Osteopatia e Refluxo
Osteopatia e Refluxo
Osteopatia e Refluxo
MAURO GEMELLI
DISSERTAÇÃO
CURITIBA
2014
MAURO GEMELLI
CURITIBA
2014
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus Curitiba
Título da Dissertação No XX
por
MAURO GEMELLI
__________________________________
___________________________________
Prof. Leandra Ulbricht, Dra.
Prof. João Antonio Palma Setti, Dr.
Presidente (UTFPR) (UTFPR)
___________________________________
Prof. Victor Horácio de Souza Costa Junior,
Dr.
(UFPR)
Gemelli, Mauro
M000e Desenvolvimento e aplicação de um protocolo
2014 osteopático de tratamento para bebês com refluxo/ Mauro
Gemelli, 2014.
77f.: il.; 30cm
Texto em português com resumo em inglês
Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR). Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Biomédica, Curitiba, 2014
Bibliografia f 63-71
1. Refluxo. 2. Osteopatia. 3. Protocolo. 4. Bebê. 5.
Fisioterapia. 6. Questionário. 7. Engenharia biomédica. 8.
Medicina baseada em evidência.
- Dissertações. I. Ulbricht, Leandra. II. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná - Programa de Pós-graduação
em Engenharia Biomédica. III. Título.
CDD 00 – 000.00
Bom, primeiro (sempre) agradeço a Deus pela força e a meus pais (dona Nilsa e seu
Gemelli) por terem me apoiado sempre a para tudo (lagrimas).
Agradeço aos meus irmãos Eduardo e Alberto pelo simples motivo de o serem. Não é
necessário medir esforços para admirar vocês e ser inspirado por suas histórias.
Ahhhhhh Prof Dra Leandra Ulbricht, seu apoio e “broncas” foram fundamentais!
Assim como “tua confiança ao acreditares” nesta ideia. Posso ter tido um pouquinho de azia
(ironia), mas trago muito aprendizado e admiração. E se não disse até agora, muuuuuuuuuito
obrigado!
Agradeço Dr Victor Horácio pela ajuda na execução deste trabalho. Fez uma
diferença muito grande pra mim, e para os resultados deste estudo!
Oh, Professores! Desde a dificuldade de saber o que escrever num trabalho de
Engenharia Hospitalar, até a diversão de estudar Metodologia Científica! Tudo valeu a pena!
Obrigado por todos os “As” e “Bs”!
Agradeço a todas as pessoas próximas do coração, estando distantes ou perto, pois
são todas inspiração e apoio pra eu realizar o que acho que é certo e o que acredito, que fará
diferença pra minha vida e pra vida de outras pessoas.
Agradeço aos meus amigos que, com muita paciência, entenderam que a minha
ausência em suas rotinas tinha um propósito maior durante as fases de maior dedicação deste
trabalho. Já estou pronto! Só convidar!
Agradeço a todos os pais e bebês que participaram deste estudo com muita paciência
e dedicação. Valeu por cada choro e por cada sorriso!
Agradeço muito a Diana, pela amizade que aumentou, pelos almoços japoneses
(hmmmm), e por ter sido quem me estimulou lááááá no comecinho a entrar no programa do
mestrado! Ganhou um almoço. Só cobrar!
E Regina, a você que esteve em mais da metade de todo este processo me ajudando e
me aguentando. Sempre muito parceira, para os trabalho e para a diversão! Ganho uma amiga,
e você ganhou um amigão também!
E pra quem não está aqui, é minha falta de memória! Relaxa! E vem pegar seu
abraço!
“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em
procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”
Marcel Proust
GEMELLI, Mauro. Desenvolvimento e aplicação de um protocolo osteopático de
tratamento para bebês com refluxo. 2014. 76f. Dissertação (Programa de Pós Graduação
em Engenharia Biomédica) Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014.
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 12
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 13
1.2 HIPÓTESE ............................................................................................................................. 14
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 14
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 16
2.1 Anatomia do recém-nascido E BARREIRAS CONTRA O RELFUXO ............................... 16
2.2 Refluxo Gastroesofágico (RGE) ............................................................................................ 19
2.2.1 Aspectos respiratórios do RGE ............................................................................................ 22
2.3 Conceitos e estudos Osteopáticos........................................................................................... 23
2.4 Diagnóstico do RGE ............................................................................................................... 25
2.5 Evidências do Tratamento medicamentoso para o refluxo em bebês .................................... 27
2.6 Protocolo osteopático de tratamento - POT ........................................................................... 28
2.7 Pesquisa baseada em evidència .............................................................................................. 29
3 METODOLOGIA ................................................................................................................... 32
3.1 Tipo de Estudo........................................................................................................................ 32
3.2 População e Amostra .............................................................................................................. 32
3.3 Métodos .................................................................................................................................. 32
3.4 Critérios de Inclusão ............................................................................................................... 34
3.5 Critérios de Exclusão.............................................................................................................. 34
3.6 Análise Estatística .................................................................................................................. 34
4 RESULTADOS ....................................................................................................................... 36
4.1 Protocolo Osteopático ............................................................................................................ 36
4.2 Análise da Aplicação do Protocolo ........................................................................................ 37
4.3 Índices I-GERQ-R Inicias e finais .......................................................................................... 38
4.4 Medicação .............................................................................................................................. 40
4.5 Tempo de tratamento e número de sessões ............................................................................ 40
4.6 Idade dos bebês ...................................................................................................................... 41
4.7 Sintomas do refluxo presentes no I-GERQ-R ........................................................................ 42
4.7.1 Vômito/Regurgitação ........................................................................................................... 43
4.7.2 Azia ...................................................................................................................................... 43
4.7.3 Choro .................................................................................................................................... 43
4.7.4 Soluço................................................................................................................................... 44
4.7.5 Engasga/Para de Respirar ..................................................................................................... 44
4.8 Outros sintomas associados .................................................................................................... 44
4.8.1 Cólica ................................................................................................................................... 44
4.8.2 Tosse .................................................................................................................................... 45
5 DISCUSSÃO............................................................................................................................ 47
5.1 Protocolo Osteopático de Tratamento (POT) Para Refluxo em Bebês .................................. 47
5.2 Escores I-GERQ-R dos Grupos Tratamento (A) e Controle (B) ............................................ 49
5.3 Sobre o Tempo de Tratamento ............................................................................................... 51
5.4 Sintomas Do Refluxo Pertencentes Ao Questionário I-GERQ-R .......................................... 53
5.5 Sintomas Associados Ao Refluxo Não Pertencentes Ao Questionário .................................. 55
5.5.1 Sintomas: tosse ..................................................................................................................... 55
5.5.2 Cólica ................................................................................................................................... 57
6 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 58
6.1 Sugestão de estudos futuros ................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 60
APÊNDICE A – Questionário I-GERQ .................................................................................... 71
APENDICE C – imagens ilustrativas das técnicas do POT .................................................... 74
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 HIPÓTESE
1.3 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O esôfago no bebê mede cerca de 8 a 10 cm, e tende a ter o dobro do tamanho até o
terceiro ano de vida. É formado por musculatura estriada e lisa na porção superior e somente
lisa na porção inferior, porção esta que possui proteção relativa a danos causados por
secreções ácidas. Uma pequena parte da porção distal está localizada na porção abdominal e
mede cerca de três cm, onde há a presença de um esfíncter esofágico inferior (EEI) que reduz
funcionalmente o lúmen do mesmo (Figura 1). Essa anatomia da porção distal constitui uma
barreira contra o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago (BEHRMAN, 2004).
