DISSERTAÇÃO Maria Cecilia Freire de Melo
DISSERTAÇÃO Maria Cecilia Freire de Melo
DISSERTAÇÃO Maria Cecilia Freire de Melo
Recife
2020
MARIA CECÍLIA FREIRE DE MELO
Recife
2020
Catalogação na Fonte
Bibliotecária: Elaine Freitas, CRB4-1790
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pacientes do HUOC que me ensinaram a ser mais forte e sempre agradecer
pelas oportunidades que nós temos em nossas vidas!
AGRADECIMENTOS
A minha Família, muito obrigada pela presença e carinho de vocês em todas as fases
de enriquecimento profissional da minha vida. Desde a graduação, a minha luta sempre foi a
nossa luta, as coisas nem sempre foram fáceis e o apoio de vocês me fizeram quem realmente
sou. Não seria nada sem vocês!
Ao meu orientador, Gustavo Pina Godoy, que me acolheu, ensinou, cobrou e guiou nos
caminhos da docência. Agradeço muito professor pela sua paciência em relação a tudo, sei que
tenho muito a aprender e sei também, que estou em boas mãos. Um verdadeiro orientador é um
mestre que norteia, abre portas e cresce juntamente com seu orientando. Um verdadeiro
orientador é aquele que comemora as conquistas com seu orientando. É aquele incentivador,
generoso mas também, que cobra excelência naquilo proposto. Através dessas palavras posso
representar bem, seu importante papel de mestre no meu mestrado, na vida! Professor, espero
que possamos seguir juntos e com excelência no doutorado!
A minha amiga, Thuanny Macêdo, nossa amizade vem de uma relação linda construída
previamente na residência. Suas conquistas são minhas conquistas. Sua felicidade é minha
felicidade. Convivemos e trabalhamos através de uma relação de respeito, aprendizado e
amizade! Sei que você torce por mim, tanto quanto admiro você. Sua organização e dedicação
em tudo que faz é inspirador! Que venha o doutorado e mais uma vez, juntas!
A minha professora, Maria Cecília Neves, que presente ter conhecido você! Sua
alegria, energia, disposição e ensinamentos marcaram minha vida durante o estágio docência.
Obrigada por cada conversa e por sempre acreditar em mim e no meu trabalho. Minha
admiração por você é de coração, e digo, você é maravilhosa!
Chemotherapy is one of the most used cancer treatment therapies in children and adolescents
diagnosed with solid and hematological malignancies. However, it has a coleateral effect, an
oral mucositis (OM). A photobiomodulation with laser is one of the tools available in the
treatment of OM. The aim of this study was to evaluate the effectiveness of photobiomodulation
in the treatment of OM in children and adolescents undergoing chemotherapy.
Methodologically, carried out in a pilot study, through a randomized clinical trial of superiority,
open, controlled and double blind in the age group from 1 to 18 years old, children / adolescents
are admitted to the hospital university Oswaldo Cruz (HUOC), a period of August - December
of 2019. One sample was 31 cases of OM, being randomized and divided into three groups.
Control group participants (n = 11) received photobiomodulation with red laser (ʎ = 660nm;
100 mW, continuous mode, 0.028cm², 2J, 70 J / cm²), experimental group A (n = 10) with
infrared laser (ʎ = 808nm; 100 mW, continuous mode, 0.028cm², 2J, 70 J / cm²) and finally,
experimental group B (n = 10) with simultaneous red and infrared laser (ʎ = 660nm + 808 nm;
100 mW of each emitter, 0.028 cm², 1J of each emitter, 35 J / cm² of each emitter). An OM
evaluation was performed using the acute MO toxicity scale (WHO). Study participants were
followed daily until a clinical clinical recovery from injuries. The data were statistically
approved through descriptive analysis and the Chi-square, Fisher's Exact and Mann-Whitney
tests were used, with a maximum error of 5%. Calculate the NNT of the variations, with NNT
from experimental group A = 6.13 and NNT from experimental group B = 15.87. The sample
results in the studied period describe the majority of participants who were male (67.7%) in the
age group from 1 to 12 years old (58.1%), diagnosed with leukemia (61.3%) and who received
High doses of MTX (58.1%). There was no statistically significant difference between the
degree of severity of OM and the variables studied. Based on the results, it can be suggested
the use of photodynamomodulation of action spectra studied in the treatment of OM with good
evaluations of therapies for children and adolescents, and during the period of this study or in
the infrared laser, it is observed under sovereignty before other people therapies.
