Monografia - Versao 4
Monografia - Versao 4
Monografia - Versao 4
José Cassamo
Quelimane
2021
José Cassamo
Quelimane
2021
Índice
Lista de abreviaturas..................................................................................................................iii
Lista de figuras...........................................................................................................................iv
Declaração...................................................................................................................................v
Dedicatória.................................................................................................................................vi
Agradecimentos........................................................................................................................vii
Resumo....................................................................................................................................viii
Abstract......................................................................................................................................ix
1.INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
2.Delimitação da Pesquisa........................................................................................................11
3.Problematização.....................................................................................................................11
4.Justificativa............................................................................................................................12
5.Objectivos do trabalho...........................................................................................................13
5.1. Objecto geral......................................................................................................................13
5.2. Objectivos específicos........................................................................................................13
CAPITULO I: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................14
1.1. Classificação da pesquisa...................................................................................................14
1.1.1.Quanto à abordagem........................................................................................................14
1.1.2.Quanto à natureza.............................................................................................................14
1.1.2.Quanto aos procedimentos técnicos.................................................................................14
1.1.3.Quanto aos objectivos......................................................................................................15
1.2. Método de abordagem........................................................................................................15
1.3. Técnicas e instrumentos de recolha de dados....................................................................15
1.3.1.Observação sistemática....................................................................................................16
1.3.2.Questionário.....................................................................................................................16
1.4. Universo e amostra da pesquisa.........................................................................................16
1.5. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO...........................................................................17
1.5.1.Localização geográfica.....................................................................................................17
1.5.2.Situação ambiental...........................................................................................................18
1.5.2.1.Clima.............................................................................................................................18
1.5.2.2.Relevo...........................................................................................................................19
1.5.2.3.Solos..............................................................................................................................19
1.5.2.4.Fauna e flora..................................................................................................................20
1.5.3.Situação socioeconómicas................................................................................................20
1.5.3.1.Cultura e sociedade.......................................................................................................20
1.5.3.2.Agricultura....................................................................................................................21
1.5.3.3.Pecuária.........................................................................................................................21
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................22
2.1. Queimadas descontroladas.................................................................................................22
2.2. Importância económica e ambiental das florestas..............................................................22
2.3. Principais causas de queimadas descontroladas.................................................................24
2.4. Principais causas das mudanças da cobertura florestal por via de queimadas em
Moçambique.......................................................................................................................25
2.4.1.Exploração de lenha e fabrico de carvão..........................................................................25
2.4.2.Agricultura comercial e de subsistência...........................................................................25
2.5. Principais problemas ambientais, sociais e económicos que resultam das queimadas
descontroladas....................................................................................................................26
2.6. Influência das queimadas descontroladas no clima...........................................................27
2.7. Medidas de mitigação das queimadas descontroladas.......................................................28
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS........29
3.1. Caracterização da amostra seleccionada............................................................................29
3.2. Apresentação dos dados.....................................................................................................29
3.3. Análise e interpretação dos dados......................................................................................31
4.Conclusão...............................................................................................................................37
5.Referências bibliográficas......................................................................................................38
Apêndice...................................................................................................................................41
iii
Lista de abreviaturas
Lista de figuras
Declaração
Declaro que esta monografia científica é resultado da minha investigação e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas, nos apêndices e na bibliografia final. Declaro ainda que, este
trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau
académico.
Dedicatória
Dedico a minha família, especialmente a minha esposa, Saquita João Almolado, que me
incentivou e me ajudou no meu percurso estudantil.
Agradecimentos
Um agradecimento especial vai ao meu supervisor, Dr. José Mariano Nicumua, pela orientação
e paciência que teve no âmbito da realização da monografia.
Aos meus colegas da carteira pelo apoio que me facultaram durante a formação.
Resumo
Abstract
The accomplishment of the work aimed in general to analyze the socio-environmental impacts
of uncontrolled fires in the locality of Munhonha, thus, for the scope of this, the following
specific objectives were outlined, to identify the causes of uncontrolled burning, to describe the
main socio-environmental problems resulting from uncontrolled burning and to propose
measures that meet the reduction of uncontrolled fires in the locality of Munhonha. The study
focused on the locality of Munhonha, Nicoadala District, Zambézia Province – Mozambique,
which fits into the line of environmental research and sustainable development. However, it
was concluded that the locality of Munhonha has faced several problems that arise from
uncontrolled fires in which for the environment stands out the destruction of vegetation,
erosion, impoverishment of soils, death and migration of fauna. In the same order, for man they
cause the destruction of fields, housing and other material goods, the low agricultural
productivity resulting from the degradation of soils.