No recém nascido, o hiato esofágico é um túnel de 3 a 8 mm de comprimento, sendo
o esôfago fixado ao diafragma por uma membrana frenoesofágica bem desenvolvida, com
uma porção muito pequena ou quase inexistente de esôfago abdominal (DARLING; FISHER;
GELLIS, 1974).
Na porção superior do esôfago existe um esfíncter superior (EES) que apresenta uma
alta pressão (35 a 200mmHg) (PRADES; ASANAU, 2011), de fechamento nos esforços
(frequentemente maior do que o esfíncter inferior), que pode chegar a zero durante o sono.
A pressão no EEI é aproximadamente de 20mmHg, onde considera-se anormal uma
pressão menor que 10mmHg. Essa pressão aumenta em aumento das pressões abdominais
(por contração musculares ou pressões externas), ações colinérgicas, gastrina e por algumas
drogas (cisaprida, betanecol e metaclopramida). A pressão diminui especialmente quando o
EES se relaxa na presença de alimento no lúmen esofagiano(BEHRMAN, 2004),e no
aumento da pressão intragástrica para expelir gases deglutidos ou em episódios de expulsão
retrógrada do conteúdo estomacal (vômito) (PRADES; ASANAU, 2011).
17
1.pleura;
2. engrossamento da capa muscular
circular;
3. diafragma;
4. parte descendente (simples e curta) do
Ligamento frenoesofágico (LFE) (1,4
cm),
5. união mucosa gastroesofágica;
6. nervo vago esquerdo;
7. parte ascendente (dupla e larga) do LFE
(4,2 cm).
8. fascia endotorácica;
9. fascia transversal;
10. peritônio.
Mesmo com todos esses fatores fisiológicos e anatômicos contra o refluxo, estudos
demonstram que também fisiologicamente ocorrem episódios assintomáticos deste evento na
parte distal do esôfago, na primeira hora pós-prandial ou pós-alimentação (VANDENPLAS,
YVAN et al., 2009).
DRGE em pacientes pediátricos está presente quando o refluxo do conteúdo gástrico é a causa de
sintomas de desconforto e outras complicações
apontados também como responsáveis pelo refluxo. Existe a tentativa de explicar o refluxo
através da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), porém o tem-se encontrado uma mais
provável relação do RGE induzindo a APLV em lactantes com menos de um ano de idade
(SALVATORE; VANDENPLAS, 2002).
Assim, a sensibilização (hiperatividade) do nervo vago, ocasionada por determinados
estímulos somáticos ou viscerais (CERVERO; LAIRD, 1999) produz hipersecreção gástrica
ácida podendo levar a lesões da parede do estômago(WILSON-PAUWELS et al., 2003).
Diversos autores descrevem que como um curso natural do refluxo, a maioria das
crianças melhora até os 12 meses de idade, mas relatam que uma porcentagem destes continua
com sintomas até o segundo ano de vida (CAMPANOZZI et al., 2009; MIYAZAWA et al.,
2002; NELSON, S.P. et al., 1998; OSATAKUL et al., 2002).
O epitélio colunar ciliado do trato respiratório não possui proteção contra o conteúdo
ácido do estômago (BEHRMAN, 2004). Este contato pode levar a reações inflamatórias
agudas ou crônicas (esofagites) dependendo do tempo de exposição.
Diversos estudos fazem correlação do RGE com doenças respiratórias em especial
com a asma (ASHER et al., 1995; DE ALBUQUERQUE RATIER; PIZZICHINI;
PIZZICHINI, 2011; EIDANI et al., 2013; RIBEIRO et al., 2001), porém não são um
consenso sobre a real ordem cronológica, se primeiro desenvolve-se um, e o outro é uma
consequência. O que já foi evidenciado em adultos asmáticos onde o estudo é mais fácil em
comparação aos com bebês, foi a presença associada de dismotilidade esofágica associada ao
RGE, presença anormais de ácido gástrico no esôfago em 73% dos pacientes, redução da
pressão do EEI (CAMPO et al., 1997) além de hiperatividade vagal (AMARASIRI et al.,
2012), sendo esta última enfaticamente relacionada pela osteopatia como uma reação
disfuncional do nervo (DA SILVA et al., 2012; GLONEK; NELSON, 2006; NEMETT et al.,
2008; PIZZOLORUSSO et al., 2011; RICARD; LOZA, 2005) resultante de um estímulo
compressivo sobre o nervo vago (REMPEL; DAHLIN; LUNDBORG, 1999) levando a
sensibilização do mesmo e a repercussões sobre o SGI.
Um estudo brasileiro identificou uma alta prevalência de sibilos em crianças de 6 e 7
anos de idade (7,3% e 4,9%, respectivamente) e de 13 e 14 anos (9,8% e 10,2%,
respectivamente). A prevalência de sibilância no período de 12 meses anterior à consulta
médica em Porto Alegre foi de 27,2% na idade de 6 e 7 anos, e entre adolescentes da cidade
23
de Salvador na Bahia foi de 27,1% (SOLÉ, 2005), determinando uma maior gravidade entre
adolescentes. A alta incidência desse sinal na infância ainda não é confrontada pela literatura
com o efeito causal.
sugeriram bons resultados na aplicação da osteopatia, sete não revelaram melhoras com
aplicação das técnicas, e três não apresentaram um controle (POSADZKI et al., 2013).
