Fernando Bittencourt Disser Ta Cao

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL


Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

TÉCNICAS DE REGENERAÇÃO ARTIFICIAL COM ANGICO E CAROBA

FERNANDO DE CARVALHO BITTENCOURT

CUIABÁ - MT
2013
FERNANDO DE CARVALHO BITTENCOURT

TÉCNICAS DE REGENERAÇÃO ARTIFICIAL COM ANGICO E CAROBA

Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Florestal da


Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências
do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais,
para obtenção do título de Mestre.

CUIABÁ-MT
2013
DEDICATÓRIA

Dedico à minha esposa Mabel e à


minha filha Gabriela.

iii
AGRADECIMENTOS

À grande energia universal que promove o equilíbrio, também


chamado de Deus.
Ao Programa de pós-graduação em Ciências Florestais e
Ambientais.
Aos professores da pós-graduação em Ciências Florestais e
Ambientais.
Aos colegas de curso pela ajuda e boa convivência.
Ao meu orientador Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho
pelo apoio e incentivo.
Aos professores membros da Banca Examinadora pelas
correções e sugestões.
À empresa Floresteca, em especial aos Engenheiros Florestais
Fausto Takizawa e Luís Otávio Pagotto pela ajuda fundamental.
Aos servidores da fazenda Monte Verde.
Ao amigo Roberto Ludegard Nascimento pelo apoio.
Aos colegas do Ibama, especialmente a Cibele Madalena
Xavier Ribeiro, Humberto Cano Vaez, Nicélio Acácio Silva e Ramiro
Hofmeister Martins-Costa pelo apoio e incentivo.
À minha mãe Vera Maria e a meu irmão Marcelo, pelas
palavras de motivação e conforto, transmitidas na hora de maior
necessidade.
À minha esposa Mabel, pelo apoio e compreensão.
A todos aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram na
realização deste trabalho.

iv
SUMÁRIO

Página
RESUMO xii
ABSTRACT xiii

1 INTRODUÇÃO 1

2 REVISÃO DE LITERATURA 3
2.1 ESPÉCIES UTILIZADAS NA PESQUISA 3
2.1.1 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil 3
(Griseb.) Altschul (angico)
2.1.2 Jacaranda cuspidifolia Mart. (caroba) 4
2.2 HIDROGEL 5
2.3 PLANT IO DE MUDAS E SEMEADURA DIRET A 7

3 MATERIAL E MÉTODOS 10
3.1 ÁREA EXPERIMENTAL: LOCALIZAÇÃO E 10
CARACTERIZAÇÃO
3.2 HISTÓRICO DA ÁREA 12
3.3 ESCOLHA DAS ESPÉCIES FLOREST AIS 13
3.4 PREPARO DO LOCAL E DO SOLO 14
3.5 PLANT IO DE MUDAS E SEMEADURA DIRET A 14
3.6 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO 16
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENT AL 16
3.8 VARIÁVEIS RESPOSTAS 17
3.8.1 Emergência de plântulas, número de covas co m 17
plantas e sobrevivência.
3.8.2 Crescimento das plantas 18
3.8.3 Qualidade das plantas 19
3.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS 20

v
Página
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 21
4.1 EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS 24
4.2 NÚMERO DE COVAS COM PLANTAS 26
4.3 SOBREVIVÊNCIA DAS PLANTAS 29
4.4 ALTURA TOTAL E DIÂMETRO DO COLO DAS 32
PLANTAS
4.5 TAXA DE CRESCIMENTO RELAT IVO EM ALTURA 37
TOTAL E DIÂMETRO À ALTURA DO COLO DAS PLANT AS
4.6 QUALIDADE DAS PLANT AS 41

5 CONCLUSÕES 47

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

vi
LISTA DE TABELAS
Página

TABELA 1 - ANÁLISE QUÍMICA E FÍSICA DO SOLO DO 13


EXPERIMENTO LOCALIZADO NA FAZENDA MONTE VERDE,
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
2012.

TABELA 2 - GRUPO ECOLÓGICO DAS ESPÉCIES FLORESTAIS 13


ESTUDADAS NO EXPERIMENTO INST ALADO NA FAZENDA MONTE
VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, EST ADO DE MATO
GROSSO.

TABELA 3 - CARACTERÍSTICAS E PERCENTUAIS DE 15


GERMINAÇÃO DAS SEMENTES DE ANGICO E CAROBA EM
VIVEIRO, AOS 60 DIAS APÓS A SEMEADURA.

TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DA ALTURA TOTAL E DO 15


DIÂMETRO DE COLO DAS MUDAS DE ANGICO E CAROBA NO
VIVEIRO POR OCASIÃO DA EXPEDIÇÃO E VOLUME DOS TUBETES
UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DAS MUDAS.

TABELA 5 - RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS 22


VARIÁVEIS RESPOSTAS NÚMERO DE COVAS COM PLANTAS,
HTOT, DAC E SOBREVIVÊNCIA DAS PLANTAS, NO EXPERIMENTO
INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE
MATO GROSSO.

TABELA 6 - RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A TCR EM 23


HTOT E DAC DAS MUDAS NO EXPERIMENTO INSTALADO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, EST ADO DE MATO GROSSO.

TABELA 7 - VALORES MÉDIOS DO PORCENTUAL DE 24


EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS AOS 60 DIAS APÓS INSTALAÇÃO
DO EXPERIMENTO, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO.

TABELA 8 - INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E HIDROGEL 26


PARA A VARIÁVEL COVAS COM PLANTAS, AOS 60, 150 E 280 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 9 - COVAS COM PLANT AS PARA AS INTERAÇÕES 28


ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E ORIGEM E
HIDROGEL AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INST ALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 10 - VALORES MÉDIOS DA VARIÁVEL COVAS COM 28


PLANTAS PARA OS EFEITOS PRINCIPAIS AOS 60, 150 E 280 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

vii
TABELA 11 - VALORES MÉDIOS PARA A VARIÁVEL RESPOST A 30
SOBREVIVÊNCIA AOS 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 12 - VALORES MÉDIOS DA SOBREVIVÊNCIA 30


OBSERVADOS PARA AS INTERAÇÕES ESPÉCIE E ORIGEM,
ESPÉCIE E HIDROGEL, E ORIGEM E HIDROGEL, AOS 280 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 13 - VALORES MÉDIOS DA SOBREVIVÊNCIA 31


OBSERVADOS PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM
E HIDROGEL AOS 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 14 - VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS RESPOSTAS 33


HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E
HIDROGEL, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 15 - VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS HTOT E DAC 35


PARA OS EFEITOS PRINCIPAIS, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A
INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 16 - HTOT E DAC DAS PLANT AS PARA AS INTERAÇÕES 36


ENTRE ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E ORIGEM E
HIDROGEL, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 17 - VALORES MÉDIOS DA TCR EM HTOT E DAC PARA AS 38


INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E HIDROGEL, DE
ACORDO COM OS PERÍODOS DE AVALIAÇÃO APÓS A
INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 18 - VALORES MÉDIOS DA TCR EM HTOT E DAC PARA OS 39


EFEITOS PRINCIPAIS, DE ACORDO COM OS PERÍODOS DE
CRESCIMENTO AVALIADOS NO EXPERIMENTO INSTALADO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.

TABELA 19 - TCR EM HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES 40


ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E ORIGEM E
HIDROGEL, DE ACORDO COM OS PERÍODOS DE CRESCIMENTO
AVALIADOS NO EXPERIMENTO INSTALADO NO MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TABELA 20 - QUALIDADE DAS PLANTAS DE ANGICO E CAROBA 42

viii
AOS 150 DIAS APÓS A IMPLANT AÇÃO DO EXPERIMENTO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.

TABELA 21 - QUALIDADE DAS PLANTAS DE ANGICO E CAROBA 43


AOS 280 DIAS APÓS A IMPLANT AÇÃO DO EXPERIMENTO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.

ix
LISTA DE QUADROS
Página

QUADRO 1 - CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DAS PLANT AS 19


DE ANGICO E CAROBA QUANTO À CAUSA E INTENSIDADE DO
ESTADO FITOSSANITÁRIO.

x
LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1 - ACESSO À FAZENDA MONTE VERDE E LOCALIZAÇÃO 11


DA ÁREA EXPERIMENTAL, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO.

FIGURA 2 - PRECIPIT AÇÃO MENSAL EM 2012 E MÉDIA HISTÓRICA 12


DA PRECIPIT AÇÃO (2001-2010) DA ÁREA EXPERIMENTAL
LOCALIZADA NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA
DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.

FIGURA 3 - PARCELA E ÁREA ÚTIL DA PARCELA DO 17


EXPERIMENTO INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE,
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, EST ADO DE MATO GROSSO.

FIGURA 4 - FOTO (A): PLANT A DE ANGICO EM TERRENO COM 25


FISSURA DEVIDO À SECA. FOTO (B): PLANTA DE CAROBA
SENTINDO OS EFEITOS DA SECA NA ÁREA DO EXPERIMENTO
INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA
DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

FIGURA 5 - QUALIFICAÇÃO E PERCENTUAL DE PLANTAS DE 44


ANGICO E CAROBA, EM RELAÇÃO AO TOTAL DE COVAS
AVALIADAS AOS 150 DIAS, NO EXPERIMENTO INSTALADO NA
FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

FIGURA 6 - QUALIFICAÇÃO E PERCENTUAL DE PLANTAS DE 45


ANGICO E CAROBA, EM RELAÇÃO AO TOTAL DE COVAS
AVALIADAS AOS 280 DIAS, NO EXPERIMENTO INSTALADO NA
FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

FIGURA 7 - FOTO (A): PLANTA DE ANGICO COM SINAL DE 46


PREDAÇÃO POR HERBIVORIA. FOTO (B): FEZES DE ROEDORES
NA ÁREA DO EXPERIMENTO INSTALADO NA FAZENDA MONTE
VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, EST ADO DE MATO
GROSSO. ANO: 2012.

xi
RESUMO

BITTENCOURT, Fernando de Carvalho. Técnicas de Regeneração


Artificial com Angico e Caroba. 2013. Dissertação (Mestrado em
Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá-MT, Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto
Filho.

