Guia Caderneta Agroeco
Guia Caderneta Agroeco
Guia Caderneta Agroeco
da Caderneta
Agroecológica
Por Elisabeth Cardoso, Laetícia Jalil,
Liliam Telles, Camila Alvarenga e
Rodica Weitzman
Guia Metodológico
da Caderneta
Agroecológica
Por Elisabeth Cardoso, Laetícia Jalil,
Liliam Telles, Camila Alvarenga e
Rodica Weitzman
Julho de 2019
Ficha Técnica
Semear Internacional Publicação
Coordenação Autoria
Fabiana Viterbo Elisabeth Cardoso, Laetícia Jalil,
Liliam Telles, Camila Alvarenga e
Assistente Administrativo Rodica Weitzman
Financeiro
Ana Luiza Santos Coordenação Editorial
Elisabeth Cardoso e Laetícia Jalil
Gerência de Gestão de
Conhecimento Revisão
Aline Martins da Silva Elisabeth Cardoso, Laetícia Jalil,
Aline Martins e Rodica Weitzman
Gerência de Cooperação
Sul-Sul Fotos
Ruth Pucheta Acervo das organizações que
Esther Martins integram a Rede Feminismo e
Agroeocologia do Nordeste
Gerência de M&A e
Comunicação Projeto Gráfico e Diagramação
Diovanne Filho Emanuela Castro
Assessor de M&A Ilustrações
Adalto Rafael Oswaldo Santana
Consultora para gênero do Impressão
Programa Semear Internacional Gráfica Papel e Cores
Rodica Weitzman
Tiragem
1.600
CDD 630.2745
1
O FIDA no Brasil
Atualmente, o FIDA é parceiro estratégico na
realização de seis projetos dos seguintes governos dos
estados, por meio de acordos bilaterais: Paraíba (Projeto de
Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú
_ Procase), Bahia (Projeto Pró-Semiárido), Sergipe (Projeto
Dom Távora), Piauí (Projeto Viva o Semiárido), Ceará
(Projeto Paulo Freire); além do Projeto Dom Hélder Câmara
(PDHC) com o governo
federal, executado
pela Secretaria de
Agricultura Familiar
e Cooperativismo
( S A F C ) d o
Ministério da
Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
(MAPA), com abrangência em 11
estados (Pernambuco, Ceará, Rio
Grande do Norte, Alagoas, Bahia,
P i a u í , Pa ra í ba , S e rg i p e ,
Maranhão e norte de Minas Gerais e
Espírito Santo).
4
A Caderneta Agroecológica deve ser entendida ‘‘
como um recurso a ser apropriado pelas mulheres para
visibilizar, valorizar e organizar o seu trabalho, sendo um
instrumento de empoderamento e autonomia para elas na
medida em que serve para que reconheçam sua
contribuição à economia da família de forma mais ampla,
rompendo a lógica patriarcal e capitalista de que são
“meras ajudantes”. Também contribui para qualificar as
ações da assessoria técnica como um instrumento de
intervenção na realidade, apoiando a qualificação do
trabalho das mulheres nos seus agroecossistemas,
construindo novos indicadores para projetos e ações, ou
políticas públicas. Assim, também contribui para repensar
as metodologias e indicadores utilizados, rompendo a
racionalidade patriarcal que historicamente marca a
extensão rural no Brasil.
Então vamos lá!
4
Aqui buscamos visibilizar todas as tarefas executadas pelas mulheres,
rompendo com a dicotomia entre trabalho produtivo e reprodutivo. Desta forma,
nos interessa compreender e sistematizar todo trabalho das mulheres e sua
contribuição para a economia familiar, a reprodução do agroecossistema e da
vida.
Como fazer:
Os passos do Projeto
Essa é uma proposta que foi sendo testada junto a
um coletivo nacional composto por organizações de
assessoria técnica, movimentos sociais feministas e
mistos, universidades, institutos de pesquisa etc. Todos
grupos que fazem parte do GT de Mulheres da ANA.
Não se propõe a ser uma receita de bolo, ou uma
camisa de força, ou seja, pode-se reinventar e sugerir
outros passos a partir de distintas vivências e realidades
em que o projeto vai ser implementado.
O mais importante é que se compreenda que esse
processo envolve diversos sujeitos, com tempos e papéis
distintos. Por esse motivo, para termos os melhores
resultados, ou uma compreensão mais próxima da
realidade da produção e da contribuição econômica das
mulheres rurais, utilizamos outros instrumentos de
coletas de dados (questionários e mapas), que
complementam as informações coletadas pelas
Cadernetas Agroecológicas.
Como um processo de construção coletiva do
conhecimento, todas/os devem ter claros seus papéis,
responsabilidades e contribuições para a construção dessa
teia. Sim, estamos tecendo saberes e ousando construir
novos conhecimentos, conceitos, categorias e indicadores,
para pensar, repensar e problematizar o semiárido.
Estamos problematizando a noção de economia, a
agroecologia e as mulheres rurais no contexto de disputas
por concepções e modelos de desenvolvimento rural e de
políticas públicas para a agricultura familiar agroecológica
no Brasil.
‘‘
Anotar é conhecer um dos tesouros da sua
propriedade: a sua produção.
Anote sempre, só assim vamos perceber a
importância do trabalho das mulheres e descobrir
‘‘
que elas são as guardiãs da biodiversidade.
Envio do questionário:
‘‘
é importante estimular as mulheres a representar
no desenho todos os espaços da propriedade,
resgatando a sociobiodiversidade do lugar,
além de ser uma experiência poucas vezes
‘‘
vividas por elas.
Considerações finais
Pa ra s u p e ra r m o s o s d e s a fi o s , r e v e z e s e
dificuldades com os dados, é necessário um bom
planejamento, um acompanhamento/monitoramento do
processo e uma avaliação constante do andamento da
sistematização, fazendo ajustes na estratégia quando
necessário.
Sabemos que sistematização de dados muitas
vezes é uma novidade para as equipes técnicas das
organizações parceiras, e, em alguns casos, as equipes
acabam assumindo tarefas de sistematização que
terminam por competir com a dedicação às ações
finalísticas dos projetos locais.
Nesse caso, principalmente, a Caderneta
Agroecológica ganha vantagem porque ao mesmo tempo
que as organizações realizam ações de empoderamento,
fortalecimento e autoorganização das mulheres, estão
monitorando e sistematizando dados que são tão valiosos
na análise de impacto e resultados, tanto dos projetos de
assessoria técnica, quanto na produção das mulheres.
Recomendamos que o exercício de refletir sobre as
Cadernetas Agroecológicas possa acontecer nos diversos
eventos realizados pelas organizações por meio de
espaços reservados para as atividades com as mulheres
(oficinas, intercâmbios, seminários etc.). Para isso é
necessário mobilizar participantes para que elas levem
suas cadernetas aos eventos. Essa também é uma forma
de otimizar tempo e recursos das organizações,
promovendo a animação necessária, mas também
ampliando, na medida em que as outras mulheres
acompanhadas pelas organizações tendem a se interessar