Um estudo retrospectivo sobre a aplicação de diversas OMT em crianças com menos
de três anos de idade concluiu que além de efeitos positivos, a osteopatia representa um
tratamento seguro para crianças (MILLER; BENFIELD, 2008). Em um grupo de 350
prematuros, a aplicação da OMT em 166 destes evidenciou importante diminuição no
aparecimento de sintomas gastrointestinais quando comparado àqueles que não recebem este
tipo de intervenção (PIZZOLORUSSO et al., 2011). Outro estudo indicou um aumento da
contratilidade do Esfíncter Esofágico inferior (EEI) após manipulação sobre o músculo
diafragma (DA SILVA et al., 2012). Ainda, foi constatado o efeito em curto prazo de OMT na
regulação do tônus simpático gástrico sobre pacientes que apresentavam náusea e vômito pós-
prandial (MIROCHA; PARKER, 2012) ou episódios recorrentes de vômito (NEMETT et al.,
2008). Outros efeitos sobre o sistema gastrointestinal são evidenciados no tratamento do
nervo vago que possui efeito parassimpático sobre todo SGI (KRISHMA GULIANI et al.).
Existe uma diferença importante entre técnicas convencionais de fisioterapia e
osteopatia. Estudos demonstram que a aplicação de técnicas respiratórias de fisioterapia em
crianças com diagnóstico de RGE provocou efeito refluxogênico (RIBEIRO et al., 2001).
Existem diversos exames que podem colocar em evidência sinais que podem estar
presentes num quadro de RGE. Segundo alguns autores, é importante diferenciar o RGE de
desordens gastrointestinais funcionais (FGIDs) considerando que o refluxo deve apresentar
alteração estrutural ou tecidual (DROSSMAN, 2006; HYMAN, PAUL E et al., 2006;
RASQUIN et al., 2006). As FGIDs são classificadas separadamente através dos critérios de
Roma I, II e III (DROSSMAN, 2006).
A Regurgitação Infantil (RI) pode ser confundida com DRGE, e depende de que a
classifiquem e diferenciem de refluxo. Dentre eles estão: criança na faixa etária de 1 a 12
meses de vida que apresente dois ou mais episódios de regurgitação ao dia, por um período
maior que três semanas, e que NÃO tenha história de hematêmese ou bronco aspiração,
apnéia, falha no ganho de peso ou crescimento em estatura, ou postura anormal. O estudo de
26
com DRGE (n=35) em relação aos indivíduos sem este diagnóstico (n=100) (ORENSTEIN, S.
R. et al., 1996). Em outras palavras, quando positivos, os resultados tem um alto índice de
acerto de diagnóstico de RGE e o mesmo ocorre quando os escores apontam pra valores
negativos onde o refluxo está ausente.
São citados outros questionários na literatura (ASHER et al., 1995; ORENSTEIN, S.
R. et al., 1993), como o Inventário de Comportamento Alimentar Infantil ou Children´s
Eating Behavior Inventory (CEBI), menos específicos ou extensos para justificar sua
utilização na prática clínica de forma otimizada.
As técnicas deste estudo têm por objetivo relaxar os planos musculares cervicais,
suprimir tensões sobre as regiões de passagem no nervo vago, estimular a homeostase dos
29
importantes para direcionar a inovação em saúde tanto na criação como em mudanças das
diretrizes e abordagens específicas que visam a melhora da qualidade e “aumento da
quantidade” de vida dos indivíduos (SACKETT, 1997).
O ensaio clínico randomizado apresenta uma alta evidência científica e é o melhor
delineamento de estudo para responder questões sobre intervenções junto com as revisões
sistemáticas na saúde (JULL, 2002) e naturalmente na fisioterapia (MARQUES; PECCIN,
2005), e são seguidos pelos estudos observacionais que perdem essa característica
experimental (NOBRE et al., 2004). Esta hierarquia é consensual em órgãos canadenses e
americanos de prevenção e especialidades médicas.
As evidências mais fortes se dão em pesquisas melhores delineadas, que recebem
uma classificação segundo esta força de evidência clínica, dada em 5 níveis (HADORN et al.,
1996):
3 METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa longitudinal que usa a metodologia descritiva que, segundo
Silva e Menezes (2000, p.21), “visa descrever as características de determinada população e
envolve o uso de técnicas padronizadas através de questionário”.
Trata-se de uma investigação experimental do tipo ensaio clínico controlado, pois
realiza intervenções com um determinado grupo e o compara com um grupo padrão para
determinar mudanças intergrupos, conforme afirmam Marques e Peccin (2005).
3.3 MÉTODOS
ESCORE SIGNIFICADO
0 (zero) Ausência do RGE
testes estatísticos utilizados neste estudo derivam de um padrão encontrado em alguns estudos
de Ensaio Clínico Controlado (MARQUES; PECCIN, 2005; PIZZOLORUSSO et al., 2011).
Para testar a normalidade da distribuição dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-
Wilk. Para os dados normais foi adotado teste t de student para análise dos dados, e para os
dados que se apresentaram não normais (estatística não paramétrica) foi adotado o teste de
Wilcoxon Mann-Whitney, teste que possui grande força (95% do poder do teste t de student)
que é utilizado para avaliar amostras pareadas e avalia os valores numéricos da diferença
entre cada par onde o teste da hipótese de igualdade entre os grupos é baseado na soma dos
postos das diferenças negativas e positivas (CALLEGARI-JACQUES, 2007).
Para análise dos dados foi utilizado o software Statistical Package for the Social
Science (SPSS), versão 20, considerando um nível de significância de p<0,05.
36
4 RESULTADOS
Duraçã
Manobra Osteopática
o
a. Execução de inibição de tensões dos músculos subnucais; 2 min
b. Estímulos de normalização de tônus vagal (sobre forame-
4 min
1. Equilibração jugular);
da zona c. Técnica intraóssea de occipital; 2 min
cervical alta d. Técnica de normalização das membranas cranianas (técnica
4 min
de cruzes)
e. Estímulo motor cervical e reflexos cervicais (e orientação) 4min
2. Equilibração a. Estímulos vertebrais de normalização simpática 4min
da zona
torácica b. Estímulos de T5-T6 1 min
a. Avaliação e intervenção diafragmática e zona de hiato
1min
diafragmático (técnica para hérnia hiatal);
3. Técnicas de
b. Estímulo do plexo celíaco; 4min
estímulo e
c. Avaliação e técnicas de correção da mobilidade e motilidade
normalização 1min
gástrica (sistema ligamentar);
visceral
d. Técnica de equilíbrio funcional de estômago e global
5 min
abdominal
4. Orientação de proteção de chicote cervical. 2 min
Quadro 2. Protocolo Osteopático.
individuais dos grupos tratamento (“A”) e controle (“B”). Os dois valores são conectados por
uma linha que mostra a evolução do indivíduo do início para o fim do estudo.
25 25
20 20
15 15
Score I-GERQ-R
10 Score I-GERQ-R 10
7 7
5 5
0 0
1I-GERQ-R I-GERQ-R
2 I-GERQ-R
1 I-GERQ-R
2
inicial final inicial final
A B
Figura 4- Diagramas das mudanças individuais quantitativas na pontuação I-GERQ-R dos
grupos A e B.
média quatro pontos, 15,38% dos indivíduos pioraram seu escore final e um indivíduo não
apresentou mudanças.