O objetivo deste estudo foi avaliar diferentes técnicas de regeneração


artificial de áreas utilizando as espécies florestais angico (Anadenanthera
colubrina var. cebil) e caroba (Jacaranda cuspidifolia). O experimento foi
instalado na Fazenda Monte Verde, localizada no município de Barra do
Bugres-MT, em uma área alterada, ocupada por pastagem, nas
coordenadas geográficas 14° 57’ 31”S e 58° 00’ 27”O. O estudo teve
início no mês de fevereiro de 2012. O delineamento experimental adotado
foi o de blocos ao acaso, com oito tratamentos e quatro repetições, em
esquema fatorial com três fatores, sendo o primeiro espécie: angico e
caroba, o segundo origem: mudas e sementes, e o terceiro hidrogel:
ausência e presença. A parcela experimental foi constituída de uma área
de 100 m² (10 x 10 m), contendo um total de 25 plantas, dispostas no
espaçamento de 2 x 2 m. Foram avaliadas a emergência de plântulas,
número de covas com plantas, sobrevivência, altura total, diâmetro do
colo, taxa de crescimento relativo e qualidade das plantas. As avaliações
foram realizadas aos 60, 150 e 280 dias após a instalação do
experimento. A regeneração artificial utilizando a semeadura direta em
covas mostrou ser uma técnica viável para angico e caroba. Os elevados
percentuais de sobrevivência observados nos diferentes tratamentos
indicaram o enorme potencial de estabelecimento dessas duas espécies.
O plantio de angico pode ser feito por semeadura direta e por mudas, e o
da caroba por mudas, sendo indiferente o uso de hidrogel para ambas as
espécies. As plantas da caroba apresentaram boa qualidade, enquanto as
de angico não, devido especialmente a herbivoria.

Palavras-chaves: Hidrogel, semeadura direta, mudas florestais.

xii
ABSTRACT

BITTENCOURT, Fernando de Carvalho. Artificial Regeneration


Techniques with Angico and Caroba. 2013. Dissertation (Masters in
Forestry and Environmental Sciences) – Federal University of Mato
Grosso, Cuiabá-MT, Adviser: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto
Filho.

The aim of this study was to evaluate different techniques of artificial


regeneration areas using forest species angico (Anadenanthera colubrina
var. cebil) and caroba (Jacaranda cuspidifolia). The experiment was
carried in the farm Monte Verde, located in the municipality of Barra do
Bugres-MT, in a disturbed area, occupied by grassland, the geographical
coordinates 14°57'31"S and 58°00'27"W. The study began in February
2012. The experimental design was a randomized block with eight
treatments and four replications in a factorial design with three factors, the
first kind: angico and caroba, the second source: seedlings and seeds,
and the third hydrogel: absence and presence. The experimental unit
consisted of an area of 100 m² (10 x 10 m), containing a total of 25 plants
arranged in a spacing of 2 x 2 m. Were evaluated seedling emergence,
number of spot with plants, survival, total height, stem diameter, relative
growth rate and quality of plants. Evaluations were performed at 60, 150
and 280 days after the experiment. The artificial regeneration using direct
seeding in spots proved to be a viable technique for angico and caroba.
The high percentage of survival observed in different treatments showed
the enormous potential of establishment of these two species. The
planting of angico can be done by direct seeding and seedlings, and
seedlings of caroba by being indifferent to the use of hydrogel for both
species. The caroba plants showed good quality, while angico not,
especially due to herbivory.

Key-words: Hydrogel, direct seeding, forest seedlings.

xiii
1 INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo,


com cerca de 70,34 milhões de hectares (Mha) plantados na safra 2012,
destacando-se as culturas de soja (25,05 Mha), milho (15,02 Mha), cana-
de-açúcar (10,58 Mha) e arroz (2,40 Mha) (IBGE, 2013). O país também
possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, somando cerca de
212,8 milhões de cabeças em 2011 (IBGE, 2012), criados em sua maioria
em áreas de pastagens plantadas, que já ocupavam em 2006, conforme o
último censo agropecuário, aproximadamente 101,44 Mha (IBGE, 2009).
O estado de Mato Grosso se destaca nesse cenário, sendo
responsável por cerca de 20% da produção brasileira de grãos (IBGE,
2013). Também é possuidor do maior rebanho bovino do país, estimado
em 29,3 milhões de cabeças (IBGE, 2012). Dessa forma a produção
agropecuária do estado de Mato Grosso tem forte influência na economia
nacional, e tende a ser incrementada, devido às crescentes demandas
nacional e internacional por alimentos e biocombustíveis.
A conversão de áreas para as atividades agropecuárias é
apontada como a principal causa de desmatamento em todo o mundo
(HOUGHTON, 1994), e no estado de Mato Grosso essa realidade não é
diferente. Sparovek et al. (2010) calcularam com base na legislação à
época, que no Brasil seriam necessárias a recuperação de 42 milhões de
hectares em área de reserva legal e de 43 milhões de hectares de áreas
de preservação permanente degradadas. Para o estado de Mato Grosso,
estimou-se um total de nove milhões de hectares de reserva legal a
serem recuperados.
Apesar de o Brasil possuir uma grande área passível de ser
regenerada com plantio de espécies florestais nativas, essa atividade
atualmente não desperta o interesse de produtores rurais, exceto nos
casos de cumprimento de obrigação legal devido aos rendimentos
inferiores em comparação ao plantio de espécies florestais exóticas o alto
custo de implantação aliada à falta de informações técnicas sobre o
comportamento silvicultural das espécies.

1
Com a vigência do novo Código Florestal Brasileiro, Lei Federal
nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (BRASIL, 2012), embora seja prevista
uma menor área destinada à recuperação ambiental em comparação ao
exigido no código anterior, ainda caberá ao produtor rural adotar medidas
de recuperação das áreas legalmente destinadas à reserva legal e
preservação permanente. Entretanto, o alto custo de implantação bem
como a falta de informações técnicas, tem sido os grandes fatores
responsáveis pelo desestímulo à regeneração artificial com espécies
florestais nativas. Novas técnicas devem ser testadas para buscar a
viabilização técnica e econômica da atividade, sendo duas delas a
semeadura direta e o uso de hidrogel.
Devido às características climáticas regionais de grande
sazonalidade das chuvas, uma técnica que demanda estudos no estado
de Mato Grosso é o uso de hidrogel na implantação dos plantios com
espécies florestais nativas para recuperação ambiental, pensando em
diminuir custos com irrigação e mão-de-obra, além de garantir a
sobrevivência e desenvolvimento das plantas no campo.
Outra técnica promissora, é a semeadura direta, com uso já
consolidado em alguns países e também com resultados positivos no
território nacional (SANTOS et al., 2012; FERREIRA et al., 2007), possui
custo reduzido, pois comparada ao plantio de mudas, dispensa a fase de
viveiro, com a consequente redução da mão de obra e de demais custos,
além disso possui maior praticidade na implantação de florestamentos.
Portanto, o presente trabalho objetivou avaliar diferentes
técnicas de regeneração artificial das espécies florestais angico
(Anadenanthera colubrina var. cebil) e caroba (Jacaranda cuspidifolia
Mart), visando à recuperação ambiental de áreas nas propriedades rurais.

2
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ESPÉCIES UTILIZADAS NA PESQUISA

As duas espécies arbóreas utilizadas na pesquisa foram


especialmente selecionadas por serem espécies pioneiras, de usos
múltiplos, para fins ambientais e produtivos, com ocorrência natural no
estado de Mato Grosso.

2.1.1 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul


(angico)

Pertencente à família Leguminosae (Mimosoidea), esta espécie é


denominada vulgarmente em todo o Brasil como angico, recebendo também
outros nomes ao longo das regiões de sua ocorrência natural, como: angico-
vermelho, angico-branco, angico-amarelo, angico-preto, angico-preto-
rajado, angico-rosa, angico-dos-montes, angico-do-campo, arapiraca,
curupaí, entre outros (LORENZI, 2002; CARVALHO, 2003). Quanto ao
aspecto ecológico, pertence ao grupo sucessional das pioneiras, sendo
considerada uma planta heliófita e seletiva xerófita (LORENZI, 2002).
A espécie ocorre naturalmente nos estados do Paraná e
Tocantins e nas regiões centro- oeste, sudeste e nordeste do país
(exceto Alagoas), sendo encontrada na Floresta Estacional
Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Floresta Latifoliada
Estacional, Floresta Ombrófila Densa, Cerradão, Caatinga Arbórea, Mata
Seca e Pantanal Mato-Grossense (CARVALHO, 2003).
A árvore adulta pode atingir até 30 metros de altura com 120
cm de diâmetro à altura do peito (DAP) em áreas de floresta estacional,
porém no Cerrado e na Caatinga seu porte é bem menor (3 a 15 m)
(CARVALHO, 2003).
Floresce nos meses de setembro a novembro e a maturação
dos frutos ocorre entre os meses de agosto e setembro (LORENZI,
2002).

3
É uma espécie apícola, muito procurada por abelhas Apis
mellifera (L.), seu principal vetor de polinização (CARVALHO, 2003), sendo
que a produção apícola é favorecida pela abundante floração anual
(LORENZI, 2002).
A madeira é muito pesada, densidade superior a 1,0 g/cm3 e de
grande durabilidade em condições naturais. É própria para uso em
construção civil e naval, também para uso como dormentes, cercas, etc.
Produz lenha e carvão de boa qualidade (LORENZI, 2002; CARVALHO,
2003).
O angico produz substâncias tanantes, presentes na casca e
nos frutos, com uso em curtumes. A casca é também usada na medicina
caseira, assim como a goma obtida de exsudação do tronco, esta
também com propriedades industriais. As folhas e ramos após secos ou
fenados podem ser usados como forragem animal, com 14% de
proteína bruta. A espécie também é recomendada para plantios com
fins de recuperação de áreas degradadas e paisagísticos (LORENZI,
2002; CARVALHO, 2003).

2.1.2 Jacaranda cuspidifolia Mart. (caroba)

A caroba é uma árvore da família das Bignoniaceas. É


conhecida também por jacarandá-de-minas, jacarandá, caiuá, jacarandá-
branco, caroba-branca, pau-de-colher, pau-santo e carobeira. A espécie
pertence ao grupo sucessional das pioneiras, e é considerada uma
planta heliófita e seletiva xerófita (LORENZI, 2002).
A árvore adulta em geral, tem altura total entre 5 a 10 metros,
com o tronco atingindo 30 a 40 cm de DAP. Ocorre nos estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná,
principalmente na floresta semidecídua (LORENZI, 2002).
É uma espécie bastante ornamental, possuindo belas flores de
cor roxa, e por isso é frequentemente usada no paisagismo de ruas. O
florescimento ocorre entre os meses de setembro e outubro e os frutos
amadurecem entre os meses de agosto e setembro. A madeira é leve e
macia, com alburno não diferenciado, mediana durabilidade em
4
ambientes secos e é própria para a marcenaria (LORENZI, 2002).
Segundo Paula e Costa (2011) a densidade da madeira dessa espécie é
de 0,62 g/cm³.
Segundo Pott e Pott (1994), a espécie possui uso na medicina
popular como depurativa do sangue e no tratamento de disenteria, sífilis,
blenorragia e no combate à febre. Os autores também reportam que as
raízes da caroba, são usadas no tratamento da sarna, possuindo também
propriedades inseticidas e que a madeira é usada na construção de
móveis.