1. INTRODUÇÃO
O interesse na escolha deste tema surge no âmbito de observações realizadas pelo autor
sobre práticas de queimadas descontroladas efectuadas pela população local, sem nenhum
conhecimento prévio das medidas de prevenção de conservação do meio natural e dos impactos
que estas práticas podem trazer, tanto para o meio como para o homem.
A monografia está estruturada em três capítulos, no qual antes da descrição dos capítulos
apresentou-se a introdução, delimitação do tema, a problematização juntamente apergunta de
partida, objectivos e justificativa. Assim sendo, o capítulo I aborda sobreos procedimentos
metodológicos e descrição da área de estudo, o capítulo II versa sobre a revisão da literatura e o
capítulo III concerne a apresentação, análise e interpretação dos dados e, adiante a apresentação
das conclusões, as sugestões e as referências bibliográficas.
11
2. Delimitação da Pesquisa
3. Problematização
Na perspectiva de Cervo e Bervian (2002, p.87) problema é uma questão que envolve
uma dificuldade teórica ou prática para qual se deve encontrar uma solução.
4. Justificativa
O estudo apresenta uma grande relevância social devido a sua importância ao nível social
e ambiental. Nesta ordem, a redução das queimadas descontroladas pela população na
localidade de Munhonha, apontará uma melhoria na produtividade do solo e haverá também
maior conservação da biodiversidade.
13
5. Objectivos do trabalho
Conforme Bello (2005) os objectivos representam o que o pesquisador quer atingir com a
realização do trabalho de pesquisas. Portanto para o autor, o objectivo é sinónimo de meta, fim.
Neste sentido, o trabalho apresenta objectivo geral e objectivos específicos, como abaixo se
descrevem:
Assim, nesta fase da pesquisa, foram todas directrizes com vista a alcançar o objectivo,
partindo da classificação da pesquisa, seguido dos métodos de abordagem e procedimento e da
definição das técnicas e instrumentos de recolha de dados e por conseguinte o universo
amostra, aspectos éticos e resultados esperados.
No que tange à natureza, a pesquisa é aplicada. Este tipo de pesquisa segundo, Prodonov
e Freitas (2013) “tem como objectivo gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à
solução de problemas específicos, pois envolve, verdades e interesses locais”.
A pesquisa bibliográfica permitiu a busca e análise das diversas obras literárias que
serviram de base para sustentar o assunto em estudo disponíveis em manuais, artigos
científicos, dissertações e relatórios auxiliados pela busca na internet. Paralelamente, em
relação aos dados colectados, baseando-se na confiabilidade destas onde todas foram citadas ao
longo do trabalho e mencionadas nas referências bibliográficas.
Do ponto de vista dos objectivos, a pesquisa é explicativa, conforme Gil (2007, p.47) “a
pesquisa explicativa visa identificar os factores que determinam ou contribuem para a
ocorrência dos fenómenos, aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
porquê das coisas.”
Com base no pressuposto acima avançado, o método explicativo foi empregue para numa
primeira fase para identificar os impactos socioambientais das queimadas descontroladas. Já
levantados os factores, numa segunda fase como base na pesquisa explicativa fez-se a
identificação das causas que levam a prática de queimadas descontroladas.
Vai contar com levantamento de obras que abordam sobre os impactos das queimadas
descontroladas e entrevista com líderes comunitários e moradores da localidade de Munhonha.
Com base nesta técnica, o autor incorporou-se na comunidade fazendo-se passar como
membro desta, e procurou ver e vivenciar casos concretos de práticas de queimadas
descontroladas.
1.3.2. Questionário
Nesta ordem de ideias, elaborou-se um questionário onde estão contidas sete (7)
perguntas com base nos objectivos do trabalho sobre os impactos socioambientais das
queimadas descontroladas que foi dirigido aos moradores e líderes locais.
Para Silva e Menezes (2001, p.32), “população (ou universo da pesquisa) é a totalidade
de indivíduos que possuem as mesmas características definida para um determinado estudo”.
