Fernando Bittencourt Disser Ta Cao
Fernando Bittencourt Disser Ta Cao
Fernando Bittencourt Disser Ta Cao
CUIABÁ - MT
2013
FERNANDO DE CARVALHO BITTENCOURT
CUIABÁ-MT
2013
DEDICATÓRIA
iii
AGRADECIMENTOS
iv
SUMÁRIO
Página
RESUMO xii
ABSTRACT xiii
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO DE LITERATURA 3
2.1 ESPÉCIES UTILIZADAS NA PESQUISA 3
2.1.1 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil 3
(Griseb.) Altschul (angico)
2.1.2 Jacaranda cuspidifolia Mart. (caroba) 4
2.2 HIDROGEL 5
2.3 PLANT IO DE MUDAS E SEMEADURA DIRET A 7
3 MATERIAL E MÉTODOS 10
3.1 ÁREA EXPERIMENTAL: LOCALIZAÇÃO E 10
CARACTERIZAÇÃO
3.2 HISTÓRICO DA ÁREA 12
3.3 ESCOLHA DAS ESPÉCIES FLOREST AIS 13
3.4 PREPARO DO LOCAL E DO SOLO 14
3.5 PLANT IO DE MUDAS E SEMEADURA DIRET A 14
3.6 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO 16
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENT AL 16
3.8 VARIÁVEIS RESPOSTAS 17
3.8.1 Emergência de plântulas, número de covas co m 17
plantas e sobrevivência.
3.8.2 Crescimento das plantas 18
3.8.3 Qualidade das plantas 19
3.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS 20
v
Página
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 21
4.1 EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS 24
4.2 NÚMERO DE COVAS COM PLANTAS 26
4.3 SOBREVIVÊNCIA DAS PLANTAS 29
4.4 ALTURA TOTAL E DIÂMETRO DO COLO DAS 32
PLANTAS
4.5 TAXA DE CRESCIMENTO RELAT IVO EM ALTURA 37
TOTAL E DIÂMETRO À ALTURA DO COLO DAS PLANT AS
4.6 QUALIDADE DAS PLANT AS 41
5 CONCLUSÕES 47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48
vi
LISTA DE TABELAS
Página
vii
TABELA 11 - VALORES MÉDIOS PARA A VARIÁVEL RESPOST A 30
SOBREVIVÊNCIA AOS 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
viii
AOS 150 DIAS APÓS A IMPLANT AÇÃO DO EXPERIMENTO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.
ix
LISTA DE QUADROS
Página
x
LISTA DE FIGURAS
Página
xi
RESUMO
xii
ABSTRACT
xiii
1 INTRODUÇÃO
1
Com a vigência do novo Código Florestal Brasileiro, Lei Federal
nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (BRASIL, 2012), embora seja prevista
uma menor área destinada à recuperação ambiental em comparação ao
exigido no código anterior, ainda caberá ao produtor rural adotar medidas
de recuperação das áreas legalmente destinadas à reserva legal e
preservação permanente. Entretanto, o alto custo de implantação bem
como a falta de informações técnicas, tem sido os grandes fatores
responsáveis pelo desestímulo à regeneração artificial com espécies
florestais nativas. Novas técnicas devem ser testadas para buscar a
viabilização técnica e econômica da atividade, sendo duas delas a
semeadura direta e o uso de hidrogel.
Devido às características climáticas regionais de grande
sazonalidade das chuvas, uma técnica que demanda estudos no estado
de Mato Grosso é o uso de hidrogel na implantação dos plantios com
espécies florestais nativas para recuperação ambiental, pensando em
diminuir custos com irrigação e mão-de-obra, além de garantir a
sobrevivência e desenvolvimento das plantas no campo.
Outra técnica promissora, é a semeadura direta, com uso já
consolidado em alguns países e também com resultados positivos no
território nacional (SANTOS et al., 2012; FERREIRA et al., 2007), possui
custo reduzido, pois comparada ao plantio de mudas, dispensa a fase de
viveiro, com a consequente redução da mão de obra e de demais custos,
além disso possui maior praticidade na implantação de florestamentos.