2.2 HIDROGEL

Nas últimas décadas o sistema produtivo florestal a exemplo do


observado na produção agrícola, tem recebido a implantação de novas
tecnologias como, por exemplo, o uso de polímeros hidroretentores
associados ao plantio de mudas.
Etimologicamente polímero é uma palavra composta por duas
outras de origem grega: poli (muitos) e mero (parte) ou “muitas partes”.
Polímeros são definidos como uma combinação de um número não
determinado de unidades que se repetem na sua estrutura molecular os
“monômeros” (ROSA et al., 2013).
Os polímeros usados como condicionadores de solo, são
também denominados de polímero hidroretentor, hidroabsorvente,
hidrogel, gel ou ainda como polímero superabsorvente.
O surgimento dos primeiros hidrogéis a base de poliacrilamida
ocorreu na década de 1950, quando a capacidade de retenção de água
deionizada era de 20 vezes a sua massa. Em 1982, após melhorias
tecnológicas, as propriedades de retenção de água do polímero foram
elevadas para até 400 vezes a sua massa seca. Os trabalhos de pesquisa
com o uso de hidrogéis para fins agrícolas e silviculturais tiveram início no
exterior na década de 1980. No Brasil, a pesquisa com esses produtos
tiveram início no final da década de 1990 (AZEVEDO et al., 2002).
Atualmente, os hidrogéis mais utilizados para agricultura e
silvicultura são os polímeros do grupo dos superabsorventes (SAP). Os
5
polímeros hidroretentores, cuja forma quando secos é granular e
quebradiça, passam a formar gel quando são hidratados e sua forma
macia e elástica permite que absorvam cerca de cem vezes o próprio
peso em água (BALENA, 1998).
O processo de absorção de água em cada molécula do
polímero é químico. A água é absorvida e retida pelo produto devido a um
processo de repulsão eletrostática que ocorre entre as cargas na
estrutura do polímero e o mesmo torna-se um gel (VARENNES et al.,
1997).
Hüttermann et al. (1999) afirmaram que alguns hidrogéis não
apresentaram efeitos benéficos à sobrevivência de árvores sob condições
de seca, além de poderem ser prejudiciais para plantas jovens.
Segundo Azevedo et al. (2002), os polímeros sofrem
degradação em função da concentração de sais contidos nos solos, pela
prática da adubação, bem como por radiação ultravioleta. Sua
degradação resulta na liberação de dióxido de carbono, água e amoníaco.
Não há nenhum problema relacionado à toxicidade residual.
Azevedo et al. (2006) estudando a capacidade de retenção de
solução nutritiva por um hidrogel de poliacrilamida, concluíram que a
mesma é afetada tanto pela condutividade elétrica da solução, quanto
pelo tipo de fertilizante usado. Os autores constataram também, que o
polímero degradou-se completamente em 24 horas na presença de
fertilizante de sulfato ferroso.
A aplicação de hidrogel em um solo arenoso aumentou
significativamente as suas propriedades de retenção de água, tornando-
as similares as de um solo não arenoso (LECIEJEWSKI, 2009). Já
Prevedello e Loyola (2007), avaliando o efeito de um hidrogel na taxa de
infiltração de água em solo arenoso e argiloso, concluíram que o hidrogel
afetou negativamente a infiltração de água no solo argiloso, reduzindo-a
em até 13 vezes. A influência foi dependente da concentração do
hidrogel. No solo arenoso não houve efeitos.
Buzetto et al. (2002) estudando a eficiência do hidrogel no
fornecimento de água para mudas de Eucalyptus urophylla em pós-
plantio, constataram que o polímero reteve água de irrigação por maior
6
período de tempo, disponibilizando-a de maneira gradativa para as
plantas, o que resultou na diminuição da mortalidade das mudas
cultivadas sem, contudo, acelerar o crescimento das plantas.
A adição de hidrogel em Hymenaea stigonocarpa, implantado
através de semeadura direta, juntamente com adubação mineral e
orgânica, resultou no aumento do diâmetro do coleto dessa espécie
(SANTOS, 2010), demonstrando uma possível interação favorável ao uso
do produto.
Barbosa (2011) avaliando a taxa de sobrevivência e o
crescimento inicial de mudas de 30 espécies arbóreas nativas (dentre
elas Jacaranda cuspidifolia), produzidas em três diferentes recipientes,
com e sem a utilização de hidrogel no plantio, verificou que o uso do
hidrogel não interferiu no estabelecimento ou no crescimento das mudas
produzidas nos diferentes recipientes, no período avaliado de um ano.
Lopes et al. (2010) utilizando do plantio em vasos de mudas de
um mesmo clone de Eucalyptus urograndis, obtiveram resposta favorável
ao uso do hidrogel, permitindo a sobrevivência das mudas sem irrigação
adicional por até 37 dias, em um solo de textura argilosa. O uso do
hidrogel também redundou em um maior estabelecimento das mudas.
O uso do hidrogel como uma técnica para melhorar a
sobrevivência e o desenvolvimento inicial de mudas de espécies florestais
nativas, dado as diferentes respostas observadas, demanda ainda
pesquisas para a comprovação quanto a sua eficiência técnica e
viabilidade econômica.

2.3 PLANTIO DE MUDAS E SEMEADURA DIRETA

O plantio de mudas é uma técnica que proporciona maiores


possibilidades de sucesso na implantação de povoamentos florestais, pois
o plantio no local definitivo é feito com plântulas que já superaram os
períodos críticos da germinação e do desenvolvimento inicial de
estabelecimento (FONSECA e RIBEIRO, 1998).
O método tradicional de plantio de mudas de espécies nativas
e exóticas para formar povoamentos florestais é feito usando mudas
7
embaladas em sacos plásticos ou tubetes, o que requer maiores
investimentos para produção em viveiro.
Conforme Wendling (2003), para a produção de mudas de
eucalipto, e também para as espécies nativas, os tubetes plásticos são os
recipientes mais utilizados, possuindo vantagens em relação ao uso de
sacos plásticos, tais como: permitem maior concentração de mudas por
área do viveiro, pouca mão-de-obra para a produção das mudas, menor
uso de substrato e também permitem sua reutilização por mais de cinco
anos. Apesar dessas vantagens, alguns cuidados deverão ser observados
no uso de tubetes, como o risco no uso por longos períodos de
permanência das mudas no viveiro, e o uso de tubetes defeituosos.
Uma das possibilidades para a redução dos custos de
implantação florestal voltada à restauração de ecossistemas seria a
utilização de técnica de semeadura direta no campo. Entretanto, existem
poucos trabalhos de pesquisa relacionados a essa prática. Apesar de ter-
se mostrado viável como técnica de revegetação, a semeadura direta
apresenta algumas limitações decorrentes do reduzido número de
espécies adequadas ao sistema (ENGEL e PARROTTA, 2001).
A semeadura direta é um método alternativo de implantação de
povoamentos florestais, principalmente por apresentar menor custo
quando comparado ao plantio de mudas embaladas, podendo ser
associada com a aplicação de hidrogel. Para tanto, necessita-se de
pesquisas que avaliem o comportamento silvicultural das diferentes
espécies florestais, a fim de indicar a maneira mais eficiente de
estabelecimento.
Segundo Duryea (1997) a semeadura direta é um método
alternativo de implantação de povoamentos florestais, podendo ser
realizado por semeadura direta nas covas ou a lanço, o qual dispensa a
mão-de-obra requerida para a produção de mudas.
A semeadura direta oferece algumas vantagens, tais como: a)
simplifica as operações de estabelecimento de espécies florestais; b)
evita danos às raízes e traumas da repicagem; c) apresenta baixo custo
de implantação; d) é semelhante ao processo de regeneração natural e

8
pode ser utilizada em locais de difícil acesso (D´ARCO e MATTEI, 2000;
SANTOS JÚNIOR, 2000; FERREIRA et al., 2007).
A semeadura direta de sementes de árvores nativas mostrou-
se efetiva tanto técnica como economicamente para a ocupação inicial de
áreas agrícolas em restauração. Sua efetividade, porém, é dependente
das espécies utilizadas e das condições específicas do local
(ISERNHAGEN, 2010).

9
3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL: LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO

O experimento foi instalado no município de Barra do Bugres –


Mato Grosso, na fazenda Monte Verde, em uma área de pastagem
abandonada, localizada nas coordenadas geográficas 14°57’31”S e
58°00’27”O e a aproximadamente 240 m de altitude. O acesso à
propriedade é feito pela rodovia MT 339 a partir da cidade de Lambari
D’Oeste, percorrendo 35 km até a estrada municipal, com placa de
identificação da propriedade, nas coordenadas geográficas 15°05’25”S e
57°55’54”O. Deste ponto, segue-se por 15,5 km pela estrada secundária
até a sede da fazenda Monte Verde (Figura 1).
O clima do município, conforme Ferreira (2001), é descrito
como tropical quente e subúmido, com temperatura média anual de 24 ºC,
precipitação anual de 1.750 mm e com quatro meses de seca de junho a
setembro. O tipo de clima da região é Aw, definido como clima tropical
com estação seca de inverno, segundo a classificação de Köppen-Geiger.
A vegetação se enquadra em Floresta Estacional Semidecidual, segundo
o IBGE (2004). A precipitação ocorrida no ano de 2012 foi determinada
por meio de pluviômetro instalado na propriedade rural e consta na Figura
1, juntamente com os dados da precipitação média histórica do local,
conforme dados do INPE (2013).

10
FIGURA 1 - ACESSO À FAZENDA MONTE VERDE E LOCALIZAÇÃO DA
ÁREA EXPERIMENT AL, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO.

11
FIGURA 2 - PRECIPITAÇÃO MENSAL EM 2012 E MÉDIA HISTÓRICA
DA PRECIPITAÇÃO (2001-2010) DA ÁREA
EXPERIMENTAL LOCALIZADA NA FAZENDA MONTE
VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO.

A área experimental apresenta topografia plana, com


predominância de solos classificados como Nitossolos Vermelhos
Distróficos, associados à Argissolos Vermelhos Eutróficos e Neossolos
Litólicos Distróficos (EMBRAPA, 2011). As características química e física
do solo da área do experimento constam na Tabela 1.

3.2 HISTÓRICO DA ÁREA

O experimento foi implantado em uma área de preservação


permanente destinada à recuperação ambiental, conforme processo de
licenciamento ambiental da propriedade rural protocolado junto à
Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA/MT.
Essa área foi ocupada anteriormente por pastagem artificial
com predominância do capim brachiarão (Urochloa brizantha) e presença
de regeneração natural de arbustos e arvoretas. Não houve, nos últimos
cinco anos que antecederam à instalação do experimento, qualquer
registro de aplicação de adubo ou correção do solo.
12
TABELA 1 - ANÁLISE QUÍMICA E FÍSICA DO SOLO DO EXPERIMENTO
LOCALIZADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO
DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
2012.