Segundo Turato (2003, p.351) a palavra amostra quer dizer uma porção, um pedaço, um,
fragmento, os quais são apresentados para demostrar propriedade da natureza ou qualidade de
algo. Na linguagem científica das pesquisas com seres humanos, amostra significa uma parcela
17
Assim, para facilitar a colecta de dados foi usada a amostra não probabilística
intencional, conforme o critério proposto por Fachin (2001) pós segundo o autor, este tipo de
amostra selecciona indivíduos que para amostra representem um bom julgamento da
população/universo. Todavia a amostra foi representada por 25 indivíduos, destes, 22
residentes e 3 líderes locais.
1.5.2.2. Relevo
Araújo (1999, p.27) aborda que o território moçambicano de acordo com sua estrutura,
cerca da metade (44%) do território moçambicano é constituído pela planície, com altitudes
inferiores a 200m. Esta planície, que se desenvolve ao longo da costa, é uma faixa estreita entre
a foz do rio Rovuma e o delta do Rio Zambeze.
Parafraseando Araújo (1999), o MICOA (2012, p.5) sustenta que Distrito de Nicoadala
situa-se maioritariamente na zona das grandes planícies costeiras do país, com altitudes
inferiores a 200 m e que diminuem suavemente do interior para a costa. A maior parte do
distrito possui, no entanto, cotas inferiores a 100 m (cerca 95% da área total do mesmo) e
apenas pontualmente ocorrem alguns cumes com altitudes compreendidas entre 100 e 500 m.
1.5.2.3. Solos
Nesta ordem, a flora do distrito de Nicoadala apresenta-se como sendo bastante rica e
diversificada, podendo-se aqui encontrar espécies de alto valor comercial das quais se destacam
a Umbila – Pterocarpusangolensis, Nhacuada - Swatziamadagascariensis, Chanfuta –
Afzeliaquanzensis, Jambire – Milletiastuhlmannii, Umbaua - Khayanyasica, Muanga -
Pericopsisangolensis e Monzo - Combretum imberbe (ibidem, p.2).
O MAE (2014,p.5) afirma que a cultura que envolve o povoado residente na localidade
de Munhonha é caracterizada pela existência de vários grupos que praticam diverso tipo de
danças e cânticos típicos de toda a região. E na juventude, destaca-se a existência de grupos
activistas e associações juvenis que se de dedicam a motivação boas práticas entre os seus
concidadãos. Desta forma, têm sido promovidas várias actividades, nomeadamente a
participação no Festival Nacional de Dança Popular, o fomento do associativismo juvenil e de
grupos culturais, bem como o apoio ao desenvolvimento das artes plásticas, em particular a
escultura.
1.5.3.2. Agricultura
1.5.3.3. Pecuária
Neste capítulo faz-se uma abordagem dos conceitos ligados ao conteúdo que se propôs a
discutir, referentes aos impactos sócio ambientais das queimadas descontroladas. Pretendendo-
se de certa forma mostrar informações escritas por diferentes autores em volta do tema em
estudo como forma de elucidar determinados conceitos e abordagens.
A pobreza é apontada como uma das causas fundamentais das queimadas descontroladas
em Moçambique, pois a população das zonas rurais usa o fogo como o meio mais rápido e
barato para a abertura dos campos para agricultura e limpeza dos arredores das residências
como forma de protecção contra os animais ferozes. As causas resultantes da actividade
humana são as que se afiguram como sendo as mais graves.
Segundo Mader (2003), Moçambique não possui dados sistematizados sobre queimadas
florestais, mas se sabe que todo o ano vastas áreas com potencial florestal e faunístico são
consumidos pelo fogo devido a factores naturais e humanos. A título de exemplo, na região
centro do país, cerca de 40% da cobertura vegetal é anualmente consumida pelo fogo. O fogo é
usado segundo FAO (1993), para preparar a terra para a agricultura que está associada a
desflorestação tropical e agricultura itinerante.
O sector florestal tem uma contribuição substancial para a economia, emprego e serviço
da sociedade. Como tal, a importância das florestas é caracterizada pelos múltiplos produtos e
serviços que estas providenciam e são consideradas como a herança dos povos e nações
(Byron, 1996, apudMatimbe2015, p.13).
