ME Claudia Bonilla Original PDF
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Ribeirão Preto
2016
AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO
FICHA CATALOGRÁFICA
Data da defesa:____/____/____
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr.___________________________________________________________________
Instituição:_________________________________________________________________
Julgamento:________________________Assinatura:_______________________________
Prof. Dr.___________________________________________________________________
Instituição:_________________________________________________________________
Julgamento:________________________Assinatura:_______________________________
Prof. Dr.___________________________________________________________________
Instituição:_________________________________________________________________
Julgamento:________________________Assinatura:_______________________________
DADOS CURRICULARES
À DEUS
Por ser essencial em minha vida, meu guia, socorro presente na hora da
angústia, por ter me permitido buscar meus objetivos e realizar meus sonhos.
“Se pedires, Deus te dará. Se buscares, Deus te fará encontrar. Se bateres,
Deus te abrirá a porta. Pois tudo o que pedes, recebes de Deus. O que buscas,
encontras em Deus e para quem bate, Deus abrirá as portas”.
Aos meus pais, Julio César Carpio Elías e Irma Judith Bonilla González
Que sempre estiveram ao meu lado, durante todos os momentos da minha
vida. Agradeço pela formação que me proporcionaram, vocês são o meu maior
exemplo de moral e caráter. Mesmo que distantes, sempre me apoiaram com muito
amor e carinho. Agradeço por fazer parte dessa família. Essa conquista não seria
possível se não fossem por vocês. Muito Obrigada.
Isaac Newton.
Agradecimentos
AGRADECIMENTOS
INSTITUCIONAIS
À Universidade de São Paulo, na pessoa do atual reitor, Prof. Dr. Marco
Antonio Zago e do vice-reitor, Prof. Dr. Vahan Agopyan.
À FAMÍLIA ODONTOLÓGICA
Aos professores da disciplina de Odontopediatria da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Profa. Dra. Lea Assed
Bezerra da Silva, Prof. Dr. Paulo Nelson Filho, Profa. Dra. Raquel Assed Bezerra
Segato, Profa. Dra. Adelvina Campos de Freitas, Profa. Dra. Alexandra
Mussolino de Queiroz, Profa. Dra. Andiara de Rossi Daldegan, Profa. Dra.
Kranya Victoria Díaz Serrano, Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto, Profa. Dra.
Maria da Conceição Pereira Saraiva, Prof. Dr. Fabrício Kitazono de Carvalho,
por repassarem seus conhecimentos e por sua colaboração e incentivo durante
minha formação acadêmica, sendo meu exemplo de excelência e dedicação.
Aos meus pacientes, a quem amo e respeito com todo meu coração,
obrigada pela paciência e pelo carinho durante a realização deste sono, sem eles
não tivesse motivação pela minha profissão.
AOS AMIGOS
À minha família de CADBI, que até agora se faz presente em cada área da
minha vida, levo de cada um de vocês um aprendizado. Muito obrigada.
À Marco Aurélio Assugeni, por ser minha motivação durante todo este
tempo e por me ensinar o Brasil desde outra perspectiva. Muito obrigada pela
parceria, eu te amo!
Aos meus padrinhos Dr. Jorge Estrada, Dra. Vilma Terraza e Lic. Gabriela
Ramírez, porque desde o começo da minha formação como Dentista vocês
acreditaram em mim. Muito obrigada.
O tratamento radioterápico para pacientes com neoplasias de cabeça e pescoço pode trazer
consequências secundárias graves como alterações da estrutura dental, com conseguinte
prejuízo da função oral, a qual influencia negativamente a qualidade de vida. Recentemente
trabalhos de pesquisa tem demonstrado que a radiação induz a expressão e ativação das
metaloproteinases da matriz (MMPs), consideradas as principais enzimas responsáveis pela
remodelação da matriz orgânica, incluindo os componentes e estruturas da junção
amelodentinária (JAD). Questiona-se então se as alterações dentais observadas em
pacientes pós-radioterapia poderiam ser causadas também pela ativação das MMPs que se
encontram na JAD. O presente estudo apresentou três avaliações: a ativação e expressão
das MMPs, a implementação de inibidores de proteases como método de inibição das MMPs
e a ativação das MMPs devido a um desafio ácido. Para as medições foram utilizados 178
fragmentos dentais de molares, divididos aleatoriamente em 2 grupos (decíduos e
permanentes) / 4 subgrupos experimentais (irradiados e não-irradiados). Os fragmentos
foram expostos à radiação com Co-60, com fração de dose de 2 Gy, 5 dias consecutivos, até
atingirem a dose total de 60 Gy, com um total de 30 ciclos, durante 6 semanas. Com o
objetivo de determinar a expressão e atividade das MMPs, foram realizados os ensaios de
imunofluorescência e zimografia in situ, nos fragmentos dentais de 0,6mm, analisando os
tecidos duros do esmalte, dentina e JAD. Para avaliar se produtos odontológicos inativam as
MMPs, os dentes foram imersos em 0,5ml de digluconato de clorexidina a 0,12%, fluoreto de
sódio a 0,05%, polifenol epigalocatequina 3-galato 400µM e água destilada (grupo controle),
por 1 hora. Assim também com objetivo de avaliar se em um ambiente ácido, as MMPs
apresentariam maior atividade, os dentes foram colocados em contato com 20μl de solução
desmineralizadora com pH de 4,8, por um minuto, e posteriormente lavados com 20μl de
água deionizada, por um minuto. De maneira geral pudemos observar que a irradiação ativa
as MMPs na JAD e estes efeitos foram mais evidentes nos dentes permanentes que nos
decíduos. Com relação à expressão das diferentes MMPs, foi observada uma maior expressão
das MMPs-9 e -20 para dentes decíduos, e para dentes permanentes as MMPs-2, -9 e -20
apresentaram expressão semelhante. Tendo em vista que a irradiação foi capaz de ativar as
MMPs expressas na JAD de dentes permanentes, e em busca de soluções capazes de inibi-
las, observamos que o Digluconato de Clorexidina, o Fluoreto de Sódio e o Polifenol
Epigalocatequina 3-galato inibiram a atividade das MMPs na JAD em dentes permanentes.
Por último ao investigar o efeito de um desafio ácido, na atividade das MMPs, observamos
que a desmineralização não aumentou a atividade das MMPs em dentes não irradiados,
porém aumentou a atividade das MMPs em dentes irradiados. Comparando dentes irradiados
submetidos ou não à desmineralização, observou-se que a desmineralização incrementou a
atividade das MMPs, já induzida pela irradiação.