Atributos Resultados
pH em H2O 6,3
pH em CaCl2 5,5
P (mg/dm3) 2,8
K (mg/dm3) 136
Ca+Mg (cmolc/dm3) 9,2
Ca (cmolc/dm3) 7,3
Mg (cmolc/dm3) 1,9
Al (cmolc/dm3) 0,0
H (cmolc/dm3) 4,4
Soma de bases (cmolc/dm3) 9,6
CTC (cmolc/dm3) 14,0
Saturação por bases (V) (%) 68,3
Matéria orgânica (g/dm3) 4,4
Areia (g/kg) 156
Silte (g/kg) 234
Argila (g/kg) 610

3.3 ESCOLHA DAS ESPÉCIES FLORESTAIS

As duas espécies florestais utilizadas neste experimento foram


escolhidas por serem consideradas pioneiras de rápido crescimento
(Tabela 2), com potenciais para recuperação ambiental e usos mú ltiplos,
empregadas para fins medicinas, madeireiros, artesanais, etc. Além disso,
são também bastante conhecidas no meio rural da região.

TABELA 2 - GRUPO ECOLÓGICO DAS ESPÉCIES FLORESTAIS


ESTUDADAS NO EXPERIMENTO INSTALADO NA
FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.

Nome científico Nome comum Grupo ecológico


Anadenanthera colubrina var. cebil angico pioneira
Jacaranda cuspidifolia caroba pioneira
Fonte: LORENZI (2002).

13
3.4 PREPARO DO LOCAL E DO SOLO

O experimento foi instalado no mês de fevereiro de 2012, em


uma área de aproximadamente 3,40 ha, a qual foi devidamente cercada
com quatro fios de arame liso, visando evitar a entrada de animais de
grande porte, principalmente de bovinos. A área restrita ocupada com as
parcelas referentes ao ensaio totalizou 0,32 ha.
O preparo do solo da área experimental consistiu
primeiramente de uma roçada mecânica com corte rente ao solo, no mês
de dezembro de 2011. Na sequência, em janeiro de 2012, foram
realizadas duas gradagens com o uso de uma grade-pesada de 14 discos
com 32 polegadas de diâmetro.
Para o plantio de mudas e para semeadura direta com e sem
hidrogel, o tamanho da cova foi de 20 x 20 x 20 cm (largura, comprimento
e profundidade).
Em cada ponto de semeadura (cova) foram semeadas seis
sementes de cada uma das espécies florestais utilizadas. Em seguida, as
sementes foram cobertas por uma fina camada de solo, com
aproximadamente 0,5 cm de espessura.

3.5 PLANTIO DE MUDAS E SEMEADURA DIRETA

As sementes das espécies florestais foram obtidas através de


coleta em árvores matrizes localizadas nos municípios de Cuiabá/MT e
Várzea Grande/MT. Antes do plantio, as sementes foram avaliadas
quanto à capacidade de germinação por meio de teste de germinação
conduzido no viveiro florestal da Faculdade de Engenharia Florestal da
Universidade Federal de Mato Grosso (Tabela 3).
As mudas de caroba foram produzidas no viveiro florestal da
Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato
Grosso e as de angico no viveiro Indusplanta Comércio de Plantas, em
Várzea Grande/MT. A semeadura e o plantio das mudas foram realizados
no período de 2 a 9 de fevereiro de 2012. Na Tabela 4 são apresentados

14
os dados morfológicos das mudas de angico e caroba e o volume dos
tubetes utilizados na produção das mudas.

TABELA 3 - CARACTERÍSTICAS E PERCENTUAIS DE GERMINAÇÃO


DAS SEMENTES DE ANGICO E CAROBA EM VIVEIRO,
AOS 60 DIAS APÓS A SEMEADURA.

Peso de 1000 Nº Sementes


Nome comum % de germinação
sementes (g)1 por Kg1
Angico 137,93 7250 76,25
Caroba 24,50 40816 75,25
1
Valores médios obtidos de CARVALHO (2003).

TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DA ALTURA TOTAL E DO DIÂMETRO


DE COLO DAS MUDAS DE ANGICO E CAROBA NO
VIVEIRO POR OCASIÃO DA EXPEDIÇÃO E VOLUME DOS
TUBETES UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DAS MUDAS.

Nome Altura total Diâmetro do colo Volume do tubete


comum média (cm) médio (mm) (cm3)
Angico 11,09 1,56 50
Caroba 11,33 2,30 170

Neste estudo foi utilizado o hidrogel composto por copolímero


de poliacrilato de potássio, produto comercial Forth gel®. O preparo da
solução foi realizado com base nas recomendações técnicas da fabricante
do produto e seguiram os seguintes procedimentos: 1) Diluição do
hidrogel na proporção de 4 kg do produto comercial para cada 1.000 L de
água; 2) Movimentação da solução com ajuda de um bastão de madeira;
3) Espera de 40 minutos para a completa hidratação do produto; 4)
Distribuição de 0,5 L da solução no fundo das covas de plantio e de
semeadura direta, com o uso de copos graduados. A mistura do hidrogel
com a água foi feita no campo em caixa d’água de 1.000 L. A diluição
utilizada foi correspondente a dois gramas de hidrogel por cova.

15
3.6 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

Para evitar a matocompetição foram realizados três


coroamentos em um raio de 0,5 m da muda, no período que compreende
o início de março e o final de maio de 2012. Houve a necessidade da
realização de repetidos coroamentos, no curto período de
aproximadamente noventa dias, devido à vigorosa regeneração
especialmente de ervas nativas e de gramíneas exóticas (gêneros
Panicum e Urochloa), favorecida pelas frequentes chuvas e boa fertilidade
natural da área.
Na área experimental e em um raio de aproximadamente 200
m foi feito periodicamente o controle de formigas cortadeiras, com
aplicação de iscas granuladas.

3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso,


com oito tratamentos e quatro repetições, em esquema fatorial, com três
fatores: o primeiro foi espécie (angico e caroba), o segundo a origem
(mudas e sementes) e o terceiro hidrogel (ausência e presença).
A parcela experimental foi constituída de uma área de 100 m²
(10 x 10 m), contendo um total de 25 plantas, dispostas no espaçamento
de 2 x 2 m. A área útil foi formada pelas 9 plantas centrais da parcela,
somando 36 m2. Na Figura 3 se observa os detalhes da parcela e da sua
área útil.

16
FIGURA 3 - PARCELA E ÁREA ÚTIL DA PARCELA DO EXPERIMENTO
INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO
DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.

3.8 VARIÁVEIS RESPOSTAS

3.8.1 Emergência de plântulas, número de covas com plantas e


sobrevivência

A verificação da emergência das plântulas foi feita por ocasião


da primeira avaliação, aos 60 dias após a semeadura, considerando
emergidas as plântulas que apresentaram os protófilos visíveis. Não
foram verificadas novas plântulas emergidas nas avaliações
subsequentes. Após a contagem do número de plântulas emergidas,
realizou-se um desbaste, procurando deixar por cova apenas a planta
mais alta e em perfeito estado fitossanitário. Os resultados foram
expressos em porcentagem e calculados considerando a soma do total de
sementes utilizadas para cada espécie por parcela.
A avaliação do número de covas com plantas foi feita por meio
de contagem das covas com a presença de plantas vivas, realizada aos

17
60, 150 e 280 dias após a implantação do experimento. Os resultados
foram expressos em porcentagem e calculados considerando a soma das
covas de cada parcela ocupadas com plantas vivas em relação ao total de
covas da mesma parcela.
A avaliação da sobrevivência considerou o número de plantas
vivas aos 280 dias em relação ao número de plantas vivas aos 60 dias.
Os resultados foram expressos em porcentagem.

3.8.2 Crescimento das plantas

O crescimento das plantas foi avaliado por meio de medições


realizadas aos 60, 150 e 280 dias após o plantio das mudas e a
semeadura direta, sendo coletados os dados de altura total (Htot),
diâmetro do colo (DAC) e taxa de crescimento relativo (TCR).
A Htot das plantas originadas da semeadura direta ou plantio
das mudas foi medida a partir do solo até a sua maior altura, através do
uso de uma régua graduada. Já o DAC foi mensurado com paquímetro
digital na altura do colo das plantas.
Benincasa (2003) afirmou que todo o crescimento é resultante
da produção de material suficiente para atender às necessidades
metabólicas do material já existente e ainda para armazenar e/ou
construir novo material estrutural. Portanto, qualquer incremento em peso,
altura ou área foliar ao longo de um determinado período está diretamente
relacionado ao tamanho alcançado no período anterior.
Assim sendo, a estimativa da taxa de crescimento relativo
(TCR) permite minimizar as possíveis diferenças no tamanho inicial entre
as árvores originadas de estacas e as árvores originadas de sementes
(MORA et al. 2005), bem como entre aquelas plantadas por meio de
mudas formadas em viveiro e por semeadura direta. A TCR é definida
como o incremento no tamanho por unidade de medida e pela unidade de
tempo (MORA et al. 2005), calculada conforme a Equação 1 estabelecida
por Benincasa (2003), sendo:

18
(Equação 1)

Em que: P1 e P2= Tamanho das plantas em duas medições


correspondentes aos períodos t1 e t2.
A estimativa da TCR foi determinada para a Htot, dada em
cm.cm-1.dia, e para o DAC, dado em mm.mm-1.dia. A TCR em Htot foi
determinada para os períodos de 150-60 dias, 280-150 dias e 280-60
dias, e em DAC para o período de 280-150 dias.
No cálculo da TCR não foram consideradas as plantas que
sofreram a ação de algum agente externo, como insetos, animais
herbívoros ou morte do ramo principal por fator desconhecido com
posterior rebrota, e que por isso apresentaram variação negativa da Htot
ou do DAC entre os períodos de avaliação.

3.8.3 Qualidade das plantas

A avaliação qualitativa das plantas de angico e caroba atendeu


a uma adaptação aos critérios propostos por Schneider et al. (1988),
descritos no Quadro 1.

QUADRO 1 - CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS DE


ANGICO E CAROBA QUANTO À CAUSA E
INTENSIDADE DO ESTADO FITOSSANITÁRIO.

CAUSA Código
Indivíduo saudável 1
Danos abióticos 2
Danos por insetos ou pragas 3
Danos por fungos ou doenças 4
Danos por animais 5
*
Danos complexos 6
INTENSIDADE Código
Baixa 1
Média 2
Alta 3
Fonte: Adaptado de Schneider et al. (1988).
*Referem-se aos danos por duas ou mais das causas descritas ou de causa
indefinida.