Oito dos 26 indivíduos do grupo B apresentaram escores no I-GERQ-R superiores a
sete, o que significa a permanência do diagnóstico de refluxo.
4.4 MEDICAÇÃO
Inicial Final
35
30
25
20
15
10
5
0
Grupo A Grupo B
de dias sobre aplicação do POT foi de 28,76 ±11,43 (Tabela 1). Não houve diferença
estatisticamente significativa entre os sexos (p<0,163).
Em média o número de sessões realizadas para se atingir alta do POT no grupo A foi
de 3,91 ±0,80, não havendo diferenças estatisticamente significativas entre os sexos
(p=0,130).
O grupo B não sofreu intervenção do POT e seguindo metodologia do estudo, teve
um intervalo de 60 dias entre a avaliação inicial e final.
Considerando a diferença de idade entre os dois grupos, uma vez que o grupo A era
mais velho do que o grupo B, separou-se os indivíduos do grupo A no ponto de corte de 42
dias, criando-se o subgrupo A1 (oito indivíduos) para que fosse comparável ao grupo B.
Assim os grupos A1 e B apresentam-se sem diferença estatisticamente significativa para
variável idade (p=0,094).
A Figura 6 mostra o comportamento dos índices I-GERQ-R dos grupos A1, A2 (25
indivíduos do grupo A com idade superior a 42 dias) e do grupo B. Em relação ao escore
inicial dos grupos A1 e B, também não houve diferença significativa (p=0,065), porém para
os escores finais sim (p=0,008).
Em relação ao grupo A1 e o grupo B, visualiza-se que não foi a idade mais avançada
do grupo A que justificou a melhora dos sintomas (idade entre A1 e B semelhantes ao teste t-
Student com p=0,095). Mesmo sendo mais jovem que o subgrupo A2, o subgrupo A1 foi o
que teve maiores reduções dos escores, com A1 reduziu em 93,39% dos bebês, A2 reduzindo
em 89,60% da amostra em comparação com o grupo B com 50,89% dos bebês obtendo
redução do score I-GERQ-R. Como A1 e A2 mostraram comportamentos semelhantes
estatisticamente ao teste de Mann-Whitney Rank Sum para escore I-GERQ-R inicial
(p=0,219) e final (p=0,333), número de sessões (p=0,388), tempo de tratamento (p=0,849),
nem quanto às presenças iniciais e finais de cólica (p=0,225 e p=0,116 respectivamente) e
iniciais e finais de tosse (p=0,797 e p=0,090 respectivamente), pode-se considerar que o POT
foi determinante para esta melhora.
42
25 Inicial Final
20
17,23
média do I-GERQ-R
14,88
15 13,63
10 8,46
1,56
0,88
0
Grupo A1 Grupo A2 Grupo B
Tabela 2- Evolução dos sinais e sintomas do RGE presentes no questionário I-GERQ-R nos
Grupos A e B.
Grupo A Grupo B
Sintoma
Início Fim p Início Fim P
Vômito/regurgitação 29 8 0,001** 25 20 0,063
Azia 26 0 0,001** 23 12 0,002**
Choro 23 11 0,001** 25 21 0,123
Soluço 20 0 0,001** 20 5 0,001**
Engasga/Para de respirar 14 1 0,001** 12 6 0,105
** houve significância estatística para p>0,05 ao teste de Teste de Wilcoxon
4.7.1 Vômito/Regurgitação
4.7.2 Azia
4.7.3 Choro
Este dado refere-se ao fato do bebê “chorar mais do que outras crianças” ou “por
períodos maiores do que uma hora por dia”, segundo a descrição do questionário.
44
4.7.4 Soluço
4.8.1 Cólica
Antes do início do estudo, 23 indivíduos do grupo A tinham cólica, sendo que destes,
18 melhoraram ao final do estudo.
Observa-se na Figura 7 que no grupo A, a cólica esteve presente em 69,70% dos
bebês na primeira avaliação, sendo que após alta do POT, este sintoma esteve presente em
18,18% (seis) dos indivíduos. Ao teste de Wilcoxon Signed Rank, observa-se melhora
estatisticamente significativa do sintoma (p=0,001).
45
i f
Figura 7- Sintoma de cólica no grupo A no início (i) e final do estudo (f).
i f
Figura 8- Sintoma de cólica no grupo B no início (i) e final do estudo (f).
4.8.2 Tosse
i f
Figura 9- Sintoma de tosse no grupo A no início (i) e final do estudo (f).
i f
Figura 10- Sintoma de tosse no grupo A no início (i) e final do estudo (f).
47
5 DISCUSSÃO
seja sobre os sintomas, por isso acabam por não determinar uma melhora significativa do
quadro como um todo.
Outra revisão sistemática demonstrou que a mudança de posicionamento, uso de
chupeta e mudança alimentar não possuem evidências científicas sobre a melhora do refluxo
em bebês (CARROLL; GARRISON; CHRISTAKIS, 2002). Contrapondo estes últimos
dados, pode-se citar um estudo que considerou mudança alimentar, posicionamento e
orientação de evitar a exposição à fumaça de cigarro em 37 crianças com diagnóstico de RGE.
Os resultados encontrados mostraram uma melhora em 59% dos casos, onde houve redução
de ao menos cinco pontos no questionário utilizado (45 pontos) e em 24% dos casos houve
redução para níveis menores do que o escore corte (<16 pontos) (ORENSTEIN;
MCGOWAN, 2008). Contudo, apesar da melhora, a média geral do grupo ainda foi
considerada com diagnóstico de refluxo.
Portanto, existe uma grande lacuna nos estudos de tratamentos complementares do
refluxo que justificam novos estudos que possam demonstrar efeitos positivos no tratamento
do RGE. Esta prática é denominada baseada em evidência, pois representa “o processo de
decisão sistemática no qual os resultados de pesquisas são avaliados e utilizados para nortear
a prática clínica” (SAMPAIO; MANCINI; FONSECA, 2002), que permite a afirmação se um
protocolo é ou não eficiente para determinado quadro. Assim, a sistematização da avaliação
norteia a decisão da intervenção, e a sistematização da prática permite avaliá-la quanto a sua
eficácia e sugerir sua reprodutibilidade para este diagnóstico na prática clínica (NOBRE et al.,
2004).