Radiotherapy for patients with head and neck cancer can have serious secondary
consequences such as changes in tooth structure, with consequent loss of oral function
which negatively influences an individual's quality of life. Recently research work has shown
that radiation induces the expression and activation of matrix metalloproteinases (MMPs)
which are considered the major enzymes responsible for the remodeling of the organic
matrix, including the components and structures of the dentinoenamel junction (DEJ). It is
questionable if the dental changes observed in post-radiotherapy patients could also be
caused by the activation of MMPs that are in the DEJ. The present study has three
assessments: the activation and expression of MMPs, the implementation of protease
inhibitors such as method of inactivating MMPs and the activation of MMPs due to an acid
challenge. The measurements that were used were 178 molar dental fragments randomly
divided into 2 groups (deciduous and permanent) / 4 experimental subgroups (irradiated and
non-irradiated). The samples were exposed to radiation using Co-60 at a cumulative dose of
2 Gy fraction, 5 consecutive days, until they reached a total dose of 60 Gy, with a total of 30
cycles for 6 weeks. In order to determine the expression and activity of MMPs
immunofluorescence assays were performed and in situ zymography, the dental fragments
of 0.6mm, analyzing the DEJ in three areas of the tooth (cervical, cuspal and groove of pit).
To assess whether MMPs inactivate dental products, the teeth were immersed in 0.5 ml of
chlorhexidine digluconate at 0.12%, sodium fluoride 0.05%, polyphenol epigallocatechin-3
gallate 400μM and distilled water (control group) for 1 hour. To evaluate effects in an acidic
environment, MMPs have higher activity, the teeth were put in contact with 20μl of
demineralizing solution with pH 4.8, for a minute, and then washed with 20μl of deionized
water, one minute. In general we observed that the radiation active MMPs in DEJ and these
effects were more evident in the permanent teeth than in the primary teeth. Regarding the
expression of different MMPs, showed the greatest expression of MMP-9 and -20 for
deciduous teeth, and permanent teeth MMPs-2, -9 and -20 showed similar expression. Given
that the irradiation was able to activate MMPs expressed in the DEJ permanent teeth, and
looking for solutions that inactive them, we observed that the digluconate Chlorhexidine, the
Sodium Fluoride and Polyphenol Epigallocatechin-3-gallate inhibited activity of MMPs in the
DEJ in permanent teeth. Finally, to investigate the effect of an acid challenge, in the activity
of MMPs, we observed that the demineralization did not increase the activity of MMPs in non-
irradiated teeth but increased the activity of MMPs in irradiated teeth. Comparing irradiated
whether subjected to demineralization teeth or not, it was found that demineralization
increased activity of MMPs, induced by the radiation.
1. INTRODUÇÃO………………………………………………..........…………............................ 37
2. PROPOSIÇÃO................................................................................................ 51
3. MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………......................................... 55
4. RESULTADOS.................................................................................................. 65
5. DISCUSSÃO.................................................................................................... 109
6. CONCLUSÕES................................................................................................ 121
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 125
ANEXOS............................................................................................................ 139
1. Introdução
Introdução | 39
1. INTRODUÇÃO
bucal, faringe e laringe são denominadas de “câncer de cabeça e pescoço” (Dobrossy, 2005;
Ferlay et al., 2010; Gaudet et al., 2015). Este é o sétimo tipo de câncer mais comum (Rettig
frequente, presente em mais de 90% dos casos (Casiglia e Woo, 2001). Mais de 600.000
casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados ao redor do mundo a cada ano
cada 100.000 pessoas segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (US
consumo de álcool (Llewelly et al., 2004). Entretanto, a incidência em pessoas jovens tem
aumentado nas últimas décadas (Myers et al., 2000; Pitman et al., 2000; Iamarrom et al.,
2004), podendo este aumento estar associado a infecção pelo vírus do papiloma humano
partes moles, dentre outros (INCA, 2009). Ainda, de acordo com de Pearce et al. (2012)
torno de 60mGy tem o triplo de chance de desenvolver tumores cerebrais e como os exames
desse tipo tem se tornado cada vez mais frequentes, provavelmente, esse tipo de tumor
O tratamento para indivíduos com câncer de cabeça e pescoço pode ser a cirurgia,
2001; Lyons, 2006; INCA 2014). A radioterapia, uma modalidade de tratamento que utiliza a
radiação ionizante como agente terapêutico (Novaes, 1998; Chaachouay et al., 2011),
destrói os tecidos neoplásicos, interagindo com os tecidos do corpo, dando origem a elétrons
que ionizam o meio e criam efeitos químicos, como a hidrólise da água e a ruptura das
cadeias de Ácido Desoxirribonucleico (ADN ou DNA). Desses efeitos químicos pode resultar a
incapacidade de divisão da célula até a sua morte por inativação. Para isso, utilizam-se
1996; Ramirez-Amador et al., 1997; Sulaiman et al., 2003; Vissink et al., 2003a; Kielbassa et
al., 2006; Jham e da Silva Freire, 2006; Faria et. al., 2014).
complexa e destrutiva, de origem multifatorial (Vissink et al., 2003b; Kielbassa et al., 2006;
Silva et al., 2009a; b) que prejudica a qualidade de vida (Silva et al., 2009a) sendo uma das
2006). De acordo com Kielbassa et al. (2006), após radioterapia o risco para o
De acordo com diferentes estudos (Jansma et al., 1990; Kielbassa, 2000; Vissink et
al., 2003a; Kielbassa et al., 2006; Silva et al., 2009a; b) os efeitos indiretos da irradiação,
(Stokman et al., 2003), são os principais agentes causais da cárie de radiação. Contudo,
atualmente, existem evidências científicas que permitem observar que a radiação, por si só,
tem a capacidade de alterar a estrutura dental ocasionando efeitos diretos (Jervoe, 1970;
Soares et al., 2010; 2011), como diminuição (Jansma et al., 1988; Kielbassa et al., 1997;
Walker et al., 2011) ou aumento da microdureza (De Siqueira Mellara et al., 2014; Gonçalves
et al., 2014), aumento da solubilidade (Markitziu et al., 1986), perda da estrutura dos
oxigênio no esmalte (De Siqueira Mellara et al., 2014), desorganização de esmalte e dentina
(De Siqueira Mellara et al., 2014; Gonçalves et al., 2014) e presença de fendas e túbulos
região de cúspides e nas áreas incisais, os quais são locais que são expostos a maior carga
oclusal (incisal/cúspide) e flexão (cervical) (Walker et al., 2011). Lesões pós radiação se
desenvolvem como uma fratura de cisalhamento inicial de esmalte, resultando numa parcial
exposta (Jervoe, 1970; Jansma et al., 1993). Pioch et al. (1992) observaram, por meio de
radiação (dose de 70 Gy) e Grötz et al. (1997) sugeriram que as alterações na junção
processos odontoblásticos, seguida pela obliteração dos túbulos dentinários. Já, Walker et al.
que as alterações na estrutura dental são diretamente proporcionais ao aumento das doses
de radiação.