19
Essa avaliação do estado fitossanitário foi realizada aos 150 e
280 dias após a implantação do experimento no campo. Foram feitos
registros fotográficos das mudas avaliadas.

3.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os resultados foram submetidos à análise de variância


empregando-se o teste F, p<0,05, e as médias comparadas pelo teste de
Scott-Knott, p<0,05. Antes, avaliou-se a normalidade dos dados pelo teste
de Shapiro-Wilks e a homogeneidade de variâncias pelo teste de Bartlett.
Foi necessário transformar os dados da Htot e do DAC em log x, e os
dados da TCR em Htot, entre 150-60 dias, 280-150 dias e entre 280-60
dias e da sobrevivência aos 280 dias em .
Os dados da TCR em DAC, entre 280-150 dias, foram
transformados em , e os dados do número de covas com plantas

foram transformados em arco-seno . As análises foram realizadas


pelo software Assistat versão 7.6, conforme Silva e Azevedo (2009).

20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise estatística mostraram que apenas


para a variável resposta sobrevivência não houve diferença significativa
em todas as fontes de variação (espécie, origem, hidrogel e as suas
interações) (Tabela 5). Para as demais variáveis respostas, os resultados
da análise estatística mostraram que houve diferença significativa na
interação entre as três fontes de variação pesquisadas “espécie x origem
x hidrogel” em todos os períodos, exceto para Htot aos 150 dias. As
diferenças foram também significativas para a interação “espécie x
hidrogel”, variáveis respostas Htot e DAC aos 150 e 280 dias, TCR da
Htot (280-150 dias) e TCR do DAC (280-150 dias) (Tabela 6). Além disso,
foram significativas para a interação “origem x hidrogel”, variáveis número
de covas com plantas em todos os três períodos avaliados, DAC aos 150
dias (Tabela 5) e TCR do DAC (280-150 dias) (Tabela 6).
Quando analisado o efeito principal dos tratamentos, houve
diferenças estatisticamente significativas para “espécie”, variáveis Htot e
DAC aos 150 e 280 dias (Tabela 5), TCR da Htot (280-150 dias e 280-60
dias) (Tabela 6); e “origem”, variáveis número de covas com plantas em
todos os três períodos avaliados e DAC aos 150 dias (Tabela 5). Para
“hidrogel”, não houve diferenças significativas em qualquer das variáveis
respostas (Tabela 5 e 6).

21
TABELA 5 - RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS VARIÁVEIS RESPOSTAS NÚMERO DE COVAS COM PLANTAS,
HTOT, DAC E SOBREVIVÊNCIA DAS PLANTAS, NO EXPERIMENTO INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.

Quadrado médio
Fontes de variação GL 60 dias 150 dias 280 dias
1 1 1 1 1
Cov.pl. 1 Cov.pl. 1 DAC Cov.pl. 1 1 DAC
Htot (cm) Htot (cm) Sob. (%) Htot (cm)
(%) (%) (mm) (%) (mm)
Espécie 1 0,09295 0,01881 0,05766 0,15316** 0,66085** 0,05855 0,03115 0,88261** 0,87504**
Origem 1 1,03786** 0,02794 0,62379* 0,00048 0,06872* 0,50676* 0,56124 0,02151 0,01779
Hidrogel 1 0,17196 0,00419 0,13860 0,00022 0,00078 0,10894 0,00975 0,00015 0,00014
Interação Espécie x Origem 1 1,27746** 0,55399** 1,43924** 0,06696* 0,17345** 1,33972** 2,99798 0,04265* 0,08161**
Interação Espécie x Hidrogel 1 0,00083 0,00656 0,00946 0,00287* 0,01343* 0,00037 0,14340 0,00190* 0,00037*
Interação Origem x Hidrogel 1 0,09234* 0,00065 0,10169* 0,00511 0,02287* 0,10052* 0,00815 0,00012 0,00390
Interação Espécie x Origem x Hidrogel 1 0,01951* 0,02338* 0,00193* 0,00424 0,01609* 0,02751* 0,01888 0,00129* 0,06060**
Tratamentos 7 0,38470** 0,09079** 0,33891** 0,03329 0,13660** 0,30605** 0,53865 0,13575** 0,14849**
Blocos 3 0,03811 0,03510* 0,04085 0,02266 0,04061* 0,02642 0,50314 0,04927* 0,02829**
Resíduo 21 0,07012 0,01076 0,07805 0,01813 0,01145 0,08222 0,77481 0,01022 0,00553
Total 31
Coeficiente de variação (%) 25,17 8,49 28,28 9,77 17,12 29,67 9,27 6,23 9,35
1
Dados transformados.
Sob. = sobrevivência. Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo. Cov.pl. = covas com plantas.
*
Significativo pelo teste F (p<0,05).
**
Significativo pelo teste F (p<0,01).

22
TABELA 6 - RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A TCR EM HTOT E DAC DAS MUDAS NO EXPERIMENTO
INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.

Quadrado médio
Fontes de variação GL TCR (150-60 dias) TCR (280-150 dias) TCR (280-60 dias)
Htot (cm) Htot (cm) DAC (mm) Htot (cm)
Espécie 1 0,00049928 0,00360272** 0,00004331 0,00186428**
Origem 1 0,00147792 0,00038128 0,00000050 0,00000190
Hidrogel 1 0,00000002 0,00001587 0,00000312 0,00003576
Interação Espécie x Origem 1 0,00248711* 0,00009026* 0,00000036* 0,00093580**
Interação Espécie x Hidrogel 1 0,00000018 0,00000359* 0,00000313 0,00002366*
Interação Origem x Hidrogel 1 0,00000118 0,00003537 0,00000245* 0,00005695
Interação Espécie x Origem x Hidrogel 1 0,00118498* 0,00003077* 0,00000238* 0,00028260*
Tratamentos 7 0,00081 0,00059** 0,00001 0,00046**
Blocos 3 0,00122* 0,00049* 0,00001* 0,00016
Resíduo 21 0,00038 0,00012 0,00002 0,00005
Total 31
Coeficiente de variação (%) 26,69 16,73 0,14 10,21
Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo. TCR = taxa de crescimento relativo.
*
Significativo pelo teste F (p<0,05).
**
Significativo pelo teste F (p<0,01).

23
4.1 EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS

Os resultados de emergência das plântulas através da


semeadura direta, não foram submetidos à análise estatística devido ao
pequeno número de tratamentos, não atendendo ao mínimo exigido para
a análise de variâncias, mesmo assim as médias foram expressas na
Tabela 7.

TABELA 7 - VALORES MÉDIOS DO PORCENTUAL DE EMERGÊNCIA


DE PLÂNTULAS AOS 60 DIAS APÓS INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO.

Emergência (%)
Espécie
Sem Hidrogel Com Hidrogel Média
Angico 21,30 38,89 30,10
Caroba 10,19 25,00 17,60

A emergência total a campo foi bastante inferior à verificada em


condições de viveiro (Tabela 3), onde se verificou uma emergência de
76,25% para angico e de 75,25% para caroba no período de 60 dias após
a semeadura.
Os baixos valores do percentual de emergência de plântulas
por semeadura direta em campo, para ambas as espécies, pode ser
resultado de uma mortandade das plântulas após a efetiva emergência
ocorrida no período entre a implantação do experimento e a primeira
avaliação.
O percentual de plântulas emergentes em condições de campo
foi maior para ambas as espécies quando submetidas ao uso de hidrogel.
O maior percentual de emergência de plântulas provenientes de
sementes com o uso de hidrogel sugere ter ocorrido um estresse hídrico
antes ou logo após a germinação, afetando as plântulas recém-emergidas
nos tratamentos sem hidrogel. Outra situação provável seria o
ressecamento e endurecimento da camada superficial do solo argiloso
causado pela falta de chuvas (veranico), apesar do alto volume
acumulado nos meses de fevereiro e março de 2012, que totalizou 581
24
mm (Figura 2). A formação de crosta superficial endurecida foi observada
de forma mais expressiva durante a segunda avaliação, realizada no mês
de julho de 2012, em plena estação seca, conforme mostram as Figuras
4A e 4B.

A B

FIGURA 4 - FOTO (A): PLANT A DE ANGICO EM TERRENO COM FISSURA


DEVIDO À SECA. FOTO (B): PLANTA DE CAROBA SENTINDO
OS EFEITOS DA SECA NA ÁREA DO EXPERIMENTO
INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Além disso, a matocompetição ocorrida no período de


aproximadamente 30 dias entre a implantação do experimento e o
primeiro coroamento das plantas pode ter causado a baixa emergência
verificada para ambas as espécies. Segundo Toledo et al. (2001) e Souza
et al. (2003), a matocompetição é um dos principais fatores de
interferência no desenvolvimento inicial de espécies florestais, com danos
diretos causados por competição principalmente por luz, água e nutrientes
e também pela ação alelopática, como a causada pelo capim-braquiária
(Urochloa decumbens) no desenvolvimento inicial de plantas de
Eucalyptus grandis.
Na implantação por meio de semeadura direta, são previstos
maiores danos em decorrência da matocompetição, pois a competição
com plantas daninhas pode afetar negativamente as espécies desde a
germinação, comprometendo seriamente dessa forma o sucesso da
revegetação (ARAKI, 2005).
Supõe-se, portanto, que a matocompetição aliada a uma
deficiência hídrica ocorrida no período crítico da germinação, tenham
25
causado o baixo percentual de emergência de plântulas aos 60 dias após
a implantação, justificando assim o maior percentual com o uso de
hidrogel.

4.2 NÚMERO DE COVAS COM PLANTAS

O maior número de covas com plantas vivas foi observado para


a caroba plantada via muda em relação à plantada via semente, não
havendo diferença entre a aplicação com e sem hidrogel, independente
do período avaliado (Tabela 8). Para o angico, não houve diferença entre
o percentual de covas com plantas para mudas e sementes, tanto com ou
sem o uso do hidrogel, exceto aos 150 dias, quando por sementes o
percentual de covas com plantas foi maior que por mudas no uso de
hidrogel, no entanto, aos 280 dias essa diferença desapareceu.

TABELA 8 - INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E HIDROGEL


PARA A VARIÁVEL COVAS COM PLANTAS, AOS 60, 150
E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO
NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE
MATO GROSSO. ANO: 2012.

Covas com plantas (%)


60 dias 150 dias 280 dias
Fontes de variação
Sem Com Sem Com Sem Com
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico + mudas 65,15bA 72,39bA 58,71bA 58,71bA 53,11bA 58,71aA
Angico + sementes 63,36bA 80,63bA 63,36bA 80,63aA 63,36bA 78,11aA
Caroba + mudas 99,28aA 99,28aA 95,75aA 97,14aA 95,75aA 93,64aA
Caroba + sementes 29,05bA 59,69bA 25,69bA 54,03bA 25,69bA 54,03aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não difer iram
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).