Os resultados encontrados neste estudo trazem a primeira evidência positiva de um
protocolo osteopático para tratamento de refluxo em bebês associado ao tratamento
farmacológico, sugerindo que esta é uma patologia que pode e deve ser tratada utilizando
outras abordagens. Ficou demonstrado ainda que o tratamento com o POT apresentou
resultados mais rápidos e mais eficientes no quadro do refluxo em comparação com o
tratamento exclusivamente medicamentoso. Essa sugestão está no fato do grupo A, que
recebeu intervenção do POT, ter apresentado uma redução média do escore I-GERQ-R para
níveis mínimos (média de 1,39) em 28,76 dias, consideravelmente inferior ao citado na
literatura que ocorre até os 12 meses utilizando tratamentos apenas medicamentosos
(BLAKE; TEAGUE, 2013; CAMPANOZZI et al., 2009; CZINN; BLANCHARD, 2013).
Estudos clínicos que ocorram em situações reais fornecem maior possibilidade de
aplicação na prática clínica e, estes conceitos, justificam o objetivo deste estudo de
desenvolver e propor um protocolo ajustado e aplicado dentro desta perspectiva da prática
49
clínica osteopática, com o objetivo de buscar novas evidências sobre o tratamento do refluxo
em bebês.
Existe evidência do efeito positivo de técnicas manuais para normalizar o tônus do
sistema simpático em indivíduos saudáveis ao apresentarem resultados de melhora do controle
cardiorrespiratório, podendo justificar a escolha de técnicas aplicadas no segmento crânio-
cervical do POT proposto (MCGUINESS et al., 1997). A questão é que os órgãos do tórax e
abdômen possuem o mesmo controle vagal (X par craniano), e o efeito de técnicas manuais
crânio-cervicais ocorre também sobre o sistema gastrointestinal, justificando os resultados
neste estudo de melhoras dos sintomas associados, como cólica e tosse. Assim, acredita-se
que a melhora dos sintomas do refluxo se deu pelo efeito positivo sobre o equilíbrio deste
sistema autonômico que trabalha para garantir a homeostase de funções do sistema
gastrointestinal (RICARD; LOZA, 2005).
Neste estudo, o questionário I-GERQ-R se mostrou sensível para demonstrar a
evolução da aplicação do Protocolo Osteopático de Tratamento (POT) na população do
estudo, corroborando com outros estudos de terapia manual que demonstraram esta mesma
sensibilidade às mudanças de sintomas isolados de RGE infantil (GARDNER, 2011;
GEMELLI et al., 2014; KLEINMAN, LEAH et al., 2006; NEMETT et al., 2008;
SERGUEEF, 2007).
Os estudos com protocolos de tratamento farmacológicos apresentam metodologias
específicas com amostras diversas. Ao final deste estudo a amostra foi composta por 59
indivíduos de zero a um ano de idade, número este que diferiu de outras pesquisas que
tiveram 30 indivíduos (KLEINMAN, L. et al., 2006), 52 (VANDENPLAS, YVAN et al.,
2010); 100 (ORENSTEIN, S. R. et al., 1996); 103 (VAN HOWE; STORMS, 2010),
destacando-se também um estudo com 52 bebês que utilizou o questionário I-GERQR para
avaliar a inclinação do berço a 40º para tentar reduzir o refluxo ácido (VANDENPLAS, et al.,
2010). Todos estes estudos consideraram a sensibilidade às mudanças dos padrões
sintomáticos em bebês com refluxo, porém nenhum destes estudos se referia a protocolos de
tratamento osteopático ou de medicina complementar para tratamento específico do RGE.
Neste sentido, o desenvolvimento do protocolo osteopático pode ser considerado um
momento importante dentro do ciclo de estudo do tratamento do refluxo em bebês, ao se
definir uma nova ferramenta a ser aplicada no desenvolvimento de novas evidências
científicas que norteiem a prática profissional, e na própria prática clínica.
5.2 ESCORES I-GERQ-R DOS GRUPOS TRATAMENTO (A) E CONTROLE (B)
50
nove anos de idade (MARTIN et al., 2002) e até a adolescência (FERNANDES, 2011;
MARTIGNE et al., 2009).
A melhora dos sintomas com a aplicação do protocolo osteopático (POT) ocorreu em
um tempo aproximado de 28,76 dias independente da idade (para A1 versus A2 com
p=0,849), já que havia indivíduos com idades de 13 dias no grupo A1 até 10 meses no grupo
A2 mas que apresentaram o mesmo comportamento à aplicação do POT. A menor redução do
escore no grupo B (média final 8,46 pontos no I-GERQ-R) é justificada na literatura como
dependente do “amadurecimento” do sistema gastrointestinal do bebê, ou seja, do
crescimento, e é assim normalmente tratada como uma doença autolimitada.
Uma forte evidência de que o refluxo não representa um quadro exclusivamente
autolimitado pode ser visualizada em um estudo que acompanhou até os nove anos de idade
693 crianças que foram diagnosticadas com RGE antes de completarem um ano (MARTIN et
al., 2002). Foi demonstrado que estas crianças apresentavam 2,3 vezes mais chance de ter um
ou mais sintomas de refluxo, 4,6 vezes mais chance de ter azia, 2,3 vezes mais chance de
vomitar e 4,7 vezes mais chance de ter refluxo ácido comparadas com crianças que não
apresentavam o diagnóstico antes de um ano de idade. O autor sugere que a melhora da
regurgitação não está isoladamente associada á melhora do RGE, demonstrando estes efeitos
presentes ainda na fase da infância. Sugere-se então que o papel da medicação pode estar na
diminuição dos episódios de refluxo, porém não elimina o quadro, já que os escores finais no
grupo B permaneceram mais elevados.
Sobre o aspecto do tempo de tratamento para melhora dos sinais de refluxo, os 28,76
dias necessários para levar os indivíduos do grupo A ao escore em média de 1,38 foi menor
do que o sugerido nos estudos de protocolos farmacológicos que descrevem melhora até o 12º
mês de vida (BIALOCERKOWSKI; VLADUSIC; WEI NG, 2008; CAMPANOZZI et al.,
2009; NELSON, et al., 1998; ORENSTEIN, S. R. et al., 2006). Este dado não justificaria a
melhora do grupo A1 que possui indivíduos a média de idade de 30,5 dias, nem a presença de
escores altos de refluxo presentes no grupo A2 que apresenta indivíduos com 10 meses de
idade próximo da idade relacionada a melhora do RGE. Também, não faz sentido crianças
com mais de seis meses apresentarem o mesmo comportamento que crianças com um ou dois
meses de idade, conforme encontrado neste estudo. Assim, com base nos resultados, as OMT
parecem desempenhar um estímulo eficiente para suprimir as causas dos sintomas do refluxo
em bebês de 0 a 12 meses de idade, sugerindo que o POT foi responsável pelos estímulos
necessários para melhora do quadro por tratar as causas do RGE na população deste estudo.