dente em posição por meio de fibras de colágeno (fibras de Sharpey) (Nanci, 2003). A
dentina é uma matriz semelhante ao osso, que constitui a maior parte do dente, sendo
caracterizada pela presença dos túbulos dentinários. A dentina tem uma qualidade elástica
que proporciona flexibilidade e impede a fratura do esmalte que a recobre (Nanci, 2003). O
esmalte recobre a coroa do dente, sendo o único tecido calcificado derivado de epitélio em
vertebrados, o mesmo é a substância mais dura do corpo, porém tem uma elasticidade
seu desenvolvimento pode ser dividido em quatro fases. Durante a fase pré-secretória, os
deposição de pré-dentina por odontoblastos (Slavkin, 1979). Isso ocorre primeiramente nas
o primeiro tecido que se mineraliza (Mjor e Ole, 1986) começando pelo que vai se tornar a
JAD, tornado se mais grossa ao longe da JAD até chegar no que num futuro será a câmara
secreção, alongando-se para formar células cilíndricas altas chamadas processos de Tomes.
cristais de esmalte formados, crescem entre os cristais de dentina, como se fosse uma
mineralização em torno de proteínas de colágeno (Rönnholm, 1962). Uma vez que o esmalte
componente orgânico, iniciando a fase da maturação. Ao final desta fase o esmalte atingirá
sua dureza final. Embora a matriz extracelular biológica do esmalte seja em grande parte
interna do tecido pós-erupção (Dusevich et al., 2012); ainda estruturas histológicas distintas
(Weatherel et al., 1968). Acredita-se que estas fissuras hipomineralizadas, sejam fonte
primária das fraturas que se desenvolvem no esmalte durante sobrecargas oclusais (Chai et
orgânica (Linde e Goldberg, 1993; Butler, 1995; Embery et al., 2001; Goldberg e Smith,
Esmalte e dentina estão firmemente unidos por meio da JAD (Nanci, 2003). A
remoção da membrana basal em dentes é única entre os outros tecidos e parece coincidir
com a deposição da matriz e/ou mineral ao longo do desenvolvimento da JAD. McGuire et al.
colágeno tipo IV e tipo VII. Evidência científica suporta que o colágeno tipo IV apresenta um
papel funcional para o desenvolvimento da JAD (Nagai et al., 2001), e o colágeno tipo VII
proteases -20 (MMP-20) e KLK4, antes e durante a fase de maturação, foi demonstrada
segmentação dos propeptídeos. Todas as MMPs contêm Zn++ no sítio catalítico e requerem a
presença de Ca++ para sua estabilidade e atividade (Birkedal-Hansen, et al., 1993; Krane,
1994; Krane e Inada, 2008). Estas proteinases são expressas, em resposta a estímulos
específicos, pelas células residentes do tecido conjuntivo, bem como por células
Existem pelo menos 24 tipos distintos de MMPs, dos quais 23 são encontrados em
família das MMPs, desempenham papéis cruciais durante estas fases (Tjäderhane et al.,
et al., 2002; Bartlett et al., 2004) e também estão associadas com a remodelação da matriz
orgânica da dentina (Hall et al., 1999; Sulkala et al., 2002). Foi demonstrado que as MMPs
erosão dental (Buzalaf et al., 2014). Têm sido ainda identificadas na inflamação pulpar e
periapical (Gusman et al., 2002; Wahlgren et al., 2002), bem como correlacionadas com
doenças periodontais (Mäkelä et al., 1994; Ejeil et al., 2003; Birkedal-Hansen et al., 2006).
al., 2004) e finalmente, podem ser importantes na perda de adesão das restaurações
colágeno, e são de particular interesse devido aos seus importantes papéis na formação do
dente e mineralização (Sahlberg et al., 1999; Bourd-Boittin et al., 2005), bem como no
2006) e degradação da camada híbrida (Pashley et al., 2004; Stanislawczuk et al,. 2011).
Boushell et al. (2008) verificaram que na dentina humana, a MMP-2 foi identificada em toda
na junção amelodentinária.
estudos reportarem que a MMP-2 é a principal gelatinase em dentina (Niu et al., 2011).
demonstrada (Marshall et al., 2003). A JAD associada com o esmalte interno são conhecidos
por inibir a propagação de fissuras, exibindo uma maior tenacidade à fratura (Imbeni et al.,
2005) e raramente é acometida por falhas mecânicas, mesmo decorrente da intensa carga
mastigatória e hábitos parafuncionais, por longos períodos (Paine et al., 2001). No entanto,
pacientes com câncer bucal submetidos à radioterapia apresentaram lesões dentárias pós-
delaminação total desse substrato, sugerindo instabilidade da JAD (Jongebloed et al, 1988;.
Pioch et al., 1992;. Jansma et al., 1993). A delaminação total de esmalte, destacando-se da
dentina, é um padrão único de destruição dental associado à radioterapia (McGuire et. al.,
2014a).
Uma vez que a radiação pode causar alterações líticas em polipeptídios de colágeno,
é possível que esta possa estimular a transcrição e ativação de MMPs nos dentes expostos
Introdução | 47
isso em mente, pesquisadores realizaram uma série de recentes estudos in situ com
Demeule et al, 2000; Kato et al. 2010a; Kato et al. 2012; Buzalaf et al. 2014), a clorexidina
(CHX; Gendron et al., 1999; Kato et al., 2010; Scaffa et al., 2012; Kato et al. 2012), o sulfato
ferroso (Kato et al., 2010b) e o fluoreto de sódio em diferentes concentrações (Kato et al.,
não com flúor. A exposição à radiação não afetou a solubilidade do esmalte dos dentes pré-
tratados ou não tratados com flúor. Entretanto, a solubilidade da dentina dos dentes não
tratados com flúor diminuiu. Com relação à microdureza, não foram observadas alterações
nos espécimes de esmalte irradiados, com ou sem pré-tratamento com flúor. No entanto, a
radiação diminuiu a dureza da dentina, quando não ocorreu o pré-tratamento com flúor.
dentina foi severamente afetada pela radiação e que a fluoretação com géis ácidos diminuiu
autores esta poderia ser uma explicação para a formação de “gaps” na JAD, perda de
Kato et al. (2012) avaliaram a redução da degradação da matriz orgânica pelo pré-
solução e a perda de dentina observada no grupo tratado com fluoreto foi significativamente
maior do que a observada nos grupos tratados com os géis contendo inibidores de
não tratados. O efeito do fluoreto na prevenção da erosão tem sido sugerido principalmente
(Ganss et al., 2010a). Isto sugere que os produtos que combinam flúor e inibidores de
gelatinases (MMP-2 e -9) humanas purificadas da saliva. Os autores verificaram que o flúor
diminuiu a atividade de formas pró ativas e ativas de MMPs. Gelatinases purificadas foram
completamente inibidas por 200 ppm de flúor, e MMP-9 salivar foi inibida por 275 ppm de F.
A inibição foi parcialmente reversível em 250-1,500 ppm de flúor, mas era irreversível a 5000
ppm de flúor. Este foi o primeiro estudo a descrever a capacidade do fluoreto de sódio em
parte pela ativação das MMPs que se encontram na JAD, e se substâncias capazes de
ativação ainda maior das MMPs, tanto em dentes hígidos, como em dentes pós-radiação,
MMP-20 (McGuire et al., 2014a) e outro verificou a redução do colágeno tipo IV (McGuire et
al., 2014c), estes dois estudos foram realizados em dentes permanentes e nenhum foi
Introdução | 49
realizado em dentes decíduos. Com relação a inativação das MMPs, por meio do uso de
epigalocatequina 3-galato (EGCG) nenhum estudo foi encontrado na literatura, assim como
nenhum estudo avaliou se frente a um desafio ácido as MMPs apresentariam-se mais ativas
2. PROPOSIÇÃO
radioterapia.