23
A FAO (1993) refere que as florestas providenciam múltiplos benefícios a nível local,
nacional e global. Este autor refere ainda que alguns desses benefícios dependem da existência
das florestas não perturbadas ou as que estão sujeitas à mínima interferência. Para Cunha e
Princhel (1986), as florestas desempenham uma série de funções relacionadas com a
conservação de solos e água e diversidade biológica para a modulação do ciclo de carbono e o
melhoramento do microclima, para além de protegerem o meio ambiente contra fenómenos
naturais como erosão, alterações climáticas extremas.
Os mangais são ecossistemas que têm função ecológica de servir de viveiros de alguns
crustáceos de grande valor comercial como o camarão e peixes além de protecção contra a
erosão das dunas e outras funções pelo que a sua remoção pode resultar em degradação
ambiental (Moyo, et al. 1993).
Por outro lado, FAO (1985) refere que as florestas desempenham um papel vital na
sustentabilidade do ambiente natural e humano, criando condições para o desenvolvimento de
habitat favoráveis à fauna e ajudam a estabilizar outros ecossistemas, dando extrema
contribuição na mudança da biodiversidade. O autor acrescenta ainda que as florestas são uma
fonte imediata de produtos essenciais para as populações rurais e urbanas sendo importante
recurso à economia nacional.
2.4. Principais causas das mudanças da cobertura florestal por via de queimadas em
Moçambique
2.4.1. Exploração de lenha e fabrico de carvão
Saket (1997), Jansenetal. (2006), Marzoli (2007) referem que, a agricultura tem sido
indicada várias vezes como uma das principais causas do desmatamento em Moçambique. Os
impactos directos resultam da conversão directa de florestas para áreas agrícolas permanentes
ou agricultura itinerante sobre queimadas. Os efeitos indirectos sobre a floresta incluem uma
fase de transição em que é extraída a madeira nobre, seguida de extracção de lenha e carvão,
que se beneficiam do acesso aberto pelos caminhos para a exploração madeireira. Estas áreas
são mais tarde utilizadas como áreas agrícolas sugerindo, mais uma vez que a agricultura e a
exploração de combustíveis lenhosos trabalham em combinação sobre a mudança da cobertura
florestal.
26
Lodge (2001) refere que, quando grandes áreas de florestas são destruídas, ocorrem
grandes alterações do clima (temperatura, pluviosidade, humidade de ar, velocidade do vento e
evaporação e pureza do ar), estendendo-se para outras zonas ao redor, devido a reflexão da
radiação solar pela área limpa. As chuvas tornam-se irregulares e o seu volume anual chega a
diminuir. Borota (1991) e Watson et al. (1997) referem que o desmatamento reduz a cobertura
vegetal, causando degradação das paisagens e contribuindo para o desaparecimento de certas
espécies animais.
Os efeitos dos aerossóis no clima podem ser directos onde, os aerossóis espalham e
absorvem radiação no visível e infravermelho, efeito total onde verifica-se o resfriamento e os
efeitos indirectos servem como núcleos de condensação de nuvens (NCC), o que significa que,
mais NCC leva a mais cobertura de nuvens por fim os efeitos possíveis incluem mudanças no
albedo da Terra e mudanças no ciclo hidrológico.
Estas medidas visam por um lado a conservação das espécies florestais e faunísticas e por
outro lado, visam a conservação do solo em vastas áreas com recurso a proibição de abate a
certas espécies e reposição de espécies.
29
Na questão seguinte sobre o que tem feito para parar este fenómeno, os entrevistados
afirmaram não terem feito nada para parar as queimadas, sustentando que das vezes que
presenciaram o fogo era tão intenso que estes sentiram-se limitados em prestar apoio com
intuito de parar as queimadas. Nesta ordem, destacam-se também comentários que mostraram
que tem prestado ajuda quando há ocorrência das queimadas descontroladas, evidenciando
desta forma algumas práticas que se cingem no uso da água para debelar o fogo, corte da
vegetação em perímetros avançados como forma de limitar a propagação do fogo, ainda neste
30
Em relação às medidas feitas para evitar a ocorrência das queimadas, questionou-se aos
entrevistados que medidas têm feito para evitar a ocorrência das queimadas descontroladas,
diante da questão, todos mostraram conhecimentos sobre práticas feitas para evitar as
queimadas descontroladas como: evitar queimar a vegetação nos dias de ventos fortes para
evitar propagação do fogo; sempre que optar por fazer uma queimadas é preciso que faça
quebra fogo a volta da machamba depois queimar apenas a parte que precisa de modo a evitar
que o fogo atinge áreas circunvizinhas, e para terminar observou-se com base nas respostas de
alguns entrevistados apelando que a queimada não pode ser vista como uma pratica
sustentável, ou seja, temos que sempre que possível evitar a prática da queimada, seja para
abertura de campo ou para abertura de florestas com diversos fins.