(1980).
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 16
ADOLESCENTES............................................................................................
DESENVOLVIMENTO........................................................................................
MO..........................................................................................................................
3 METODOLOGIA................................................................................................. 24
REFERENTES AO TRATAMENTO....................................................................
27
3.7 INTERVENÇÃO.................................................................................................... 28
4 RESULTADOS...................................................................................................... 32
5 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 38
6 CONCLUSÃO....................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO
primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 18
anos. Espera-se para o triênio 2020-2022, cerca de 8.460 casos novos de câncer para essa faixa
de cura de muitos tumores, além de ser o tratamento que mais aumenta a sobrevida dos
pacientes. No entanto, tem o efeito indesejável de afetar tecidos normais com altas taxas
mitóticas, incluindo a mucosa oral. Como uma das complicações mais frequentes após a QT, a
mucosite oral (MO) ocorre em aproximadamente 52 a 80% das crianças e adolescentes que
recebem tratamento para o câncer. Crianças e adolescentes com MO podem referir dor
et al., 2018).
eritematosas, erosivas, ulcerativas, dolorosas e incapacitantes. Seu surgimento pode-se dar por
volta de 3 a 10 dias após o início da quimioterapia, podendo persistir por 3 semanas. Lesões
Vários tipos de lasers são descritos na literatura, tendo sua principal diferença
relacionada ao espectro do comprimento de onda (ZADIK et al., 2019). Nos estudos referentes
desses lasers de baixo poder de penetração, variando na faixa espectral 600-940nm é devido às
seus resultados.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo piloto através de ensaio
1.1 OBJETIVOS
à quimioterapia e com quadro de MO, através dos índices CPO-D, “ceo-d” e IPV
(modificado);
Avaliar e comparar a redução do grau de severidade e cura clínica da MO, nos grupos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
crianças e adolescentes. Esse grupo de doenças se diferenciam dos tumores típicos de adultos
2020).
Dos tipos de câncer que mais acometem este grupo de pacientes, a leucemia é o mais
frequente, sendo o subtipo leucemia linfoide aguda o de maior ocorrência. Já nos adolescentes,
contrário do câncer em adultos, não há associação clara entre as neoplasias malignas pediátricas
forma rápida e são mais invasivos, porém, respondem melhor ao tratamento e, em sua maioria,
antineoplásico. Desta forma, pode-se dizer que é frequente aos primeiros sinais do câncer nesta
faixa etária, que não demonstre sintomas severos que caracterizem a doença, o que pode atrasar
seu diagnóstico. A dificuldade em diagnosticar o câncer infantil é descrita também pelo fato do
câncer mimetizar outras doenças comuns na infância, até mesmo processos fisiológicos de
radioterapia e quimioterapia (QT) são exemplos contra a doença. Dentre estas modalidades, a
QT é o tratamento mais amplamente empregado, seu uso sozinho ou em conjunto com outras
modalidades, podem resultar em efeitos colaterais orais, como redução do fluxo salivar,
alteração do paladar, dificuldade em engolir e mucosite oral (MO) (MEDEIROS FILHO et al.,
2017).
do ciclo celular diretamente relacionado com a replicação do DNA tumoral, causando assim
morte celular. Estes fármacos atuam em células de alta proliferação, não distinguindo células
18
normais das anormais (malignas), levando assim a efeitos colaterais que necessitam de
g/m² ou mais, e alguns outros exemplos, tais como: citarabina; doxorrubicina; etoposide e 5-
antimetabólico, com potencial citotóxico significativo para mucosas orais e gástricas (SILVA
paciente. Em grande parte dos casos, conjuga-se a quimioterapia com outras terapias (SHAH e
WAYNE, 2015).