3. MATERIAL E MÉTODOS
das MMPs devido a um desafio ácido. Para as medições foi realizado um estudo em esmalte
e dentina contíguos a JAD e a própria JAD em três regiões (cervical, cúspide e fundo do
irradiados com não irradiados. As unidades experimentais foram 178 fragmentos dentais,
palatina.
Germany), possibilitando que todas recebessem a mesma irradiação direta por unidade de
as características da cavidade bucal, durante a irradiação, cada poço foi preenchido com 10
Universidade de São Paulo, com distância da fonte de 80 cm, com dose de 1 Gy/min. As
hemissecções dentais foram irradiadas com fração de dose de 2 Gy, 5 dias consecutivos, até
atingirem a dose total de 60 Gy, com um total de 30 ciclos, durante 6 semanas (Kielbassa et
al., 2000; Açil et al., 2007; Bulucu et al., 2009; Aggarwal, 2009; Soares et al., 2010, Soares
em fatias de 0,6 mm, obtendo-se duas secções, num total de 178 fragmentos (Figuras 2, 3,
4 e 5) com auxílio de máquina de corte (Isomet 1000 Buehler Ltda, Lake Bluff, Ilinoois,
EUA).
0,6mm, analisando esmalte e dentina contíguos a JAD e a própria JAD em três regiões
para se tornarem ativas e exercer sua função. A avaliação da presença e a localização das
formas ativas das MMPs foi realizada por meio da zimografia in situ em esmalte e dentina
contíguos a JAD e a própria JAD em três regiões (cervical, cúspide e fundo do sulco).
degradado de modo tempo e dose dependente, por enzimas em sua localização nativa. Após
60 | Material e Métodos
Frederiks e Mook, 2004; Lombard et al., 2005; Snoek-van Beurden e Von den Hoff, 2005).
0,05%, polifenol epigalocatequina 3-galato a 400µM, e agua destilada (grupo controle), por
Com o objetivo de avaliar se sob um desafio ácido a atividade das MMPs seria
4,8%, por um minuto a temperatura ambiente e, posteriormente, lavados com 20μl de água
(1mg/mL; Sigma) por 15 minutos (3x), lavadas em PBS e incubadas com um substrato
horas, a 37ºC, em uma câmara escura umidificada. Lâminas controle foram pré-incubadas
própria JAD em três regiões (cervical, cúspide e fundo do sulco), na mesma profundidade e
aumento de 1.25x e 5x, utilizando o filtro Alexa Fluor 43HE (FT570, BP550/25, BP605/70,
Bethesda, MD, EUA). Para quantificação da atividade gelatinolítica nos cortes, inicialmente
foi estabelecida uma área na qual foram quantificados os spots de fluorescência, em áreas
fluorescência por mm2. Os dados foram submetidos a análise de normalidade por meio do
teste D´Agostino-Person. Uma vez que os dados não apresentaram distribuição normal, os
grupos foram comparados entre si, por meio do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis,
seguido pelo pós teste de Dunn (α = 0,05). Para comparação entre amostras pareadas foi
foram realizadas através do software GraphPad Prism 5 (GraphPad Software, Inc., San
imersos em solução salina fosfatada tamponada (PBS) por 30 minutos. A seguir foram
Diadema, SP, Brasil) a 1 mg/mL por 15 minutos (3×). Os sítios de ligação não-específica
imunomarcação foi realizada utilizando anticorpo primário para MMP-2 (sc-8835, anticorpo
policlonal produzido em cabras, Santa Cruz, Biotechnology Inc., Dallas, Texas, EUA), MMP-9
62 | Material e Métodos
(sc-6840, anticorpo policlonal produzido em cabras, Santa Cruz, Biotechnology Inc.) e MMP-
4°C na geladeira, overnight. Em seguida, o fragmento foi lavado em PBS por 30 minutos e
incubado com anticorpo secundário anti-cabra conjugado ao fluoróforo Texas Red® (sc-2783,
produzido em macacos, Santa Cruz, Biotechnology Inc.), por 30 minutos, em câmara escura.
a própria JAD em três regiões (cervical, cúspide e fundo do sulco). Primeiramente, as regiões
filtro Texas Red® 64HE (FT605, BP647/70, BP587/25, Carl Zeiss, Alemanha). Posteriormente,
conhecimento do grupo ao que pertencia cada espécime. Os resultados foram expressos por
Figura 1. Imagem das regiões avaliadas no estudo. (A) cervical, (B) cúspide e (C) fundo do sulco; em
esmalte e dentina contíguos a JAD e a própria JAD. E, esmalte; D, dentina; JAD, junção
amelodentinária.
Material e Métodos | 63
Figura 2. Fluxograma demonstrativo da distribuição dos dentes utilizados no experimento, para avaliar o efeito
da radiação na atividade das MMPs.
Figura 4. Fluxograma demonstrativo da distribuição dos dentes utilizados no experimento, para avaliar o efeito
de soluções de NaF 0,05%, Diglugonato de Clorexidina 0,12% e Polifenol Epigalocatequina 3-galato 400 μM na
atividade das MMPs.
Figura 5. Fluxograma demonstrativo da distribuição dos dentes utilizados no experimento, para avaliar o efeito
da desmineralização na atividade das MMPs.
4. Resultados
Resultados | 67
4. RESULTADOS
De maneira geral pudemos observar que a radiação ativa as MMPs na JAD e estes
efeitos foram mais evidentes nos dentes permanentes, quando comparados com os
decíduos.
grupo dos dentes não irradiados, quando analisadas as regiões do fundo do sulco e cúspide.
Porém houve diferença estatisticamente significante com relação aos dentes não irradiados
Figura 6. Comparação da atividade gelatinolítica das MMPs em dentes decíduos irradiados e dentes controles
não irradiados, realizada por meio da zimografia in situ. A intensidade de fluorescência/mm2 na região cervical,
na cúspide e no fundo do sulco foi mensurada na mesma profundidade e área. * indica diferença estatisticamente
significante (p < 0,05; n=6 dentes irradiados e n=6 dentes não irradiados pareados).
Resultados | 69
entre o grupo irradiado e ao grupo dos dentes não irradiados com relação à intensidade de
fluorescência/mm2. A ativação das MMPs pela radiação aconteceu nas três regiões
e a incubação com gelatina mais EDTA inibiu a atividade de MMPs (Figura 10 E-H)
demostrando que a enzima responsável pela degradação da gelatina era do grupo das
MMPs.
Figura 8. Comparação da atividade gelatinolítica das MMPs em dentes permanentes irradiados e dentes
controles não irradiados, realizada por meio da zimografia in situ. A intensidade de fluorescência/mm2 na região
cervical, na cúspide e no fundo do sulco foi mensurada na mesma profundidade e área. * indica diferença
estatisticamente significante (p < 0,05; n=6 dentes irradiados e n=6 dentes não irradiados pareados).