53
receio/temor dos pais em relação ao período das refeições (NELSON, et al., 1998). Sugere-se
então que alguma disfunção possa ter sido mantida nesses indivíduos.
Com relação aos sintomas de azia e choro, a azia melhorou em ambos os grupos A e
B de forma significativa (p=0,001 e p=0,002 respectivamente), onde a redução foi
respectivamente em 100% e em 47,83% dos casos. Já o choro reduziu significativamente no
grupo A (p=0,001), porém não no grupo B (p=0,123). O que poderia estar relacionado ao
fator idade. Porém, ao serem comparados os grupos A1 e B com idades aproximadas, é
possível observar que a redução em relação ao grupo A foi menor, podendo ser a cólica um
fator de conflito ao uso do I-GERQ-R para esta idade (VAN HOWE; STORMS, 2010).
Apesar disso, evidências demonstram que crianças com RGE choram mais que
crianças sem este diagnóstico (MATHISEN et al., 1999). A importante redução no grupo A
sugere uma supressão dos sintomas neste grupo decorrente da aplicação do POT.
Observando-se o soluço, percebe-se que este quadro é pouco discutido na literatura
em especial na população infantil. Mas existem evidências de que o sintoma é mais presente
em bebês com RGE do que em crianças normais (ORENSTEIN, et al., 1996). Neste estudo a
incidência se demonstrou alta com 60,61% dos indivíduos do grupo A e em 76,92% no grupo
B apresentando o sintoma. A melhora se apresentou estatisticamente significativa para ambos
os grupos A e B (p=0,001 e p=0,001 respectivamente) onde o grupo A teve redução em 100%
dos indivíduos, e o grupo B em 75%.
Quanto à observação de sintomas como engasgar e parar de respirar, disfunções na
alimentação de bebês podem estar relacionadas ao fato de algumas crianças engasgarem ao se
alimentar. Foi demonstrado que bebês com diagnóstico de RGE que a aspiração silenciosa
esteve presente em uma proporção de 2/11 e a diminuição do trânsito esofágico em 4/11 dos
indivíduos (MATHISEN et al., 1999).
As disfunções da deglutição são atribuídas a dois pares de nervos cranianos, vago e
glossofaríngeo que emergem crânio em uma região relacionada à coluna cervical
(CERIMAGIC; IVKIC; BILIC, 2008; FIX, 2002), região esta que também é sugerida como
uma área relacionada a sintomas de disfagia e refluxo (SHAHNAWAZ; VAN DER
WESTHUIZEN; GLEDHILL, 2001).Os resultados encontrados neste estudo aliados aos
conceitos acima citados e aos conceitos osteopáticos (RICARD; LOZA, 2005; SERGUEEF,
2007) sugerem que as disfunções da deglutição que propiciam episódios de engasgos
sugeridas no questionário I-GERQ-R podem resultar de desequilíbrios mecânicos tratados
pelo POT.
55
5.5.2 Cólica
6 CONCLUSÃO
alimento e não a inexistência da função digestória nos bebês, não seja o motivo do
desenvolvimento do refluxo.
O refluxo, neste estudo, não se mostrou uma doença autolimitada no grupo A no
momento em que o POT influenciou o tempo de curso descrito na literatura que considera esta
característica.
O questionário I-GERQ-R se mostrou uma ferramenta clínica prática e barata para
medir a evolução do RGE ao longo do tempo de estudo e na prática diária dos profissionais da
área.
Ensaios clínicos controlados randomizados com grupo placebo do tipo duplo cego e
com amostras maiores são sugeridos para aumentar as evidências sobre o protocolo
osteopático para refluxo na população estudada.
Julga-se importante uma pesquisa da aplicação do POT sem associação ao tratamento
farmacológico para verificar a eficácia da osteopatia em relação aos resultados obtidos neste
estudo que associaram as duas modalidades de tratamento.
Sugere-se ainda, estudos que controlem a atividade do tônus do esfíncter esofágico
inferior na aplicação de técnicas osteopáticas em bebês com refluxo afim de reafirmar o
conceito de que a hipotonia deste músculo refere-se ao controle motor alterado por conflito do
nervo vago e não imaturidade como propõe a literatura atual.
Sugere-se ainda a aplicação do POT em crianças com refluxo com mais de um ano
de idade e em casos de doenças respiratórias como asma e bronquite que tenham a sugestão
de uma influência do refluxo na causa destes diagnósticos.
60
REFERÊNCIAS
AHN, J. S. et al. Acid suppressive drugs and gastric cancer: A meta-analysis of observational studies.
World journal of gastroenterology: WJG, v. 19, n. 16, p. 2560, 2013.
AMARASIRI, D. L. et al. Esophageal motility, vagal function and gastroesophageal reflux in a cohort of
adult asthmatics. BMC gastroenterology, v. 12, n. 1, p. 140, 2012.
ASHER, M. et al. International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC): rationale and
methods. European respiratory journal, v. 8, n. 3, p. 483-491, 1995.
BIALOCERKOWSKI, A. E.; VLADUSIC, S. L.; WEI NG, C. Prevalence, risk factors, and natural history of
positional plagiocephaly: a systematic review. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 50, n.
8, p. 577-586, 2008.
BLAKE, K.; TEAGUE, W. G. Gastroesophageal reflux disease and childhood asthma. Current Opinion in
Pulmonary Medicine, v. 19, n. 1, p. 24-29, 2013.
CAMPO, S. et al. Esophageal dysmotility and gastroesophageal reflux in intrinsic asthma. Digestive
diseases and sciences, v. 42, n. 6, p. 1184-1188, 1997.
CANNING, B. J.; MORI, N.; MAZZONE, S. B. Vagal afferent nerves regulating the cough reflex.
Respiratory physiology & neurobiology, v. 152, n. 3, p. 223-242, 2006.
CERIMAGIC, D.; IVKIC, G.; BILIC, E. Neuroanatomical basis of Sandifer’s syndrome: A new vagal reflex?
Medical hypotheses, v. 70, n. 5, p. 957-961, 2008.
CERVERO, F.; LAIRD, J. Visceral pain. The Lancet, v. 353, n. 9170, p. 2145-2148, 1999.
COBETA, I.; PACHECO, A.; MORA, E. The role of the larynx in chronic cough. Acta
otorrinolaringologica espanola, 2013.
COX, M. R. et al. Effect of general anaesthesia on transient lower oesophageal sphincter relaxations
in the dog. Australian and New Zealand Journal of Surgery, v. 58, n. 10, p. 825-830, 1988.
CZINN, S.; BLANCHARD, S. Gastroesophageal Reflux Disease in Neonates and Infants: When and How
to Treat. Paediatric drugs, 2013.