A MO consiste em uma inflamação da mucosa oral que pode evoluir para dor e
possui um impacto significativo no estado nutricional dos pacientes, além de ser um fator
19
importante que determina aumento das prescrições de opióides, maior número de dias de
epitélio oral, como resultado dos efeitos tóxicos não específicos da quimioterapia na divisão de
resultando em morte celular, atrofia e como consequência, ulceração. Este processo direto
falhou para levar em conta várias descobertas mais recentes, os quais se referem ao papel de
uma mucosite branda com poucos danos à mucosa, a rápida recuperação e proliferação epitelial
evita a ocorrência da fase ulcerativa, que é a mais sintomática (SONIS et al., 2004; RIBEIRO
gravidade como o tipo, a dose e o esquema de ação citotóxica sistêmica. Dentre os fatores
associados ao paciente, idade, índice de massa corporal, alterações na produção salivar, saúde
objetivos, subjetivos e funcionais da MO, ou seja, estão preconizados critérios como presença
et al.,2013).
Gradação da MO Características
um tratamento promissor por estudos recentes baseados em evidências, sendo por conseguinte
eventos metabólicos por meio de processos fotofísicos e bioquímicos explica os efeitos dessa
modalidade terapêutica. A energia do laser é absorvida apenas por uma fina camada de tecido
adjacente além do ponto atingido pela radiação. Por esta razão, hoje recomenda-se que sejam
utilizados lasers de baixo poder de penetração, com comprimentos de onda entre 640-940 nm
(espectros de ação vermelho e infravermelho), e que essa aplicação seja realizada de modo
O laser atua sobre enzimas celulares que aumentam o mecanismo da cadeia oxidativa
comprimentos de onda atuam em diferentes níveis teciduais. Em particular, a luz de 632 a 660
nm (espectro de ação vermelho) funciona nas camadas superficiais, e de 780 a 901 nm,
(espectro de ação infravermelho) a luz penetra mais profundamente (KARU et al., 2005;
tratamento da MO, outros estudos com ação do espectro de ação infravermelho, ou ainda, os
dois comprimentos de onda, porém, aplicados separadamente. Vitale et al. (2017) realizaram
transplante de medula óssea, onde 16 pacientes foram divididos em dois grupos: 1 placebo e
outro laser por 4 dias consecutivos, cuja aplicação do laser era uma vez ao dia. Neste estudo,
laser (espectro de ação infravermelho) por 3 dias consecutivos e outro grupo recebeu placebo
pelo mesmo tempo. Este estudo demonstrou eficácia da fotobiomodulação na redução da dor
decorrente da MO, enquanto nenhum benefício significativo foi observado na redução do grau
MO.
o laser preventivo produz melhores resultados dos que não receberam a terapia, sendo o laser
da MO.
fotobiomodulação associada ao cuidado oral reduziu a duração da MO, sugerindo assim, o laser
grupo laser e o grupo placebo, no qual o primeiro grupo utilizou o laser vermelho e
variável dor, inclusive, reduzindo o uso de analgésicos opióides para esta finalidade. Com isso,
3 METODOLOGIA
pesquisa envolvendo seres humanos, o qual foi submetido através da Plataforma Brasil ao
Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), sendo
responsáveis, através do Termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual após sua
leitura e análise, foi realizado quaisquer esclarecimentos de possíveis dúvidas referentes ao teor
TCLE, foi entregue o termo de assentimento livre e esclarecido (TALE) para crianças e
recusar sua participação no estudo ou retirar o consentimento a qualquer momento, sem precisar
– Prédio das Pós-Graduações do CCS (1º andar) – Cidade Universitária, CEP: 50.670-420 –
Esta pesquisa caracterizou-se como estudo piloto através de ensaio clínico randomizado
apresentaram quadro clínico de MO, grau ≥2 (Classificação proposta pela Organização Mundial
e/ou responsáveis).