Resultados | 73
Figura 10. Microscopia de fluorescência que não revela atividade gelatinolítica na junção
amelodentinária, em dente permanente humano. (A) Coroa seccionada irradiada (1,25x)
mostrando sua autofluorescência nas regiões de esmalte (E), dentina (D) e fortemente marcadas
na junção amelodentinária (JAD). (B) Região cervical, (C) Cúspide e (D) Região de fundo do
sulco em maior aumento (5x). (E) Imagem de coroa seccionada irradiada incubada com gelatina
mais EDTA (1,25x) mostrando reatividade baixa nas regiões de esmalte (E), dentina (D) e junção
amelodentinária (JAD). (F) Região cervical, (G) Cúspide e (H) Região de fundo do sulco em
maior aumento (5x). Barra = 2mm (A) e (E); 0,5mm (B, C, D, F, G e H).
Resultados | 77
não irradiados foram utilizados para avaliar a expressão e localização de MMPs gelatinolíticas
amelogênese (MMP-20).
Nos dentes decíduos, a expressão da MMP-2 foi difusa pela dentina coronária, e
presente nas regiões de cúspide, sulco e cervical, sem diferenças entre dentes irradiados e
Figura 11. Microscopia de fluorescência revela expressão da MMP-2 localizada nas regiões de esmalte
(E), dentina (D) e junção amelodentinária (JAD), em dente decíduo humano não irradiado submetido a
imunofluorescência. (A) Coroa seccionada num aumento de 1,25x. (B) Região cervical, (C) Cúspide e (D)
Região de fundo do sulco em maior aumento (5x). Reatividade baixa é evidente na matriz do esmalte e
túbulos dentinários adjacentes a JAD. Barra = 2mm (A); 0,5mm (B, C e D).
A expressão de MMP-9 nos dentes decíduos foi mais intensa do que a expressão de
MMP-2, na dentina coronária e na JAD, nas três regiões analisadas. Não houve diferença
Figura 12. Microscopia de fluorescência revela expressão da MMP-9 localizada nas regiões de esmalte
(E), dentina (D) e fortemente marcadas na junção amelodentinária (JAD), em dente decíduo humano
não irradiado submetido a imunofluorescência. (A) Coroa seccionada num aumento de 1,25x. (B) Região
cervical, (C) Cúspide e (D) Região de fundo do sulco em maior aumento (5x). Reatividade baixa é
evidente na matriz do esmalte e túbulos dentinários adjacentes a JAD. Barra = 2mm (A); 0,5mm (B, C
e D).
Com relação à MMP-20 em dentes decíduos, a marcação foi positiva, porém difusa
na dentina coronária, com maior expressão na JAD na regiões cervical, sulco e cúspide. Não
Figura 13. Microscopia de fluorescência revela expressão da MMP-20 localizada nas regiões de esmalte
(E), dentina (D) e fortemente marcadas na junção amelodentinária (JAD), em dente decíduo humano não
irradiado submetido a imunofluorescência. (A) Coroa seccionada num aumento de 1,25x. (B) Região
cervical, (C) Cúspide e (D) Região de fundo do sulco em maior aumento (5x). Reatividade baixa é
evidente na matriz do esmalte e túbulos dentinários adjacentes a JAD. Barra = 2mm (A); 0,5mm (B, C e
D).
Com relação aos dentes permanentes, MMP-2 foi expressa na dentina coronária e na
região de esmalte. A fluorescência estava bem delimitada na JAD, nas região de cervical,
Figura 14. Microscopia de fluorescência revela expressão da MMP-2 localizada nas regiões de esmalte
(E), dentina (D) e fortemente marcadas na junção amelodentinária (JAD), em dente irradiado permanente
humano submetido a imunofluorescência. (A) Coroa seccionada num aumento de 1,25x. (B) Região
cervical, (C) Cúspide e (D) Região de fundo do sulco em maior aumento (5x). Reatividade baixa é
evidente na matriz do esmalte e túbulos dentinários adjacentes a JAD. Barra = 2mm (A); 0,5mm (B, C e
D).
similarmente à MMP-2. Esta marcação estava bem delimitada na JAD, na cervical, cúspide e
fundo do sulco. Em alguns casos foi observado a presença de linhas de deposição de MMP-9
Figura 15. Microscopia de fluorescência revela expressão da MMP-9 localizada nas regiões de esmalte (E), dentina
(D) e fortemente marcadas na junção amelodentinária (JAD), em dente permanente humano não irradiado submetido
a imunofluorescência. (A) Coroa seccionada num aumento de 1,25x. (B) Região cervical, (C) Cúspide e (D) Região de
fundo do sulco em maior aumento (5x). Reatividade baixa é evidente na matriz do esmalte e túbulos dentinários
adjacentes a JAD. Barra = 2mm (A); 0,5mm (B, C e D).
Figura 16. Microscopia de fluorescência revela expressão da MMP-20 localizada nas regiões de esmalte
(E), dentina (D) e fortemente marcadas na junção amelodentinária (JAD), em dente permanente humano
não irradiado submetido a imunofluorescência. (A) Coroa seccionada num aumento de 1,25x. (B) Região
cervical, (C) Cúspide e (D) Região de fundo do sulco em maior aumento (5x). Reatividade baixa é
evidente na matriz do esmalte e túbulos dentinários adjacentes a JAD. Barra = 2mm (A); 0,5mm (B, C e
D).
Tendo em vista que a irradiação foi capaz de ativar as MMPs expressas na JAD,
outro objetivo deste estudo foi testar o efeito de diferentes soluções de uso odontológico
inativar as MMPs.
fluorescência/mm2 nas regiões cervical, cúspide e fundo do sulco nos dentes decíduos
irradiados, quando comparados ao grupo controle no qual os dentes foram imersos em água
destilada (Figura 17, 18 e 19). Estes resultados mostram que nenhuma das soluções foi,
Figura 17. Comparação da atividade gelatinolítica das MMPs em dentes decíduos irradiados, realizada por meio
da zimografia in situ. A intensidade de fluorescência/mm2 na região cervical, na cúspide e no fundo do sulco foi
mensurada na mesma profundidade e área, após o tratamento com solução de Digluconato de Clorexidina a
0,12% (CHX 0,12%), Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), Polifenol Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG
400μM) ou água destilada (controle) (n=24 dentes irradiados).
Resultados | 91
Figura 18. Microscopia de fluorescência revela atividade gelatinolítica nas regiões de esmalte (E),
dentina (D) e junção amelodentinária (JAD), em dentes decíduos humanos irradiados. (A) Coroa
seccionada (1,25x) mostrando a atividade das MMPs, (B) Coroa seccionada (1,25x), previamente tratada
com Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (C) Coroa
seccionada (1,25x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%), mostrando uma
atividade baixa das MMPs e (D) Coroa seccionada (1,25x), previamente tratada com Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs. Barra =
2mm (A, B, C e D).