Portanto, o presente trabalho objetivou avaliar diferentes
técnicas de regeneração artificial das espécies florestais angico
(Anadenanthera colubrina var. cebil) e caroba (Jacaranda cuspidifolia
Mart), visando à recuperação ambiental de áreas nas propriedades rurais.
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
3
É uma espécie apícola, muito procurada por abelhas Apis
mellifera (L.), seu principal vetor de polinização (CARVALHO, 2003), sendo
que a produção apícola é favorecida pela abundante floração anual
(LORENZI, 2002).
A madeira é muito pesada, densidade superior a 1,0 g/cm3 e de
grande durabilidade em condições naturais. É própria para uso em
construção civil e naval, também para uso como dormentes, cercas, etc.
Produz lenha e carvão de boa qualidade (LORENZI, 2002; CARVALHO,
2003).
O angico produz substâncias tanantes, presentes na casca e
nos frutos, com uso em curtumes. A casca é também usada na medicina
caseira, assim como a goma obtida de exsudação do tronco, esta
também com propriedades industriais. As folhas e ramos após secos ou
fenados podem ser usados como forragem animal, com 14% de
proteína bruta. A espécie também é recomendada para plantios com
fins de recuperação de áreas degradadas e paisagísticos (LORENZI,
2002; CARVALHO, 2003).
2.2 HIDROGEL
8
pode ser utilizada em locais de difícil acesso (D´ARCO e MATTEI, 2000;
SANTOS JÚNIOR, 2000; FERREIRA et al., 2007).
A semeadura direta de sementes de árvores nativas mostrou-
se efetiva tanto técnica como economicamente para a ocupação inicial de
áreas agrícolas em restauração. Sua efetividade, porém, é dependente
das espécies utilizadas e das condições específicas do local
(ISERNHAGEN, 2010).
9
3 MATERIAL E MÉTODOS
10
FIGURA 1 - ACESSO À FAZENDA MONTE VERDE E LOCALIZAÇÃO DA
ÁREA EXPERIMENT AL, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO.
11
FIGURA 2 - PRECIPITAÇÃO MENSAL EM 2012 E MÉDIA HISTÓRICA
DA PRECIPITAÇÃO (2001-2010) DA ÁREA
EXPERIMENTAL LOCALIZADA NA FAZENDA MONTE
VERDE, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO
DE MATO GROSSO.
Atributos Resultados
pH em H2O 6,3
pH em CaCl2 5,5
P (mg/dm3) 2,8
K (mg/dm3) 136
Ca+Mg (cmolc/dm3) 9,2
Ca (cmolc/dm3) 7,3
Mg (cmolc/dm3) 1,9
Al (cmolc/dm3) 0,0
H (cmolc/dm3) 4,4
Soma de bases (cmolc/dm3) 9,6
CTC (cmolc/dm3) 14,0
Saturação por bases (V) (%) 68,3
Matéria orgânica (g/dm3) 4,4
Areia (g/kg) 156
Silte (g/kg) 234
Argila (g/kg) 610
13
3.4 PREPARO DO LOCAL E DO SOLO
14
os dados morfológicos das mudas de angico e caroba e o volume dos
tubetes utilizados na produção das mudas.
15
3.6 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO
16
FIGURA 3 - PARCELA E ÁREA ÚTIL DA PARCELA DO EXPERIMENTO
INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO
DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
17
60, 150 e 280 dias após a implantação do experimento. Os resultados
foram expressos em porcentagem e calculados considerando a soma das
covas de cada parcela ocupadas com plantas vivas em relação ao total de
covas da mesma parcela.
A avaliação da sobrevivência considerou o número de plantas
vivas aos 280 dias em relação ao número de plantas vivas aos 60 dias.
Os resultados foram expressos em porcentagem.