DA SILVA, R. et al. Increase of lower esophageal sphincter pressure after osteopathic intervention on
the diaphragm in patients with gastroesophageal reflux. Diseases of the Esophagus, 2012.
DARLING, D. B.; FISHER, J. H.; GELLIS, S. S. Hiatal hernia and gastroesophageal reflux in infants and
children: analysis of the incidence in North American children. Pediatrics, v. 54, n. 4, p. 450-455,
1974.
DOBSON, D.; LUCASSEN, P. L.; SAMPLER, S. Manipulative therapy for infantile colic. The Cochrane
Library, 2010.
DROSSMAN, D. A. The functional gastrointestinal disorders and the Rome II process. Gut, v. 45, n.
suppl 2, p. II1-II5, 1999.
______. Rome III: the new criteria. Chinese journal of digestive diseases, v. 7, n. 4, p. 181-185, 2006.
DROSSMAN, D. A.; DUMITRASCU, D. L. Rome III: New standard for functional gastrointestinal
disorders. Journal of Gastrointestinal and Liver Diseases, v. 15, n. 3, p. 237, 2006.
EIDANI, E. et al. A Comparison of Impulse Oscillometry and Spirometry Values in Patients with
Gastroesophageal Reflux Disease. Middle East Journal of Digestive Diseases (MEJDD), v. 5, n. 1,
2013.
FORSSELL, L. Gestational age and size at birth and risk of esophageal inflammation and cancer. 2013.
GEMELLI, M.; ULBRICHT, L.; ROMANELI, E. Evaluation of Gastroesophageal Reflux in Infants Treated
with Osteopathy Using the I-GERQ-R Questionnaire. XIII Mediterranean Conference on Medical and
Biological Engineering and Computing 2013, 2014. Springer. p.1067-1070.
GIVENS BELL, S. Gastroesophageal reflux and histamine 2 antagonists. Neonatal Network: The
Journal of Neonatal Nursing, v. 22, n. 2, p. 53-57, 2003.
GLONEK, T.; NELSON, K. E. Somatic dysfunction in osteopathic family medicine. Lippincott Williams
& Wilkins, 2006.
GRANT, L.; COCHRAN, D. Can pH monitoring reliably detect gastro-oesophageal reflux in preterm
infants? Archives of Disease in Childhood-Fetal and Neonatal Edition, v. 85, n. 3, p. F155-F158,
2001.
HADORN, D. C. et al. Rating the quality of evidence for clinical practice guidelines. Journal of clinical
epidemiology, v. 49, n. 7, p. 749-754, 1996.
HIDE, D. W.; GUYER, B. M. Prevalence of infant colic. Archives of disease in childhood, v. 57, n. 7, p.
559-560, 1982.
HUNT, K.; ERNST, E. The evidence-base for complementary medicine in children: a critical overview of
systematic reviews. Archives of disease in childhood, v. 96, n. 8, p. 769-776, 2011.
HYMAN, P. E. Gastroesophageal reflux: one reason why baby won't eat. The Journal of pediatrics, v.
125, n. 6, p. S103-S109, 1994.
64
JORDAN, B. et al. Effect of antireflux medication, placebo and infant mental health intervention on
persistent crying: a randomized clinical trial. Journal of paediatrics and child health, v. 42, n. 1‐2, p.
49-58, 2006.
JULL, A. Evaluation of studies of assessment and screening tools, and diagnostic tests. Evidence
Based Nursing, v. 5, n. 3, p. 68-72, 2002.
KEADY, S. Update on drugs for gastro-oesophageal reflux disease. Archives of disease in childhood-
Education & practice edition, v. 92, n. 4, p. ep114-ep118, 2007.
KENIGSBERG, K. et al. A unique device to measure lower esophageal sphincter pressure in unsedated
infants. Journal of Pediatric Surgery, v. 16, n. 3, p. 370-373, 1981.
KHOSHOO, V.; DHUME, P. Clinical response to 2 dosing regimens of lansoprazole in infants with
gastroesophageal reflux. Journal of pediatric gastroenterology and nutrition, v. 46, n. 3, p. 352-354,
2008.
KHOSHOO, V.; EDELL, D. Overprescription of antireflux medications for infants with regurgitation: in
reply. Pediatrics, v. 121, n. 5, p. 1070-1071, 2008.
KHOSHOO, V. et al. Are we overprescribing antireflux medications for infants with regurgitation?
Pediatrics, v. 120, n. 5, p. 946-949, 2007.
KLEINMAN, L. et al. The infant gastroesophageal reflux questionnaire revised: development and
validation as an evaluative instrument. Clinical Gastroenterology and Hepatology, v. 4, n. 5, p. 588-
596, 2006.
KLEINMAN, L. et al. The infant gastroesophageal reflux questionnaire revised: development and
validation as an evaluative instrument. Clinical gastroenterology and hepatology: the official clinical
practice journal of the American Gastroenterological Association, v. 4, n. 5, p. 588, 2006.
KODA, Y. K. L. et al. Clinical features and prevalence of gastroesophageal reflux disease in infants
attending a pediatric gastroenterology reference service. Arquivos de gastroenterologia, v. 47, n. 1,
p. 66-71, 2010.
65
KOMATSU, Y.; HOPPO, T.; JOBE, B. A. Proximal Reflux as a Cause of Adult-Onset AsthmaThe Case for
Hypopharyngeal Impedance Testing to Improve the Sensitivity of DiagnosisProximal Reflux as a Cause
of Adult-Onset Asthma. JAMA surgery, v. 148, n. 1, p. 50-58, 2013.
KRISHMA GULIANI, D.; DREW RUBIN, D.; CCSP, D. Improvements in Developmental Delay, Colic and
GERD in a Child Undergoing Chiropractic Care: A Case Report and Review of Literature.
LIANG, B. et al. Association of gastroesophageal reflux disease risk with exacerbations of chronic
obstructive pulmonary disease. Diseases of the Esophagus, 2013.
MACLENNAN, S. et al. Cisapride treatment for gastro-oesophageal reflux in young children. 2010.
MAFRA, S. N.; BARCELOS, R. F.; TRAVASSOS, G. H. Aplicando uma metodologia baseada em evidência
na definiçao de novas tecnologias de software. XX Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software, v.
1, p. 239-254, 2006.
MANSFIELD, L.; STEIN, M. Gastroesophageal reflux and asthma: a possible reflex mechanism. Annals
of allergy, v. 41, n. 4, p. 224-226, 1978.
MARTIN, A. J. et al. Natural history and familial relationships of infant spilling to 9 years of age.
Pediatrics, v. 109, n. 6, p. 1061-1067, 2002.