Resultados | 93
Figura 19. Microscopia de fluorescência revela atividade gelatinolítica nas regiões de esmalte (E),
dentina (D) e junção amelodentinária (JAD), em dentes decíduos humanos irradiados. (A) Região cervical
(5x), mostrando a atividade das MMPs. (B) Região cervical (5x), previamente tratada com Fluoreto de
Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (C) Região cervical (5x),
previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%), mostrando uma atividade baixa das MMPs e
(D) Região cervical (5x), previamente tratada com Polifenol Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG
400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (E) Cúspide (5x), mostrando a atividade das MMPs.
(F) Cúspide (5x), previamente tratada com Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma
atividade baixa das MMPs, (G) Cúspide (5x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%),
mostrando uma atividade baixa das MMPs e (H) Cúspide (5x), previamente tratada com Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (I) Região
de fundo do sulco (5x), mostrando a atividade das MMPs. (J) Região de fundo do sulco (5x), previamente
tratada com Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma atividade baixa das MMPs (K)
Região de fundo do sulco (5x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%), mostrando
uma atividade baixa das MMPs e (L) Região de fundo do sulco (5x), previamente tratada com Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs. Barra =
0,5mm (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K e L).
Resultados | 95
Nos dentes permanentes, por outro lado, o tratamento com as diferentes soluções
controle (água destilada) (p < 0,05). Nas regiões cervical e de cúspide, as três soluções
utilizadas CHX 0,12%, NaF 0,05% e EGCG 400μM inibiram a atividade das MMPs. Porém na
região do fundo do sulco, a solução a base de EGCG 400μM não apresentou diferença
Figura 20. Comparação da atividade gelatinolítica das MMPs em dentes permanentes irradiados, realizada por
meio da zimografia in situ. A intensidade de fluorescência/mm2 na região cervical, na cúspide e no fundo do sulco
foi mensurada na mesma profundidade e área, após o tratamento com solução de Digluconato de Clorexidina a
0,12% (CHX 0,12%), Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), Polifenol Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG
400μM) ou água destilada (controle negativo). * indica diferença estatisticamente significante (p < 0,05; n=24
dentes irradiados).
Resultados | 97
Figura 21. Microscopia de fluorescência revela atividade gelatinolítica nas regiões de esmalte (E),
dentina (D) e junção amelodentinária (JAD), em dentes permanentes humanos irradiados. (A) Coroa
seccionada (1,25x) mostrando a atividade das MMPs. (B) Coroa seccionada (1,25x), previamente tratada
com Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (C) Coroa
seccionada (1,25x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%), mostrando uma
atividade baixa das MMPs e (D) Coroa seccionada (1,25x), previamente tratada com Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs. Barra =
2mm (A, B, C e D).
Resultados | 99
Figura 22. Microscopia de fluorescência revela atividade gelatinolítica nas regiões de esmalte (E),
dentina (D) e junção amelodentinária (JAD), em dentes permanentes humanos irradiados. (A) Região
cervical (5x), mostrando a atividade das MMPs. (B) Região cervical (5x), previamente tratada com
Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (C) Região cervical
(5x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%), mostrando uma atividade baixa das
MMPs e (D) Região cervical (5x), previamente tratada com Polifenol Epigalocatequina 3-galato 400μM
(EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (E) Cúspide (5x), mostrando a atividade das
MMPs. (F) Cúspide (5x), previamente tratada com Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando
uma atividade baixa das MMPs, (G) Cúspide (5x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX
0,12%), mostrando uma atividade baixa das MMPs e (H) Cúspide (5x), previamente tratada com Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (I) Região
de fundo do sulco (5x), mostrando a atividade das MMPs. (J) Região de fundo do sulco (5x), previamente
tratada com Fluoreto de Sódio a 0,05% (NaF 0,05%), mostrando uma atividade baixa das MMPs, (K)
Região de fundo do sulco (5x), previamente tratada com Clorexidina a 0,12% (CHX 0,12%), mostrando
uma atividade baixa das MMPs e (L) Região de fundo do sulco (5x), previamente tratada com Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM (EGCG 400μM), mostrando uma atividade baixa das MMPs. Barra =
0,5mm (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K e L).
Resultados | 101
existem algumas substâncias (CHX 0,12%, NaF 0,05% e EGCG 400μM) capazes de inibi-las,
nosso terceiro objetivo foi investigar o efeito ou um desafio ácido, por meio de um ataque
Observamos que o desafio ácido não alterou a atividade de MMPs nos dentes
decíduos não irradiados quando comparado aos dentes hígidos, nas regiões cervical, cúspide
e fundo do sulco. Similarmente, para os dentes decíduos irradiados, não houve nenhuma
Figura 23. Comparação da atividade gelatinolítica das MMPs em dentes decíduos irradiados e/ou
desmineralizados, realizada por meio da zimografia in situ. A intensidade de fluorescência/mm2 na região cervical,
na cúspide e no fundo do sulco foi mensurada na mesma profundidade e área (n=6 dentes irradiados e n=6
dentes não irradiados pareados).
Figura 24. Microscopia de fluorescência revela atividade gelatinolítica nas regiões de esmalte (E), dentina (D) e
junção amelodentinária (JAD), em dente decíduo humano. (A) Região cervical (5x), mostrando a atividade baixa
das MMPs, (B) Região cervical (5x) previamente desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando atividade baixa das
MMPs, (C) Região cervical de uma coroa seccionada irradiada (5x) mostrando a atividade das MMPs, (D) Região
cervical de uma coroa seccionada irradiada (5x), previamente desmineralizada a um pH de 4,8% mostrando uma
atividade das MMPs, (E) Cúspide (5x) mostrando a atividade baixa das MMPs, (F) Cúspide(5x) previamente
desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando atividade baixa das MMPs, (G) Cúspide de uma coroa seccionada
irradiada (5x) mostrando a atividade das MMPs, (H) Cúspide de uma coroa seccionada irradiada (5x) previamente
desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando uma atividade das MMPs, (I) Região fundo do sulco (5x) mostrando
a atividade baixa das MMPs, (J) Região fundo do sulco (5x), previamente desmineralizada a um pH de 4,8%,
mostrando atividade baixa das MMPs, (K) Região fundo do sulco de uma coroa seccionada irradiada (5x),
previamente desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando uma atividade das MMPs, (L) Região fundo do sulco
de uma coroa seccionada irradiada (5x), mostrando a atividade das MMPs. Barra = 0,5mm (A, B, C, D, E, F, G, H,
I, J, K e L).
Resultados | 103
Resultados | 105
significante quando os dentes foram comparados com o grupo não irradiado (p < 0,05), nas
três regiões estudadas, cervical, cúspide e fundo do sulco. Dentre os dentes irradiados,
naqueles submetidos o desafio ácido, a intensidade de fluorescência foi maior nas regiões
Nos dentes permanentes não irradiados, a atividade de MMPs não foi influenciada
pela desmineralização, em nenhuma das três áreas estudadas, cervical, cúspide e fundo do
Figura 25. Comparação da atividade gelatinolítica das MMPs em dentes permanentes irradiados e/ou
desmineralizados, realizada por meio da zimografia in situ. A intensidade de fluorescência/mm2 na região cervical,
na cúspide e no fundo do sulco foi mensurada na mesma profundidade e área. *,# indicam diferença
estatisticamente significante (p < 0,05; n=6 dentes irradiados e n=6 dentes não irradiados pareados).
