas.
3. Caracterização da Ação
4. Condições da ação
Deve-se atentar para o art. 485, inc. VI do CPC de 2015, que prevê
a extinção do processo sem exame do mérito pelo juiz quando ausentes as
condições de ação. Cabe ainda considerar que a analise das condições da ação
se realiza de ofício pelo juiz a qualquer momento nos termos do Art. 485
§3º do CPC de 2015, mas as partes devem ser intimadas para manifestação
prévia (art. 10 do CPC).
5. Teoria da Asserção
A teoria da asserção, criada para lidar com dificuldades geradas pela teoria
eclética de Liebman, defende que o juiz deve realizar o exame das condições
de ação pelas assertivas (afirmações) apresentadas pelo autor em sua petição
inicial. Passado esse momento inicial e percebendo o juiz a ausência das
condições da ação, ele deve julgar o mérito, rejeitando o pedido do autor.
V. MATERIAL UTILIZADO
I. TEMA
a) a) Teorias privatistas
i) Processo como um contrato: identifica o processo como um
contrato, por meio do qual as partes se submetiam à decisão que
viesse a ser proferida.
ii) Processo como um quase-contrato: ainda que o processo não possa
ser considerado um contrato, diante das contundentes críticas
formuladas contra a teoria anterior, dele decorrem obrigações que
vinculam as partes.
Tal teoria, entretanto, foi esvaziada por não conseguir afastar a noção de
relação jurídica processual, contribuindo, contudo, para o enriquecimento
da ciência processual a partir do desenvolvimento e incorporação na
doutrina dos conceitos de faculdades, ônus, sujeições, bem como da
relação funcional de natureza administrativa entre juiz e Estado.
2. Classificação
Há, também, a complexidade, que se refere aos efeitos (ônus, deveres, direitos,
obrigações e faculdades) que o andamento do processo gera para as partes
envolvidas, e a progressividade, responsável pela caracterização dinâmica do
processo. Apesar da sua autonomia, há a unidade processual: quer dizer que
os atos praticados no decorrer do processo visam a um objetivo comum, que
é o provimento jurisdicional. Por fim, ressalta-se o caráter tríplice, visto que
a relação processual é composta por autor, réu e Estado.
4. Pressupostos processuais
5. Curador Especial
b) quando o incapaz estiver em conflito com o seu representante legal; CPC, “Art. 103. A parte será re-
45
V. AVALIAÇÃO
I. TEMA
Litisconsórcio.
1. Definição
2. Classificações
46
DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito
Processual Civil, volume 1, 17ª edição,
O litisconsórcio possui diversas classificações possíveis, a saber: Editora JusPodivm, pg 449.
A regra geral introduzida pelo art. 114 dispõe que o litisconsórcio será
necessário em dois casos. O primeiro é quando a lei assim previr. Já o
segundo refere-se à “natureza da relação jurídica controvertida”, em outras
palavras, quando for passivo e unitário. Isto se deve ao fato de que, quando
há apenas uma relação jurídica em litígio e esta relação produz efeitos a
uma pluralidade de litisconsortes, os princípios do contraditório e da ampla
defesa imperam pela citação de todos os réus no caso concreto, para que
tenham a possibilidade de se manifestar. Contrariamente, a definição de
litisconsórcio facultativo recai nas situações em que é facultado à parte litigar
com litisconsorte ou não. Vide regra, o litisconsórcio ativo será sempre
facultativo, uma vez que o direito de litigar é prerrogativa constitucional,
não podendo ser indevidamente cerceado ou vinculado a um terceiro.
“Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada,
não prejudicando terceiros.”
litisconsortes, será simples. Do contrário, como rege o art. 116 do CPC, será
unitário. Por fim, o litisconsórcio necessário é aquele cuja sentença só será
eficaz com a citação de todos os litisconsortes (art. 114, CPC), diferentemente
do litisconsórcio facultativo.
I. TEMA
1. Atos processuais
Iniciando pelos juízes, cinco são os atos que podem ser chamados a realizar:
I. Atos postulatórios
II. Atos dispositivos
III. Atos instrutórios
IV. Atos reais
Os atos reais são aqueles praticados pelas partes em pessoas, como ocorre,
por exemplo, na sustentação oral.
Por fim, os atos dos auxiliares de justiça podem ser separados em quatro classes:
3.1 Citação
As citações podem ser reais ou fictas. São reais quando o réu toma,
de fato, ciência da demanda. Já as fictas são aquelas nas quais presume-se
que o réu tomou ciência. As citações reais são compostas pelas citações (i)
por correio – artigo 247 do CPC/15 – e (ii) por mandado (ou pelo oficial
de justiça) – artigos 249 e 250 do CPC/15. Já as fictas são as (i) por hora
certa– artigo 252 do CPC/15 –, as (ii) por edital – artigo 256 do CPC/15
– ou as (iii) por meio eletrônico – Lei 11.419/06.
Entrando, agora, no rol das citações fictas, a por hora certa também é
realizada pelo oficial de justiça. Após duas tentativas malsucedidas de citar
o réu em seu domicílio, havendo suspeita de ocultação, pode comunicar
qualquer parente ou vizinho que se encontre no local de que voltará uma 51
No CPC/73, também era responsável
última vez em hora certa no dia útil subsequente e que, caso o citando pela prevenção do juízo, papel que foi
transferido, no CPC/15, para a distribui-
não apareça, presumir-se-á a sua ciência. ção válida do processo.