Os resultados da interação entre os fatores “espécie x origem”


demonstraram um número de covas com plantas da espécie caroba
superior para as mudas em relação às sementes, em todos os três
períodos de avaliação, já para a espécie angico, houve maiores valores
para a origem das plantas por sementes, porém sem diferenças
estatisticamente significativas (Tabela 9).
26
O maior percentual de covas com plantas provenientes de
sementes da espécie angico em comparação à espécie caroba pode ser
devido ao maior tamanho das sementes da primeira espécie em
comparação às sementes da última. Resultados que corroboram com os
obtidos por Engel e Parrota (2001), Doust et al. (2006), Ferreira et al.
(2009) e Santos et al. (2012), que observaram uma relação direta entre
uma maior massa específica e tamanho das sementes com maiores taxas
de emergência e de estabelecimento das plântulas via semeadura direta.
Não houve interação significativa entre as espécies florestais
com o uso ou não de hidrogel nos três períodos de avaliação, apesar de
terem sido observados maiores valores nos tratamentos com a utilização
de hidrogel, para as duas espécies florestais, nos três períodos de
avaliação (Tabela 9).
Quando comparadas as origens das plantas (mudas ou
sementes), considerando as duas espécies florestais, houve diferenças
significativas entre elas, nos três períodos de avaliação, sendo verificados
respectivamente os valores de 88,96%, 81,60% e 78,79% de covas com
plantas originárias de mudas e 58,61%, 56,27% e 55,49% de covas com
plantas originárias de sementes aos 60, 150 e 280 dias após a
implantação do experimento (Tabela 10).
Não houve diferenças significativas entre o uso ou não do
hidrogel, porém, em todos os períodos, houve um maior percentual de
covas com plantas quando se fez o uso do produto. A diferença entre os
tratamentos com hidrogel para sem hidrogel foi maior em 12,58% aos 60
dias, 12,07% aos 150 dias e 10,89% aos 280 dias (Tabela 10).
Conforme descrito em Mattei et. al. (2001), há grande
importância no número de pontos com plantas no estabelecimento de
povoamentos por semeadura direta, pois o mesmo informa a densidade
futura do povoamento.

27
TABELA 9 - COVAS COM PLANTAS PARA AS INTERAÇÕES ESPÉCIE
E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E ORIGEM E
HIDROGEL AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO
DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
Covas com plantas (%)
60 dias 150 dias 280 dias
(Espécie)
Muda Semente Muda Semente Muda Semente
Angico 68,82 bA 72,42 aA 58,71 bA 72,42 aA 55,92 bA 71,02 aA
Caroba 99,28 aA 44,08 bB 96,48 aA 39,40 bB 94,74 aA 39,40 bB

Sem Com Sem Com Sem Com


(Espécie)
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico 64,26 aA 76,64 aA 61,05 aA 70,26 aA 58,28 aA 68,82 aA
Caroba 73,28 aA 85,80 aA 65,91 aA 80,49 aA 65,91 aA 77,02 aA

Sem Com Sem Com Sem Com


(Origem)
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Mudas 87,71 aA 90,16 aA 80,86 aA 82,33 aA 78,59 aA 78,97 aA
Sementes 47,95 bA 70,72 aA 44,08 bA 68,08 aA 44,08 bA 66,62 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não difer iram
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).

TABELA 10 - VALORES MÉDIOS DA VARIÁVEL COVAS COM


PLANTAS PARA OS EFEITOS PRINCIPAIS AOS 60,
150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Covas com plantas (%)


Fontes de variação
60 dias 150 dias 280 dias
Angico 70,64 a 65,73 a 63,64 a
Espécie
Caroba 79,90 a 73,52 a 71,63 a
Mudas 88,96 a 81,60 a 78,79 a
Origem
Sementes 58,61 b 56,27 b 55,49 b
Sem 68,86 a 63,49 a 62,13 a
Hidrogel
Com 81,44 a 75,56 a 73,02 a
Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).

28
Nesta pesquisa, o espaçamento utilizado foi 2,0 x 2,0 m,
resultando em 2.500 covas por hectare. Como a porcentagem de covas
com ao menos uma planta viva foi de 78,79% e 55,49%, respectivamente
para covas com plantas originárias de mudas e de sementes, estimou-se
que a utilização de mudas para plantio e a semeadura direta das espécies
florestais angico e caroba, nas condições da área do experimento,
apresentaram 1.969 e 1.387 covas com plantas estabelecidas aos 280
dias após a implantação.
Essa densidade final de plantas demonstrou que a técnica de
regeneração artificial por semeadura direta, com as espécies
selecionadas, mostrou-se compatível com a recomendada em plantios
florestais para fins comerciais, onde a densidade em geral varia de 1.111
a 1.666 mudas por hectare (SILVA et. al., 2003). Santos (2010) em
pesquisa com semeadura direta de seis espécies florestais, num
espaçamento de 1,5 x 1,5 m, obteve em um hectare, 1.900 covas com
plantas, numa área anteriormente ocupada por pastagem, e 3.300 covas
com plantas, numa área anteriormente ocupada por agricultura.

4.3 SOBREVIVÊNCIA DAS PLANTAS

Os resultados obtidos com a avaliação da sobrevivência das


plantas aos 280 dias após a implantação, não apresentaram diferenças
significativas entre as fontes de variação (espécie, origem e hidrogel)
conforme observado nas Tabelas 11, 12 e 13. Na Tabela 11, observou-se
que o efeito individual de cada fonte de variação não apresentou
resultados significativos. A sobrevivência também foi igual entre os efeitos
das interações duplas “espécies x origem”, “espécies x hidrogel” e “origem
x hidrogel” (Tabela 12) e entre as interações triplas “espécies x origem x
hidrogel” (Tabela 13).

29
TABELA 11 - VALORES MÉDIOS PARA A VARIÁVEL RESPOSTA
SOBREVIVÊNCIA AOS 280 DIAS APÓS A
INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.

Sobrevivência (%)
Fontes de variação
(280 dias)
Angico 89,66 a
Espécie
Caroba 90,84 a
Mudas 87,75 a
Origem
Sementes 92,78 a
Sem 90,58 a
Hidrogel
Com 89,92 a
Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).

TABELA 12 - VALORES MÉDIOS DA SOBREVIVÊNCIA OBSERVADOS


PARA AS INTERAÇÕES ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE
E HIDROGEL, E ORIGEM E HIDROGEL, AOS 280 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO
GROSSO. ANO: 2012.

Sobrevivência (%)
(280 dias)
(Espécie)
Muda Semente
Angico 81,54 aA 98,15 aA
Caroba 94,18 aA 87,56 aA

(Espécie) Sem hidrogel Com hidrogel


Angico 91,26 aA 88,07 aA
Caroba 89,90 aA 91,79 aA

(Origem) Sem hidrogel Com hidrogel


Mudas 88,38 aA 87,13 aA
Sementes 92,81 aA 92,75 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não
diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).

30
TABELA 13 - VALORES MÉDIOS DA SOBREVIVÊNCIA OBSERVADOS
PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E
HIDROGEL AOS 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Sobrevivência (%)
Fontes de variação (280 dias)
Sem hidrogel Com hidrogel
Angico + mudas 82,92 aA 80,18 aA
Angico + sementes 100,00 aA 96,33 aA
Caroba + mudas 94,00 aA 94,36 aA
Caroba + sementes 85,89 aA 89,25 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não difer iram
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).

A não interferência do uso de hidrogel na sobrevivência das


plantas aos 280 dias corroborou com os dados obtidos por Barbosa
(2011), que analisando o estabelecimento de plantas de 30 espécies
florestais nativas, provenientes de mudas cultivadas em diferentes
tamanhos de tubetes, com e sem o uso de hidrogel no plantio a campo,
verificou não haver interferência do hidrogel no estabelecimento das
mudas, nos diferentes tratamentos, em um período de avaliação de 12
meses, no qual, porém, não foi registrado déficit hídrico.
Silva e Barbosa (2000), pesquisando a espécie angico na
caatinga pernambucana, no período de um ano, observaram uma
sobrevivência de 73,3% de indivíduos jovens (<1,60 m de altura) e juvenis
(1,61 a 3,00m) localizados sob a copa dos parentais. As autoras
consideraram baixo o percentual de mortalidade de 26,7%.
Nunes (2010) avaliando a sobrevivência de quatro espécies
arbóreas, dentre elas o angico, em plantio de mudas feito em solo
degradado no município de Cruz das Almas/BA, obteve valores para a
sobrevivência de 87,0% aos seis meses após o plantio, 76,0% aos 12
meses e 69,5% aos 18 meses. Na mesma pesquisa, as espécies aroeira
vermelha (Schinus therebinthifolius Radii) e gonçalo alves (Astronium
fraxinifolium Schott) apresentaram percentual de sobrevivência aos 18
meses respectivamente de 99,2% e 96,4%.
31
Melotto et al (2009) obtiveram com a espécie caroba, uma
sobrevivência de 100% após um ano do plantio de mudas em sistema
silvipastoril, em pastagem de capim brachiarão (Urochloa brizantha), no
município de Campo Grande/MS.
No presente estudo, verificou-se que as plantas já
estabelecidas aos 60 dias após a implantação do experimento,
apresentaram valores superiores a 75% de sobrevivência em todos os
tratamentos testados. Segundo Knowles e Parrota (1995), tal índice de
sobrevivência é considerado o mínimo recomendado para plantios com
espécies nativas visando à recuperação ambiental de áreas degradadas.
Portanto, os resultados obtidos aos 280 dias nos diferentes tratamentos,
indicaram o bom potencial de estabelecimento dessas duas espécies
florestais.

4.4 ALTURA TOTAL E DIÂMETRO DO COLO DAS PLANTAS

O uso ou não de hidrogel na ocasião do plantio ou da


semeadura das espécies angico e caroba, não teve efeito na altura total
das plantas aos 60, 150 ou 280 dias após a implantação do experimento
(Tabela 14).
Aos 60 dias, a altura das plantas de caroba por muda foi maior
estatisticamente que aquelas plantadas por semente, independente do
uso do hidrogel. Para o angico, ocorreu o inverso, ou seja, as plantas
oriundas de sementes apresentaram as maiores alturas. Aos 150 e 280
dias, não houve diferença entre mudas e sementes para ambas as
espécies. Esses resultados demonstraram que, com o passar do tempo,
as plantas de caroba oriundas de sementes cresceram mais rápido que
as oriundas de mudas, o contrário sendo observado para o angico.