Figura 26. Microscopia de fluorescência revela atividade gelatinolítica nas regiões de esmalte (E), dentina (D) e
junção amelodentinária (JAD), em dente permanente humano. (A) Região cervical (5x), mostrando a atividade
baixa das MMPs, (B) Região cervical (5x) previamente desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando atividade
baixa das MMPs, (C) Região cervical de uma coroa seccionada irradiada (5x) mostrando a atividade das MMPs, (D)
Região cervical de uma coroa seccionada irradiada (5x), previamente desmineralizada a um pH de 4,8%
mostrando uma atividade das MMPs, (E) Cúspide (5x) mostrando a atividade baixa das MMPs, (F) Cúspide (5x)
previamente desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando atividade baixa das MMPs, (G) Cúspide de uma coroa
seccionada irradiada (5x) mostrando a atividade das MMPs, (H) Cúspide de uma coroa seccionada irradiada (5x)
previamente desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando uma atividade das MMPs, (I) Região fundo do sulco
(5x) mostrando a atividade baixa das MMPs, (J) Região fundo do sulco (5x), previamente desmineralizada a um
pH de 4,8%, mostrando atividade baixa das MMPs, (K) Região fundo do sulco de uma coroa seccionada irradiada
(5x), mostrando a atividade das MMPs (L) Região fundo do sulco de uma coroa seccionada irradiada (5x),
previamente desmineralizada a um pH de 4,8%, mostrando uma atividade das MMPs,. Barra = 0,5mm (A, B, C, D,
E, F, G, H, I, J, K e L).
Resultados | 107
5. Discussão
Discussão | 111
5. DISCUSSÃO
ativação das MMPs nos dentes decíduos foi mais evidente na região cervical da JAD. Já nos
dentes permanentes a radiação ativou as MMPs na JAD nas três regiões estudadas (cervical,
cúspide e fundo de sulco). O estudo, embora in vitro, objetivou simular as condições clínicas
tendo como objetivo principal a compreensão dos efeitos induzidos pela radiação na
pessoas.
dental após radiação por cobalto 60 (Jansma et al., 1988; Pioch, Golfels e Staehle, 1992; Al-
Nawas et al., 2000; Soares et al., 2010; Soares et al., 2011; De Siqueira Mellara et al., 2014;
Gonçalves et al., 2014), por ser este aparelho, ainda hoje, um dos mais utilizados pelos
hospitais a nível nacional. Assim, no presente estudo a radiação dos dentes também foi
realizada por meio desta fonte. Foram efetuadas doses incrementais de 2 Gy diárias, até um
total de 60 Gy (Anneroth et al.,1985; Jansma et al., 1993; Jham e da Silva Freire, 2006;
Otmani, 2007) e os dentes foram mantidos em saliva artificial (Soares et al., 2011), tanto
durante a radiação, como nos períodos entre elas, com a finalidade de simular o mais
al., 2014; Gonçalves et al., 2014). A utilização apenas de dentes molares vai de acordo aos
resultados observados por Morais-Faria et al. (2015), que verificaram por meio de avaliação
112 | Discussão
dentre os diversos grupos de dentes, os dentes molares são os que recebem a maior dose
de radiação. Cada hemissecção de 0,6 mm foi avaliada em três regiões (cervical, cúspide e
fundo de sulco). Estas regiões foram as escolhidas com base nas características
apresentadas pelas lesões de cárie relacionadas a radiação, que geralmente progridem após
de flexão (cervical) (Walker et al., 2011), sendo assim mais um motivo para a análise destas
regiões.
Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que o efeito da radiação foi menos
intenso nos dentes decíduos que nos permanentes. Uma das possíveis razões pode ser pelos
níveis mais baixos de Ca2+ e P3- encontrados num dente decíduo (De Menezes, et al., 2010).
O nível mais baixo de Ca2+ pode resultar numa menor estabilidade da MMPs e
consequentemente uma menor atividade delas, devido ao fato de que para elas serem
Outros estudos, que avaliaram dentes decíduos após radioterapia (Nalla et al.,
2006; De Siqueira Mellara, 2014; De Sá Ferreira et al., 2015), concluíram que esta produz
estudo, nos dentes decíduos, observamos que a única região onde ocorreu a expressão das
MMPs foi na região cervical. Sabe-se que a espessura do esmalte num dente decíduo é
menor que a do dente permanente (De Menezes et al., 2010), sendo esta espessura ainda
Discussão | 113
menor na região cervical, talvez esta característica possa ter contribuído em parte para esse
resultado.
estudado (Slavkin, 1979; Caterina et al., 2002; Sulkala et al., 2002; Bartlett et al., 2004).
Recentemente McGuire et al. (2014a), num esforço para identificar o mecanismo responsável
pela delaminação de esmalte associada com altas doses de radioterapia em pacientes com
câncer oral, realizaram um estudo para avaliar se dentes humanos irradiados poderiam
conter MMPs ativas. Os resultados sugeriram que a MMP-20 foi um componente resistente à
radiação em esmalte e dentina, e sua forma catalticamente ativa (23 kDa) degradou a matriz
orgânica nestes sítios, podendo ser este fato responsável pela delaminação do esmalte.
Dentre os substratos que são degradados pela MMP-20, está a amelogenina, principal
proteína em peso caiu de 30% durante a fase secretória a 2% durante a fase de maturação
(Fukae e Shimizu, 1974) e em incisivos de ratos, um declínio semelhante foi associado a uma
esmalte (Robinson et al., 1977), entretanto mesmo em dentes formados, parece que
dentina coronária, como as MMPs -2 e -9. Estas estão parcialmente em forma ativa, e podem
orgânica que permanece no tecido dental após a erupção, sendo notavelmente mais
superfície exterior do dente por 200-300 μm (McGuire et al., 2014d). Outra região avaliada
foi a JAD, que também contém fibras de colágeno tipo IV e VII, além das fibras de colágeno
tipo I, que atravessam da dentina ao esmalte. As fibras de colágeno tipo VII incorporadas ao
esmalte podem contribuir não só para a resistência estrutural à fratura e dureza do esmalte
dentina (McGuire et al., 2014b). Seguindo a mesma linha de pesquisa foi demostrado que a
JAD enriquecida por colágeno tipo IV pode, em parte, explicar a sua tenacidade e resistência
pode representar uma possível explicação bioquímica para a instabilidade observada na JAD
após radioterapia. Outra região avaliada foi a dentina coronária por esta conter colágeno tipo
I e por nesta região ser bem conhecida a atividade das MMPs -2 e -9 em processos como
Com base no exposto acima, fica evidente que há uma colocalização entre a matriz
orgânica, o substrato para MMPs e a atividade gelatinolítica observada neste trabalho. Dessa
forma, é de suma importância conhecer o padrão de expressão das MMPs-2, -9 e -20 nas
diferentes regiões do dente, pós-radiação, uma vez que essas enzimas podem contribuir
dentina e na JAD. A MMP-9 foi identificada nos túbulos dentinários e na dentina intertubular
et al., 2007; Boushell et al., 2008; Niu et al., 2011; Chibinski et al., 2014 e McGuire et al.,
2014a).