18
(Equação 1)
CAUSA Código
Indivíduo saudável 1
Danos abióticos 2
Danos por insetos ou pragas 3
Danos por fungos ou doenças 4
Danos por animais 5
*
Danos complexos 6
INTENSIDADE Código
Baixa 1
Média 2
Alta 3
Fonte: Adaptado de Schneider et al. (1988).
*Referem-se aos danos por duas ou mais das causas descritas ou de causa
indefinida.
19
Essa avaliação do estado fitossanitário foi realizada aos 150 e
280 dias após a implantação do experimento no campo. Foram feitos
registros fotográficos das mudas avaliadas.
20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
21
TABELA 5 - RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS VARIÁVEIS RESPOSTAS NÚMERO DE COVAS COM PLANTAS,
HTOT, DAC E SOBREVIVÊNCIA DAS PLANTAS, NO EXPERIMENTO INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
Quadrado médio
Fontes de variação GL 60 dias 150 dias 280 dias
1 1 1 1 1
Cov.pl. 1 Cov.pl. 1 DAC Cov.pl. 1 1 DAC
Htot (cm) Htot (cm) Sob. (%) Htot (cm)
(%) (%) (mm) (%) (mm)
Espécie 1 0,09295 0,01881 0,05766 0,15316** 0,66085** 0,05855 0,03115 0,88261** 0,87504**
Origem 1 1,03786** 0,02794 0,62379* 0,00048 0,06872* 0,50676* 0,56124 0,02151 0,01779
Hidrogel 1 0,17196 0,00419 0,13860 0,00022 0,00078 0,10894 0,00975 0,00015 0,00014
Interação Espécie x Origem 1 1,27746** 0,55399** 1,43924** 0,06696* 0,17345** 1,33972** 2,99798 0,04265* 0,08161**
Interação Espécie x Hidrogel 1 0,00083 0,00656 0,00946 0,00287* 0,01343* 0,00037 0,14340 0,00190* 0,00037*
Interação Origem x Hidrogel 1 0,09234* 0,00065 0,10169* 0,00511 0,02287* 0,10052* 0,00815 0,00012 0,00390
Interação Espécie x Origem x Hidrogel 1 0,01951* 0,02338* 0,00193* 0,00424 0,01609* 0,02751* 0,01888 0,00129* 0,06060**
Tratamentos 7 0,38470** 0,09079** 0,33891** 0,03329 0,13660** 0,30605** 0,53865 0,13575** 0,14849**
Blocos 3 0,03811 0,03510* 0,04085 0,02266 0,04061* 0,02642 0,50314 0,04927* 0,02829**
Resíduo 21 0,07012 0,01076 0,07805 0,01813 0,01145 0,08222 0,77481 0,01022 0,00553
Total 31
Coeficiente de variação (%) 25,17 8,49 28,28 9,77 17,12 29,67 9,27 6,23 9,35
1
Dados transformados.
Sob. = sobrevivência. Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo. Cov.pl. = covas com plantas.
*
Significativo pelo teste F (p<0,05).
**
Significativo pelo teste F (p<0,01).
22
TABELA 6 - RESUMO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A TCR EM HTOT E DAC DAS MUDAS NO EXPERIMENTO
INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
Quadrado médio
Fontes de variação GL TCR (150-60 dias) TCR (280-150 dias) TCR (280-60 dias)
Htot (cm) Htot (cm) DAC (mm) Htot (cm)
Espécie 1 0,00049928 0,00360272** 0,00004331 0,00186428**
Origem 1 0,00147792 0,00038128 0,00000050 0,00000190
Hidrogel 1 0,00000002 0,00001587 0,00000312 0,00003576
Interação Espécie x Origem 1 0,00248711* 0,00009026* 0,00000036* 0,00093580**
Interação Espécie x Hidrogel 1 0,00000018 0,00000359* 0,00000313 0,00002366*
Interação Origem x Hidrogel 1 0,00000118 0,00003537 0,00000245* 0,00005695
Interação Espécie x Origem x Hidrogel 1 0,00118498* 0,00003077* 0,00000238* 0,00028260*
Tratamentos 7 0,00081 0,00059** 0,00001 0,00046**
Blocos 3 0,00122* 0,00049* 0,00001* 0,00016
Resíduo 21 0,00038 0,00012 0,00002 0,00005
Total 31
Coeficiente de variação (%) 26,69 16,73 0,14 10,21
Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo. TCR = taxa de crescimento relativo.