Foram excluídos da amostra os casos que possuíam neoplasia maligna em boca e/ou
ainda, aqueles que apresentaram qualquer situação grave que impediu a participação no estudo.
Inclusive, este critério é utilizado como diagnóstico de MO no serviço do HUOC em sua rotina
diariamente (Tabela 1). Índices de condição bucal (CPO-D, Ceo-d e IPV - modificado), foram
principal foi contatada e, após aplicação dos critérios de elegibilidade, os detalhes da pesquisa
buscados através dos prontuários do serviço, preenchendo assim, formulários próprios desta
27
pesquisa.
paciente foi alocado em um dos três grupos do estudo. O grupo controle consiste de casos de
808nm). A terapia instituída foi realizada diariamente até a recuperação tecidual clínica
AO TRATAMENTO
Para coleta desses dados foi elaborada uma ficha específica (Apêndice A), nas quais foram
e condição de saúde bucal. Grande parte das informações foram coletadas no primeiro dia de
coletadas diariamente.
28
3.7 INTERVENÇÃO
estudo, os pacientes foram orientados sobre a importância de manterem adequada higiene bucal
durante todo o tratamento oncológico, a realizarem ao menos 2 escovações diárias, com escova
Todos os pacientes tiveram sua condição de saúde bucal inspecionada por uma única
extraídos e obturados (CEO-D) para dentição decídua, com o uso de espelho clínico plano e
placa bacteriana (biofilme dentário) na superfície dentária vestibular dos dois incisivos
centrais superiores (nenhuma placa visível, placa presente apenas na margem gengival ou
abundante placa cobrindo mais que a margem gengival), sendo excluídos os dentes em
processo de erupção e com coroas parcialmente destruídas. Esse achado foi categorizado no
final como “bom” (ausência de placa visível) e “ruim” (presença de placa visível) (MOHEBBI
et al., 2008). Todo o atendimento foi realizado no leito dos pacientes internos ou em cadeiras
convencionais do ambulatório, nos turnos da manhã ou da tarde, de modo a não alterar a rotina
da instituição. Para o exame foi utilizado a iluminação do ambiente e juntamente, uma lanterna
clínica.
espectro de ação vermelho, diariamente. O tratamento teve início assim que a MO foi
diagnosticada, e continuou até a total recuperação tecidual clínica da lesão. A luz foi aplicada
equipamento (Therapy EC - DMC®) com comprimento de onda de 660 nm, modo contínuo
e com os seguintes parâmetros: spot size de 0,028 cm2, potência média (output) de 100 mW,
segundos por ponto. O número de pontos foi calculado sobre o tamanho total da lesão, numa
proporção de 1 aplicação por cm2 de área lesionada. Antes de cada utilização, a ponteira do
laser foi desinfetada com álcool a 70% e revestida por uma barreira mecânica de proteção
(filme plástico PVC – transparente). Paciente e operador utilizaram óculos específicos para
proteção dos olhos e todas as medidas de biossegurança foram adotadas durante a terapia. O
uso do laser no espectro de ação vermelho para o grupo controle foi considerado porque já
assim que a MO foi diagnosticada, e continuou até a total recuperação tecidual clínica da
lesão. A luz foi aplicada em contato com o tecido, de forma pontual e perpendicularmente.
Foi utilizado o equipamento (Therapy EC - DMC®) com comprimento de onda de 808 nm,
modo contínuo e com os seguintes parâmetros: spot size de 0,028 cm2, potência média
(output) de 100 mW, energia por ponto de 2 J, densidade de energia de 70 J/cm2 e tempo de
30
irradiação de 20 segundos por ponto. O número de pontos foi calculado sobre o tamanho total
Antes de cada utilização, a ponteira do laser foi desinfetada com álcool a 70% e
revestida por uma barreira mecânica de proteção (filme plástico PVC – transparente).