A seguir, perguntou-se quais são os níveis de degradação florestal por via de queimadas
descontroladas que a localidade de Munhonha apresenta, onde diante desta questão, os
entrevistados afirmaram que a localidade de Munhonha sofreu muitas alterações nas últimas
décadas, sustentando ainda que as queimadas descontroladas já contribuíram bastante para a
altercação da paisagem e redução de espécies florestais.
Uma questão similar a levantada anteriormente sobre o que tem feito para parar as
queimadas, questionou-se de forma geral qual é o nível da participação da comunidade na
redução das queimadas descontroladas, com base nas respostas constatou-se de um lado que a
comunidade não tem feito nada a respeito com intuito de contribuir para a redução das
31
queimadas descontroladas, todavia, seus comentários indicam que este fenómeno parte da
iniciativa de todos cidadãos pois a maioria tem a agricultura como base de sobrevivência e as
queimadas constituem um método padrão usado por estes para abertura dos campos, portanto,
para além destes ressaltam ainda a intervenção dos produtores de carvão vegetal que também
praticam as queimadas quase em todos períodos do ano. Outros entrevistados apontam que as
estruturas locais têm promovido campainhas de sensibilização e palestras sobre os impactos
que as queimadas descontroladas trazem para o homem e para o meio ambiente.
Este conceito assemelha-se ao proposto por Borges (1992, p.13) no qual versa que as
queimadas descontroladas consistem no uso de fogo sem controlo sobre qualquer forma de
vegetação, podendo ser causada de forma espontânea ou pelas acções e omissões humanas.
Estas causas coincidem com as levantadas pelo autor Fearnside (1993) quando aborda
que as principais razões para as queimadas incluem a queima para abertura de machambas
(agricultura itinerante), mas também a caça, a colheita de mel, o fabrico de carvão, bem como
para afugentar os animais bravios, das zonas residenciais rurais.
Nesta ordem, o MICOA sustenta ainda as queimadas constituem uma prática rural
largamente utilizada que é movida por diversas causas como a limpeza de campos agrícolas;
abertura de caminhos para facilitar a circulação das populações; visibilidade da mata; caça,
colheita de mel; produção de carvão; renovação das áreas de pastagem; redução de material
combustível; controlo de espécies vegetais indesejáveis, e; controlo de pragas e doenças.
queimadas descontroladas, cujas estas, são movidas por factores adversos como os que foram
levantados no número anterior.
Na pergunta sobre o que tem feito para parar este fenómeno constatou-se que na
localidade de Munhonha, os moradores não tem feito nada para parar ou minimizar este
problema.
Portanto, apesar disto, existem medidas de contenção para travar ou minimizar este
fenómeno, no qual Graça (1997) evidência limpar o mato a volta da tua habitação ou infra-
estrutura; guardar um local seguro e isolado para a lenha, o petróleo e outros materiais
inflamáveis; se pretender fazer uma queimada, com intuito de limpar o pasto ou caçar animais,
certificar-se que existem espaços livres de segurança em volta; afastar as velas, candeeiros de
petróleo ou gás, da madeira, do papel, da roupa ou de outros materiais inflamáveis; possuir
sempre algo com que se possa extinguir um incêndio (enxadas, pás, ramos de árvore, areia,
água, extintor).
Nesta ordem, o autor chama ainda atenção que se pretender fazer uma fogueira, deve
fazer em locais apropriados, e com os seguintes cuidados especiais: remover as folhas secas;
pôr um círculo de pedras ao redor do fogo; molhar bem o local a volta da fogueira; manter
perto um recipiente com água; vigiar atentamente; depois do uso, apagar muito bem a fogueira
com areia e água; nunca fazer fogueiras em dias de muito vento.