*
Significativo pelo teste F (p<0,05).
**
Significativo pelo teste F (p<0,01).
23
4.1 EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS
Emergência (%)
Espécie
Sem Hidrogel Com Hidrogel Média
Angico 21,30 38,89 30,10
Caroba 10,19 25,00 17,60
A B
27
TABELA 9 - COVAS COM PLANTAS PARA AS INTERAÇÕES ESPÉCIE
E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E ORIGEM E
HIDROGEL AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO
DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
Covas com plantas (%)
60 dias 150 dias 280 dias
(Espécie)
Muda Semente Muda Semente Muda Semente
Angico 68,82 bA 72,42 aA 58,71 bA 72,42 aA 55,92 bA 71,02 aA
Caroba 99,28 aA 44,08 bB 96,48 aA 39,40 bB 94,74 aA 39,40 bB
28
Nesta pesquisa, o espaçamento utilizado foi 2,0 x 2,0 m,
resultando em 2.500 covas por hectare. Como a porcentagem de covas
com ao menos uma planta viva foi de 78,79% e 55,49%, respectivamente
para covas com plantas originárias de mudas e de sementes, estimou-se
que a utilização de mudas para plantio e a semeadura direta das espécies
florestais angico e caroba, nas condições da área do experimento,
apresentaram 1.969 e 1.387 covas com plantas estabelecidas aos 280
dias após a implantação.
Essa densidade final de plantas demonstrou que a técnica de
regeneração artificial por semeadura direta, com as espécies
selecionadas, mostrou-se compatível com a recomendada em plantios
florestais para fins comerciais, onde a densidade em geral varia de 1.111
a 1.666 mudas por hectare (SILVA et. al., 2003). Santos (2010) em
pesquisa com semeadura direta de seis espécies florestais, num
espaçamento de 1,5 x 1,5 m, obteve em um hectare, 1.900 covas com
plantas, numa área anteriormente ocupada por pastagem, e 3.300 covas
com plantas, numa área anteriormente ocupada por agricultura.
29
TABELA 11 - VALORES MÉDIOS PARA A VARIÁVEL RESPOSTA
SOBREVIVÊNCIA AOS 280 DIAS APÓS A
INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.
Sobrevivência (%)
Fontes de variação
(280 dias)
Angico 89,66 a
Espécie
Caroba 90,84 a
Mudas 87,75 a
Origem
Sementes 92,78 a
Sem 90,58 a
Hidrogel
Com 89,92 a
Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
Sobrevivência (%)
(280 dias)
(Espécie)
Muda Semente
Angico 81,54 aA 98,15 aA
Caroba 94,18 aA 87,56 aA
30
TABELA 13 - VALORES MÉDIOS DA SOBREVIVÊNCIA OBSERVADOS
PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E
HIDROGEL AOS 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES,
ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
Sobrevivência (%)
Fontes de variação (280 dias)
Sem hidrogel Com hidrogel
Angico + mudas 82,92 aA 80,18 aA
Angico + sementes 100,00 aA 96,33 aA
Caroba + mudas 94,00 aA 94,36 aA
Caroba + sementes 85,89 aA 89,25 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não difer iram
entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
32
TABELA 14 - VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS RESPOSTAS HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ENTRE
ESPÉCIE, ORIGEM E HIDROGEL, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
33
O uso ou não do hidrogel também não teve influência sobre o
DAC aos 150 dias, tanto para angico como para caroba. Aos 280 dias, as
plantas de angico oriundas de mudas apresentaram DAC menor
estatisticamente com hidrogel em relação ao plantio sem hidrogel (Tabela
14). A explicação para esse fato pode ser a mortalidade das plantas, com
a possibilidade de algumas das maiores terem morrido no plantio de
mudas com hidrogel.