Paciente e operador utilizaram óculos específicos para proteção dos olhos e todas as medidas
MO. O tratamento teve início assim que a MO foi diagnosticada e continuou até a total
recuperação clínica da lesão. A luz foi aplicada em contato com o tecido, de forma pontual
parâmetros: spot size de 0,028 cm2, potência média (output) de 100 mW, energia por ponto
irradiação de 10 segundos por ponto. O número de pontos foi calculado sobre o tamanho total
da lesão, numa proporção de 1 aplicação por cm2 de área lesionada. Antes de cada utilização,
a ponteira do laser foi desinfetada com álcool a 70% e revestida por uma barreira mecânica
específicos para proteção dos olhos e todas as medidas de biossegurança foram adotadas
durante a terapia.
31
3.8 AVALIAÇÃO DA MO
partir do dia em que foram diagnosticados pela equipe odontológica do HUOC com quadro
clínico oral de MO ≥2 (Tabela 1). O critério utilizado na avaliação foi o de toxicidade aguda
absolutas e relativas. O valor de NNT (number needed to treat) foi calculado para cada um
dos grupos de intervenção. O NNT é calculado a partir da seguinte fórmula: NNT = 1/ RAR
normal) e Mann- Whitney (não normal). Todos os testes foram aplicados com 95% de
confiança, sendo as análises realizadas com o auxílio dos softwares SPSS versão 20.0 (SPSS
4 RESULTADOS
Leucemia (61,3%) e que receberam como quimioterapia MTX em altas doses (58,1%) (Tabela
2).
SEXO
Masculino 21 67,7
Feminino 10 32,3
IDADE
1-12 anos 18 58,1
12 – 18 anos 13 41,9
COR DA PELE
Brancos 18 58,1
Não Brancos 13 41,9
ESCOLARIDADE
Não estudou 2 6,5
Fundamental incompleto 25 80,6
Fundamental completo 1 3,2
Médio incompleto 3 9,7
REGIÃO DE MORADIA
Recife e Região Metropolitana 4 12,9
Zona da Mata 2 6,5
Agreste 5 16,1
Sertão 1 3,2
Outros (Paraíba) 19 61,3
RENDA FAMILIAR
Até 1 salário mínimo 20 64,5
Acima de 1 salário mínimo 11 35,5
TIPO DE NEOPLASIA
Leucemia 19 61,3
Outros 12 38,7
PROTOCOLO DE QT
MTX em altas doses 18 58,1
MTX em baixas doses 9 29
Outros 4 12,9
LASER PREVENTIVO
Sim 15 48,4
Não 16 51,6
33
HIGIENE ORAL
Boa 3 9,7
Ruim 28 90,3
CONDIÇÃO BUCAL CPO-D
Baixo índice de cárie 21 67,7
Alto índice de cárie 7 22,6
Não se aplica 3 9,7
CONDIÇÃO BUCAL CEO-D
Baixo índice de cárie 9 29
Alto índice de cárie 5 16,1
Não se aplica 17 54,8
PERFORMANCE STATUS ECOG
Escala 2 17 54,8
Escala 3 14 45,2
Nº DE NEUTRÓFILOS
Normal 10 32,3
Alterado 21 67,7
LEUCOMETRIA
Normal 6 19,4
Alterado 25 80,6
PLAQUETOMETRIA
Normal 6 19,4
Alterado 25 80,6
GRAU DE MO INICIAL
Grau II 29 93,5
Grau III 2 6,5
N- Número de casos de mucosite oral; QT – Quimioterapia; MO – Mucosite oral; MTX – Metotrexato; CPO-D –
índice de cariados perdidos e obturados dentição permanente; “ceo-d” – índice de cariados extraídos e obturados
dentição decídua; ECOG - escala Performance Status do Eastern Cooperative Oncology Group; Grau II e Grau III
– equivale a escala de toxicidade aguda de mucosite oral, segundo a OMS.