32
TABELA 14 - VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS RESPOSTAS HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ENTRE
ESPÉCIE, ORIGEM E HIDROGEL, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Htot (cm) DAC (mm)


60 dias 150 dias 280 dias 150 dias 280 dias
Fontes de variação
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico + mudas 15,89 bA 12,20 bA 19,02 aA 17,99 aA 27,61 bA 28,31 bA 3,38 bA 2,40 cA 4,55 bA 3,52 dB
Angico + sementes 21,98 aA 22,57 aA 20,63 aA 24,38 aA 28,41 bA 30,34 bA 3,05 bA 3,41 cA 4,01 bA 5,13 cA
Caroba + mudas 21,53 aA 24,20 aA 31,98 aA 30,82 aA 70,63 aA 71,52 aA 7,54 aA 7,95 aA 9,92 aA 11,81 aA
Caroba + sementes 11,37 bA 10,39 bA 25,32 aA 24,65 aA 55,04 aA 51,64 aA 4,26 bA 4,66 bA 8,19 aA 7,23 bA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo.

33
O uso ou não do hidrogel também não teve influência sobre o
DAC aos 150 dias, tanto para angico como para caroba. Aos 280 dias, as
plantas de angico oriundas de mudas apresentaram DAC menor
estatisticamente com hidrogel em relação ao plantio sem hidrogel (Tabela
14). A explicação para esse fato pode ser a mortalidade das plantas, com
a possibilidade de algumas das maiores terem morrido no plantio de
mudas com hidrogel.
As plantas de caroba originadas de mudas apresentaram maior
DAC que de sementes, regenerando com ou sem hidrogel, aos 150 dias.
Para o angico não houve diferença significativa (Tabela 14). Aos 280 dias,
esse comportamento se modificou um pouco, pois a caroba via semente
se igualou à via muda no plantio sem hidrogel e o angico via semeadura
direta cresceu mais em DAC do que o plantio de mudas.
Quando considerado somente o efeito isolado da fonte de
variação (efeitos principais), observou-se que o DAC das plantas
originadas de mudas foi superior àquele das plantas provenientes de
sementes, mas somente aos 150 dias, sendo estes semelhantes já aos
280 dias. Não houve efeitos significativos para a Htot (Tabela 15), exceto
se comparadas as espécies, porém esta comparação não foi objeto da
pesquisa, devido aos diferentes tamanhos dos tubetes utilizados na
produção das mudas das espécies (Tabela 4). Foi sem efeito o uso do
hidrogel na resposta da Htot e do DAC em todos os períodos avaliados
(Tabela 15).
Os resultados das interações duplas repetem algumas
informações já repassadas, mas quando conjugados os efeitos dos
fatores “espécie x hidrogel” e “origem das plantas x hidrogel”, ficou
reforçado o efeito quase inexpressivo do uso do hidrogel nos diferentes
tratamentos (Tabela 16).
No caso da interação “espécie x hidrogel” não houve diferença
significativa o uso ou não de hidrogel para cada uma das espécies,
também não houve diferenças entre as espécies na Htot aos 60 dias. As
mesmas também não diferiram na Htot aos 150 dias quando com o uso
de hidrogel.

34
TABELA 15 - VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS HTOT E DAC PARA
OS EFEITOS PRINCIPAIS, AOS 60, 150 E 280 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO
GROSSO. ANO: 2012.

Htot (cm) DAC (mm)


Fontes de variação
60 dias 150 dias 280 dias 150 dias 280 dias
Angico 17,61 a 20,37 b 28,65 b 3,03 b 4,26 b
Espécie
Caroba 15,75 a 28,01 a 61,55 a 5,87 a 9,13 a
Mudas 17,83 a 24,10 a 44,58 a 4,69 a 6,58 a
Origem
Sementes 15,56 a 23,67 a 39,56 a 3,79 b 5,91 a
Sem 17,10 a 23,74 a 41,79 a 4,27 a 6,21 a
Hidrogel
Com 16,22 a 24,03 a 42,20 a 4,17 a 6,27 a
Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05). Htot = altura total. DAC = diâmetro do colo.

Para a interação entre “origem das plantas x hidrogel” a única


diferença significativa verificada foi no DAC aos 150 dias, quando o
diâmetro das mudas sem hidrogel foi superior às sementes sem hidrogel,
porém, como já dito, aos 280 dias os valores foram semelhantes (Tabela
16).
Buzetto et. al (2002) verificaram em pesquisa com diferentes
dosagens e forma de aplicação de hidrogel no plantio de mudas de
eucalipto, a não influência do polímero no crescimento em altura das
plantas, aos nove meses após o plantio, apesar de seu efeito favorável na
sobrevivência das mudas.
Barbosa (2011), analisando o crescimento de trinta espécies
florestais nativas provenientes de plantas originárias de mudas, dentre
elas a caroba, não observou o efeito do hidrogel no crescimento em
altura, embora o potencial do uso do hidrogel não tenha sido exigido, pois
não foi verificado déficit hídrico no período avaliado.

35
TABELA 16 - HTOT E DAC DAS PLANTAS PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E
HIDROGEL E ORIGEM E HIDROGEL, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
Htot (cm) DAC (mm)
60 dias 150 dias 280 dias 150 dias 280 dias
(Espécie)
Muda Semente Muda Semente Muda Semente Muda Semente Muda Semente
Angico 13,92 bB 22,27 aA 18,49 bA 22,43 aA 27,96 bA 29,36 bA 2,85 bA 3,23 bA 4,00 bA 4,53 bA
Caroba 22,82 aA 10,87 bB 31,40 aA 24,99 aA 71,07 aA 53,31 aB 7,74 aA 4,46 aB 10,82 aA 7,69 aB

Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
(Espécie)
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico 18,69 aA 16,60 aA 19,81 bA 20,94 aA 28,01 bA 29,31bA 3,21 bA 2,86 bA 4,27 bA 4,25 bA
Caroba 15,65 aA 15,86 aA 28,46 aA 27,57 aA 62,34 aA 60,77 aA 5,67 aA 6,09 aA 9,01 aA 9,24 aA

Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
(Origem)
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Mudas 18,49 aA 17,18 aA 24,66 aA 23,55 aA 44,17 aA 45,00 aA 5,05 aA 4,36 aA 6,72 aA 6,45 aA
Sementes 15,81 aA 15,31 aA 22,86 aA 24,52 aA 39,54 aA 39,58 aA 3,61 bA 3,99 aA 5,73 aA 6,09 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo.

36
A ausência de resposta do hidrogel na presente pesquisa
poderia ser explicada pela maior capacidade de retenção de umidade nas
camadas mais profundas do solo da área experimental, caracterizado por
seu alto teor de argila (Tabela 1) e também devido à baixa profundidade
do lençol freático, explicada por ser a área do experimento vizinha a uma
várzea (Figura 1).

4.5 TAXA DE CRESCIMENTO RELATIVO EM ALTURA TOTAL E


DIÂMETRO À ALTURA DO COLO DAS PLANTAS

A TCR em Htot no período inicial decorrido entre a avaliação


aos 150 dias e a realizada aos 60 dias (150-60 dias), não apresentou
efeito do uso de hidrogel para as diferentes combinações entre espécies e
origem das plantas, porém houve diferenças entre a TCR das fontes de
variação quando com uso de hidrogel, sendo que: angico + mudas e
caroba + sementes apresentaram maior TCR do que angico + sementes e
caroba + mudas (Tabela 17).
Para o período entre a terceira avaliação, realizada aos 280
dias e a segunda avaliação realizada aos 150 dias (280-150 dias),
também não houve diferenças quanto ao uso ou não de hidrogel nas
fontes de variação, porém, nesse período, caroba + mudas e caroba +
sementes apresentaram maior TCR que angico + mudas e angico +
sementes nos tratamentos com ou sem o uso de hidrogel (Tabela 17).
O angico + sementes foi o único a apresentar diferença
significativa na TCR da Htot entre a terceira e a primeira avaliação (280-
60 dias), sendo que sem hidrogel teve maiores valores do que com
hidrogel. A caroba + mudas e caroba + sementes obtiveram maiores
valores do que angico + mudas e angico + sementes na opção sem
hidrogel. Nos tratamentos com hidrogel, caroba + sementes obteve a
maior TCR em Htot, seguidos por caroba + mudas e angico + mudas, as
quais tiveram maior TCR em Htot do que angico + sementes (Tabela 17).

37
TABELA 17 - VALORES MÉDIOS DA TCR EM HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E
HIDROGEL, DE ACORDO COM OS PERÍODOS DE AVALIAÇÃO APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TCR Htot (cm) TCR DAC (mm)


(150-60 dias) (280-150 dias) (280-60 dias) (280-150 dias)
Fontes de variação
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico + mudas 0,0042 aA 0,0059 aA 0,0035 bA 0,0038 bA 0,0043 bA 0,0050 bA 0,0023 bA 0,0035 aA
Angico + sementes 0,0054 aA 0,0037 bA 0,0028 bA 0,0022 bA 0,0041 bA 0,0027 cB 0,0025 bA 0,0032 aA
Caroba + mudas 0,0045 aA 0,0031 bA 0,0062 aA 0,0061 aA 0,0055 aA 0,0050 bA 0,0020 bA 0,0028 aA
Caroba + sementes 0,0075 aA 0,0097 aA 0,0057 aA 0,0055 aA 0,0068 aA 0,0073 aA 0,0050 aA 0,0032 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
TCR = taxa de crescimento relativo. Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo.

38
Para a TCR em DAC (280-150 dias) houve uma única
diferença significativa, com o maior valor da TCR na interação caroba +
sementes sem hidrogel. As demais interações de espécie com origem das
plantas sem hidrogel foram semelhantes. Não houve diferença
significativa entre os valores da TCR em DAC para as fontes de variação
com uso de hidrogel (Tabela 17).
A TCR em Htot e DAC não apresentaram diferenças
significativas entre as origens das plantas (muda ou semente) ou entre o
uso ou não de hidrogel (Tabela 18).

TABELA 18 - VALORES MÉDIOS DA TCR EM HTOT E DAC PARA OS


EFEITOS PRINCIPAIS, DE ACORDO COM OS
PERÍODOS DE CRESCIMENTO AVALIADOS NO
EXPERIMENTO INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA
DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

TCR Htot (cm) TCR DAC (mm)


Fontes de variação (150-60 (280-150 (280-60
(280-150 dias)
dias) dias) dias)
Angico 0,0047 a 0,0031 b 0,0040 b 0,0029 a
Espécie
Caroba 0,0059 a 0,0059 a 0,0061 a 0,0032 a
Mudas 0,0044 a 0,0048 a 0,0050 a 0,0026 a
Origem
Sementes 0,0063 a 0,0039 a 0,0050 a 0,0035 a
Sem 0,0053 a 0,0044 a 0,0051 a 0,0029 a
Hidrogel
Com 0,0053 a 0,0043 a 0,0048 a 0,0032 a
Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05). Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo. TCR = taxa de crescimento relativo.