3.2 Intimação
é prevista nos artigos 214 e 215 do CPC de 2015. Já o plantão judiciário A intimação por hora certa e a por
53
Quando um ato qualquer tiver que ser realizado por meio de petição não
eletrônica, deverá respeitar o horário de funcionamento do fórum ou tribunal – vide
artigo 212, § 3º do CPC/15. No entanto, as petições eletrônicas estão dispostas na
Lei 11.419/06, e o artigo responsável pelo tempo processual é o artigo 10.
Outros pontos e artigos importantes aos prazos dos atos processuais são
os seguintes:
7. Vícios processuais
Um ato nulo, mesmo que não possa ser aproveitado, pode vir a produzir
efeitos, desde que não venha a gerar prejuízos. A eficácia de tais atos é
analisada pelo magistrado a cada caso.
IV. JURISPRUDÊNCIA
54
In: Curso de Direito Processual Civil.
Processual civil. Citação. Pessoa falecida. Ciência do autor. Invalidade. Fredie Didier Jr. 2015. Página 406.
Apesar da maior parte dos vícios
Autoridade da coisa julgada. Inexistência. Arguição em Mandado de
55
Leitura obrigatória:
DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil. Vol. I. 17ª edição.
Salvador: Ius Podivm, 2015. Capítulos VIII e IX.
VI. AVALIAÇÃO
Casos geradores56:
1) Havendo boa-fé da parte autora, a citação por edital de pessoa morta gera
nulidade? Na hipótese de gerar nulidade, quais os remédios processuais para
atacá-la? Ela pode ser atacada após o trânsito em julgado?
Referência: CARNEIRO, Athos Gusmão. Citação de réus já falecidos
(parecer). Revista de Processo, n. 117, set./out. 2004, p. 221-238.
I. TEMA
Despesas processuais.
1. Introdução
Sete são os tipos de despesas processuais que devem ser arcadas pelas
partes: as custas em sentido estrito, a taxa judiciária, os emolumentos, o
ressarcimento de despesas com a utilização de serviços estranhos ao Poder
Judiciário, a remuneração de sujeitos auxiliares e secundários do processo, as
multas e os honorários de sucumbência.
As custas em sentido estrito são instituídas por lei própria de cada estado.
No Rio de Janeiro, o Regimento de Custas está previsto na Lei estadual
3.350/99. Já na Justiça Federal, vige a Lei 9.289/96. Essa despesa corresponde
ao valor estipulado no Regimento de Custas que deve ser pago pelas partes
para auxiliar o Estado no custeio fixo da administração pública.
cujos limites são estipulados em lei62, são calculadas com base no valor do pedido. 62
Vide súmula 667 do STF.
3.1.2. Emolumentos
Assim, o juiz tem o dever de ouvir as partes para que possam discordar ou
concordar com os honorários apresentados. Na hipótese de não enxergar
problemas nas condições da pessoa escolhida, a parte responsável deve
depositar o valor no Banco Oficial determinado.
O CPC/15, em seus artigos 465, § 4º, e 95, estipula que ao perito poderá
ser autorizado o saque, ainda antes do início de seus trabalhos, de metade
dos recursos depositados. O restante somente poderá ser retirado após a
entrega do laudo de seu serviço.
3.1.5. Multas
Outra figura comum ao Direito Civil e que pode ser incluída no rol das
multas são as astreintes. Conferem a uma das partes o dever de pagar certa
quantia caso não cumpra uma obrigação contratual de entregar, fazer ou 65
O artigo 77, §§ 2º a 6º do CPC/15
contém casos em que a multa é sempre
não fazer à qual está vinculada. É um meio executivo: a coerção indireta. revertida para o Estado.
Assim, pretende compelir certa pessoa a cumprir com o devido para evitar 66
Tratando-se de multa sobre serven-
tuário e terceiro, geralmente seu mon-
o pagamento de multa. tante é pago em benefício do Estado.
4. Disposições finais
• O artigo 339 do CPC/15 prevê uma hipótese na qual o réu terá que
arcar com despesas, mesmo que seja a parte vencedora ao final.
• O artigo 87 do CPC/15 disserta sobre a divisão das despesas nos processos
em que a parte que sucumbe é formada por mais de uma pessoa –
litisconsórcio passivo ou ativo. Conforme esse artigo, a sentença deverá
determinar e distribuir a responsabilidade proporcional de cada pessoa
pelo pagamento das despesas e pelos honorários. Caso a sentença nada
disponha, os litisconsortes responderão solidariamente pelo pagamento.
• Em se tratando de jurisdição voluntária, a regra do § 2º do artigo
82 do CPC/15 só será aplicada caso surja algum litígio, podendo
ser identificada a parte sucumbente. No entanto, o padrão é a não
cobrança de honorários de sucumbência, e o rateio das despesas entre
os interessados envolvidos – vide artigo 88 do CPC/15.
• O artigo 93 do Novo Código de Processo Civil indica que as despesas
repetidas ou adiadas sem justa causa serão de responsabilidade do
sujeito processual que tiver gerado tal situação.
5. Jurisprudência
V. QUESTÕES DE CONCURSO
FICHA TÉCNICA