Em relação a cor da pele predominou-se a cor branca com cerca de 58,1% dos
participantes do estudo. Esta variável foi coletada através de auto declaração pelo paciente ou
por declaração dos responsáveis. Quanto à região de moradia tem-se que apesar desta pesquisa
amostra era constituída por indivíduos residentes de outro estado, mais especificamente da
Paraíba. Quanto à renda familiar, a opção de até um salário mínimo (isto é, até R$ 998,00, ano
Sobre a condição de saúde bucal, dados foram coletados através do índice de placa
modificado (IPV) categorizando em higiene oral boa ou ruim, na amostra em questão 90,3%
34
possuía higiene ruim. Em relação aos índices CPO-D e “ceo-d” predominou-se baixo índice de
cárie com 67,7% e 29%, respectivamente. Não foi evidenciado associação significativa entre a
condição de saúde bucal e o grau de mucosite tanto para o CPO-D quanto para “ceo-d”
Apenas 48,4% da amostra havia sido submetida à laserterapia preventiva, não havendo
diferença significativa entre o grau de mucosite apresentado pelo paciente e o laser preventivo
Dentre as escalas que avaliam a capacidade funcional do indivíduo, foi utilizada a PS-
das taxas alteradas em relação aos valores de referências normais. Para amostra estudada, não
(Tabela 3).
II III
N % N %
SEXO
Masculino 18 66,7 3 75 1,000*
Feminino 9 33,3 1 25
IDADE
0-12 anos 15 55,6 3 75 0,621*
12-18 anos 12 44,4 1 25
COR DA PELE
Brancos 15 55,6 3 75 0,621*
35
PROTOCOLO DE QT
MTX em altas doses 16 59,3 2 50
MTX em baixas doses 7 25,9 2 50 0,592**
Outros 4 14,8 0 0
LASER PREVENTIVO
Sim 13 48,1 2 50
Não 14 58,1 2 50 1,000*
HIGIENE ORAL
Boa 3 11,1 0 0
Ruim 24 88,9 4 100 1,000*
CONDIÇÃO BUCAL CPO-D
Baixo índice de cárie 18 66,7 3 75
Alto índice de cárie 6 22,2 1 25 0,755***
Não se aplica 3 11,1 0 0
CONDIÇÃO BUCAL ceo-d
Baixo índice de cárie 7 25,9 2 50
Alto índice de cárie 5 18,5 0 0 0,670***
Não se aplica 15 55,6 2 50
PERFORMANCE STATUS ECOG
Escala 2 15 55,6 2 50
Escala 3 12 44,4 2 50 1,000*
USO DE ANALGÉSICOS MO
Sim 18 66,7 4 100
Não 9 33,3 0 0 0,295*
Nº DE NEUTRÓFILOS
Normal 8 29,6 2 50 0,577*
Alterado 19 70,4 2 50
LEUCOMETRIA
Normal 5 18,5 1 25 1,000*
Alterado 22 81,5 3 75
PLAQUETOMETRIA
Normal 4 14,8 1 50 0,159*
Alterado 23 85,2 3 50
tinham mucosite grau III (6,5%) (Critérios da OMS). Os locais de maior acometimento foram
o lábio inferior e mucosa jugal (N=17 / 54,8%), língua (N=14 / 45,2%), assoalho bucal e
média 5,72 ± 2,60 aplicações para a recuperação tecidual clínica. O Grupo experimental A
(laser infravermelho) recebeu 4,2 ± 2,45 aplicações, enquanto que o grupo experimental B (laser
vermelho e infravermelho simultâneos) recebeu 4,1 ± 3,08 dias de aplicações. Houve uma
Tabela 4 – Distribuição dos pacientes (N=31) relacionando o tipo de intervenção com o grau
de MO (OMS) na amostra estudada em momentos distintos (D0, D1, D3 e D5).
GRAU DE MO
INTERVENÇÃO
D1 D3 D5
N(D0) N(D1) N(D3) N(D5)
0 II III 0 II III 0 II III 0 II III
LASER VERMELHO 11 0 11 0 11 0 10 1 10 1 9 0 5 1 4 0
LASER 10 0 8 2 8 0 7 1 4 1 2 1 2 0 1 1
INFRAVERMELHO
LASER DUPLO 10 0 10 0 8 0 8 0 6 2 4 0 3 0 3 0
N- Número de casos de mucosite oral; MO- Mucosite oral; D0 – Primeiro dia da intervenção da pesquisa; D1 –
Um dia após a primeira fotobiomodulação; D3- três dias após a primeira sessão de fotobiomodulação; D5- cinco
dias após a primeira fotobiomodulação; 0,II,III – Equivale aos graus de severidade da mucosite oral, segundo a
OMS.