Sobre os quais problemas podem advir das queimadas descontroladas, para o meio
ambiente e para o homem os moradores levantaram vários pontos de vista que indicaremos
seguintes problemas ambientais: destruição devegetação com mais incidência das árvores,
erosão empobrecimento dos solos, morte e migração da fauna que tinham o determinado meio
como habitat. No entanto, na mesma linha, foram levantados outros problemas humanos
resultantes das queimadas como a destruição de campos agrícolas na medida em que o fogo sai
do controlo, quando ocorre na comunidade (zona habitacional) ocasiona a destruição de
habitações, criando muitos dados materiais e até humanos.
34
No entanto, Fearnside (1993) aponta também vários impactos ambientais vindo das
queimadas descontroladas, cujos estes, na sua maioria surgem como consequência aos que
foram levantados pelos moradores da localidade de Munhonha, portanto, para o autor,
constituem impactos ambientais das queimadas aalterações no equilíbrio dos ecossistemas;
desertificação ambiental; circulação de águas superficiais e subterrâneas; mudança da
temperatura e humidade do solo; manutenção e controle de fauna e flora; diminuição da
biodiversidade; emissão de gases poluentes; piora a qualidade do ar; contribui para o aumento
da poluição do ar; intensifica o efeito estufa e o aquecimento global.
Neste sentido, Stewart e Robison (1997) pressupõem para o homem, problemas como
destruição de habitações e outros bens materiais, baixa produtividade agrícola resultante da
degradação de solos e por vezes a morte de pessoas.
Desta forma, a localidade de Munhonha têm enfrentado vários problemas que advém das
queimadas descontroladas no qual para o meio ambiente se destaca a destruição de vegetação,
erosão, empobrecimento dos solos, morte e migração da fauna e, mudança da temperatura. Por
outro lado, na mesma área de estudo, a queimadas proporcionam problemas ao homem na
medida em que condicionam a destruição de campos, de habitações e outros bens materiais, a
baixa produtividade agrícola resultante da degradação de solos.
Na pergunta sobre que medidas têm feito para evitar a ocorrência das queimadas
descontroladas, constatou-se que os moradores da localidade de Munhonha, tem pautado por
várias medidas dentre as quais evidencia-se a condição de praticar as queimadas nos dias de
pouco vento de modo a evitar a propagação do fogo; fazer antes o quebra-fogo sempre que
optar por fazer uma queimadas. Portanto, ainda nesta questão, os moradores chamam atenção
que devemos sempre que possível evitar a prática da queimada, principalmente quando a
finalidade é abertura dos campos agrícolas.
particular das crianças na sua área de actuação; denunciar os infractores que provocam
queimadas descontroladas as estruturas competentes.
Entretanto, a que destacar neste ponto que a falta de conhecimento sobre as medidas que
visam evitar as queimadas na comunidade de Munhonha constitui uma realidade, assim sendo,
a que ressaltar a importância instituir campanhas de educação e sensibilização públicas sobre
queimadas descontroladas.
Em Munhonha o elevado nível de degradação florestal verificado nos últimos anos como
resultado das queimadas contribuiu bastante para a altercação da paisagem e redução de
espécies florestais. Por outro lado, as queimadas por constituírem fontes de emissão de gases
que contribuem para as mudanças do clima global e a degradação dos recursos naturais.
Para terminar perguntou-se o que sugeria ou recomendaria para as pessoas que praticam
as queimadas descontroladas de modo a minimizar este fenómeno, diante desta questão várias
foram as sugestões levantadas pelos moradores do Munhonha para os principais intervenientes
no processo das queimadas descontroladas, dentre os quais destacaram para os agricultores, a
escolha de outros métodos para abertura dos campos, optar por técnicas de caça que não sejam
necessário o uso do fogo ou a queima dos campos, alargar outras fontes alternativas de
produção de energia como o caso painéis solares, fogões e fornos melhorados de modo a
reduzir a pressão sobre os recursos florestais.
Portanto, estas alternativas também concedem com as propostas pelo MICOA (2008)
quando levanta várias medidas que visam controlar e minimizar as queimadas, dentre as quais
destaca:
4. Conclusão
5. Referências bibliográficas
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Apêndice
Guião de entrevista
42
Universidade Licungo
Faculdade de Ciências e Tecnologias
FIM