As plantas de caroba originadas de mudas apresentaram maior
DAC que de sementes, regenerando com ou sem hidrogel, aos 150 dias.
Para o angico não houve diferença significativa (Tabela 14). Aos 280 dias,
esse comportamento se modificou um pouco, pois a caroba via semente
se igualou à via muda no plantio sem hidrogel e o angico via semeadura
direta cresceu mais em DAC do que o plantio de mudas.
Quando considerado somente o efeito isolado da fonte de
variação (efeitos principais), observou-se que o DAC das plantas
originadas de mudas foi superior àquele das plantas provenientes de
sementes, mas somente aos 150 dias, sendo estes semelhantes já aos
280 dias. Não houve efeitos significativos para a Htot (Tabela 15), exceto
se comparadas as espécies, porém esta comparação não foi objeto da
pesquisa, devido aos diferentes tamanhos dos tubetes utilizados na
produção das mudas das espécies (Tabela 4). Foi sem efeito o uso do
hidrogel na resposta da Htot e do DAC em todos os períodos avaliados
(Tabela 15).
Os resultados das interações duplas repetem algumas
informações já repassadas, mas quando conjugados os efeitos dos
fatores “espécie x hidrogel” e “origem das plantas x hidrogel”, ficou
reforçado o efeito quase inexpressivo do uso do hidrogel nos diferentes
tratamentos (Tabela 16).
No caso da interação “espécie x hidrogel” não houve diferença
significativa o uso ou não de hidrogel para cada uma das espécies,
também não houve diferenças entre as espécies na Htot aos 60 dias. As
mesmas também não diferiram na Htot aos 150 dias quando com o uso
de hidrogel.
34
TABELA 15 - VALORES MÉDIOS DAS VARIÁVEIS HTOT E DAC PARA
OS EFEITOS PRINCIPAIS, AOS 60, 150 E 280 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO
GROSSO. ANO: 2012.
35
TABELA 16 - HTOT E DAC DAS PLANTAS PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E
HIDROGEL E ORIGEM E HIDROGEL, AOS 60, 150 E 280 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
Htot (cm) DAC (mm)
60 dias 150 dias 280 dias 150 dias 280 dias
(Espécie)
Muda Semente Muda Semente Muda Semente Muda Semente Muda Semente
Angico 13,92 bB 22,27 aA 18,49 bA 22,43 aA 27,96 bA 29,36 bA 2,85 bA 3,23 bA 4,00 bA 4,53 bA
Caroba 22,82 aA 10,87 bB 31,40 aA 24,99 aA 71,07 aA 53,31 aB 7,74 aA 4,46 aB 10,82 aA 7,69 aB
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
(Espécie)
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Angico 18,69 aA 16,60 aA 19,81 bA 20,94 aA 28,01 bA 29,31bA 3,21 bA 2,86 bA 4,27 bA 4,25 bA
Caroba 15,65 aA 15,86 aA 28,46 aA 27,57 aA 62,34 aA 60,77 aA 5,67 aA 6,09 aA 9,01 aA 9,24 aA
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
(Origem)
hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel hidrogel
Mudas 18,49 aA 17,18 aA 24,66 aA 23,55 aA 44,17 aA 45,00 aA 5,05 aA 4,36 aA 6,72 aA 6,45 aA
Sementes 15,81 aA 15,31 aA 22,86 aA 24,52 aA 39,54 aA 39,58 aA 3,61 bA 3,99 aA 5,73 aA 6,09 aA
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
Htot = altura total. DAC = diâmetro à altura do colo.