As interações duplas entre as fontes de variação para a TCR


em Htot, nos três períodos avaliados, demonstraram haver diferenças
significativas entre os resultados, quando considerado apenas o fator
espécie (Tabela 19).
Para a espécie caroba as plantas originárias de sementes
apresentaram, em comparação às originárias de mudas, maiores TCR em
Htot nos períodos (150-60 dias) e (280-60 dias), sendo os valores
semelhantes entre as duas origens no período (280-150 dias) (Tabela 19).

39
TABELA 19 - TCR EM HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E
ORIGEM E HIDROGEL, DE ACORDO COM OS PERÍODOS DE CRESCIMENTO AVALIADOS NO
EXPERIMENTO INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.

TCR Htot (cm) TCR DAC (mm)


(Espécie) (150-60 dias) (280-150 dias) (280-60 dias) (280-150 dias)
Muda Semente Muda Semente Muda Semente Muda Semente
Angico 0,0050 aA 0,0045 bA 0,0036 bA 0,0025 bA 0,0046 aA 0,0033 bB 0,0028 aA 0,0028 aA
Caroba 0,0037 aB 0,0085 aA 0,0061 aA 0,0056 aA 0,0053 aB 0,0070 aA 0,0024 aB 0,0041 aA

Com Sem Sem Com


(Espécie) Sem hidrogel Sem hidrogel Com hidrogel Com hidrogel
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico 0,0047 aA 0,0047 aA 0,0032 bA 0,0029 bA 0,0042 bA 0,0037 bA 0,0024 aA 0,0034 aA
Caroba 0,0059 aA 0,0059 aA 0,0059 aA 0,0058 aA 0,0061 aA 0,0061 aA 0,0035 aA 0,0030 aA

Com Sem Sem Com


(Origem) Sem hidrogel Sem hidrogel Com hidrogel Com hidrogel
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Mudas 0,0043 aA 0,0044 aA 0,0048 aA 0,0049 aA 0,0049 aA 0,0050 aA 0,0021 bA 0,0031 aA
Sementes 0,0064 aA 0,0063 aA 0,0041 aA 0,0037 aA 0,0054 aA 0,0047 aA 0,0038 aA 0,0032 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
TCR = taxa de crescimento relativo. Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo.
1ª = primeira avaliação. 2ª = segunda avaliação. 3ª = terceira avaliação.

40
As plantas de caroba originárias de sementes apresentaram
maior TCR em DAC no período (280-150 dias) do que aquelas provindas
de mudas. Ainda relacionado a esse parâmetro, houve diferenças
significativas para a interação entre os fatores origem da planta x hidrogel,
sendo observada uma maior TCR em DAC das plantas originárias de
sementes em relação às originárias de mudas nos tratamentos sem o uso
de hidrogel. Segundo Carvalho e Nakagawa (2000) a taxa de crescimento
das plantas é variável com a idade das mesmas e maiores taxas serão
efetivas somente na fase de crescimento exponencial, tendendo a
diminuir com o tempo.
O período de maior crescimento em altura de angico foi o
período inicial, compreendido entre os 60 e 150 dias. Já para a espécie
caroba, no entanto, os valores da TCR em Htot foram similares entre
todos os períodos (Tabela 19).

4.6 QUALIDADE DAS PLANTAS

A qualidade do total das plantas avaliadas de cada tratamento


pode ser observada nas Tabelas 20 e 21. Os tratamentos testados
apresentaram características distintas no aspecto qualitativo, aos 150 e
280 dias após a instalação do experimento. Em ambas as avaliações, o
angico apresentou maior percentual de plantas com algum dano
qualitativo em relação à caroba, especialmente na avaliação ocorrida aos
280 dias.
Os tipos de danos foram diversificados e ocorrentes nas duas
espécies aos 150 dias, já aos 280 dias a espécie angico concentrou a
maioria dos danos qualitativos e desses, quase todos foram devidos a
danos de alta intensidade, causados por animais. Não foram identificados
danos aparentes causados por insetos ou pragas nas duas avaliações
realizadas.

41
TABELA 20 - QUALIDADE DAS PLANTAS DE ANGICO E CAROBA AOS 150 DIAS APÓS A IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO
NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Covas sem plantas CAUSAS/INTENSIDADE Total


TRATAMENTOS (%) geral
1 2.1 2.2 2.3 3.1 3.2 3.3 4.1 4.2 4.3 5.1 5.2 5.3 6.1 6.2 6.3
Angico M 41,67 16 1 - - - - - - - - 1 1 - 1 - 1 36
Angico M/G 38,89 19 2 - - - - - - - - - - - - - 1 36
Angico S 36,11 17 - 1 - - - - - - - - 3 - 1 - 1 36
Angico S/G 27,78 17 - - - - - - - - - 1 5 - - 3 - 36
Caroba M 8,33 28 - - - - - - 1 - - - - - 1 3 - 36
Caroba M/G 2,78 26 1 - 1 - - - 5 - - - - - 1 - 1 36
Caroba S 72,22 8 - - - - - - - - - - - - 2 - - 36
Caroba S/G 47,22 15 - 1 - - - - - - - - - 1 2 - - 36
Total geral 34,38 146 4 2 1 0 0 0 6 0 0 2 9 1 8 6 4 288
M = Mudas sem hidrogel. M/G = Mudas com hidrogel. S = Sementes sem hidrogel. S/G = Sementes com hidrogel.
(-) = Sem dados.

42
TABELA 21 - QUALIDADE DAS PLANTAS DE ANGICO E CAROBA AOS 280 DIAS APÓS A IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO
NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Covas sem plantas CAUSAS/INTENSIDADE Total


TRATAMENTOS (%) geral
1 2.1 2.2 2.3 3.1 3.2 3.3 4.1 4.2 4.3 5.1 5.2 5.3 6.1 6.2 6.3
Angico M 44,44 - - - - - - - - - - - - 19 - - 1 36
Angico M/G 38,89 3 - - - - - - - - - - - 16 - - 3 36
Angico S 36,11 2 - - - - - - - - - - - 21 - - - 36
Angico S/G 27,78 - - - - - - - - - - - - 26 - - - 36
Caroba M 8,33 28 - - - - - - - - - - - 1 - - 4 36
Caroba M/G 5,56 32 - - - - - - - - - - - - - - 2 36
Caroba S 72,22 10 - - - - - - - - - - - - - - - 36
Caroba S/G 47,22 13 - - - - - - - - - - - 2 - - 4 36
Total geral 35,07 88 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 85 0 0 14 288
M = Mudas sem hidrogel. M/G = Mudas com hidrogel. S = Sementes sem hidrogel. S/G = Sementes com hidrogel.
(-) = Sem dados.

43
O percentual de plantas de ambas as espécies, de acordo com
a qualificação adotada e o número de covas, aos 150 dias após a
instalação do experimento, está demonstrado na Figura 5.

FIGURA 5 - QUALIFICAÇÃO E PERCENTUAL DE PLANTAS DE


ANGICO E CAROBA, EM RELAÇÃO AO TOTAL DE
COVAS AVALIADAS AOS 150 DIAS, NO
EXPERIMENTO INSTALADO NA FAZENDA MONTE
VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.

Aos 150 dias, a maioria das covas do experimento foi ocupada


por indivíduos saudáveis (50,69%) e o total de covas com plantas com
algum dano qualitativo foi de 14,93%. Considerando o número de plantas
com algum dano qualitativo em relação ao total de plantas vivas avaliadas
(189), o percentual subiu para 22,75%, um valor já considerado
expressivo.
Aos 280 dias, o percentual de covas do experimento ocupadas
por indivíduos saudáveis reduziu para 30,56% e o total de covas com
plantas com algum dano qualitativo foi de 34,37% (Figura 6).

44
FIGURA 6 - QUALIFICAÇÃO E PERCENTUAL DE PLANTAS DE
ANGICO E CAROBA, EM RELAÇÃO AO TOTAL DE
COVAS AVALIADAS AOS 280 DIAS, NO EXPERIMENTO
INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO
DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.

Considerando o número de plantas com algum dano qualitativo


em relação ao total de plantas vivas avaliadas (189), o percentual s ubiu
para 52,94%, portanto a maioria das plantas avaliadas.
O percentual de plantas da espécie angico que sofreram algum
tipo de dano qualitativo em relação ao total de plantas vivas avaliadas
variou de 25,00% aos 150 dias a 94,50% aos 280 dias, sendo que
90,11% foram devidos a danos causados por animais. Silva e Barbosa
(2000) observaram que, indivíduos de angico jovens apresentavam sinais
de ataques por lagartas e gafanhotos, tendo a mortalidade de 26,7% dos
indivíduos.
Para o angico, os danos qualitativos foram atribuídos a animais
devido a não visualização na área experimental de montículos de
formigueiros de saúvas (Atta spp) ou quenquéns (Acromyrmex spp) ou
outros insetos nas plantas avaliadas, porém foram verificados sinais de
predação por herbívoros e fezes de preás (Cavia spp) (Figura 7).

45
A B

FIGURA 7 - FOTO (A): PLANTA DE ANGICO COM SINAL DE PREDAÇÃO POR


HERBIVORIA. FOTO (B): FEZES DE ROEDORES NA ÁREA DO
EXPERIMENTO INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE,
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO
GROSSO. ANO: 2012.

A predação das folhas de angico por herbívoros de grande


porte, no caso, bovinos, foi verificada no agreste pernambucano por
Carvalho et al. (2001) em pesquisa que visou, dentre outros objetivos,
caracterizar as espécies arbóreas e arbustivas ocorrentes nas pastagens
daquele estado.
O percentual de plantas da espécie caroba que sofreram algum
tipo de dano qualitativo em relação ao total de plantas vivas avaliadas
variou de 20,62% aos 150 dias a 13,54% aos 280 dias. Houve melhoria
no aspecto silvicultural das plantas quando comparada a qualidade das
mesmas entre as duas avaliações realizadas, devido provavelmente à
resposta das plantas às mudanças climáticas próprias da estação. A
primeira avaliação de qualidade ocorreu no final estação do outono e a
segunda na primavera.

46
5 CONCLUSÕES

A regeneração artificial utilizando a semeadura direta em covas


com as espécies florestais angico e caroba, mostrou ser uma técnica
viável, capaz de garantir uma população de plantas compatível com
plantios florestais estabelecidos para fins econômicos.
Os elevados percentuais de sobrevivência observados nos
diferentes tratamentos indicaram o enorme potencial de estabelecimento
das espécies angico e caroba, visando à regeneração artificial.
O plantio de angico pode ser feito por semeadura direta e por
mudas, enquanto o da caroba apenas por mudas, sendo indiferente o uso
de hidrogel para ambas as espécies.
As plantas da caroba apresentaram boa qualidade, enquanto
as de angico não, devido especialmente a herbivoria.

47
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