semelhanças na localização da expressão das MMPs. A expressão das MMPs-2, -9 e -20 foi
avaliada por meio da imunofluorescência, sem encontrar diferença entre dentes irradiados e
não irradiados. Nos dentes decíduos, a expressão da MMP-2 foi difusa nas regiões
coronária e na JAD, na regiões cervical, sulco e cúspide. A MMP-20, por outro lado, foi
difusamente expressa na dentina coronária, com maior expressão na JAD nas três regiões
analisadas. Com relação aos dentes permanentes, as MMP-2, -9 e -20 foram expressas na
dentina coronária, na região de esmalte e na JAD, nas regiões cervical, cúspide e fundo do
sulco, onde se encontraram bem marcadas. Em alguns casos foi observado a presença de
Especula-se com estes resultados que a expressão distinta das MMPs nos dentes
radiação. A menor expressão de MMP-2 e -20 nos dentes decíduos leva a menor atividade
gelatinolítica nos dentes decíduos, uma vez que nestes dentes praticamente só está presente
a MMP-9. Por outro lado, nos dentes permanentes, existem as MMPs-2, -9 e -20, as quais
podem ser ativadas quando da exposição a radiação. Suspeitamos assim, que como a
atividade enzimática das MMPs, nessas regiões, foi maior nos dentes permanentes que nos
1988; Wöstmann e Rasche, 1995; Beumer et al., 1996; Jham e Freire, 2006; Kielbassa et al.,
2006; Soares et al., 2010) observa-se que a radioterapia, quando aplicada na região de
cabeça e pescoço, pode ocasionar alterações nas estruturas dentais, sendo mais danosa aos
116 | Discussão
componentes orgânicos que aos inorgânicos. A radiação ionizante pode causar oxidação não-
orgânicos em outros tecidos humanos (Mitchell et al., 1998; Hübner et al., 2005; McGuire
2014a).
fenômenos complexos. Existe uma ampla gama de substâncias que inativam as MMPs, para
fins deste trabalho foram avaliadas três soluções, o Digluconato de Clorexidina 0,12% por
ser usado rotineiramente na clínica odontológica, o Fluoreto de Sódio a 0,05% ou 225 ppm
por poder ser um bochecho complementar a higiene bucal de uso diário e o Polifenol
Epigalocatequina 3-galato 400μM o qual está sendo muito investigado por suas propriedades
na Odontologia.
Nos dentes decíduos irradiados, observou-se que as três soluções utilizadas não
inativaram as MMPs na JAD (regiões cervical, cúspide e fundo do sulco) quando comparados
ao grupo controle no qual os dentes foram imersos em água destilada. Nos destes
permanentes, por outro lado, o tratamento com as diferentes soluções alterou e inativou as
MMPs nos espécimes irradiados com relação ao grupo controle (água destilada). Nas regiões
cervical e de cúspide, as três soluções utilizadas inibiram a atividade das MMPs, porém na
região do fundo do sulco, a solução a base de EGCG 400μM não inativou as MMPs nos
literatura existem vários trabalhos que investigaram a inativação das MMPs por meio de
soluções, porém inexistem estudos que tenham investigado a inativação das MMPs,
cabeça e pescoço.
Discussão | 117
que este inibidor de protease diminui até 3 vezes a taxa de degradação do colágeno (Kato et
al., 2012). O mecanismo de ação envolve a alteração do domínio catalítico das MMPs. A CHX
é capaz de interagir com os íons metálicos podendo ser ligada ao cálcio da apatita. Esta, por
ser um quelante de zinco (Gendron et al., 1999), impede a ativação de MMPs tornando mais
utilizado como controle positivo para os trabalhos de investigação, ainda que o mecanismo
pelo qual NaF iniba as MMPs não seja totalmente conhecido. Considerando-se que as MMPs
com F pode tornar os cátions Zn2+ e Ca2+ indisponíveis para participar no processo catalítico
Com relação ao inibidor de protease EGCG 400μM, seu mecanismo parece ser
distinto da CHX e do F, cujos íons metálicos podem se ligar a sítios específicos das enzimas,
teoria, o EGCG se liga ao hidrogênio das colagenases, altera sua estrutura secundária e
causa uma interação hidrofóbica e inibitória na atividade das proteases (Demeule et al.,
processos associados aos dentes, entre eles a progressão da erosão. Segundo a revisão de
literatura de Buzalaf et al. (2014) as MMPs são secretadas como precursores inativos
MMPs humanas purificadas e salivares (-2, -8, -9) são ativadas em pH baixo (4,5). O pH
tem pouca atividade, conforme vai aumentando o pH, a atividade das MMPs aumenta,
118 | Discussão
perda de dentina.
Considerando que, se além do dente ter sido exposto a radiação, ele for submetido
estruturas dentais podem ser ainda mais graves. Assim, resolvemos submeter os dentes pós-
radiação a um desafio ácido e comparar com dentes não irradiados. Foi observado que o
desafio ácido não alterou a atividade de MMPs nos dentes decíduos irradiados, similarmente
O trabalho de De Sá Ferreira et al. (2015) difere do nosso, pois foi observado que o
dias. Eles sugerem que estes resultados causam algum dano estrutural para o esmalte a
partir do componente de fosfato, podendo ser por que a molécula de fósforo que está
presente na estrutura da hidroxiapatita está localizada mais externamente, o que faz com
que seja mais instável e susceptível a se danificar (Oliveira e Mansur, 2007; De Carvalho et
al., 2011). Em nosso estudo, os dentes foram expostos ao ácido por 1 minuto, em uma única
exposição.
atividade das MMPs nos dentes irradiados, mas não aumentou a atividade nos dentes não
irradiação, nas regiões cervical e cúspide. Este achado concorda de novo com a patogênese
da cárie relacionada à radiação e pode significar que em um dente que primeiramente sofreu
delaminação de esmalte, a presença de um ambiente bucal ácido pode contribuir ainda mais
Discussão | 119
produz nas regiões de alto conteúdo orgânico do esmalte, dentina contigua a JAD e JAD,
Epigalocatequina 3-galato 400μM são substâncias capazes de inibir as das MMP-2, -9 e -20.
Efetuando a translação dos resultados do presente estudo in vitro para uma situação clínica
apenas a modulação dos fatores indiretos, o cirurgião dentista deve ser enfático no sentido
exista a necessidade de mais estudos abordando esse tema, tanto in vitro, como ex vivo e in
vivo, visto que esta área de pesquisa encontra-se ainda com várias lacunas na literatura.
6. Conclusões
Conclusões| 123
6. CONCLUSÕES
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