MATHISEN, B. et al. Feeding problems in infants with gastro‐oesophageal reflux disease: A controlled
study. Journal of paediatrics and child health, v. 35, n. 2, p. 163-169, 1999.
MILLER, J. E.; BENFIELD, K. Adverse effects of spinal manipulative therapy in children younger than 3
years: a retrospective study in a chiropractic teaching clinic. Journal of manipulative and
physiological therapeutics, v. 31, n. 6, p. 419-423, 2008.
NOBRE, M. R. C.; BERNARDO, W. M.; JATENE, F. B. A prática clínica baseada em evidências: Parte III
Avaliação crítica das informações de pesquisas clínicas. Rev Assoc Med Bras, v. 50, n. 2, p. 221-8,
2004.
NORTON, R. C.; PENNA, F. J. Refluxo gastroesofágico. J Pediatr, v. 76, n. suppl 2, p. S218-S224, 2000.
OMARI, T. I. et al. Mechanisms of gastro-oesophageal reflux in preterm and term infants with reflux
disease. Gut, v. 51, n. 4, p. 475-479, 2002.
67
ONYEADOR, N.; PAUL, S. P.; SANDHU, B. K. Paediatric gastroesophageal reflux clinical practice
guidelines. Archives of disease in childhood-Education & practice edition, p. edpract-2013-305253,
2014.
ORENSTEIN, S. R.; MCGOWAN, J. D. Efficacy of conservative therapy as taught in the primary care
setting for symptoms suggesting infant gastroesophageal reflux. The Journal of pediatrics, v. 152, n.
3, p. 310-314. e1, 2008.
ORENSTEIN, S. R.; SHALABY, T. M.; COHN, J. F. Reflux symptoms in 100 normal infants: diagnostic
validity of the infant gastroesophageal reflux questionnaire. Clinical pediatrics, v. 35, n. 12, p. 607-
614, 1996.
ORENSTEIN, S. R. et al. Natural history of infant reflux esophagitis: symptoms and morphometric
histology during one year without pharmacotherapy. The American journal of gastroenterology, v.
101, n. 3, p. 628-640, 2006.
OSATAKUL, S. et al. Prevalence and natural course of gastroesophageal reflux symptoms: a 1-year
cohort study in Thai infants. Journal of pediatric gastroenterology and nutrition, v. 34, n. 1, p. 63-67,
2002.
POSADZKI, P.; LEE, M. S.; ERNST, E. Osteopathic Manipulative Treatment for Pediatric Conditions: A
Systematic Review. Pediatrics, 2013.
RUDOLPH, C. D. et al. Guidelines for evaluation and treatment of gastroesophageal reflux in infants
and children: recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology and
Nutrition. Journal of pediatric gastroenterology and nutrition, v. 32, p. S1-S31, 2001.
SACKETT, D. L. et al. Medicina baseada em evidências: prática e ensino. Artmed, 2003. ISBN
853630071X.
SALVATORE, S. et al. Gastroesophageal reflux disease in infants: how much is predictable with
questionnaires, pH-metry, endoscopy and histology? Journal of pediatric gastroenterology and
nutrition, v. 40, n. 2, p. 210, 2005.
SALVATORE, S.; VANDENPLAS, Y. Gastroesophageal reflux and cow milk allergy: is there a link?
Pediatrics, v. 110, n. 5, p. 972-984, 2002.
SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C.; FONSECA, S. T. Produção científica e atuação profissional: aspectos
que limitam essa integração na fisioterapia e na terapia ocupacional. Rev bras fisioter, v. 6, n. 3, p.
113-8, 2002.
SERGUEEF, N. Cranial osteopathy for infants, children and adolescents: a practical handbook.
Elsevier Health Sciences, 2007.
SHAHNAWAZ, M.; VAN DER WESTHUIZEN, L.; GLEDHILL, R. Episodic cervical dystonia associated with
gastro-oesophageal reflux. A case of adult-onset Sandifer syndrome. Clinical neurology and
neurosurgery, v. 103, n. 4, p. 212-215, 2001.
SOLÉ, D. Epidemiological studies and their impact in children's health: international study of asthma
and alergies in childhood (ISAAC). Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 5, n. 3, p. 261-262,
2005.
SONTAG, S. J. Gastroesophageal reflux and asthma. The American journal of medicine, v. 103, n. 5,
p. 84S-90S, 1997.
VAKIL, N. et al. The Montreal definition and classification of gastroesophageal reflux disease: a global
evidence-based consensus. The American journal of gastroenterology, v. 101, n. 8, p. 1900-1920,
2006.
VAN DER POL, R. J. et al. Efficacy of proton-pump inhibitors in children with gastroesophageal reflux
disease: a systematic review. Pediatrics, v. 127, n. 5, p. 925-935, 2011.
VAN HOWE, R. S.; STORMS, M. R. Gastroesophageal reflux symptoms in infants in a rural population:
longitudinal data over the first six months. BMC pediatrics, v. 10, n. 1, p. 7, 2010.
70
VANDENPLAS, Y. et al. A preliminary report on the efficacy of the Multicare AR-Bed in 3-week–3-
month-old infants on regurgitation, associated symptoms and acid reflux. Archives of disease in
childhood, v. 95, n. 1, p. 26-30, 2010.
VANDENPLAS, Y.; HEGAR, B. Diagnosis and treatment of gastro‐oesophageal reflux disease in infants
and children. Journal of gastroenterology and hepatology, v. 15, n. 6, p. 593-603, 2000.
YANG, Y.-X. et al. Long-term proton pump inhibitor therapy and risk of hip fracture. JAMA: the
journal of the American Medical Association, v. 296, n. 24, p. 2947-2953, 2006.
71
Questionário de Refluxo
informação for divulgada em relatório ou publicação, isto será feito sob forma
codificada, para que a confidencialidade seja mantida.
m) Todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa (sessões de osteopatia)
não são da responsabilidade do paciente.
n) Pela sua participação no estudo, você não receberá qualquer valor em dinheiro.
o) Quando os resultados forem publicados, não aparecerá seu nome, e sim um código.
Eu,____________________________________________, Mãe/pai de
_______________________________________________, li o texto acima e compreendi a
natureza e objetivo do estudo do qual fui convidado a participar. A explicação que recebi
menciona os riscos e benefícios do estudo e os tratamentos alternativos. Eu entendi que sou
livre para interromper minha participação no estudo a qualquer momento sem justificar minha
decisão e sem que esta decisão afete meu tratamento com o meu médico. Eu entendi o que
não posso fazer durante o tratamento e sei que qualquer problema relacionado ao tratamento
será tratado sem custos para mim.
As orientações eram dadas em relação ao apoio cervical para evitar que o bebê
fizesse o movimento de chicote cervical.