38
4 DISCUSSÃO
Poucos estudos do tipo ensaio clínico randomizado sobre fotobiomodulação com laser no
tratamento da MO foram publicados nesta população (CASTRO et al., 2013; AHMED et al.,
concordância também se deu com os dados encontrados por CAVALCANTI et al. (2018)
relacionados a idade, sexo e diagnóstico mais frequente. Acredita-se que indivíduos mais jovens
apresentam MO com mais frequência, provavelmente devido à alta taxa de renovação celular
(CAVALCANTI et al.,2018).
Em relação à quimioterapia (QT), sabe-se que esses agentes quimioterápicos não são
encontrado na literatura associado a maior ocorrência de MO, assim como foi constatado na
sua localização em PE, 61,3% da amostra era constituída por indivíduos residentes de outro
adolescentes para receber o tratamento necessário. Além disso, 64,5% da amostra relatou
renda familiar de até um salário mínimo (isto é, até R$998,00, ano de 2019) sugerindo assim,
a necessidade do tratamento oncológico fornecido pelo SUS bem como, a importância na sua
assistência.
oncológico apresentando péssima higiene oral e má condição dentária são mais suscetíveis a
leucócitos foram avaliados, apresentando predominância das taxas alteradas em relação a seus
al., 2015). Para amostra estudada não foi observada associação estatisticamente significativa
Conforme dito anteriormente, vários espectros de ação podem ser utilizados para
simultaneamente. Três estudos foram divulgados na literatura sobre o uso do laser com dois
al., 2018; NOIRRIT-ESCLASSAN et al., 2019). A possibilidade dos benefícios dos espectros
Críticas associadas aos estudos com laser são relacionadas principalmente devido a
utilizaram laser de diodo por 4 dias consecutivos, seguiram parâmetros de comprimento de onda
representados por 660 e 970 nm combinados, potência de 3,2 W, irradiância de 320 mW/cm²,
fluência de 36,8 J/cm², sendo sua aplicação sem contato nas lesões de MO. No estudo de
comprimentos de onda, 9 J de energia total, 100 mW, Spot= 0,03cm², com a dose total de 300
nm, e potência 3850 mW com o laser vermelho apresentando 635 nm de comprimento de onda
e potência 150 mW. A heterogeneidade dos dados e falta de parâmetros dificulta a avaliação
o número necessário a tratar, oriundo da expressão inglesa ”number need to treat” (NNT) foi
devidamente calculado. O NNT da intervenção do laser infravermelho foi de 6,13 enquanto que
interpretação do NNT sugere que para que um paciente se beneficie do laser infravermelho será
que para que um paciente se beneficie do laser duplo será necessário tratar 16 pacientes.
Acredita-se que pelo tamanho amostral esses resultados foram discrepantes, necessitando de
41
outros estudos com amostras maiores para melhor avaliação. Houve diferença de resultados
literatura.
Faz-se necessário estudos clínicos randomizados com amostra maiores a fim de avaliar
também, novos estudos para avaliação dos espectros de ação e parâmetros dosimétricos.
42
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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induced oral mucositis in pediatric and young cancer patients: a randomized clinical trial. Eur
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current challenges. J Dent Res, v.95, p. 977–984, 2016.
CASTRO J.F.L. et al. Low-Level Laser in Prevention and Treatment of Oral Mucositis in
Pediatric Patients with Acute Lymphoblastic Leukemia. Photomedicine and Laser Surgery,
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Data: ___/___/___
Endereço: _______________________________________________________
Região: (1) Recife e Região Metropolitana (2) Zona da Mata (3) Agreste
Mãe/responsável/dados da família:
CASO ________________
Anotações:
50
CASO ________________
C P O CPO-D C E O CEO-D
Higiene oral:
( )Boa
( ) Ruim