36
A ausência de resposta do hidrogel na presente pesquisa
poderia ser explicada pela maior capacidade de retenção de umidade nas
camadas mais profundas do solo da área experimental, caracterizado por
seu alto teor de argila (Tabela 1) e também devido à baixa profundidade
do lençol freático, explicada por ser a área do experimento vizinha a uma
várzea (Figura 1).
37
TABELA 17 - VALORES MÉDIOS DA TCR EM HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ENTRE ESPÉCIE, ORIGEM E
HIDROGEL, DE ACORDO COM OS PERÍODOS DE AVALIAÇÃO APÓS A INSTALAÇÃO DO
EXPERIMENTO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
38
Para a TCR em DAC (280-150 dias) houve uma única
diferença significativa, com o maior valor da TCR na interação caroba +
sementes sem hidrogel. As demais interações de espécie com origem das
plantas sem hidrogel foram semelhantes. Não houve diferença
significativa entre os valores da TCR em DAC para as fontes de variação
com uso de hidrogel (Tabela 17).
A TCR em Htot e DAC não apresentaram diferenças
significativas entre as origens das plantas (muda ou semente) ou entre o
uso ou não de hidrogel (Tabela 18).
39
TABELA 19 - TCR EM HTOT E DAC PARA AS INTERAÇÕES ESPÉCIE E ORIGEM, ESPÉCIE E HIDROGEL E
ORIGEM E HIDROGEL, DE ACORDO COM OS PERÍODOS DE CRESCIMENTO AVALIADOS NO
EXPERIMENTO INSTALADO NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.
40
As plantas de caroba originárias de sementes apresentaram
maior TCR em DAC no período (280-150 dias) do que aquelas provindas
de mudas. Ainda relacionado a esse parâmetro, houve diferenças
significativas para a interação entre os fatores origem da planta x hidrogel,
sendo observada uma maior TCR em DAC das plantas originárias de
sementes em relação às originárias de mudas nos tratamentos sem o uso
de hidrogel. Segundo Carvalho e Nakagawa (2000) a taxa de crescimento
das plantas é variável com a idade das mesmas e maiores taxas serão
efetivas somente na fase de crescimento exponencial, tendendo a
diminuir com o tempo.
O período de maior crescimento em altura de angico foi o
período inicial, compreendido entre os 60 e 150 dias. Já para a espécie
caroba, no entanto, os valores da TCR em Htot foram similares entre
todos os períodos (Tabela 19).
41
TABELA 20 - QUALIDADE DAS PLANTAS DE ANGICO E CAROBA AOS 150 DIAS APÓS A IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO
NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
42
TABELA 21 - QUALIDADE DAS PLANTAS DE ANGICO E CAROBA AOS 280 DIAS APÓS A IMPLANTAÇÃO DO EXPERIMENTO
NO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO. ANO: 2012.
43
O percentual de plantas de ambas as espécies, de acordo com
a qualificação adotada e o número de covas, aos 150 dias após a
instalação do experimento, está demonstrado na Figura 5.
44
FIGURA 6 - QUALIFICAÇÃO E PERCENTUAL DE PLANTAS DE
ANGICO E CAROBA, EM RELAÇÃO AO TOTAL DE
COVAS AVALIADAS AOS 280 DIAS, NO EXPERIMENTO
INSTALADO NA FAZENDA MONTE VERDE, MUNICÍPIO
DE BARRA DO BUGRES, ESTADO DE MATO GROSSO.
ANO: 2012.
45
A B
46
5 CONCLUSÕES
47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
48
D´ARCO, E.; MATTEI, V.L. Efeitos do preparo localizado do solo, protetor
físico e material de cobertura na sobrevivência de plantas de Pinus taeda
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1: 5.000.000. Disponível em: <
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Acesso em : 27 mar. 2013
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Disponível em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Eucalipto/Cul
tivodoEucalipto_2ed/ProducaoMudas_Recipientes.htm.> Acesso em: 17
abr. 2013.
53